Pesquisar no Blog

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Grandes Dúvidas Sobre Vitamina D que Você Precisa Saber

A vitamina D é extremamente vital para o bem-estar e a saúde geral do nosso corpo, pois ajuda a regular funções como o crescimento, massa óssea, o sistema imune, a saúde cardiovascular, o metabolismo e a produção de insulina, mantendo assim também os níveis adequados de cálcio e fósforo no sangue e nos ossos. 

“Quando combinada com outros micronutrientes, a vitamina D torna-se solúvel em gordura, a qual é obtida através da alimentação e exposição à luz solar.” Explica o diretor médico da Clínica Franco Amaral, referência em saúde integrada e especialista em medicina laboratorial, Dr. Roberto Franco do Amaral.

 

Vitamina D pode ajudar em dores crônicas?

É cada vez mais comum ouvir falar que a vitamina D pode ajudar no alívio de dores crônicas. A vitamina D é essencial para o correto funcionamento do sistema imunológico e os estudos sugerem que ela também pode ajudar a reduzir a inflamação nas articulações, o que pode contribuir para o alívio da dor. 

Ainda não há certeza sobre os mecanismos exatos pelos quais a vitamina D atua no alívio da dor, mas os resultados preliminares são extremamente promissores.
 

Existe perigo em tomar vitamina D em excesso?

Sim. Ocorre uma condição chamada hipervitaminose e é potencialmente grave. 

A toxicidade de vitamina D é geralmente causada por grandes doses de suplementos de vitamina D -- não por dieta ou exposição ao sol. Isso acontece porque o organismo regula a quantidade de vitamina D produzida pela exposição ao sol e mesmo alimentos fortificados não contem grandes quantidades a ponto de gerar toxicidade. 

O Dr. Roberto Franco do Amaral comenta que a principal consequência da toxicidade da vitamina D é o acúmulo de cálcio no sangue (hipercalcemia), que pode causar náuseas e vômitos, fraqueza e micção frequente. A toxicidade da vitamina D pode progredir para dores ósseas e problemas renais, como a formação de pedras de cálcio e até insuficiência renal.

 

É prejudicial tomar vitamina D todos os dias?

Não é prejudicial, desde que as doses sejam controladas. Tomar altas doses da suplementação pode, sim, ser prejudicial. A vitamina D é importante para a saúde do organismo, pois atua na fixação do cálcio e no metabolismo ósseo. No entanto, o excesso de vitamina D pode causar problemas como hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue) e aumentar o risco de câncer. 

Segundo pesquisas científicas, tomar mais do que 10000 unidades internacionais (ui) por dia de vitamina D, por exemplo, durante vários meses pode causar toxicidade, aumentando o nível de cálcio no sangue e diminuindo o paratorhormonio (pth). Tais doses, demandam exames periódicos de cálcio, vitamina D e pth para maior controle por parte do médico. Tomar mais do que 10000 UI é muitas vezes maior do que a dose diária recomendada (rda) dos EUA para a maioria dos adultos de 600 UI de vitamina D por dia.
 

Filtro solar atrapalha na absorção de vitamina D pelo sol?

Existem vários motivos pelos quais o filtro solar pode atrapalhar na absorção de vitamina D sintetizada pelo sol. Primeiro, a vitamina D é uma substância lipossolúvel, o que significa que é solúvel em gordura e não em água. “Isso significa que ela não pode ser absorvida pela pele se estiver sendo bloqueada por um filtro solar à base de água. Além disso, a vitamina D precisa de exposição direta aos raios ultravioletas para ser sintetizada, e os filtros solares podem reduzir a quantidade de UV que chega à pele.” indica o médico Dr. Roberto Franco do Amaral. 

Por isso é ideal ficar pelo menos 15 minutos, exposto aos raios UV sem aplicar protetor. Com exceção do rosto. 

Quais as formas de confirmar a necessidade da suplementação de vitamina D?

Pessoas com deficiência de vitamina D podem apresentar sintomas como fraqueza muscular, baixa imunidade, dor nas articulações e cansaço apesar de não serem tão comuns já que estamos num país tropical. Porém, a forma mais eficiente e confiável de obter o resultado concreto é através do exame de sangue, que pode medir a quantidade de 25-hidroxivitamina d presente no corpo.

 

Qual a melhor forma de obter vitamina D?

A exposição solar é a principal forma de obtenção desta vitamina, já que o organismo produz a substância a partir da luz ultravioleta. No entanto, existem outras formas de se obter vitamina D, como: 

- Consumir alimentos ricos em vitamina D, como peixes gordurosos (salmão, atum), fígado e ovos; 

- Tomar suplementos de vitamina D.
 

“Existem diversas situações clínicas nas quais o uso de suplementos de vitamina D pode ser indicado. No entanto, é importante que esse tipo de tratamento seja feito sob supervisão médica, pois a dosagem incorreta da vitamina pode levar a complicações graves para a saúde.” Finaliza o Dr. Roberto Franco do Amaral.

