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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Ativando o futuro do local de trabalho


A suposição do espaço organizacional como simplesmente um ambiente físico está sob pressão há algum tempo, com a virtualização do trabalho tendendo muito antes da interrupção causada pela pandemia do Covid-19. No entanto, essa intercepção dramática forçou as organizações a repensar mais rapidamente como conectar e envolver os trabalhadores em ambientes virtuais e híbridos e a abraçar as possibilidades de um lugar sem fronteiras.

 

Infelizmente, parece que velhos hábitos são difíceis de quebrar, já que vimos alguns retrocessos devido a definições desatualizadas do que é trabalho e percepções sobre produtividade do trabalhador ou cultura organizacional que muitas empresas usam para pressionar a volta dos funcionários ao escritório.

 

Os líderes devem se concentrar na questão fundamental, que é o design e a prática da profissão em si, pois ele ditará a combinação do espaço físico e digital necessário para atender aos resultados de negócios. De acordo com a pesquisa Global Human Capital Trends 2023 da Deloitte, apenas 15% dos entrevistados citaram a maneira como o ambiente organizacional é projetado como um dos atributos mais importantes na criação do futuro local do trabalho.

 

O sentimento do profissional mudou e os funcionários estão defendendo modelos de local de trabalho que melhor atendam às suas necessidades e bem-estar. Muitos trabalhadores agora consideram a capacidade de trabalhar remotamente como um direito inalienável. De acordo com a pesquisa, 64% dizem que já consideram (ou considerariam) procurar um novo emprego se o empregador os quisesse de volta ao escritório em período integral.

 

A tecnologia também está avançando rapidamente como um componente essencial do design do local de trabalho. Isso vai além das ferramentas de colaboração e agora inclui uma vasta gama de tecnologias relacionadas ao serviço, sendo o exemplo mais proeminente o metaverso e a realidade ilimitada.

 

À medida que as organizações reinventam o espaço organizacional em um mundo pós-pandêmico, o resultado não é um local único ou uma solução de tamanho único, mas uma variedade de recursos e espaços que oferecem suporte a diferentes maneiras de realizar o trabalho.


 

A lacuna de prontidão

 

A pesquisa da Deloitte apontou também que a grande maioria dos líderes empresariais (87%) acredita que desenvolver o modelo de local de trabalho certo é importante para o sucesso de sua organização. No entanto, apenas 24% sentem que sua empresa está pronta para lidar com essa tendência.

 

Apenas 6% das organizações pesquisadas estão satisfeitas com o status e dizem que não mudaram – e não mudarão – sua estratégia de local de trabalho. Enquanto isso, 78% estão tentando criar um ambiente organizacional futuro em que os trabalhadores possam prosperar redesenhando seus processos de negócios existentes ou reimaginando o próprio serviço.


 

Os novos fundamentos

 

À medida que as organizações projetam modelos de local de trabalho, elas devem começar concentrando-se nos resultados que buscam gerar (cultura, inovação, impacto social) e, em seguida, determinar onde esse valor é melhor criado. De acordo com os líderes que responderam à pesquisa Deloitte 2023 Global Human Capital Trends, o maior benefício que eles observaram de sua abordagem de ambiente organizacional do futuro é o aumento do engajamento e bem-estar do trabalhador, enquanto a cultura é a maior barreira.

 

As organizações devem fazer o possível para alinhar (ou pelo menos equilibrar) suas necessidades e desejos com as obrigações e vontades de toda a força de trabalho. As empresas agora têm a oportunidade de experimentar com ousadia seu modelo de local de serviço, equilibrando os resultados com as preferências do trabalhador, para liberar o novo valor que procuram criar.


 

Olhando para frente

 

O espaço organizacional deve se tornar um insumo para o próprio serviço, focado nos resultados ou valor alinhado com a estratégia de negócios. Além disso, uma abordagem estratégica do local de trabalho também pode criar benefícios ESG. À medida que mais empresas e consumidores percebem a importância do desempenho ambiental, social e de governança (ESG), temos uma ideia melhor de como essa tendência moldará o ambiente organizacional.

 

Os fatores ESG têm um efeito considerável no local de trabalho. O impulso para práticas mais ecológicas reduz o desperdício no trabalho. Políticas mais socialmente conscientes promovem um ambiente de trabalho mais saudável e a governança empresarial aprimorada oferece transparência e mais diversidade.

 

Por meio do design do ambiente organizacional, as empresas têm a oportunidade de melhorar sua marca, atrair talentos e elevar os resultados. E tudo começa com uma pergunta-chave: “Como podemos projetar o local de trabalho para melhor apoiar o desenvolvimento dos colaboradores em si?”

 

Assim como em outras tendências do relatório deste ano, as necessidades do trabalho e as preferências dos trabalhadores continuarão mudando, exigindo que as organizações continuem experimentando, ouvindo e evoluindo.

 

Marcelo Carreira - vice-presidente Go-To-Market América Latina da Access


“Como o ChatGPT enxerga a inovação no mercado de seguros?”

 

Muito se fala hoje da inovação no mercado de seguros e da crescente digitalização de processos e serviços. Como amante da tecnologia e pesquisador frequente de assuntos relativos ao nosso setor, não resisti e utilizei o ChatGPT – ferramenta que utiliza a inteligência artificial para criação de textos e conteúdos – e fiz a seguinte pergunta: “Quais são os tópicos mais em alta sobre tecnologia no mercado de seguros hoje?”

 

Rapidamente o robô fez um levantamento dos tópicos mais populares e trouxe seis assuntos principais. O primeiro deles não me surpreendeu, já que foi sobre Insurtechs e a integração da tecnologia na indústria de seguros para agilizar processos, melhorar a experiência do cliente e oferecer novos produtos e serviços.

