Especialistas da Dasa, maior rede de saúde
integrada do Brasil, falam sobre os principais exames e tratamentos para o
câncer de ovário
O câncer de ovário é um dos tumores malignos mais delicados e de difícil
diagnóstico. Isso eleva consideravelmente a sua taxa de mortalidade, já que a
possibilidade de a identificação ser em estágio avançado é grande. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca)
mostram que o carcinoma de ovário ocupa o segundo lugar entre os tumores
ginecológicos mais comuns e, apenas em 2022, estimou-se o surgimento de mais de
6,5 mil novos casos no Brasil. A causa ainda é pouco conhecida, mas
existem fatores de risco que podem influenciar, como idade (ele é mais
frequente à medida que os anos passam); não ter tido filhos; histórico familiar
de câncer de ovário e endometriose.
Para aumentar a conscientização sobre o tema, o Mês Mundial do Câncer de
Ovário incentiva a troca de experiências e informações sobre os principais
sintomas, tratamentos e formas de prevenção.
Principais sintomas e diagnóstico
De acordo com o dr. Luiz Henrique Araújo, diretor regional da Dasa
Oncologia e oncologista do Hospital São Lucas Copacabana, que faz parte da
Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, o câncer de ovário apresenta
poucos sintomas expressivos em sua fase inicial. Já no estágio avançado, a
paciente pode sentir desconforto, inchaço ou dor na região abdominal; sensação
de barriga muito cheia mesmo depois de refeições leves; dor durante o ato
sexual; sangramento vaginal anormal; vontade frequente de urinar; prisão de
ventre; perda de apetite ou dificuldade para comer e perda ou ganho de peso sem
motivo.
“Caso a paciente sinta um ou mais desses sintomas, é indicado que ela
busque a orientação do seu ginecologista de confiança, que fará exames para
avaliar sua saúde e, se necessário, a encaminhará para uma consulta com um
oncologista”, explica o médico.
Raio X do tórax, tomografia computadorizada, ressonância magnética,
exames hematológicos e avaliação da função renal e hepática podem ajudar no
diagnóstico do tumor, além de exames mais específicos, como ultrassonografia
pélvica.
Prevenção do câncer de ovário: cuidados no dia a dia e visitas ao
ginecologista
Existem diversos tipos de tratamento para combater o câncer de ovário e
a sua definição dependerá de fatores como o estágio do tumor e a saúde geral da
paciente. Segundo o dr. Victor Araújo, oncologista do Complexo Hospitalar de
Niterói (CHN), também pertencente a Dasa, a abordagem normalmente inclui a
realização de sessões de quimioterapia associadas à cirurgia para a retirada do
tumor.
“As terapias-alvo direcionadas para pacientes com mutações genéticas de
predisposição ao câncer de ovário, como o BRCA1 e BRCA2, podem ser uma
alternativa de tratamento, já que os medicamentos envolvidos são escolhidos
especialmente para atuar nesses genes”, afirma o especialista.
Quando o assunto é prevenção, o médico aconselha que
as visitas ao ginecologista devem ser realizadas desde a primeira menstruação e
mantidas de forma periódica, principalmente quando qualquer alteração na saúde
íntima for percebida – como mudanças no fluxo menstrual ou dores na região da
pelve ou relacionadas com o ato sexual. O uso de pílulas anticoncepcionais
também está associado à redução da chance de desenvolver câncer de ovário. A
partir dos 40 anos, esse acompanhamento médico é ainda mais importante, já que
mulheres com fatores de risco para o câncer de ovário podem começar a
demonstrar sintomas nesse período.
“Manter bons hábitos ao longo da vida também é essencial para preservar
o organismo e reduzir as chances de desenvolvimento de diversos tipos de
câncer, incluindo de ovário. Por isso, opte por uma alimentação balanceada;
mantenha-se ativa com exercícios, aulas de dança ou prática de esportes e
controle o peso e o nível de gordura corporal”, orienta o dr. Victor.
Fertilidade e cirurgia preventiva no aparelho reprodutor
A possibilidade de ser mãe depois do diagnóstico de um câncer de ovário
costuma ser uma das dúvidas das pacientes, e a resposta dependerá do tipo de
tratamento escolhido para combater a doença. “Caso a paciente não tenha feito a
retirada dos ovários e tratado o quadro com medicamentos e sessões de
quimioterapia, é possível que exista a possibilidade de gravidez, mas cada caso
dependerá da avaliação de um médico especialista. Porém,
se os ovários tiverem sido removidos como parte do tratamento, a gravidez
dificilmente vai ocorrer”, diz o dr. Luiz Henrique.
No caso de mulheres com mutações genéticas que podem aumentar as chances
de ter câncer de ovário, uma opção de medida preventiva que pode ser conversada
com o médico de confiança é a retirada dos ovários e das trompas de falópio –
estrutura que conecta os ovários e o útero. Porém, essa decisão deve ser muito
bem pensada pela paciente, principalmente quando ainda há o desejo pela maternidade.
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