 

Roberto Franco do Amaral - Diretor Médico da Clínica Franco do Amaral. Médico clínico geral. Graduação em Medicina pela Universidade Severino Sombra. Título de Especialista em Patologia Clínica -- Medicina Laboratorial pela Associação Médica Brasileira. Pós graduado em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia. Palestrante e idealizador do curso para médicos Performance Física e Envelhecimento Saudável. Coescritor do livro: Você Precisa Saber -- Tudo sobre a medicina do futuro.


9 dicas para manter a imunidade alta no Carnaval

Especialista explica que para manter a imunidade durante a folia é preciso caprichar na hidratação, dormir o máximo possível e evitar compartilhar objetos pessoais como latinhas e garrafas de bebidas

 

A época dos bloquinhos de Carnaval está chegando e os brasileiros começam a se preparar para a folia escolhendo uma fantasia divertida, marcando o encontro com os amigos e vibrando com os shows que assistirão. Só que para a diversão não acabar no hospital é importante redobrar os cuidados com a saúde para protegê-la nesse período. 

“Nessa época de excessos, com muita bebida alcoólica e trash food, além de confete e serpentina, é comum chegarmos “só o pó” na quarta-feira de cinzas e as gripes, dores de garganta, rinites e sinusites “atacam” muitas pessoas, pela baixa da imunidade”, explica Dra. Carla Falsete, otorrinolaringologista pela ABORL-CCF. 

Pensando nisso, a especialista separou nove dicas preciosas do que fazer durante o Carnaval para manter a imunidade alta e não ter dor de cabeça mais tarde!

 

1. Capriche na hidratação 

Na folia dos bloquinhos de Carnaval, a garrafa d’água perde o lugar para a lata de cerveja e outras bebidas alcóolicas. Mas, não é o ideal! A falta de água no organismo pode levar a problemas como fraqueza, tontura, dor de cabeça e cansaço. Por isso, a dica de ouro é intercalar a cervejinha com uma garrafa d’água ou ainda, se preferir, com uma água de coco geladinha.

 

2. Faça ao menos uma refeição com “comida de verdade” 

Caso a pessoa saiba que não vai conseguir se alimentar direito ao longo do dia, enquanto aproveita a folia, há uma saída para proteger sua imunidade. Dra. Carla recomenda que, nesse caso, se faça pelo menos uma refeição com “comida de verdade”, como frutas e verduras, no dia.

 

3. Não abandone sua rotina de atividades físicas! 

Em tempos de folia, é difícil pensar em malhar. No entanto, a otorrinolaringologista é firme: “Pode diminuir o ritmo das atividades físicas, mas não abandonar!”. Isso porque exercícios físicos fortalecem o sistema imune, uma vez que há o aumento das suas células quando o indivíduo pratica principalmente atividades de intensidade moderada.

 

4. Durma o máximo possível 

Além de acordar mais descansadoa no dia seguinte e, quem sabe, enfrentar mais um bloquinho, a pessoa que dorme bem tem mais imunidade. Isso acontece porque é ao deitar-se para descansar que o sistema imunológico é reorganizado e recupera-se de possíveis contágios. De acordo com a Dra. Carla, o ideal é dormir de sete a oito horas por dia!

 

5. Use protetor solar! 

Ainda que tomar sol seja importante para garantir mais saúde ao organismo - ele é necessário para a produção da vitamina D, por exemplo -, é preciso cuidado com os excessos. Assim, a otorrino alerta sobre a importância de usar protetor solar ao entrar em contato com o sol para que não haja queimaduras, uma vez que elas diminuem a imunidade.

 

6. Não esqueça o álcool em gel 

A pandemia da Covid-19 deixou um legado importante para a saúde: é por meio das mãos que levamos aos olhos, boca e nariz, que acabamos contaminados pelos mais diversos tipos de agentes infecciosos. Então, para evitar esse possível contágio no Carnaval, a Dra. Carla recomenda separar um tubo de álcool em gel e levá-lo na bolsa. “Assim, de tempos em tempos, na folia, higienize as mãos”, orienta a especialista.

 

7. Consuma bebidas alcoólicas com moderação 

A ingestão de bebidas alcoólicas durante o Carnaval precisa ser feita de maneira controlada. Isso porque o álcool, ao entrar no organismo, também atinge as células do sistema imune. Quando isso ocorre, a eficácia delas acaba ficando reduzida, o que diminui sua resposta de combate a vírus e bactérias. Portanto, consumir bebidas alcoólicas de forma desenfreada pode acabar resultando em resfriados, gripes, dor de garganta e outros problemas relacionados à falta de imunidade.