 

O segundo assunto foi um pouco além: Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning. O ChatGPT justificou a escolha dizendo que esse tópico aborda como essas tecnologias estão sendo usadas para automatizar a subscrição, o gerenciamento de sinistros e a detecção de fraudes.

 

Já os outros quatro seguiram a mesma linha do primeiro, ou seja, são novidades porque realmente estão muito em debate atualmente. O terceiro foi Blockchain e o uso dessa tecnologia para melhorar a segurança, transparência e eficiência dos dados no setor de seguros. Telemática apareceu em quarto lugar e o ChatGPT justificou lembrando sua importância para coletar dados sobre hábitos de direção e fornecer produtos de seguro baseados no uso. 

Em quinto lugar apareceu Transformação Digital: a mudança para uma experiência de seguro totalmente digital, incluindo compra e serviço de apólice online, bem como o uso de aplicativos móveis. O conteúdo citava ainda que a adoção de tecnologia melhora a eficiência, a experiência do cliente e a inovação. A IA inclui também a implementação de plataformas online e móveis para aquisição de apólices, atendimento e sinistros. 

Por fim, a ferramenta citou segurança cibernética, lembrando da necessidade de medidas robustas de segurança cibernética para proteger dados confidenciais e prevenir ataques cibernéticos no setor de seguros. Segundo o ChatGPT, esse tópico é uma grande preocupação para o setor de seguros, pois as informações confidenciais de clientes e empresas correm o risco de serem roubadas ou comprometidas. 

Aqui, segue uma análise da própria máquina, na integra: “Com o uso crescente de tecnologia no setor, as seguradoras devem tomar medidas para proteger seus sistemas e se proteger contra ataques cibernéticos. Isso inclui a implementação de senhas fortes, atualização regular de software e sistemas e treinamento de funcionários sobre as melhores práticas de segurança cibernética”. 

Concordo 100% com o levantamento que o ChatGPT fez e acredito que esses tópicos continuarão em alta não apenas em 2023, mas nos próximos anos também, mudando apenas a aplicação de algumas novidades a partir dessas novas tecnologias. 

Vale lembrar que todas essas tecnologias já estão sendo usadas atualmente por empresas do mercado de seguros. Nenhuma é absoluta novidade, porém ainda há um vasto campo para ser explorado em cada uma delas, especialmente quando falamos de IA, Machine Learning, Blockchain e Telemática. As aplicações dessas tecnologias neste mercado irão, certamente, evoluir e ser cada vez mais utilizadas para melhorar os produtos, segurança, experiência do cliente, precificação e por aí vai. 

 

Michel Rozenberg - Pre Sales Manager Latam da eBaoTech

 

Inscrições do Prouni e FIES se aproximam

Estudantes devem ficar atento aos prazos e condições para obter bolsas parciais, integrais e financiamento estudantil


 

Os estudantes que pretendem cursar uma graduação superior, que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e têm dificuldades para custear as mensalidades nas universidades privadas devem ficar atentos aos prazos de inscrição do Prouni e FIES.

 

As inscrições do Prouni acontecem de 28 de fevereiro até 3 de março de 2023. O Programa Universidade para Todos concede bolsas de estudo integrais (100%) e parciais (50%) em cursos de graduação e sequenciais de formação específica para alunos sem diploma de nível superior. Ao concluir a formação, o educando não deve nada ao governo e nem à instituição de ensino.

 

Já o FIES terá as inscrições abertas de 7 a 10 de março de 2023. O Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior não concede bolsas de estudo, mas atua como um empréstimo do Governo Federal. Ao concluir a formação, o beneficiário terá que devolver o valor investido de maneira parcelada, sem juros e começará a pagar as prestações respeitando o seu limite de renda.


 

Apoio fundamental


“É inquestionável a importância da educação no desenvolvimento de um país. Sabemos que muitos estudantes não têm acesso ao ensino superior, principalmente em função das condições socioeconômicas. Por isso, esses programas do governo podem proporcionar uma ótima oportunidade de acesso à graduação”, explica a diretora de Gestão Acadêmica do Centro Universitário Integrado, Luciana Pontes.

 

Foi o que aconteceu com a estudante do Noroeste do Paraná, Joana Vilas Bôas, acadêmica do quinto período de Medicina no Centro Universitário Integrado. “Medicina sempre foi um sonho para mim, mesmo sendo distante da minha realidade. Tentei por três anos e consegui por meio do Prouni”.

 

Graças ao Programa Universidade para Todos, Joana está conseguindo realizar o desejo de estudar numa instituição que oferece ensino de qualidade e sem precisar se mudar para outra cidade.


 

Bolsas, vagas e inscrições


Atento a esses benefícios governamentais, o Centro Universitário Integrado vai ofertar 126 bolsas de estudos via Prouni. Desse montante 50 são integrais (100%) e 76 são parciais (50%). Os subsídios valem para 11 cursos presenciais – incluindo Direito e Medicina - e mais 11 na metodologia de ensino EAD que podem ser feitos nos polos de Campo Mourão, Goioerê e Terra Boa (PR).

 

A instituição também possibilita ingresso pelo FIES. A quantidade de vagas e os cursos atendidos serão definidas pelo Governo Federal e divulgadas na abertura do processo seletivo.

 

As inscrições do Prouni devem ser feitas exclusivamente pelo site https://acessounico.mec.gov.br/prouni e as do FIES somente no https://acessounico.mec.gov.br/fies/

 


Requisitos para o Prouni


Para se inscrever é preciso ter realizado pelo menos uma das duas últimas edições do ENEM, realizada antes do processo seletivo, e ter alcançado, no mínimo, 450 pontos de média nas notas das cinco provas do exame. Além disso, o estudante não pode ter tirado zero na prova de redação e nem ter participado do exame na condição de treineiro.


