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quarta-feira, 17 de maio de 2023

Prevenção da hipertensão: nutrólogo e educador físico dão dicas


O dia 17 de maio é considerado o Dia Mundial da Hipertensão, que busca trazer informação e foco para essa doença que vem crescendo exponencialmente nos últimos anos. A alimentação e a prática de atividade física são pontos importantes na prevenção e cuidado. 

De acordo com Thomáz Baêsso, médico cirurgião, pós-graduado em nutrologia do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), com atuação em emagrecimento, hipertrofia e saúde sexual, a alimentação tem relação com o desenvolvimento da hipertensão a partir do momento que a rotina com alimentos açucarados, industrializados, ricos em gorduras trans importantes no ganho de peso e inflamação corporal se torna frequente - sendo esses últimos responsáveis diretos pela gênese da hipertensão arterial, a relação entre alimentação e a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) fica fácil de entender. 

Os principais nutrientes que podem ajudar na prevenção, segundo Thomáz, são aqueles com fontes de ômega 3 como nozes, sardinha e atum que têm efeito positivo sobre o sistema cardiovascular. Além disso a correta ingestão de vegetais e fibras como as beta glicação presentes na aveia, sementes ricas em magnésio e antioxidantes são de grande valor na prevenção de lesão endotelial e outros problemas de coração, artérias e veias. 


Deve-se evitar:  

 

·         Ultraprocessados, como batatas de lata e salgadinhos;

·         Refinaria em excesso, como farinha de trigo, bolos, tortas e semelhantes;

·         Bebidas açucaradas, como refrigerantes, sucos de caixinha ou coados e refrescos;

·         Realçadores de sabor, como os sachês e cubos utilizados como tempero no Brasil;

·         Defumados e embutidos em excesso, como salsichas, mortadelas e afins.

·         Pensando em um indivíduo de 70-80 kgs o consumo de sal de mesa deve-se manter com o limite de 5 gramas / dia (algo em torno de 2000mg de sódio)

 

Optar por incluir:

 

·         Oleaginosas como castanhas-do-pará, nozes, amêndoas;

·         Fontes de boas gorduras como linhaça, chia e peixes;

·         Frutas e outras fontes de fibras como a aveia.

 

O que é a dieta DASH e como ela pode ajudar na prevenção da hipertensão?

 

O nutróloo aponta que a “Dietary Approaches to Stop Hypertension” (DASH), é uma abordagem dietética para se usar em longo prazo, para a vida e consiste no aumento do consumo de alimentos fontes de magnésio, potássio, fibras e oleaginosas, diminuição de carboidrato refinado e sódio. Tem efeitos tanto em prevenção como no indivíduo já portador de hipertensão arterial.

 

Sinais de alerta para prevenção e controle:

O médico finaliza ao comentar alguns pontos de atenção especial, que deve ser dada para níveis de vitaminas do complexo B, coenzima q10 deve ser avaliada sua suplementação em todos os pacientes que utilizam estatinas (sinvastatina, atorvastatina, rosuvastatina e similares) e também na população em risco para hipertensão.

 

Antioxidantes potentes como resveratrol, que é presente na uva, porém tem sua forma mais potente por meio da suplementação do transresveratrol.

Suplementação de curcumina e peperina, que são extraídas da curcuma (açafrão da terra) e da pimenta preta respectivamente, são potentes anti-inflamatórios e antioxidantes, além de terem o poder de melhorar o perfil de colesterol.

 

O papel da atividade física:

Lincoln Cavalcante (@lincolncavalcante), personal trainer fundador da Neuro Performance EMS e criador do método TOP10Rounds, conhecido por treinar celebridades, diz que a atividade física torna o sistema cardiovascular mais eficiente, fornecendo um volume maior de sangue, com menos batimentos cardíacos, e esse ganho reduz o risco de hipertensão arterial.

“Os exercícios considerados aeróbios, são os mais eficientes na saúde do coração. Exercícios como corrida, pular corda, boxe, natação, são exemplos de exercícios mais eficientes que o treinamento de força”, argumenta.

Uma das diretrizes amplamente adotadas em todo o mundo, do American College of Sports Medicine (ACSM), orienta que adultos realizem 30 minutos ou mais de atividade física com intensidade moderada pelo menos 5 dias por semana, ou 20 minutos de atividade física de intensidade vigorosa pelo menos 3 dias por semana.

 

A intensidade é bem individualizada, e com o tempo o corpo se adapta aos estímulos, podendo sempre aumentar a intensidade para que o exercício seja eficiente na prevenção da hipertensão. 

 

Lincoln observa que um dos principais cuidados a serem tomados é primeiramente saber se o praticante está medicado. Se não estiver medicado, aferir a pressão arterial do aluno a cada 15 minutos, e perceber sintomas como dor de cabeça, dor na nuca ou tontura. “Um hipertenso medicado tem as mesmas capacidades que uma pessoa sem hipertensão. A intensidade é que deve ser respeitada de acordo com o nível do aluno”.

 

Benefícios:

A atividade física contribui para redução do colesterol ruim, conhecido como LDL (lipoproteína de baixa intensidade). Essas lipoproteínas de baixa intensidade (LDL) causam pressão nos vasos sanguíneos. Um outro fator que a atividade física contribui na prevenção da hipertensão, é a produção natural do óxido nítrico (NO2) que faz a função do vasodilatador. 

Algumas atividades podem ser realizadas em casa, como pular corda, polichinelos, corrida, e até aulas oferecidas online, são ótimas opções.

A atividade física e a boa alimentação é fundamental para evitar a hipertensão arterial, porém existem casos genéticos que mesmo com bons hábitos, se pode obter a patologia. 