 

8. Evite compartilhar copos, talheres e garrafas 

Por mais que seja um hábito comum compartilhar copos e garrafas durante a folia do Carnaval, essa é uma desencorajada pela otorrino. Por meio da saliva, pode acabar acontecendo a transmissão de doenças infectocontagiosas. Portanto, para dividir itens pessoais, é preciso que eles sejam limpos com água e sabão ou desinfetados com álcool 70%.

 

9. Cuidado com as bocas que beija! 

Dra. Carla alerta: “o beijo é uma das formas de transmissão de diversas doenças virais como a mononucleose (a “doença do beijo”) e hepatite A, além de vírus respiratórios, como coronavírus e influenza”. Portanto, é preciso cuidado ao se relacionar durante o Carnaval!

 

Dra. Carla Falsete - CRM 101843 | RQE 71523. Médica graduada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo- Campus Sorocaba (2000). Residência médica em Otorrinolaringologia Geral e Pediátrica pela Clínica Médica Otorhinus (2004). Título de Especialista em Otorrinolaringologia Geral e Pediátrica e Cirurgia Cérvico Facial pela ABORL-CCF (desde 2005). Pós-graduada em Medicina Desportiva pela UNIFESP (2007). Preceptoria cirúrgica no Núcleo de Otorrinolaringologia de São Paulo (desde 2007). Psicoterapeuta formada Helper pelo Pathwork®️ (2018). Formação Médica ampliada pela Antroposofia (2020). Mamãe da Bianca. Healthy lifestyle.


Dia Mundial do Câncer: Informação e diagnóstico precoce são algumas das armas na prevenção

Nos próximos dois anos, são estimados cerca de 700 mil novos casos de câncer no Brasil, onde o desafio é aumentar o cuidado preventivo

 

Segunda maior causa de mortes em todo o mundo, cerca de 10 milhões de pessoas por ano, o câncer tem números que assustam. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), um a cada cinco habitantes no planeta vão desenvolver diversos tipos de tumores. No Dia Mundial do Câncer, que é celebrado neste sábado (4 de fevereiro), também é importante entender a realidade pela qual o Brasil passa no combate à doença.

A oncologista clínica Aline Bobato Lara foi convidada pela Prati-Donaduzzi para fazer um quadro sobre como se encontra a luta contra o câncer no país e seus principais desafios nos próximos anos. “O combate ao câncer no Brasil é composto de três frentes: a realização de exames preventivos, diagnóstico precoce e acesso ao tratamento. Como há uma dificuldade de acesso da população aos exames, impõe-se uma barreira para o diagnóstico precoce e, consequentemente, ao tratamento mais eficaz”, explica a Dra. Aline.

Segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), entre 2023 e 2025, o Brasil deverá apresentar cerca de 704 mil novos casos no país, a maioria nas regiões Sul e Sudeste, que normalmente concentram 70% de incidência. O tumor maligno com maior número de registros é o de pele não melanoma (31,3% do total de casos), seguido pelo de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).

De acordo com a oncologista clínica, os fatores de risco variam conforme o tipo de câncer. “Em geral, o estilo de vida contribui para o desenvolvimento da doença, como tabagismo, uso excessivo de álcool, alimentação desequilibrada, obesidade, sedentarismo e exposição exagerada ao sol”, afirma a especialista.


Câncer infantil com mais chances de cura

Em relação à expectativa de cura, a oncologista Aline Lara ressalta também uma situação diferente entre os casos adultos e infantis. “O câncer infantil é diferente do câncer nos adultos, pois ele não está associado aos fatores ambientais. Os tumores mais frequentes são as leucemias, que afetam os glóbulos brancos, os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático), que são tumores mais raros nos adultos”, explica a especialista.

Segundo ela, os tumores em crianças e adolescentes são considerados mais agressivos, pois se desenvolvem rapidamente. “Em compensação, os pacientes infantis respondem melhor ao tratamento e as chances de cura são maiores, se comparado com o público adulto”, diz a oncologista clínica.

Tanto em adultos como crianças, a Dra. Aline Lara ressalta que a evolução nos tratamentos tem feito com que a cada ano aumentem as taxas de sobrevida dos pacientes de câncer. “Podemos ver um significativo aumento da taxa de cura e também no prolongamento da sobrevida para aqueles pacientes que têm uma doença incurável, mas que pode ser controlada por maior tempo através dessas novas modalidades de tratamentos”, diz a oncologista.

  

Prati-Donaduzzi


Metástase cerebral: Neurocirurgião explica condição de Glória Maria

A jornalista Glória Maria faleceu após o tratamento contra as metástases cerebrais pararem de fazer efeito 

 

A jornalista Glória Maria, uma das mais importantes profissionais da televisão brasileira, faleceu nesta quinta-feira (2) no Rio de Janeiro vítima de uma metástase no cérebro. 