 

Quem pode participar do Prouni


O candidato pré-selecionado deve comprovar renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até 1,5 salário mínimo para obter a bolsa integral que cobre a totalidade do valor da mensalidade do curso. Já para a bolsa parcial, que cobre (50%) do valor da mensalidade, a renda mensal per capita exigida é de até 3 salários mínimos.

 

Para participar do Prouni é preciso atender a pelo menos uma das seguintes condições:

 

tenha cursado:


-o ensino médio integralmente em escola da rede pública;

-o ensino médio integralmente em instituição privada, na condição de bolsista integral da respectiva instituição;

-o ensino médio parcialmente em escola da rede pública e parcialmente em instituição privada, na condição de bolsista integral da respectiva instituição;

-o ensino médio parcialmente em escola da rede pública e parcialmente em instituição privada, na condição de bolsista parcial da respectiva instituição ou sem a condição de bolsista; e

-o ensino médio integralmente em instituição privada, na condição de bolsista parcial da respectiva instituição ou sem a condição de bolsista;

-seja pessoa com deficiência, na forma prevista na legislação; e

-seja professor da rede pública de ensino, exclusivamente para os cursos de licenciatura e pedagogia, destinados à formação do magistério da educação básica. Neste caso não é aplicado o limite de renda exigido aos demais candidatos

 


Requisitos para o FIES


Poderá se inscrever o candidato que tenha participado do ENEM a partir de 2010, tenha obtido média igual ou superior a 450 pontos e nota maior do que zero na redação.

 

Também é necessário possuir renda familiar mensal bruta, por pessoa, de até 3 salários mínimos e não ter financiamento do FIES ativo.

 


Quem pode participar do FIES


Os interessados devem ir ao Portal Único de Acesso ao Ensino Superior, vincular uma conta GOV.BR e preencher as informações.

 

Depois é preciso acompanhar o processo seletivo e ficar de olho na data em que sairá a aprovação de chamada única. Após o resultado, verifique as datas de complementação de inscrição para chamada única e lista de espera no site oficial do Ministério da Educação.

 

Caso Americanas: culpadas não são as metas ambiciosas

Nos últimos dias, foi descoberto um dos maiores casos de “rombo contábil” envolvendo uma grande empresa brasileira, o caso da Americanas. Após a corporação anunciar que encontrou inconsistências contábeis no valor de R$ 20 bilhões, o que causou uma grande repercussão e uma queda de mais de R$ 8 bilhões no valor de mercado da companhia. Depois de alguns dias, a empresa informou que sua dívida é na verdade de cerca de R$ 43 bilhões e que possui 16.300 credores, fato esse que a fez entrar com um processo de recuperação judicial.

A partir do momento em que o caso foi revelado, até agora, tenta-se encontrar um motivo pelo qual essas inconsistências tenham ocorrido. Desde o desvio de verbas, a má administração de dívidas ou a falha humana. No entanto, um dos motivos levantados que mais me chamou a atenção foi a de atribuir o problema à implementação por parte da empresa de metas muito ambiciosas, com o que eu não posso concordar. Até porque, não podemos tirar a responsabilidade pessoal - individual - pelas atitudes tomadas pelos administradores.

Sendo as metas ambiciosas, o plano para alcançá-las deveria conter os detalhamentos para isso: o que fazer; como fazer; quem envolver; - como mobilizar os recursos necessários, como contornar possíveis problemas; como alterar a rota diante de problemas externos, como tivemos recentemente a pandemia da Covid. Se  você define a meta como “vender” para os seus colaboradores, a única coisa que buscarão fazer é “vender”, independente da forma. É como dizia o físico e consultor de administração israelita, Eliyahu M. Goldratt, “diga-me como me medes que direi como me comporto”. Por isso, acredito que grandes corporações como a Americanas, não criam metas apenas por criá-las. Certamente determinam um objetivo e traçam um roteiro.

Tenho bastante experiência em sistemas de metas, de gestão e execução da estratégia, incluindo a ferramenta  de gestão por OKRs - Objectives and Keys Results, Objetivos e Resultados Chaves - que, dentre suas premissas traz uma clara recomendação de que não seja usada apenas uma única métrica como indicador de sucesso, deve-se usar pelo menos duas. Falando de maneira ampla, além da meta objetiva - o resultado de negócio - pode, ou melhor, deve se criar junto uma meta mais qualitativa e subjetiva - o "como" atingir aquela meta, se vivemos os valores da empresa, respeitamos sua cultura, atuamos em parceria com o colega do lado etc. Juntas, essas metas, a mais objetiva e a subjetiva, se contrabalanceiam. Além dessas duas metas, incluo outro ingrediente fundamental: a ambição.

Quando se define metas em uma empresa, mesmo que sejam ambiciosas, é importante que todos os que fazem parte do processo para que ela seja concluída, estejam, se possível,  no momento da elaboração e, principalmente, saibam o porquê de cada processo, para que não seja a meta pela meta. No caso das Americanas, podemos apontar que o sistema de metas pode estar falho, ou no mínimo a execução do seu processo, mas não que isso seja o fator pelo qual levou a este problema.

E por isso que, ainda é cedo para encontrar um culpado único, mas sim, uma somatória de erros, porém, jogar a responsabilidade única e exclusivamente na definição de metas ambiciosas, desvia o foco da conversa que está na atitude das pessoas envolvidas neste processo. O que seria um erro.