Thomáz Baêsso - médico cirurgião, pós-graduado em nutrologia do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), com atuação em emagrecimento, hipertrofia e saúde sexual. CRM-SP 235249 e CRM-RJ 1125958

Lincoln Cavalcante (@lincolncavalcante) - personal trainer fundador da Neuro Performance EMS e criador do método TOP10Rounds, conhecido por treinar celebridades - CREF: 18863 G RJ


ALLURE PRESSES
@allurepresses


Mês Mundial do Câncer de Ovário: sintomas pouco expressivos prejudicam o diagnóstico precoce

Especialistas da Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, falam sobre os principais exames e tratamentos para o câncer de ovário

 

O câncer de ovário é um dos tumores malignos mais delicados e de difícil diagnóstico. Isso eleva consideravelmente a sua taxa de mortalidade, já que a possibilidade de a identificação ser em estágio avançado é grande. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostram que o carcinoma de ovário ocupa o segundo lugar entre os tumores ginecológicos mais comuns e, apenas em 2022, estimou-se o surgimento de mais de 6,5 mil novos casos no Brasil.  A causa ainda é pouco conhecida, mas existem fatores de risco que podem influenciar, como idade (ele é mais frequente à medida que os anos passam); não ter tido filhos; histórico familiar de câncer de ovário e endometriose.

Para aumentar a conscientização sobre o tema, o Mês Mundial do Câncer de Ovário incentiva a troca de experiências e informações sobre os principais sintomas, tratamentos e formas de prevenção.


Principais sintomas e diagnóstico

De acordo com o dr. Luiz Henrique Araújo, diretor regional da Dasa Oncologia e oncologista do Hospital São Lucas Copacabana, que faz parte da Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, o câncer de ovário apresenta poucos sintomas expressivos em sua fase inicial. Já no estágio avançado, a paciente pode sentir desconforto, inchaço ou dor na região abdominal; sensação de barriga muito cheia mesmo depois de refeições leves; dor durante o ato sexual; sangramento vaginal anormal; vontade frequente de urinar; prisão de ventre; perda de apetite ou dificuldade para comer e perda ou ganho de peso sem motivo.

“Caso a paciente sinta um ou mais desses sintomas, é indicado que ela busque a orientação do seu ginecologista de confiança, que fará exames para avaliar sua saúde e, se necessário, a encaminhará para uma consulta com um oncologista”, explica o médico.

Raio X do tórax, tomografia computadorizada, ressonância magnética, exames hematológicos e avaliação da função renal e hepática podem ajudar no diagnóstico do tumor, além de exames mais específicos, como ultrassonografia pélvica.


Prevenção do câncer de ovário: cuidados no dia a dia e visitas ao ginecologista

Existem diversos tipos de tratamento para combater o câncer de ovário e a sua definição dependerá de fatores como o estágio do tumor e a saúde geral da paciente. Segundo o dr. Victor Araújo, oncologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), também pertencente a Dasa, a abordagem normalmente inclui a realização de sessões de quimioterapia associadas à cirurgia para a retirada do tumor.

“As terapias-alvo direcionadas para pacientes com mutações genéticas de predisposição ao câncer de ovário, como o BRCA1 e BRCA2, podem ser uma alternativa de tratamento, já que os medicamentos envolvidos são escolhidos especialmente para atuar nesses genes”, afirma o especialista.

Quando o assunto é prevenção, o médico aconselha que as visitas ao ginecologista devem ser realizadas desde a primeira menstruação e mantidas de forma periódica, principalmente quando qualquer alteração na saúde íntima for percebida – como mudanças no fluxo menstrual ou dores na região da pelve ou relacionadas com o ato sexual. O uso de pílulas anticoncepcionais também está associado à redução da chance de desenvolver câncer de ovário. A partir dos 40 anos, esse acompanhamento médico é ainda mais importante, já que mulheres com fatores de risco para o câncer de ovário podem começar a demonstrar sintomas nesse período.

“Manter bons hábitos ao longo da vida também é essencial para preservar o organismo e reduzir as chances de desenvolvimento de diversos tipos de câncer, incluindo de ovário. Por isso, opte por uma alimentação balanceada; mantenha-se ativa com exercícios, aulas de dança ou prática de esportes e controle o peso e o nível de gordura corporal”, orienta o dr. Victor.


Fertilidade e cirurgia preventiva no aparelho reprodutor

A possibilidade de ser mãe depois do diagnóstico de um câncer de ovário costuma ser uma das dúvidas das pacientes, e a resposta dependerá do tipo de tratamento escolhido para combater a doença. “Caso a paciente não tenha feito a retirada dos ovários e tratado o quadro com medicamentos e sessões de quimioterapia, é possível que exista a possibilidade de gravidez, mas cada caso dependerá da avaliação de um médico especialista. Porém, se os ovários tiverem sido removidos como parte do tratamento, a gravidez dificilmente vai ocorrer”, diz o dr. Luiz Henrique.

No caso de mulheres com mutações genéticas que podem aumentar as chances de ter câncer de ovário, uma opção de medida preventiva que pode ser conversada com o médico de confiança é a retirada dos ovários e das trompas de falópio – estrutura que conecta os ovários e o útero. Porém, essa decisão deve ser muito bem pensada pela paciente, principalmente quando ainda há o desejo pela maternidade.

 

25 de maio é o Dia Internacional da Tireoide: alguns mitos e verdades sobre a glândula


Os médicos da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo - SBEM-SP esclarecem abaixo mitos e verdades sobre a tireoide:

 

O hipotireoidismo é muito comum. VERDADEIRO: o hipotireoidismo é uma doença comum que afeta 8% a 12% dos brasileiros, principalmente mulheres e indivíduos mais idosos.

 

Crianças não têm doença da tireoide. FALSO: crianças podem ter uma doença da tireoide, que pode levá-las a parar de crescer e a ter baixo rendimento escolar. A forma mais grave de hipotireoidismo é a congênita, que ocorre no recém-nascido. Se não diagnosticado e não tratado, pode causar retardo mental irreversível.

 

Doenças da tireoide afetam a gravidez. VERDADEIRO: tanto o hipertireoidismo quanto o hipotireoidismo podem afetar a fertilidade e, se não tratados adequadamente, podem se associar a complicações da gestação e a problemas para o feto.

 

A obesidade pode ser causada pelo hipotireoidismo. FALSO: o hipotireoidismo não tratado associa-se apenas a um ganho leve de peso, em geral, por retenção de líquidos.