Glória Maria foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2019 e obteve sucesso com o tratamento de imunoterapia, no entanto logo após ela sofreu metástase no cérebro, realizou cirurgia, mas os novos tratamentos para continuar o combate à condição deixaram de fazer efeito. 

A jornalista descobriu o problema de saúde ao realizar uma ressonância magnética após desmaiar e bater a cabeça na cozinha  de casa, ela estava afastada da Rede Globo desde dezembro.

 

O que são metástases cerebrais

De acordo com o neurocirurgião Dr. Bruno Burjaili, a metástase ocorre em decorrência de tumores cancerígenos. 

A metástase cerebral é formada quando há algum tumor no organismo que despende fragmentos microscópicos que chegam ao cérebro por meio da corrente sanguínea, elas são bastante comuns entre os tumores cerebrais e podem se derivar de tumores em qualquer parte do corpo”.

 

Principais sintomas da metástase cerebral

A metástase cerebral pode desencadear uma série de sintomas típicos, como dores de cabeça, crises epilépticas, perda de força nos membros, déficit neurológico, perda de visão e até alterações no comportamento,  embora algumas vezes possa ser assintomática. 

No caso da Glória Maria, a condição foi descoberta após um desmaio que pode ter sido causado por um aumento da pressão intracraniana,  que pode ser responsável por reduzir ou cortar momentaneamente a perfusão de sangue no cérebro, causando síncopes (desmaios)” Esclarece o Dr. Bruno Burjaili.

 

Tratamento

A melhora ou evolução do quadro varia bastante de acordo com diversos fatores, como o tumor primário do paciente, idade do paciente, gravidade do caso, entre outros, o que pode fazer com que o quadro não possa ser revertido e sejam aplicados apenas tratamentos paliativos”. 

Pode ser realizada uma cirurgia, na qual o neurocirurgião realiza a secção da metástase utilizando um microscópio cirúrgico, também pode ser usada a quimioterapia, radioterapia e imunoterapia, mas o tratamento nesses casos é bastante individualizado de acordo com o caso de cada paciente”. Explica Dr. Bruno Burjaili.

 

Dr. Bruno Burjaili - Neurocirurgião especializado no tratamento de doenças da cabeça, nervos e coluna vertebral, com experiência em doença de Parkinson, tremores, distonia, dores crônicas e fibromialgia.


Boca seca com frequência? Veja o que significa e como lidar com esse problema

A boca seca é um distúrbio na salivação que pode ser causado por vários fatores. Algumas das principais causas da boca seca são a má higiene oral, o consumo excessivo de café ou chá, o uso de certos medicamentos e doenças como diabetes ou Síndrome de Sjögren (Distúrbio do sistema imunológico caracterizado por olhos secos e boca seca). Alguns dos principais sintomas da boca seca são a sensação de ardência, a dificuldade para engolir, falta de saliva e mau hálito. A boca seca pode ser tratada em consultório odontológico com eletroestimulação de glândulas através de laserterapia, hidratação adequada, cuidados com a higiene oral e uso de produtos lubrificantes específicos.
 

Por que a boca seca é um problema?

A cirurgiã-dentista e especialista em saúde bucal Dra. Bruna Conde explica que além de causar os sintomas mencionados acima, a boca seca também aumenta o risco de gengivite (doença da gengiva), cárie dentária e infecções bucais, como candidíase.

A boca seca também pode dificultar o uso de dentaduras.
 

Como é tratada a boca seca?

O tratamento para boca seca depende do que está causando o problema.

A maneira mais eficaz de lidar com a boca seca é identificando a origem. Se for decorrente de medicamentos, pode ser necessário trocar de prescrição ou ajustar dosagens. Em caso de glândulas salivares reduzidas, o cirurgião dentista capacitado pode realizar estimulação das glândulas com aparelhos modernos e indolores.
 

Mas se a condição médica que causa a boca seca não puder ser alterada - por exemplo, se a glândula salivar tiver sido danificada ou for resultado de uma doença em si, como síndrome de Sjögren, doença de Alzheimer- o tratamento focará em maneiras de aumentar o fluxo de saliva.
 

Boca seca pode causar cáries
A saliva não apenas ajuda a digerir os alimentos e possibilita mastigar e engolir, mas também é o limpador natural da boca. “Sem saliva, a cárie dentária e a doença gengival são mais prováveis. Se você tem boca seca, para combater a cárie dentária e a doença da gengiva, você precisa ter cuidado extra ao seguir bons hábitos de higiene bucal.” indica a Dra. Bruna Conde.
 

Existem cremes dentais, enxaguantes bucais e géis hidratantes apenas para boca seca; pergunte ao seu dentista sobre eles. E existem produtos que pioram a salivação. 