 

Pedro Signorelli - um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKR. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas. http://www.gestaopragmatica.com.br/


Impostômetro: em menos de dois meses arrecadação chega aos R$ 500 bi

Este é o montante que entrou nos caixas dos governos federal, estaduais e municipais desde o início do ano segundo o painel da ACSP


O Impostômetro, ferramenta da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) que estima a arrecadação de impostos, taxas e contribuições nas esferas federal, estadual e municipal, chega aos R$ 500 bilhões nesta quinta-feira, 23/02.

Este ano, o montante foi registrado com quatro dias de antecedência na comparação com 2022, o que mostra que a arrecadação acelerou seu ritmo.

De acordo com Marcel Solimeo, economista da ACSP, houve crescimento na arrecadação em razão do aumento nos preços e inflação acumulada para o período.

“A alta de impostos que tivemos aconteceu pelo aumento da inflação, que incide diretamente nos preços dos produtos e eleva a arrecadação”, explica Solimeo.

Vale lembrar que o arranjo tributário brasileiro é voltado para onerar o consumo, o que causa distorções sociais pois a tributação sobre o consumo acaba comprometendo um percentual maior da renda dos pobres.

A tributação sobre o consumo envolve o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte e Comunicação (ICMS), o Imposto Sobre Serviços (ISS), a contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins). 

 

Redação DC
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/impostometro-em-menos-de-dois-meses-arrecadacao-chega-aos-r-500-bi


Em um ano com muitos feriados, jovens devem se organizar para estudar

 

Professora do Colégio Sigma dá dicas de como manter o ritmo com a quebra na rotina de estudos


 

O ano de 2023 chegou e trouxe com ele nove feriados nacionais, sendo que quatro deles poderão ser prolongados por caírem,  em sua maioria, na sexta ou na segunda-feira. Com isso, os estudantes precisam se organizar para manter o ritmo dos estudos e ainda aproveitar a folga dos feriados.

 

Juliana Gaspar, coordenadora do Avante – curso preparatório do Colégio Sigma – e professora de Química, afirma que esse é o momento dos jovens criarem estratégias de estudos, ter foco e disciplina para evitar acumular conteúdo. “Tudo é uma questão de equilíbrio! O aluno precisa saber o que funciona melhor dentro da sua rotina e se organizar para estudar e descansar”, comenta. 

 

Na escola, a equipe pedagógica realiza um trabalho em conjunto com os estudantes, principalmente com os que estão se preparando para o Enem e para a última etapa do PAS/UnB. “Nós temos a Secretaria de Cursos, que oferece todo apoio ao vestibulando, que os auxilia no cálculo de notas e na construção de um planejamento para o ano”, afirma Gaspar. “Nós conversamos muito com esse jovem e identificamos quais são os seus interesses. Se for, por exemplo, uma carreira que possui alta demanda, indicamos mais intensidade nos estudos e o ajudamos a se organizar, mas sempre prezando pelo bem-estar físico e mental”.

 

Algumas dicas podem parecer clichês, mas elas são essenciais para garantir resultados mais positivos. "Prestar atenção às aulas e dedicar algumas horas de estudo em casa, investindo um pouco mais de tempo nas matérias nas quais tem mais dificuldade, realmente fazem a diferença", comenta Juliana. "O estudante precisa aproveitar que a memória ainda está 'fresca', então a chance de conseguir fixar o conteúdo é maior", afirma.

 

Segundo Juliana, outra sugestão que os jovens podem levar em consideração é a realização de provas e exames de anos anteriores. “É uma forma de eles conhecerem e entenderem o estilo de avaliação e ainda aprenderem a controlar o tempo de resolução das questões”, aponta. “Além disso, eles vão conseguir enxergar onde eles estão tendo mais dificuldade, para, ao longo do ano, ir ajustando e revisando os conteúdos”. 

  

A professora também afirma que os alunos devem aproveitar as oportunidades oferecidas pela escola. “Durante o ano são realizados aulões, mentorias, plantões especiais e outros. É nessa hora que o estudante deve procurar o professor para sanar dúvidas persistentes”. Além disso, é preciso manter uma constância nos estudos. “Claro que os feriados são bons para descansar, mas eles também podem usar esses dias ‘livres’ para revisar um conteúdo que tem mais dificuldade”, comenta. “Se o estudante tiver uma rotina  desde o início do ano, ao final não precisará revisar tantos conteúdos”, finaliza. 


 

Mudanças no mercado de trabalho com ChatGPT

Crédito: Envato
Áreas de suporte técnico e administrativas estão entre as mais ameaçadas pela tecnologia, alerta especialista


A ferramenta virtual ChatGPT, que opera com inteligência artificial, tem chamado a atenção. Capaz de realizar conversas extremamente realistas com os usuários, o programa utiliza algoritmos para analisar uma grande quantidade de dados disponíveis na internet e, a partir deles, gera respostas para as perguntas que lhe são feitas. Por ser capaz de compreender perguntas, comparar informações e sintetizá-las, produzindo respostas em linguagem humana e de maneira muito fluida, a nova ferramenta tem tirado o sono de profissionais de diferentes áreas.

“Não se pode desprezar que a novidade anuncia mudanças significativas no mundo do trabalho já no curto prazo. Isso vai ocorrer porque, com a capacidade de responder perguntas e realizar tarefas de maneira autônoma, muitas funções que atualmente são realizadas por humanos podem ser otimizadas ou completamente substituídas pela tecnologia. Desse modo, quanto menos especializado e mais repetitivo for o trabalho, maior a chance da atividade ser rapidamente extinta”, destaca o doutor em Administração e coordenador do programa de mestrado e doutorado em Administração da Universidade Positivo (UP), Luiz Gustavo Alves de Lara.