 

Tomar hormônio da tireoide ajuda a emagrecer. FALSO: o hipertireoidismo realmente emagrece, mas à custa de massa magra, com diminuição de força muscular. Usar T4 ou, pior ainda, T3 pode causar arritmias, hipertensão, diarreia e outras manifestações muito graves, ou até fatais.

 

Posso saber se tenho problema na tireoide fazendo um exame de sangue. VERDADEIRO: os exames para diagnóstico de alteração da função tireoidiana são as dosagens do TSH e da T4 livre. O médico pode ainda solicitar outros exames, se necessário.

 

O ultrassom de tireoide é importante para a detecção do nódulo e para que o médico possa operar logo. FALSO: nódulos de tireoide são muito frequentes no ultrassom, por isso ele só deve ser solicitado quando o médico suspeita de algo. A maior parte dos nódulos é benigna, não se caracteriza como câncer e não necessita de cirurgia.

 

O iodo faz bem para a tireoide. FALSO: o iodo da alimentação, geralmente, é suficiente para produção dos hormônios tireoidianos em qualquer faixa etária. Em excesso, o iodo pode produzir sérios danos, inclusive piorar ou causar hipo ou hipertireoidismo.

 

O cansaço pode ser causado por hipotireoidismo. VERDADEIRO: os principais sintomas do hipotireoidismo são sonolência excessiva, cansaço e falta de disposição, lentidão e dificuldade para exercer as tarefas e funções habituais, esquecimento fácil, tristeza, intestino preso, ressecamento da pele e dos cabelos, unhas fracas e ganho de peso inexplicável. Mas esses sintomas podem aparecer em muitas outras doenças.

 

A T3 (tri-iodotironina) é útil no tratamento de estresse, cansaço ou desânimo. FALSO: não há indicação de uso de T3 nessas situações. Ela pode causar riscos à sua saúde.

 

A T3 (tri-iodotironina) pode ser formulada com segurança. FALSO: a maioria das farmácias de manipulação não atinge alta precisão ao formular o hormônio em microgramas. Os hormônios formulados não estão sujeitos aos mesmos controles de qualidade dos medicamentos industrializados nem ao monitoramento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

Deve-se tomar iodo durante a gestação. FALSO: a indicação de suplementação deve ser individualmente avaliada, levando em conta alimentação e outros fatores. Alguns dos suplementos vitamínicos oferecidos às gestantes contêm pequenas quantidades de iodo.

 


SBEM-SP - Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo
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Considerada doença crônica, lipedema acomete mais de 10% das mulheres


Doença crônica do tecido adiposo, pode estar associada a comprometimento vascular; em mais de 60% dos casos pode estar relacionada a mutações genéticas. O lipedema atinge mais de 10% das mulheres e tem como principais características o acúmulo de gordura nos braços, coxas e pernas. Além da gordura, é comum surgir equimose (roxinhos) nas áreas afetadas, sensibilidade e dor ao toque, sensação de peso e cansaço nas pernas, fadiga e pode até comprometer a mobilidade.

 

O lipedema não tem cura, mas é possível tratar e ter qualidade de vida, porém é uma doença frequentemente confundida com obesidade, que pode ocorrer simultaneamente, e até agravar o quadro, porém nem sempre estão associadas.

 

Quando não diagnosticada e tratado, o lipedema pode afetar a saúde mental e até levar à depressão. “Como muitas vezes essas mulheres recebem inicialmente apenas o diagnóstico de obesidade, embora cheguem a perder peso, continuam com a desproporção no corpo e sofrem física e emocionalmente. Por isso, essas pacientes precisam de acolhimento”, comenta Dr. Fernando Amato, cirurgião plástico membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e que atua com uma equipe multidisciplinar no tratamento do lipedema.

 

Diagnóstico - O diagnóstico de lipedema é clínico, e depende de uma boa anamnese (conversa com o paciente) e exame físico. Exames complementares como ultrassom e ressonância magnética podem complementar o exame físico, auxiliando o diagnóstico e tratamento.


Cirurgia é a última opção – Segundo Dr. Amato, o tratamento cirúrgico deve ser a última opção, mas, muitas vezes, acaba sendo o primeiro recurso procurado. “Somente depois de tentar o tratamento clínico e, de preferência apresentando alguma melhora, mesmo que parcial, deve ser indicada a lipoaspiração para o tratamento do lipedema”, comenta Dr. Fernando Amato que alerta ainda para a questão da segurança: “É preciso respeitar os limites de gordura a serem retirados durante a cirurgia, que devem ser entre 5% a 7% do peso corporal do paciente”, detalha o especialista. 


Para os casos de lipedema, Dr. Fernando trabalha com uma equipe formada por médico vascular e endocrinologista. O tratamento endócrino envolve investigação com exames hormonais, mudança e melhora do estilo de vida, principalmente com o equilíbrio da alimentação e prática de atividade física, sendo nesses casos mais indicados exercícios aquáticos, como natação e hidroginástica.

 

 

Dr. Fernando C. M. Amato – Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
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Médico ortopedista fala sobre riscos e benefícios dos esportes de fim de semana

Do beach tênis ao futebol com os amigos, os riscos de lesões são maiores quando a prática esportiva é realizada esporadicamente 



Com a correria do dia a dia e a rotina cada vez mais apertada, o esporte muitas vezes acaba reduzido a uma partida de beach tênis no sábado, ou um futebol com os amigos no domingo. O beach tênis, aliás, já há alguns anos foi eleito o preferido entre as práticas de fim de semana, reunindo públicos de todas as idades. Especialistas alertam, no entanto, que toda prática de atividade física deve ser realizada com atenção, especialmente quando de maneira esporádica e sem acompanhamento profissional.

No caso do beach tênis, por exemplo, que é uma mistura do tênis tradicional, vôlei de praia e badminton, em quadra de areia, embora possa parecer uma atividade inofensiva, a prática pode ter consequências sérias para a saúde, causando lesões especialmente nos tornozelos e joelhos.

De acordo com o médico ortopedista Dr. Antonio Masseo de Castro, no caso do beach tênis, a superfície irregular da areia aumenta o risco de lesões articulares. "A prática do esporte exige movimentos muito bruscos e intensos, e muitas vezes o pé fica preso na areia, o que pode causar sobrecarga e desgaste nas articulações e aumentar o risco de entorses e lesões musculares", explica.