O que posso fazer para controlar a boca seca?
Você também pode tentar estas outras etapas, que podem ajudar a melhorar o fluxo de saliva:
 

• Chupe balas sem açúcar ou masque chicletes sem açúcar, especialmente os com xilitol.
A mastigação ajuda a estimular o fluxo de saliva. “Mas lembre-se de mascar no máximo 20 minutos e evite utilizar muitas vezes ao dia.” alerta a dentista.
 

• Beba muita água para ajudar a manter a boca úmida e soltar o muco. Leve água com você para beber durante o dia e mantenha a água ao lado da cama à noite.
 

• Escove com um creme dental com flúor. Evite enxaguantes bucais comerciais ou enxaguantes que contenham álcool ou peróxido. Esses ingredientes vão secar ainda mais sua boca.
 

• Respire pelo nariz, não pela boca, tanto quanto possível. Existe tratamento para respirador bucal.
 

• Use um vaporizador de ambiente para adicionar umidade ao ar do quarto.
 

• Umedeça os alimentos com caldos, sopas, molhos, cremes e manteiga. Coma alimentos macios e úmidos, frescos ou em temperatura ambiente.
 

• Evite alimentos salgados, alimentos secos (como biscoitos, torradas, biscoitos, pães secos, carnes/aves/peixes secos, frutas secas e bananas) e alimentos e bebidas com alto teor de açúcar.
 

• Evite bebidas com álcool ou cafeína (como cafés, chás e bebidas que contenham chocolate). O álcool aumenta a perda de água ao desencadear micção frequente. O álcool, assim como a cafeína, também resseca a boca.
 

• Evite fumar.
 

Uma boca seca pode gerar muito desconforto e atrapalhar o seu bem-estar em geral. Por isso, não deixe de buscar ajuda profissional, visite seu dentista de confiança. O dentista deve ser apto e atualizado, pois cada vez mais temos novos produtos no mercado com promessas milagrosas. Invista em produtos e profissionais de qualidade.” Finaliza a Dra. Bruna Conde.

 

Dra. Bruna Conde - Cirurgiã-Dentista.
CRO SP 102038


Vieses cognitivos: afinal, como diagnosticar a fibromialgia?

Neste Fevereiro Roxo, especialista aborda os viesses cognitivos do diagnóstico que podem levar ao erro 


Segundo o doutor Felipe Mendonça, reumatologista da Imuno Brasil, a fibromialgia é uma síndrome de sensibilização central que apresenta uma dor crônica generalizada. E, neste mês de conscientização, Fevereiro Roxo, é necessário abordar os viesses cognitivos e as metodologias de diagnóstico a fim de evitar erros. 

Como não há um exame patognomônico capaz de diagnosticar a fibromialgia, o diagnóstico geralmente é realizado, na prática clínica, por meio de achados e experiências subjetivas do profissional, o que é referido na literatura médica como Fibromialgia clínica (ClinFM). No entanto, este método revela discrepâncias nos resultados, uma vez que o diagnóstico pode variar consideravelmente entre os médicos. 

Diante deste contexto, a pergunta é: existe uma forma correta de diagnosticar a fibromialgia? O especialista e autor do artigo “Cognitive biases in fibromyalgia diagnosis”, publicado na revista científica Joint Bone Spine (p. 105339-105339, 2022), fala sobre o método com base nos critérios, também conhecido como Fibromialgia por Critérios (CritFM), que embasa os estudos na área. 

Esta forma de diagnóstico é fundamentada em critérios validados pela pesquisa clínica, por meio de uma pontuação dos sinais e sintomas do paciente, ou seja, como ele enxerga e sente o que está acontecendo com seu próprio corpo. Essa etapa é realizada a partir de um questionário. Apesar deste método ser fundamental para a homogeneização dos doentes com objetivo de pesquisa, ele acarreta falsos positivos e negativos com grande frequência, na prática clínica. 

Apesar da importância do parecer do paciente, que pode ser quantificado através dos critérios diagnósticos, a avaliação médica é essencial para concluir algum resultado, principalmente para excluir as possibilidades de doenças reumáticas autoimunes. Isso acontece porque muitas outras doenças podem se apresentar com um quadro semelhante, muitas vezes preenchendo todos os critérios da CritFM. 

E para que isso aconteça de forma certeira, os profissionais também devem considerar os viesses cognitivos do diagnóstico da fibromialgia, ou seja, os erros e tendências errôneas do raciocínio, que são inerentes aos seres humanos, e que podem levar o médico a uma conclusão diagnóstica equivocada, conforme o doutor Felipe especifica abaixo.

 

- Viés de representatividade: estereótipos pré-formados de pacientes fibromiálgicas, muitas vezes com características que não fazem parte de fato da doença, que levam o médico a diagnosticar erroneamente como fibromialgia pacientes que se encaixem neste estereótipo pré-formado.