Algumas áreas de suporte técnico e tarefas administrativas estão entre as mais ameaçadas com a vinda da inteligência artificial com interface de uso simples e intuitiva como o ChatGPT. “No entanto, isso não para em tarefas rotineiras, pois profissionais de áreas como Marketing, Relações Públicas e Jornalismo devem estar cientes de que a tecnologia pode ser utilizada para gerar conteúdo mais facilmente e com mais velocidade, o que pode impactar na demanda por esses profissionais”, opina.

Além delas, a produção de conteúdo didático, como livros ou questionários de avaliação, deve ser atingida, diminuindo significativamente a demanda de atuação profissional e abrindo oportunidades para quem conseguir construir práticas a partir da tecnologia e levar o ensino e a aprendizagem a outro patamar de interação. “O ensino escolar e universitário deverá deixar, definitivamente, de ser operado na lógica de transmissão de conteúdo com avaliação para uma forma de aprender que é relacional e tem foco em utilizar o conteúdo disponível para criar soluções para demandas do nosso tempo, enfrentando melhor as contradições da sociedade, em especial na construção de um futuro efetivamente sustentável”, afirma de Lara.

A ferramenta já foi usada até mesmo na área do Direito. Na Colômbia, um juiz resolveu um caso sobre o direito à saúde de uma criança autista com a ajuda do ChatGPT, algo inédito no país. Sendo testado a todo o momento, grandes empresas de tecnologia fizeram uma série de perguntas ao ChatGPT e, com base nas respostas, chegaram à conclusão que a inteligência artificial poderia ser contratada como engenheiro nível três, com salário anual bruto de R$ 942.779,40.

No entanto, o professor ressalta que a inteligência humana ainda é insubstituível por ser capaz de ser criativa. “Devemos entender o ChatGPT e outras ferramentas que surgirão na sequência como expressões da eficiência da técnica, mas que, ao menos por enquanto, não substituem a capacidade de pensar criticamente, ter empatia e estabelecer uma relação com o outro”, explica.

E o uso de inteligência artificial deve seguir crescendo. "O Google planeja lançar uma nova ferramenta para enriquecer os recursos de pesquisa da plataforma. As mudanças devem ser disponibilizadas gradualmente, sendo semelhantes ao LaMDA, modelo já desenvolvido pelo Google", afirma o especialista.

 

Universidade Positivo
up.edu.br/

 

1 ano de guerra: "Não está descartada a utilização de armas nucleares táticas contra a Ucrânia", avalia especialista do CEUB

Luciano Munõz traça um panorama da guerra entre a Rússia e Ucrânia, avaliando os desdobramentos e principais impactos para a política internacional

 

Em 24 de fevereiro de 2022, o mundo se deparou com o início de uma guerra que perdura até hoje entre a Ucrânia e a Rússia. O pedido do governo ucraniano para ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), devido às movimentações russas ao longo de sua fronteira, transformou as ameaças por parte da Rússia em invasão ao território ucraniano, contra o atual presidente Volodymyr Zelenskyy. Luciano Muñoz, professor de Relações Internacionais do Centro Universitário de Brasília (CEUB), avalia os impactos e desdobramentos causados pela guerra em todo o mundo. Segundo ele, o atual cenário indica que o conflito deve escalar e se prolongar.

“A Rússia está preparando uma nova ofensiva na região do Donbas. É possível que ocorram novos ataques no norte da Ucrânia a partir de Belarus. Por sua vez, a Ucrânia está recebendo tanques da Alemanha e dos Estados Unidos para a contra-ofensiva. A Ucrânia almeja retomar todos os territórios ocupados”, afirma.

Sobre o pedido da Ucrânia para entrar na OTAN, considerado o estopim do conflito, Luciano explica que o país busca o princípio da segurança coletiva: se um membro da aliança for atacado, os demais devem vir em seu socorro. Motivo pelo qual a guerra em curso pode ser considerada uma “guerra por procuração”. A OTAN enfrenta a Rússia indiretamente a partir do auxílio em dinheiro e armamentos que envia à Ucrânia, sem os quais ela já teria sido derrotada. Até então, a Ucrânia recebe apenas equipamentos necessários à sua defesa e eventual recuperação dos territórios invadidos.

Já no âmbito da segurança internacional, o especialista acredita que a guerra minou a confiança construída entre o Ocidente e a Rússia desde o fim da Guerra Fria. Ele afirma, que desde a década de 1990, a OTAN tem expandido seu guarda-chuva de segurança em direção à Europa Oriental, incluindo antigos países da “cortina de ferro” e ex-repúblicas soviéticas. Em 2008, a Rússia invadiu a Geórgia como tentativa de recuperar sua antiga área de influência. “Em 2014, houve a anexação da Crimeia. Nos dois casos, o Ocidente efetuou uma política de apaziguamento, quase não reagindo ao avanço russo na suposição de aquele fosse o limite”, ressalta.

“A guerra pode ser um primeiro passo em direção ao estabelecimento de uma nova ordem mundial defendida por Rússia e China. Ambos os países defendem o fim da unipolaridade norte-americana na segurança internacional para que possam estabelecer suas próprias áreas de influência”, afirma Luciano. As articulações envolvem a economia internacional, quando a aposta era a de que a interdependência entre União Europeia e Rússia na produção e consumo de gás natural refrearia o expansionismo russo, mas isso não se efetivou durante a guerra.

Segundo o professor, os discursos dos presidentes também subiram o tom ao longo do ano. Muñoz considera que a visita de Joe Biden à Ucrânia foi muito significativa e seu discurso indica apoio incondicional à Ucrânia, reiterando que Vladimir Putin é o único responsável pela continuação do conflito. Além disso, um pacote de ajuda à Ucrânia foi anunciado nesse último discurso - indicando que os apelos de Zelensky por mais ajuda e mais armamentos têm surtido efeito mesmo após um ano de conflito.