Para evitar esses riscos, é recomendada uma avaliação prévia para a prática do esporte, além do trabalho de fortalecimento por meio da musculação. Imediatamente antes da prática do beach tênis, deve-se investir em exercícios de aquecimento.

Para os praticantes de beach tênis, a prevenção de lesões e a manutenção da saúde dos ossos devem ser prioridades. Para qualquer desconforto ou dor durante a prática, é indicado interromper a atividade e procurar um médico imediatamente.

O beach tênis pode ser uma opção divertida e saudável para quem busca uma atividade física, mas é importante estar ciente dos riscos e dos cuidados necessários para evitar problemas.

O mesmo acontece com as demais modalidades. Seja o futebol, a corrida, escalada, vôlei ou qualquer outra atividade que se queira realizar aos finais de semana, incluir na rotina exercícios de fortalecimento da musculatura que será utilizada é uma excelente maneira de prevenir lesões, além de melhorar a performance.

“O exercício funcional é desenvolvido de acordo com a necessidade individual. O ideal é que o exercício esteja associado à prática que vem sendo realizada e isso serve, inclusive, para alguém que queira apenas realizar as suas atividades cotidianas, como ir à feira no domingo, agachar para pegar algo no forno, enfim, as simples tarefas do dia a dia”, explica o Dr. Antonio.

Com as medidas de segurança adequadas, é possível desfrutar dos benefícios do esporte sem comprometer a saúde. A prevenção é a melhor forma de evitar problemas de saúde. Manter a saúde dos ossos é essencial para a qualidade de vida, longevidade e manutenção do movimento do corpo.




Dr. Antonio Masseo de Castro - Médico ortopedista e traumatologista, especialista em cirurgia do joelho pela Escola Paulista de Medicina, é coordenador da Casa Muoversi. Membro Sócio Efetivo Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho, SBCJ, da ISAKOS International Society of Arthroscopy, Knee Surgery and Sports Medicine, da SLARD Sociedade Latinoamericana de Artroscopia, Rodilla y Deporto e da AAOS American Academy of Orthopaedic Surgeons, foi médico do esporte no Esporte Clube Pinheiros (1985 a 1988), das equipes de voleibol feminino Transbrasil, Sadia e Seleção Brasileira (1986 a 1990), plantonista de pronto-socorro no Hospital Albert Einstein (1992 e 2004), coordenador do pronto-socorro de Ortopedia e membro do Comitê Gestor do Pronto-Socorro Geral no Hospital Albert Einstein (1998 e 2004), médico ortopedista do time profissional do São Paulo Futebol Clube (1995 a 2000), médico do esporte e coordenador do Módulo de Ortopedia do Curso de Medicina Esportiva no Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da Escola Paulista de Medicina (1995 a 2011).


Dia Mundial da Neurofibromatose: diagnóstico dessa doença rara pode demorar em média 8 anos

Paciente passou por mais de 40 médicos até detecção correta

 

Entre as estimadas 6 a 8 mil tipos de doenças raras, a neurofibromatose é uma condição genética sem cura que, normalmente, afeta a pele e o sistema neurológico[1]. Dentre os três tipos dessa doença, a NF1 é a mais comum e acomete 1 em cada 3 a 4 mil pessoas no mundo[2]. O Dia Mundial da Neurofibromatose, que acontece em 17 de maio, busca conscientizar a população sobre a doença e dar visibilidade para a jornada desses pacientes, que é desafiadora desde a detecção da condição e demora em média 8 anos até ser diagnosticada corretamente[3],2,[4]. 

Erediana Bianca Alves Duarte, mãe do Leonardo Alves Duarte, de 8 anos, conta que no início da primeira infância de seu filho, chegou a passar por mais de 40 médicos e três diagnósticos diferentes até a descoberta da NF1: “Nunca tinha ouvido falar e não tinha ninguém na minha família com a patologia. O Leo nasceu com dificuldade respiratória e uma deformidade no braço – um dos sinais característicos da neurofibromatose – a displasia óssea. Outro sinal clássico da doença eram muitas manchas café com leite. Se há 8 anos eu abrisse a internet e encontrasse informações, a nossa jornada teria sido muito diferente. Hoje, conheço mais de 1000 pessoas com neurofibromatose e cada uma tem sintomas diferentes, que traz a necessidade de uma assistência individualizada: conheço casos de pessoas que têm tumores maiores do que o Leo e nunca passaram por nenhuma cirurgia. O Leo já passou por 28 cirurgias.”. A condição é frequentemente herdada de um dos pais, mas em 30 a 50% dos casos, há uma mutação espontânea do gene NF13,[5], que é o caso do Leonardo. 

Os primeiros sintomas da doença geralmente aparecem na infância, como as manchas café com leite. A médica Viviane Sonáglio, oncopediatra que diagnosticou Leonardo com NF1, conta que “a detecção da neurofibromatose tipo 1 é feita por meio de avaliação clínica e teste genético. A identificação da presença de alguns sinais contribui para o diagnóstico correto, como: as manchas café com leite, as sardas inguinais e axilares, as pequenas manchas na íris dos olhos, chamadas de nódulos de Lisch e os neurofibromas plexiformes, que podem dar origem a tumores de grandes proporções responsáveis por dor e comprometimento funcional. Quanto mais cedo a realização do diagnóstico, mais precoce a abordagem, melhor a compreensão da síndrome e do controle dos sintomas secundários, como a presença dos neurofibromas, que podem gerar complicações para o paciente.” 

Esses tumores benignos, chamados neurofibromas plexiformes (NPs), crescem desordenadamente em qualquer parte do sistema nervoso, como cérebro, medula espinhal e nervos2,[6],[7] e podem trazer complicações e sintomas como dor, dificuldade respiratória, dificuldade de locomoção, na digestão e no sistema urinário6,[8],[9], por provocarem pressão sobre diferentes órgãos. O tratamento para a condição deve ser avaliado pelo médico que pode envolver manejo dos sintomas e da dor, cirurgia, radioterapia e/ou medicamento que inibam o crescimento dos neurofibromas. 