 

- Viés de confirmação: uma vez elaborando uma opinião pré-formada diagnóstica para determinado paciente, o médico tende a ignorar novas informações que sugerem um diagnóstico outro que não o inicialmente realizado. Assim, pacientes inicialmente diagnosticados como fibromialgia, seguem sendo taxados como fibromiálgicos, mesmo surgindo informações que falem contra o diagnóstico, que mereceria ser revisto.

 

- Viés de satisfação da pesquisa: refere-se à tendência de não explorar mais exames ou sintomas, uma vez que a fibromialgia foi apontada como diagnóstico, podendo deixar de lado novas avaliações diagnósticas que poderiam mudar o curso do raciocínio e tratamento.

 

- Viés de momentum: a falta de revisar continuadamente um diagnóstico, pode levar ao erro, pois podem desaparecer alguns sintomas e outros serem descobertos, mudando totalmente o resultado. Este viés representa uma “inércia diagnóstica” no qual existe uma resistência para que um diagnóstico seja continuadamente revisto quanto à sua pertinência. 

O alerta neste importante mês para fibromialgia é para médicos e pacientes ficarem atentos à constância dos diagnósticos diferenciais da Fibromialgia e, assim, não cair na cilada dos viesses cognitivos.

 

Dr. Felipe Mendonça de Santana - diretor de operações da Imuno Brasil e reumatologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).


Como a tecnologia deve impulsionar diferentes tendências no setor óptico

Dentre os inúmeros problemas de saúde que afetam a população mundial, aqueles relacionados à visão estão entre os que mais crescem. Segundo um relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2019, cerca de 2,2 bilhões de pessoas no mundo possuem algum tipo de deficiência visual em maior ou menor grau, ou sofrem com a perda total da visão, sendo que 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados com medidas preventivas e acompanhamento médico. Nos últimos anos, fatores como a pandemia da Covid-19 tiveram impacto direto no agravamento dessas doenças, com destaque para os erros de refração, como a miopia. De acordo com um estudo publicado no The Lancet em 2021, o isolamento social fez com que os índices de miopia progredissem cerca de 40% entre as pessoas de 5 a 18 anos, que passaram a gastar mais tempo em contato direto com as luzes dos aparelhos eletrônicos. 

Apesar de favorecer a progressão de certos distúrbios oculares, a crise sanitária também impulsionou o aprimoramento de diferentes setores da sociedade, incluindo o desenvolvimento de tecnologias capazes de atender às novas necessidades dos consumidores. Com as restrições sociais impostas pelo vírus e a paralisação de inúmeros estabelecimentos, muitas pessoas passaram a adquirir produtos e serviços de forma totalmente online, resultando em um aumento de 75% no e-commerce brasileiro em 2020 em comparação com o ano anterior, de acordo com dados da pesquisa feita pelo indicador varejista Mastercard SpendingPulse. 

Neste cenário, diversos players do varejo óptico procuram reinventar seus processos, adaptando o modelo tradicional de atendimento e passando a atuar por meio de diferentes canais. Dessa forma, a interação em tempo real via aplicativos de mensagens, chats com humanos, chatbots e assistentes de voz também virou uma tendência no segmento. Em suma, o momento atual apresentado por grandes companhias do setor é o de integrar plataformas online e utilizá-las como alavancas do negócio, mas ainda mantendo a loja física como peça central da estratégia de venda. Ainda parece distante o dia em que a Inteligência Artificial, presente em tecnologias como o recém-lançado ChatGPT, modelo generativo de IA em linguagem natural, seja aplicada para beneficiar quem precisa comprar lentes e armações para enxergar perfeitamente.

Por outro lado, nos últimos anos, tem sido notável a evolução no desenvolvimento de novos produtos e materiais que pudessem proporcionar mais qualidade de vida às pessoas com diferentes distúrbios oculares, sobretudo aquelas com casos complexos e que demandam mais cuidados. Para quem possui alguma ametropia – miopia, hipermetropia, astigmatismo ou presbiopia – e faz o uso contínuo de óculos, o mercado já desenvolveu soluções como lentes ultrafinas capazes de minimizar sensações desagradáveis, como o efeito “fundo de garrafa”, além de novidades no setor de armações, com novos e mais resistentes materiais sendo apresentados ao público. 

A oftálmica e a oftalmologia também estão em constante evolução quando se trata de novos tratamentos. Nos últimos anos, a indústria criou e lançou procedimentos envolvendo luzes terapêuticas, terapia genética e tratamentos combinados capazes de mitigar os efeitos de doenças como câncer, cegueira, degeneração macular, catarata e glaucoma. Recentemente, um estudo teve grande repercussão midiática ao utilizar um biomaterial feito de pele de porco para restaurar a visão de 14 pessoas cegas, afetadas por um quadro degenerativo conhecido como ceratocone. Outra novidade desenvolvida recentemente é a lente de contato capaz de tratar diferentes doenças oculares com o uso de microagulhas, que são tão pequenas que não causam nenhum desconforto ou irritação aos olhos do usuário. O projeto está em fase de testes e tem um grande potencial de revolucionar a indústria óptica nos próximos anos. 