“No momento, nem Estados Unidos nem Europa têm interesse em pressionar a Ucrânia por concessões territoriais em prol de um cessar-fogo. Do outro lado, Putin ainda considera que a OTAN é a responsável pelo conflito por ter avançado em direção à área de influência russa, anunciando a saída da Rússia do Acordo START com os Estados Unidos, voltado ao controle dos arsenais nucleares,” prevê.

Sobre o cessar-fogo na Ucrânia, o docente do CEUB acredita que ainda é cedo para qualquer prognóstico. A rigor, a Rússia sequer declarou guerra à Ucrânia, pois considera que sua invasão é uma “operação especial”. Assim, a obtenção de um cessar-fogo já seria um grande ganho. “Tudo indica que, mesmo com um cessar-fogo na Ucrânia, a ruptura entre a Europa e a Rússia veio para ficar, ao menos enquanto Putin permanecer no poder”, arremata.


Confira 10 oportunidades para empresas de tecnologia em 2023

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Relatório da EY aponta que a desaceleração das economias globais e a perda de valor de mercado das techs podem ser oportunidades para as empresas que têm balanços fortes e estão dispostas a investir

 

A maior oportunidade neste ano para as companhias de tecnologia é adotar uma estratégia ativa voltada para fusões e aquisições (M&A), de acordo com o relatório "Top 10 opportunities for technology companies in 2023", produzido pela EY.

À medida que o valuation (valor de mercado) dessas empresas cai, movimento que tem sido observado com maior intensidade desde o ano passado, o apetite por negócios cresce, motivo pelo qual deve ser alto em 2023, considerando a perda recente de valor dessas companhias.

Esse cenário é corroborado por outro estudo recente da EY que constatou que 72% dos CEOs de tecnologia entrevistados planejam realizar fusões e aquisições nos próximos 12 meses – em comparação com 59% dos CEOs entrevistados provenientes de todos os setores econômicos.

O mercado de negócios desacelerou por causa da macroeconomia, impactada pela inflação e consequente perda do poder de compra da população, e da volatilidade financeira, mas essa configuração trouxe oportunidades para empresas com balanços fortes que estão atrás de oportunidades de negócio.

Há, ainda, a expectativa de que centenas de bilhões de dólares de capital de risco cheguem ao mercado.

As aquisições podem abrir, para as empresas de tecnologia, novos mercados ou verticais adjacentes, como a promissora healthtech. Essas operações têm, ainda, o propósito de fortalecer o portfólio de negócios, com a inserção de tecnologias de ponta, como inteligência artificial, que está em ascensão no Brasil e no mundo.


REFORMULAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

As tensões geopolíticas globais que levaram, por exemplo, ao aumento do custo da energia, demonstraram a relevância de repensar a abrangência ou localização da cadeia de suprimentos. Sendo assim, a redução da dependência de locais geopoliticamente instáveis está, ainda segundo o relatório da EY, na terceira posição entre as oportunidades deste ano para o setor de tecnologia.

Pesquisa recente da EY demonstrou que os executivos de tecnologia estão atentos a isso, pois 78% dos entrevistados disseram que estão engajados em revisitar suas cadeias de suprimento, o que inclui considerar as práticas de "nearshoring" (operações levadas para mais perto da sede da empresa: países vizinhos geralmente) e "reshoring" (operações levadas de volta para o país em que a empresa está sediada).

Esse processo, no entanto, requer investimentos altos nos próximos anos, que levarão inevitavelmente a aumentos substanciais dos custos. As empresas, conforme avaliação da EY, não podem desistir por causa disso.

Isso porque elas serão apoiadas pela regulamentação e subsidiadas em alguns casos por governos que oferecem financiamento e isenções fiscais. Há também os próprios clientes que estão dispostos a pagar um prêmio (um valor adicional) para reduzir sua dependência de locais geopoliticamente instáveis.


SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

Os especialistas da EY acreditam que, no próximo ano, o setor de tecnologia será o mais impactado pela sustentabilidade ambiental. As empresas desse mercado, assim como de todos os outros, precisarão estar atentas à divulgação das suas emissões de carbono e dos riscos climáticos.

Isso significa, para fornecedores de tecnologia, que operar data centers com energia renovável e reduzir a pegada ambiental do seu hardware os levarão a uma vantagem competitiva, já que tais práticas reduzem as emissões de toda a cadeia de suprimentos. Sendo assim, as empresas vão preferir contratar esses fornecedores de tecnologia que contribuem para a sustentabilidade da sua cadeia de suprimentos.


AS OPORTUNIDADES PARA O SETOR DE TECNOLOGIA

1) Adoção de uma estratégia ativa voltada para fusões e aquisições (M&A);

2) Experimentação com plataformas do ecossistema para causar disrupção no mercado;

3) Reformulação da cadeia de suprimentos, ainda que esse processo demande altos investimentos;

4) Priorização da sustentabilidade ambiental;

5) Introdução do modelo "pay as you go" para atrair fluxos de receita complementares;

6) Aproveitamento das ferramentas de análise para otimizar as receitas;

7) Investimento no ecossistema de ponta para melhorar as operações e experiências;

8) Garantia da proteção de dados por meio do investimento em cibersegurança;

9) Condução de uma estratégia ágil de retenção de talentos para combinar suas necessidades com as da empresa;

10) Preparação ou planejamento para a reforma tributária global.

