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quarta-feira, 17 de maio de 2023

Mês Mundial do Câncer de Ovário: sintomas pouco expressivos prejudicam o diagnóstico precoce

Especialistas da Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, falam sobre os principais exames e tratamentos para o câncer de ovário

 

O câncer de ovário é um dos tumores malignos mais delicados e de difícil diagnóstico. Isso eleva consideravelmente a sua taxa de mortalidade, já que a possibilidade de a identificação ser em estágio avançado é grande. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostram que o carcinoma de ovário ocupa o segundo lugar entre os tumores ginecológicos mais comuns e, apenas em 2022, estimou-se o surgimento de mais de 6,5 mil novos casos no Brasil.  A causa ainda é pouco conhecida, mas existem fatores de risco que podem influenciar, como idade (ele é mais frequente à medida que os anos passam); não ter tido filhos; histórico familiar de câncer de ovário e endometriose.

Para aumentar a conscientização sobre o tema, o Mês Mundial do Câncer de Ovário incentiva a troca de experiências e informações sobre os principais sintomas, tratamentos e formas de prevenção.


Principais sintomas e diagnóstico

De acordo com o dr. Luiz Henrique Araújo, diretor regional da Dasa Oncologia e oncologista do Hospital São Lucas Copacabana, que faz parte da Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, o câncer de ovário apresenta poucos sintomas expressivos em sua fase inicial. Já no estágio avançado, a paciente pode sentir desconforto, inchaço ou dor na região abdominal; sensação de barriga muito cheia mesmo depois de refeições leves; dor durante o ato sexual; sangramento vaginal anormal; vontade frequente de urinar; prisão de ventre; perda de apetite ou dificuldade para comer e perda ou ganho de peso sem motivo.

“Caso a paciente sinta um ou mais desses sintomas, é indicado que ela busque a orientação do seu ginecologista de confiança, que fará exames para avaliar sua saúde e, se necessário, a encaminhará para uma consulta com um oncologista”, explica o médico.

Raio X do tórax, tomografia computadorizada, ressonância magnética, exames hematológicos e avaliação da função renal e hepática podem ajudar no diagnóstico do tumor, além de exames mais específicos, como ultrassonografia pélvica.


Prevenção do câncer de ovário: cuidados no dia a dia e visitas ao ginecologista

Existem diversos tipos de tratamento para combater o câncer de ovário e a sua definição dependerá de fatores como o estágio do tumor e a saúde geral da paciente. Segundo o dr. Victor Araújo, oncologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), também pertencente a Dasa, a abordagem normalmente inclui a realização de sessões de quimioterapia associadas à cirurgia para a retirada do tumor.

“As terapias-alvo direcionadas para pacientes com mutações genéticas de predisposição ao câncer de ovário, como o BRCA1 e BRCA2, podem ser uma alternativa de tratamento, já que os medicamentos envolvidos são escolhidos especialmente para atuar nesses genes”, afirma o especialista.

Quando o assunto é prevenção, o médico aconselha que as visitas ao ginecologista devem ser realizadas desde a primeira menstruação e mantidas de forma periódica, principalmente quando qualquer alteração na saúde íntima for percebida – como mudanças no fluxo menstrual ou dores na região da pelve ou relacionadas com o ato sexual. O uso de pílulas anticoncepcionais também está associado à redução da chance de desenvolver câncer de ovário. A partir dos 40 anos, esse acompanhamento médico é ainda mais importante, já que mulheres com fatores de risco para o câncer de ovário podem começar a demonstrar sintomas nesse período.

“Manter bons hábitos ao longo da vida também é essencial para preservar o organismo e reduzir as chances de desenvolvimento de diversos tipos de câncer, incluindo de ovário. Por isso, opte por uma alimentação balanceada; mantenha-se ativa com exercícios, aulas de dança ou prática de esportes e controle o peso e o nível de gordura corporal”, orienta o dr. Victor.


Fertilidade e cirurgia preventiva no aparelho reprodutor

A possibilidade de ser mãe depois do diagnóstico de um câncer de ovário costuma ser uma das dúvidas das pacientes, e a resposta dependerá do tipo de tratamento escolhido para combater a doença. “Caso a paciente não tenha feito a retirada dos ovários e tratado o quadro com medicamentos e sessões de quimioterapia, é possível que exista a possibilidade de gravidez, mas cada caso dependerá da avaliação de um médico especialista. Porém, se os ovários tiverem sido removidos como parte do tratamento, a gravidez dificilmente vai ocorrer”, diz o dr. Luiz Henrique.

No caso de mulheres com mutações genéticas que podem aumentar as chances de ter câncer de ovário, uma opção de medida preventiva que pode ser conversada com o médico de confiança é a retirada dos ovários e das trompas de falópio – estrutura que conecta os ovários e o útero. Porém, essa decisão deve ser muito bem pensada pela paciente, principalmente quando ainda há o desejo pela maternidade.

 

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