“Datas como o Dia Mundial da Neurofibromatose promovem conscientização para a população sobre as doenças raras. Transformar a vida das pessoas afetadas por condições como a NF1 é um de nossos propósitos na AstraZeneca. Ao compreender as necessidades únicas desses pacientes, que devem ser tratados de maneira multidisciplinar, é possível pesquisar e desenvolver novas soluções para, consequentemente, melhorar a qualidade de vida dessas pessoas e famílias”, declara dra. Marina Belhaus, diretora médica da AstraZeneca Brasil. 

A depender dos sintomas, outras especialidades além da pediatria podem realizar o diagnóstico da neurofibromatose, como a dermatologia ou neurologia. O Dia Mundial da Neurofibromatose proporciona visibilidade para a importância da antecipação diagnóstica da condição, da visibilidade dos desafios da jornada do paciente e de novas possibilidades de tratamento.

 

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[1] Sociedade Brasileira de Dermatologia. Neurofibromatose. Disponível em: https://www.sbd.org.br/doencas/neurofibromatose/. Acesso em: Maio de 2023.
[2] Boston Children’s Hospital. Neurofibromatosis Symptoms & Causes. Disponível em: https://www.childrenshospital.org/conditions/neurofibromatosis Acesso em: Maio de 2023.
[3] NIH National Institute of Neurological Disorders and Stroke. Neurofi bromatosis Fact Sheet. Disponível em: https://www.ninds.nih.gov/Disorders/Patient-Caregiver-Education/
Fact-Sheets/Neurofibromatosis-Fact-Sheet. Acesso em: Maio de 2023.
[4] Johnson KJ, et al. Development of an international internet-based neurofi bromatosis Type 1 patient registry. Contemp Clin Trials. 2013;34(2):305-11.
[5] NHS Choices. Neurofibromatosis Type 1. Disponível em: https://www.nhs.uk/conditions/neurofibromatosis-type-1/.Acesso em: Maio de 2023.
[6] Mayo Clinic. Neurofibromatosis. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/neurofibromatosis/symptoms-causes/syc-20350490. Acesso em: Maio de 2023.
[7] Jett K. et al. Clinical and genetic aspects of neurofibromatosis 1. Genet Med. 2010;12(1):1-11.
[8] Wolters P. Prospective Patient-Reported Outcomes (PROs) Document Clinical Benefi t in Children with Neurofi bromatosis Type 1 (NF1) and Inoperable Plexiform Neurofibromas (PNs) on SPRINT: a Phase II Trial of the MEK 1/2 Inhibitor Selumetinib (AZD6244, ARRY-142866). Presented at the 2018 Joint Global Neurofi bromatosis Conference, Paris. Presented Saturday 3 November 2018.
[9] Wolf D, et al. Frequency of Gastrointestinal Problems in Neurofi bromatosis Type 1: The Johns Hopkins Experience (P07.105). Neurology. 2012;78(1):7-105.


Doação de leite humano deve ser mais estimulada

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Semana Nacional e Dia Mundial visam conscientizar sobre a importância de doar o alimento e estimular o aleitamento materno

 

“O leite humano é considerado um alimento completo para bebês até os seis meses de vida, que não precisam sequer de água neste período”. 

Com o slogan ‘Um pequeno gesto pode alimentar um grande sonho: doe leite materno!’, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) celebram o Dia Mundial de Doação do Leite Humano, em 19 de maio. Na mesma data, o Brasil também realiza a Semana Nacional de Doação do Leite Humano. Ambas as iniciativas têm como objetivo sensibilizar a sociedade para a importância da doação e estimular o aleitamento materno. 

Segundo dados da OMS, o leite humano é capaz de reduzir até 13% de mortes evitáveis em crianças menores de cinco anos de idade, protege contra diarreias, infecções respiratórias e alergias, e reduz o risco de desenvolvimento de hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta. “O leite humano é considerado um alimento completo para bebês até seis meses de vida, que não precisam sequer de água neste período”, afirma a nutricionista Adrianne Machado, do Departamento de Ciências e Pesquisas da Yakult do Brasil. 

O alimento contém carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas, minerais, imunoglobulina A (principal anticorpo que fornece proteção contra infecções nas mucosas), enzimas (proteínas que têm como função regular as reações metabólicas que acontecem nas células) e interferon (proteínas com função imunorreguladora), além de fatores moduladores de crescimento. Os ácidos graxos são o macronutriente mais variável no leite humano e têm um papel reconhecidamente importante no desenvolvimento físico e cognitivo da criança. 

No estudo ‘Os ácidos graxos do leite materno e sua importância no desenvolvimento da linguagem em crianças prematuras’, publicado em 2013 no Journal of Human Growth and Development, pesquisadores investigaram a relação entre o aleitamento materno de prematuros com a cognição e o desenvolvimento motor e da linguagem. Os resultados mostraram que o leite humano, a partir da primeira semana pós-parto, apresentou proporção elevada de ácidos linoleico: alfa-linolênico, que foi positivamente associada com medidas de linguagem receptiva. 

A amamentação também é um fator de fundamental importância para a colonização microbiana no intestino humano logo após o nascimento. No estudo ‘Key bacterial taxa and metabolic pathways affecting gut short-chain fatty acid profiles in early life’, pesquisadores do Instituto Central Yakult, em Tóquio, mostraram que a microbiota intestinal inicial tem perfis distintos dos adultos, e sua diversidade em composição e função aumenta ao longo dos primeiros anos de vida. “Os autores destacaram, ainda, que a amamentação tem sido associada ao desenvolvimento de uma microbiota com domínio de Bifidobacterium, que favorece a diminuição do pH intestinal e impede a multiplicação de microrganismos patogênicos, contribuindo para menor incidência de diarreia”, sinaliza a nutricionista da Yakult. 

Para avaliar se a duração da amamentação estava associada ao quociente de inteligência (QI), anos de escolaridade e renda, pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, desenvolveram o estudo ‘Association between breastfeeding and intelligence, educational attainment, and income at 30 years of age: a prospective birth cohort study from Brazil’. Lançado em 1982, o estudo registrou informações sobre amamentação na primeira infância de 3,5 mil recém-nascidos. Quando completaram 30 anos, os pesquisadores avaliaram o QI, a escolaridade e a renda dos participantes e concluíram que a amamentação estava associada a um melhor desempenho em testes de inteligência três décadas depois do nascimento, aumentando a escolaridade e a renda na idade adulta.