 

Agência EY


Espionagem disfarçada de meteorologia - o balão que agrava as tensões entre EUA e China

Desde o governo de Donald Trump, as relações entre Estados Unidos e China estão desgastadas. Seja pela tentativa estadunidense de atrair novamente suas empresas que estabeleceram manufatura no país asiático, seja pelo aumento de tarifas de importação de produtos vindos de lá para os EUA, a questão é que o crescimento econômico e a influência chinesa pelo mundo preocupam e incomodam o Tio Sam. 

Numa tentativa de apaziguar as relações e, eventualmente, buscar uma mudança na postura chinesa em relação aos ataques russos na Ucrânia, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, tinha uma viagem marcada a Pequim. Os planos dos EUA e de Blinken foram adiados indefinidamente após um misterioso balão aparecer no céu do estado de Montana no dia 2 de fevereiro. Para o Pentágono, tratava-se de um “balão de vigilância chinês de alta altitude”. O Ministério das Relações Exteriores da China, no entanto, afirmou que o balão era um dirigível civil utilizado para fins de pesquisa meteorológica, e que se desviou da rota. 

O artefato que sobrevoava o céu dos Estados Unidos tinha – segundo o governo do país – um tamanho de aproximadamente três ônibus escolares e sobrevoava a uma altitude de cerca de 18.600 metros. Para se ter uma ideia, isso é aproximadamente de 6 a 8 quilômetros mais alto do que a altitude padrão de voos comerciais. Além disso, a altura do item era de 61 metros, o equivalente a um prédio de 25 andares.

Três dias após o surgimento do artefato nos céus da região norte dos EUA, o balão foi abatido por um míssil de curto alcance disparado por um caça da Força Aérea. Seus destroços caíram no Oceano Atlântico, na costa do estado da Carolina do Sul, e foram prontamente recolhidos pela Marinha. A identificação do balão deu-se quando do sobrevoo pelo estado de Montana – onde se localiza a base aérea de Malmstrom, que abriga pelo menos uma centena de mísseis balísticos intercontinentais. 

Após a derrubada do item, os chineses manifestaram "forte insatisfação e protesto contra o uso da força pelos EUA para atacar aeronaves civis não tripuladas". Logo a seguir, a Força Aérea colombiana também confirmou ter avistado um balão semelhante em seu espaço aéreo. Tanto o uso desse tipo de artefato quanto sua presença em distintos lugares do planeta dão claros sinais de que os chineses estão mantendo o mundo em vigilância. Para o Departamento de Defesa dos EUA, os chineses operam esses balões em cinco continentes. Com ou sem balão, meteorológico ou não (provavelmente não), esse é mais um capítulo que desgasta e coloca em rota de colisão as duas maiores economias do planeta. Que os destroços desse choque não cheguem até nós.

 

João Alfredo Lopes Nyegray - doutor e mestre em Internacionalização e Estratégia. Especialista em Negócios Internacionais. Advogado, graduado em Relações Internacionais. Coordenador do curso de Comércio Exterior na Universidade Positivo (UP). Instagram: @janyegray

 

Aconteceu de novo

 A tragédia das enchentes são eventos recorrentes e previsíveis. O poder público tem que ser mais assertivo para proteger a população 

 

A cada ano, os enredos das escolas de samba mudam para abordar temas e personagens diferentes, seja para enaltecer, seja para criticar. Mas, algo não muda a cada verão: as enchentes com dezenas de mortos, feridos e grande prejuízo econômico-financeiro para famílias, empresas e municípios. 

Os cenários são diversos, tanto pode ser as baixadas nos contrafortes das serras descabeladas de cobertura da outrora majestosa Mata Atlântica nos estados da Região Sul e Sudeste, ou áreas próximas de córregos e rios nos grandes centros urbanos do país. Desta vez, o cenário foi o litoral norte do estado de São Paulo. 

Dados do G1 e da Folha de S. Paulo indicam que as regiões de Guarujá, Bertioga, Caraguatatuba, Ilhabela, Ubatuba e São Sebastião estão em calamidade pública. Ao menos 40 pessoas estão desaparecidas e 44 estão mortas. Em todo estado, somam-se 2.500 desalojados e/ou desabrigados. Equipes formadas por uma força-tarefa com mais de 500 agentes, além de voluntários, continuam as buscas por desaparecidos. 

São Sebastião foi a região mais afetada por deslizamentos e inundações, recebendo 640 mm de chuva em 24 horas. Segundo a BBC News Brasil, a chuva foi 3 vezes maior que o temporal de 2014, evento considerado “mais extremo” da história recente. 

De certa maneira, faço coro ao jornalista Josias de Souza, que em sua coluna do UOL, sob o título “Chuvas: Dito e feito, tudo foi dito e nada foi feito” (20/02), escreveu: “o brasileiro olha para o litoral norte de São Paulo com a incômoda sensação de que assiste à repetição de um filme de terror. Um filme feito de tempestade, lama, destruição, desamparo e mais dezenas de corpos. As autoridades sobrevoam o drama munidas do kit básico de primeiros socorros. Nele, há desculpas esfarrapadas, verbas emergenciais insuficientes e as lamentações depois do fato”. 

Parece que na nossa cultura a possibilidade da tragédia, especialmente diante de risco conhecido, contínuo e iminente, não leva à prevenção, mas a uma Commedia dell’Arte, triste e cheia de improvisações, na qual o triângulo amoroso dos antigos carnavais, envolve um Pierrô que ama a Colombina, que, por sua vez, ama o Arlequim, o qual também deseja a Colombina. 

A marca do improviso e a brincadeira com a vida são notas dissonantes dessa marchinha fúnebre, mesmo quando os personagens trocam de nomes e de filiações ideológicas. Em um país rico, mas marcado pela imprudência e pela imprevidência ao extremo, há muito tempo o Estado, em suas três esferas, deveria ter uma política que atravessasse governos e garantisse condições de emprego e renda e, consequentemente, de moradia segura para as camadas mais vulneráveis da sociedade. 