Para o diagnóstico precoce e correto das doenças oculares, sabe-se que é imprescindível a visita ao oftalmologista pelo menos uma vez ao ano, mesmo que um quarto dos brasileiros afirme que não costuma ir ao médico – como apontou uma pesquisa realizada no ano passado, pelo Datafolha. A boa notícia é que a tecnologia também pode ajudar a mudar esse cenário: um projeto desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP) permite a realização do exame de fundo de olho pelo celular, por meio de um dispositivo que acopla lentes à câmera do aparelho e fixa o rosto do paciente. 

É possível afirmar que, apesar do varejo óptico ter apresentado certa inovação tecnológica em relação às décadas passadas, ainda falta um longo caminho para que o setor se mostre realmente digitalizado. Na prática, há bastante inovação nesta área em termos de moda, com novas opções de modelos, cores, materiais e coleções; mas há pouco avanço no emprego de tecnologia que crie uma jornada genuinamente digital para o consumidor. 

 

 

Makoto Ikegame - CEO e Fundador da Lenscope, healthtech que criou uma jornada 100% digital na aquisição de lentes para óculos por preços abaixo da média e qualidade superior.


Período de chuvas aumenta risco de mofo pode prejudicar a saúde infantil

Mofo dentro de casa prejudica a saúde de crianças e bebês/DIVULGAÇÃO


Coordenadora do curso de Enfermagem da Anhanguera apresenta dicas de prevenção a doenças e cuidados com a umidade; crianças e bebês são mais vulneráveis


O ano de 2023 começou marcado por chuvas intensas e constantes: de acordo com o boletim informativo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o final de janeiro e o início de fevereiro terão volumes pluviométricos significativos na região sudeste -- acúmulo de 60 mm (moderado) até mais de 100 mm de água (forte). O cenário é o ambiente ideal para o desenvolvimento de diferentes infecções respiratórias, por conta do aumento de fungos e mofos, além da propagação de vírus e bactérias. Crianças e bebês são os mais vulneráveis a essas alterações e os cuidados com saúde devem ser redobrados.

A coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, professora Fernanda Ingrid Da Silva Toledo Santos, alerta que qualquer quadro gripal entra na suspeita de covid-19 e o paciente deve realizar os exames necessários, assim como cumprir isolamento. Contudo, as condições do clima trazem o risco para outras doenças respiratórias, como rinites alérgicas, asma, resfriados e sinusites. “Esses problemas tendem a ser mais agressivos na primeira infância e a atenção de uma equipe de saúde deve ser imediata”, explica.

Algumas medidas podem evitar o contágio e a proliferação dessas infecções. Uma das recomendações da enfermeira da Anhanguera é para que os guardiões adotem o hábito de realizar a limpeza nasal diária em crianças, para que secreções não se acumulem no canal respiratório, e aumentar a ingestão de líquidos e alimentos leves no dia a dia.
 

AMBIENTES

Para os quartos de crianças a bebês, é necessário que o espaço esteja bem ventilado e com janelas abertas, para que a umidade trazida pelas chuvas possa ser eliminada pelo calor. Lençóis, colchas, utensílios de berço e as roupas infantis, que costumam ser guardadas por muito tempo, precisam ser lavados com alta periodicidade, para que fiquem livres de fundos e ácaros.

Alternativas simples na decoração podem controlar o bolor em paredes. Os móveis da casa não devem ficar encostados em pontos com mofo, uma vez que os fungos conseguem se proliferar em locais abafados. A limpeza periódica com uma solução de água, água sanitária e detergente não irá remover a umidade da estrutura, porém, pode ajudar a conter o problema de forma pontual, além de prevenir o desenvolvimento de alergias e doenças respiratórias.

Casos de rinite alérgica constantes por conta do ambiente devem ser observados. Quando há a inflamação recorrente da mucosa do nariz, o indicado é procurar por profissionais especializados para fazer exames clínicos para identificar o agente causador e começar o acompanhamento de uma equipe de saúde.
  

Anhanguera
https://www.anhanguera.com/ e https://blog.anhanguera.com/category/noticias/


Pesquisadores identificam dois compostos capazes de inibir o crescimento de células de tumores cerebrais

Testes foram feitos in vitro com culturas de glioblastoma, câncer agressivo e com poucas opções de tratamento. Próximo passo é testar o efeito das substâncias em células nervosas normais e em animais (foto: NCI/Unplash)

 

Um dos tipos mais letais de tumor é o glioblastoma, já que poucos medicamentos se mostram eficazes em combater esse crescimento desajustado de células da glia, que compõem o tecido cerebral. O padrão atual de tratamento é a remoção cirúrgica do tumor, seguida de quimioterapia com temozolomida, radioterapia e nitrosoureias (como lomustina). Embora tenha havido certa melhora na sobrevida de pacientes ao longo dos anos, o prognóstico ruim permanece, pois essas células tumorais têm altíssima capacidade de resistir aos fármacos existentes e, muitas vezes, voltam a crescer após operação.