 

Bancos de leite

O Brasil lidera a Rede Global de Bancos de Leite Humano (rBLH), composta por 24 países da América Latina, Europa e África. Além disso, mantém a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, uma iniciativa do Ministério da Saúde por meio do Instituto Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz). A ação envolve coleta, processamento e distribuição do leite para bebês prematuros ou de baixo peso que não podem ser alimentados pelas próprias mães, e também apoio e orientações para estimular o aleitamento.

O Brasil tem a maior e mais complexa rede de bancos de leite humano do mundo, com distribuição de aproximadamente 160 mil litros anualmente para recém-nascidos de baixo peso internados em unidades neonatais. No total, são 228 bancos de leite humano distribuídos por todos os estados brasileiros, e 240 postos de coleta. Outras informações pelo https://portal.fiocruz.br/banco-de-leite-humano. 

 


Yakult
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Pesquisa revela que 4% dos casos de câncer no Brasil são cerebrais

Maio Cinza tem como intuito conscientizar a população sobre a prevenção da doença. Neurocirurgiã faz um alerta sobre prevenção, sintomas e tratamentos


Neste mês de maio as atenções estão voltadas para a conscientização e combate do câncer cerebral. As ações do Maio Cinza têm como intuito explicar para a população sobre o câncer cerebral, considerado uma doença silenciosa. Vista como uma das doenças mais temidas pela população, o câncer cerebral se desenvolve no cérebro e pode afetar as inúmeras funções do corpo humano. 

 

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença representa cerca de 4% dos casos de câncer no Brasil, sendo mais comum em pessoas com idade acima de 50 anos e ocupando o 10º lugar na lista dos tumores que mais causam mortes no Brasil. 

 

De acordo com a neurocirurgiã Danielle de Lara, que atua no Hospital Santa Isabel (Blumenau/SC), os sintomas mais comuns são dores de cabeça, vômitos, tonturas, convulsões, alterações de visão e de comportamento. “A  preocupação dos especialistas é que por ser considerada uma doença silenciosa, onde geralmente as pessoas entendem que os sintomas são fatores comuns e acabam não procurando ajuda médica. Ao descobrir, muitas vezes, o câncer está em estágio avançado”. 

 

O cérebro é o órgão que coordena todas as funções do corpo, como a fala, coordenação motora, memória, raciocínio e atenção. Danielle revela que quando esse órgão é acometido por um tumor, as células anormais passam a crescer de forma desordenada. 

 

A neurocirurgiã explica que o tumor cerebral pode ser tanto benigno, quanto maligno. “A diferença é que o primeiro desenvolve mais lentamente, podendo ser solucionado com uma neurocirurgia para remoção. Já os malignos, têm um crescimento acelerado e necessitam de tratamentos mais complexos”. 

 

“O tratamento do câncer cerebral é complexo e envolve diversas modalidades, como a neurocirurgia, radioterapia e quimioterapia. É importante alertar que o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento, por isso, é importante que as pessoas estejam atentas aos sinais e sintomas da doença”, informa. 

 

Danielle também faz um alerta sobre a prevenção da doença. “A precaução é fundamental para reduzir os casos de câncer cerebral. A adoção de hábitos saudáveis, como a prática de atividades físicas, alimentação equilibrada e o não fazer o uso de drogas ilícitas pode contribuir fortemente para a prevenção”. 

 

Danielle de Lara - Médica Neurocirurgiã em atividade na cidade de Blumenau (SC). Atua principalmente na área de cirurgia endoscópica endonasal e cirurgia de hipófise. Dois anos de Research Fellowship no departamento de "MinimallyInvasiveSkull Base Surgery" em "The Ohio StateUniversityMedicalCenter", Ohio, EUA. Graduada em Medicina pela Universidade Regional de Blumenau. Possui formação em Neurocirurgia pelo serviço de Cirurgia Neurológica do Hospital Santa Isabel.


Dismorfia facial é tão identificada quanto a corporal e é impulsionada por filtros nas redes sociais

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Exageros de procedimentos na face alertam sobre o transtorno; médico cirurgião plástico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) esclarece como identificar e auxiliar pacientes

 

O transtorno dismórfico é frequentemente identificado por cirurgiões plásticos de todo o Brasil no dia a dia dos atendimentos aos pacientes. A denominada “síndrome da feiura imaginária” ganhou holofotes nos últimos dias devido a declaração da atriz Megan Fox, de 37 anos, que reconheceu sua dismorfia corporal durante uma entrevista. A condição de Megan é recorrente e de acordo com o cirurgião plástico da face e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Yuri Moresco, ainda mais fácil de ocorrer no rosto após o início da utilização dos filtros digitais e o fácil acesso aos procedimentos estéticos não invasivos. “Se antes os pacientes chegavam no consultório com a folha da revista que constava uma atriz ou um ator famoso, atualmente eles chegam com uma foto completamente modificada de si mesmos. Até mesmo a assimetria, que é algo natural da face, tem incomodado”, diz.

O cirurgião explica que grande parte das pessoas de fato não se enxergam como são, já que a grande maioria das fotos de hoje são por celular, que distorcem a imagem, mas que isso, até certo ponto, é natural. Contudo, o dismorfismo ocorre quando a pessoa começa a buscar defeitos onde não existem ou se incomodar demais com características que acabam levando à baixa autoestima e até mesmo ao isolamento. “A face é a região mais exposta do corpo e a que causa mais impacto. Como médico, tento salientar que a beleza está nos aspectos naturais. A cirurgia plástica precisa ser um aprimoramento e não uma mudança exagerada”, argumenta Moresco.