Agora que sobraram apenas os retalhos de cetim das vidas de tantos atingidos pelas enchentes, além de chorar na avenida, pois o efeito anestesiante do carnaval já passou e a dignidade da vida não desfilou mais uma vez, será que há algo mais que pode ser feito, além das mobilizações e ajudas aos desabrigados? 

Acredito que o exercício da cidadania está no centro da prevenção e atuação nesses acontecimentos cíclicos de enchentes e desabamentos no Brasil. O Estado só se move impulsionado pela cidadania. É fundamental propor ações comunitárias e associativas, com peso representativo suficiente sobre as Câmaras Municipais de municípios costumeiramente atingidos, porque é no legislativo municipal que o ordenamento do solo é decidido. 

É preciso também pressão popular legítima sobre os Governos Estaduais e o Governo Federal, seja sobre o Poder Legislativo, seja sobre o Executivo, para garantir não apenas as verbas orçamentárias, como também o devido uso do investimento real desse dinheiro em ações imediatas de intervenção em áreas críticas e em ações estruturantes preventivas. 

A vida de cada cidadão brasileiro não é apenas responsabilidade de cada um, de cada família. É também dever do Estado, conforme reza a nossa Constituição. Há uma tutela mínima de segurança e de saúde sobre a população, que é obrigação do Estado, independentemente da concepção ideológica que defina quais são seus deveres, além destes. 

Ao falar de cidadania, introduzo um conceito muito precioso para a visão cristã reformada sobre os deveres do cristão relacionados ao amor ao próximo, quais sejam o de solidarizar-se, demonstrando legítima compaixão, que não apenas sente a dor dos que sofrem, mas que, efetivamente, mobiliza-se para atenuá-la, seja pelas orações de consolo para que sejam confortados em meio à tragédia, seja em boas obras de ajuda concreta quando mais se precisa. 

As tentativas de explicação das razões por que vidas tão preciosas se perdem no mar da negligência humana nunca serão suficientes para aliviar a dor. Como consolar um pai ou mãe de um filho pequeno cuja existência toda ainda estava pela frente? Como trazer paz às memórias saudosas de alguém que já não tem mais a companhia de quem se foi? Essa não é uma tarefa possível às palavras humanas, mas é possível encontrar no ombro amigo, às vezes, silencioso, e, certamente, nas súplicas a Deus a força para viver apesar do que aconteceu. Por isso, além de chorar com os que choram, suplicar a graça divina alivia e ajuda. 

No sentido de dar concretude a essa solidariedade, várias igrejas e concílios da Igreja Presbiteriana do Brasil e a Gerência de Responsabilidade Social do Instituto Presbiteriano Mackenzie já têm se mobilizado em campanha de arrecadação de fundos e de bens de primeira necessidade, os quais estão sendo enviados para compor com outras forças da sociedade, o apoio que atenue as perdas materiais. 

A esperança que não desce encosta abaixo, no ritmo do desespero, é que tudo que foi dito seja totalmente feito, por cada um e por todos nós. 

 

Robinson Grangeiro Monteiro - Chanceler do Instituto Presbiteriano Mackenzie, doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) e em Ministério pelo Reformed Theological Seminary (USA), mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba.


Educação financeira nas escolas: impactos socioeconômicos no Brasil

O Brasil é a 10ª economia do mundo e, apesar da posição no ranking, é um país em que somos praticamente analfabetos funcionais em finanças pessoais. Mesmo pessoas com alto nível de escolaridade não conhecem os produtos financeiros ou sabem as melhores práticas para cuidar do seu dinheiro. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o endividamento das famílias bateu recorde em 2022, com 77,9% das pessoas se declarando endividadas. 

A porcentagem alta nos mostra que o país não possui a base de para organizar as suas despesas. Por isso, entendo que fortalecer essa cultura nas escolas é fundamental para garantir um futuro com mais segurança e qualidade de vida para todos. Afinal, os jovens e boa parte da população adulta não sabem mexer com dinheiro. 

O apoio da escola na estruturação da consciência e planejamento financeiro torna-se fundamental para quebrar esse ciclo de endividamento, afinal é um problema comportamental e cultural. Além disso, ter profissionais que entendam do tema e ensinem aos adolescentes a importância da economia, controle de gastos e investimentos é essencial para lidar com o dinheiro de forma mais consciente e inteligente. 

É muito comum as pessoas comprarem por impulso e a maioria não possui o conhecimento necessário para calcular juros. Com isso, as despesas aumentam e comprometem o orçamento familiar. Entender qual é o momento ideal para decidir o que fazer com o dinheiro de forma responsável e segura é o ponto inicial para essa organização.

Pessoas estáveis financeiramente são mais propensas a aumentar seu capital, estabilizar suas despesas e, consequentemente, alavancar o crescimento econômico/patrimonial. Quando isso não ocorre, leva o país a lidar com problemas sociais e coletivos, como o fechamento de empresas, demissões e contas em atraso, além de chegar na saúde pública com pessoas adoecidas física e mentalmente.

Posso concluir que a falta de educação financeira para crianças, jovens e adultos é uma das carências estruturais que mais causa consequências a curto e a longo prazos. Somos apresentados aos conceitos básicos de coletividade desde o nascimento, entretanto, é fundamental lembrar que o analfabetismo financeiro não impacta apenas um indivíduo, e sim a todos. Garantir esse tipo de conhecimento no ensino básico é estimular um futuro mais consciente.

 

Lucas Radd - sócio-fundador e CEO da Rufy, plataforma de saúde financeira, destinada para pessoas e empresas, interessadas em oferecer o sistema como benefício aos colaboradores.


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