Quando o transtorno dismórfico corporal (TDC) é identificado em consultório, o paciente é encaminhado para um acompanhamento psicológico. “Nesses casos eu acabo optando por não seguir com a cirurgia e solicito ao paciente que primeiro faça um acompanhamento psicológico. Isso porque o paciente com dismorfia dificilmente vai ficar satisfeito com o resultado cirúrgico porque nem ele mesmo sabe o que de fato está incomodando. Já tive casos de solicitação de transplante de face porque o paciente realmente queria ser uma outra pessoa completamente diferente”, revela o cirurgião.  

De acordo com os últimos dados sobre o assunto, o TDC atinge cerca de 4 milhões de brasileiros e aproximadamente 2% da população global. “Os filtros digitais, assim como o acesso aos procedimentos estéticos não invasivos, de menor complexidade, com toda certeza elevaram esse número nos últimos anos. Faz parte do papel do cirurgião plástico conscientizar sobre os parâmetros de perfeição que na verdade não existem”, finaliza Yuri Moresco.

 

Yuri Moresco - médico, cirurgião plástico com atuação em cirurgias estéticas faciais e cirurgias plásticas reparadoras em crianças. Com mais de 800 procedimentos cirúrgicos no histórico profissional, e requisitado por pacientes brasileiros e estrangeiros, é formado em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR, com Residência Médica de Cirurgia Geral no Hospital e Maternidade Angelina Caron (PR) e formação em Cirurgia Plástica no Hospital SOBRAPAR – Crânio e Face, em Campinas (SP), que é referência em cirurgias craniofaciais em pacientes adultos e infantis.

 

Você sabe o que é cefaleia? Conheça os tipos e formas de prevenção

Diagnóstico e tratamento específico são fundamentais para prevenir crises 


Poucos sabem, mas existem mais de 150 tipos de dores de cabeça. Elas podem ser classificadas como primárias ou secundárias, sendo a primeira classe o principal ou único sintoma, enquanto a segunda é um sintoma de uma enfermidade.

Dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia indicam que a dor de cabeça atinge 140 milhões de brasileiros. O número representa mais de 50% da população nacional, com base em informações da prévia do Censo Demográfico 2022.

A cefaleia pode ser motivada por vários fatores. “A mais comum é a tensional, associada ao estresse e insônia. Já a enxaqueca, conta com a predisposição genética, sendo crônica caso perdure por mais de uma vez por semana”, explica o médico Marco Serodio.

No Dia Nacional de Combate à Cefaleia, lembrado em 19 de maio, o médico e responsável técnico do Centro de Especialidades Timóteo, do Hospital Metropolitano Vale do Aço, Marco Serodio, também alerta para a cefaleia em salvas, termo ainda desconhecido de boa parte da população.

“Diferente da enxaqueca, a cefaleia em salvas atinge, em sua maioria, homens. Com dores fortes e crises diárias, é importante buscar ajuda médica para realizar o diagnóstico e tratamento rapidamente, a fim de prevenir novas crises e amenizar as dores”, orienta o profissional.



Tipos e formas de prevenção


· Cefaleia tensional: considerada a mais comum, a cefaleia tensional pode ter um único episódio ou ser crônica. Causa dor em aperto ou pressão, nos dois lados da cabeça, com intensidade leve à moderada. A dor é o único sintoma, desencadeado por estresse, insônia, jejum ou doenças, como meningite.

Prevenção: evite o estresse com exercícios de relaxamento. A prática de atividades físicas regulares, boa qualidade de sono e estabelecer limites saudáveis no trabalho e nas atividades diárias podem ajudar.



· Enxaqueca: diferente da cefaleia tensional, a enxaqueca tem causa genética e hereditária. A intensidade da dor é de moderada a forte, unilateral e latejante. Pode ser acompanhada de náuseas, enjoo e vômito, além de sensibilidade à luz, odores e barulhos.

Prevenção: identifique os gatilhos, tenha atenção aos alimentos, sono, estresse e outros fatores relacionados. Uma rotina saudável alinhada às técnicas de relaxamento também pode dar suporte.



· Cefaleia em salvas: geralmente a dor é muito forte, de um lado só na região da face, em volta e no fundo de um dos olhos. Obstrução nasal e coriza também podem se manifestar. As crises são diárias, ocorrem à noite e podem repetir-se por dias ou meses.

Prevenção: envolve medicação prescrita pelo médico. Identificar e evitar possíveis desencadeantes, como álcool e tabaco, também pode ser útil.


“Em caso de dores de cabeça frequentes ou que interfiram na qualidade de vida, é fundamental buscar avaliação médica adequada para obter um diagnóstico correto e um plano de tratamento específico”, alerta o médico.


Própolis melhora imunidade, reduz radicais livres e ameniza inflamação crônica em pessoas com HIV

A própolis é uma resina utilizada na entrada das colmeias pelas abelhas.
 Sua ação antimicrobiana é testada para diversos fins terapêuticos
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foto: Chandlervid85/Freepik)


 Artigo publicado na revista Biomedicine & Pharmacotherapy demonstrou os efeitos benéficos do consumo de 500 miligramas (mg) diários de própolis por pessoas que vivem com o vírus causador da Aids. Os autores identificaram que, diferentemente do grupo que recebeu placebo, aquele que recebeu própolis apresentou uma redução significativa na concentração plasmática de malondialdeído, um marcador de estresse oxidativo. Houve, nesse mesmo grupo, ligeiro aumento na capacidade antioxidante total, o que reflete o combate direto aos radicais livres.

“Apesar de as pessoas que vivem com o HIV apresentarem excelente expectativa de vida com as atuais terapias, um dos problemas ainda enfrentados é a questão do envelhecimento precoce – de aproximadamente dez a 20 anos, em comparação à população não infectada. Há uma deterioração da imunidade [imunossenescência] acelerada nessa população e o desenvolvimento precoce de comorbidades como diabetes, hipertensão e neoplasias”, aponta a bióloga Karen Ingrid Tasca, que desenvolveu seu pós-doutorado no Instituto de Biociências de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista (IBB-Unesp), com apoio da FAPESP.

Esse processo de envelhecimento precoce é decorrente da constante ativação do sistema imunológico e da inflamação crônica apresentadas por esses pacientes e, segundo Tasca, o estresse oxidativo “anda de mãos dadas” com essas duas vias, por isso é importante que seja controlado. “O estresse oxidativo causado pelo vírus e pelos próprios antirretrovirais possui grande impacto nesses pacientes. Na tentativa de reduzir esses processos patológicos e melhorar a qualidade de vida e a sobrevida, há necessidade de intervenções que minimizem esses efeitos. Entre os diversos produtos naturais existentes, a própolis, que é uma resina, possui esse potencial, pois apresenta propriedades antioxidante, antiviral e anti-inflamatória reconhecidas”, explica a pesquisadora.

Líder do grupo que publicou o artigo, o biólogo e professor José Maurício Sforcin estuda os efeitos da própolis há quase 30 anos no Instituto de Biociências de Botucatu. “Tenho investigado a ação imunomoduladora da própolis para ampliar o conhecimento sobre seus mecanismos de ação em células envolvidas na imunidade. Muitos trabalhos já foram realizados sobre as ações biológicas desse produto in vitro, em cultura de células, bem como in vivo, em modelos com animais de experimentação, principalmente camundongos. As pesquisas com ensaios clínicos precisam se expandir e revelar o potencial desse produto apícola para a saúde”, destaca Sforcin.

Apesar dos indícios de benefícios para a saúde, os estudos sobre própolis não abrangiam a população de infectados pelo HIV. “Havia achados in vitro que mostravam o potencial de inibição da carga de replicação do vírus por alguns componentes contidos na própolis. E também estudos em pessoas que apresentavam alguma condição crônica, como diabetes, então percebemos a urgência da nossa pesquisa, pois no momento em que delineamos nosso estudo não havia na literatura dados sobre os efeitos da própolis para esse grupo específico”, pondera Tasca.

Além da atenuação no estresse oxidativo, os pesquisadores já haviam demonstrado diminuição de parâmetros inflamatórios nesse mesmo grupo de pacientes. A publicação, também feita na Biomedicine & Pharmacotherapy, evidenciou o aumento na proliferação de linfócitos T CD4+, células que são consideradas alvo principal do vírus. Houve, ainda, maior expressão do fator de transcrição Foxp3, um marcador de células “T regulatórias” (outro tipo de linfócito), responsáveis por modular a inflamação.

“Os resultados indicam que a própolis pode ser uma alternativa para melhorar a resposta imune e reduzir a inflamação nos pacientes assintomáticos. A infecção pelo HIV induz intensa desregulação do sistema imunológico, gerando perda da função celular e inflamação crônica. As persistentes ativação imune e inflamação merecem atenção, pois são fatores potencialmente determinantes de morbidade e mortalidade não associadas à Aids, mesmo nos indivíduos sob tratamento e que apresentam supressão viral adequada”, diz uma das autoras do estudo, a biomédica Fernanda Lopes Conte, cujo doutorado na Faculdade de Medicina da Unesp, em Botucatu, foi realizado com apoio da FAPESP.

Para garantir a fidelidade dos dados obtidos, o grupo acompanhou a dieta e os hábitos de saúde dos 40 participantes (20 que receberam própolis e 20 que receberam placebo) durante os 90 dias da intervenção, para que possíveis mudanças comportamentais não influenciassem os resultados. Esse contexto foi estudado por Ana Claudia de Moura Moreira Alves com auxílio de uma Bolsa de Iniciação Científica. Nessa pesquisa, os autores observaram a ausência de eventos adversos no grupo que recebeu a própolis e o aumento nos níveis séricos de magnésio, um elemento que contribui com a homeostase do organismo. Durante o período, não houve mudanças no perfil nutricional, metabólico ou bioquímico dos participantes, após análises sucessivas de registro alimentar e bioimpedância.

Priorizando a saúde e segurança dos participantes, foram incluídos no estudo apenas aqueles que estavam sob terapia antirretroviral, apresentavam carga viral indetectável e contagem ideal de células imunológicas do tipo T CD4+. Agora, os pesquisadores destacam que novas pesquisas são necessárias para a adoção da própolis como intervenção efetiva também para pacientes com comorbidades ou falha terapêutica.

O artigo Propolis consumption by asymptomatic HIV-individuals: Better redox state? A prospective, randomized, double-blind, placebo-controlled trial pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0753332223004146.

  

Ricardo Muniz
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/propolis-melhora-imunidade-reduz-radicais-livres-e-ameniza-inflamacao-cronica-em-pessoas-com-hiv/41392/


Maio Verde: Glaucoma é a maior causa de cegueira irreversível do mundo

Cerca de 2,5 milhões de pessoas podem ter a doença no Brasil. A estimativa é da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG)

 

Maio Verde é o mês de combate e prevenção ao glaucoma, doença causada pelo aumento da pressão intraocular. De acordo com dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), cerca de 2,5 milhões de brasileiros com mais de 40 anos podem sofrer com a doença crônica. O problema na visão, causado é silencioso e pode levar à cegueira. 

A oftalmologista Nubia Vanessa, do CBV-Hospital de Olhos, alerta que a doença começa afetando o campo visual periférico da visão e pode levar alguns  anos para o paciente ter algum sintoma. “É um problema ocular irreversível, mas que tem controle com  tratamento, se descoberto logo no início. Por isso, é muito importante o acompanhamento com um especialista”, afirma.  

Segundo a médica, a doença é uma das principais causas de cegueira em pessoas com mais de 60 anos.  A especialista em glaucoma também ressalta alguns fatores de risco para a condição, que são: histórico familiar, pessoas acima de 40 anos, alta miopia, diabetes, algum tipo de trauma ocular e raça negra. 

A oftalmologista ressalta a importância de consultar um especialista para o diagnóstico na fase inicial. “É imprescindível visitar o oftalmologista anualmente para fazer os exames de rotina, e detectar casos suspeitos, casos iniciais para diagnóstico inicial e realizar os exames de controle. O tratamento e retornos são individuais e de acordo com a necessidade de cada caso. O glaucoma, quando  já está avançado, pode levar à cegueira irreversível”, frisa a médica do CBV-Hospital de Olhos. Ainda segundo ela, a doença pode ser tratada com colírios e em alguns casos é necessária uma intervenção cirúrgica para baixar a pressão ocular.

 

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