Agora, um estudo publicado na revista Scientific Reports mostrou resultados promissores de duas substâncias que conseguiram inibir a proliferação dessas células tumorais. Para o teste, in vitro, foram avaliados 12 compostos gerados como subprodutos durante a síntese total do cloridrato de apomorfina (APO). Dois deles, chamados de A5 (derivado de isoquinolina) e C1 (derivado de aporfina), mostraram capacidade de promover a morte das células de glioblastoma. Além disso, conseguiram bloquear a formação de novas células-tronco tumorais e potencializaram o efeito da temozolomida, hoje o principal quimioterápico utilizado no tratamento.

“Mais estudos são necessários para melhor caracterizar a ação em células tumorais e normais, mas os resultados obtidos sugerem uma potencial aplicação terapêutica desses compostos como novos agentes citotóxicos úteis no controle dos glioblastomas”, explica Dorival Mendes Rodrigues-Junior, do departamento de bioquímica médica e microbiologia da Universidade de Uppsala, na Suécia, um dos autores do artigo.

Para desenhar o estudo, os pesquisadores se debruçaram sobre a obtenção do cloridrato de apomorfina, que envolve uma série de reações químicas sequenciais, na qual cada passo gera um composto que é consumido na etapa seguinte. Em uma pesquisa anterior, o grupo havia avaliado o grau de eficácia de 14 desses compostos em células de câncer epidermoide de cabeça e pescoço. Tanto o A5 quanto o C1, também naquela ocasião, haviam se mostrado promissores e a opção foi por expandir os testes. “Diante da relevância e urgência em se identificar novas substâncias terapêuticas que possam ser úteis para o tratamento de glioblastoma, avaliamos o mesmo painel utilizado no estudo anterior, mas agora para este outro tipo de tumor”, explica Rodrigues-Junior.

O projeto sobre marcadores moleculares de carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço conta com apoio da FAPESP e envolve outro autor que também assina a publicação mais recente, André Vettore, do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus Diadema.

“Esse estudo apresenta resultados interessantes, mas são apenas os primeiros passos de uma longa caminhada. Essa potencial utilidade dos compostos A5 e C1 no controle de células de glioblastoma precisa agora ser analisada em modelos in vivo, bem como ter seus efeitos avaliados em células neurais não tumorigênicas”, adverte Vettore. Para o pesquisador, caso os resultados obtidos nesses ensaios sejam promissores, é possível supor que, no futuro, a eficácia seja avaliada em estudos clínicos. “Satisfazendo todas as etapas, esses compostos poderão ser, por fim, úteis no tratamento de pacientes acometidos com glioblastoma”, diz.

Produtos naturais bioativos

O estudo foi elaborado para avaliar as atividades antitumorais in vitro de 12 compostos aromáticos obtidos como intermediários na síntese total da apomorfina. Essa substância alcaloide tem interação com a via da dopamina e já é amplamente utilizada para controlar as alterações motoras causadas pela doença de Parkinson.

Os alcaloides representam uma das classes mais conhecidas de produtos naturais com múltiplas propriedades farmacológicas e são estudados por ação anticonvulsivante, antiagregante plaquetário, anti-HIV, dopaminérgico, antiespasmódico e anticancerígeno.

A FAPESP incentiva estudos com essas substâncias por meio de um projeto conduzido no Departamento de Química da Unifesp, em Diadema, sob a coordenação de Cristiano Raminelli, outro autor da publicação na Scientific Reports. Assinam também o estudo Haifa Hassanie, Gustavo Henrique Goulart Trossini, Givago Prado Perecim, Laia Caja e Aristidis Moustakas.

O artigo Aporphine and isoquinoline derivatives block glioblastoma cell stemness and enhance temozolomide cytotoxicity pode ser lido em: www.nature.com/articles/s41598-022-25534-2.

 

Ricardo Muniz
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/pesquisadores-identificam-dois-compostos-capazes-de-inibir-o-crescimento-de-celulas-de-tumores-cerebrais/40604/


Dia do Dermatologista

Como diria o poeta Paul Valéry, o que existe de mais profundo no homem é a pele 

A pele, maior órgão do corpo humano, igualmente maior para a subjetividade e, por que não, para a comunicação, é nossa interface com o mundo. Basta uma pequena alteração na pele e lá se foi nossa autoestima. Das preocupações históricas do contágio, quando sempre se “pegava” a doença de pele, à saúde da beleza, encontramos mais de três mil manifestações e sinais cutâneos, além do crescente e preocupante número de câncer da pele. Do evolucionismo ao próprio envelhecimento, destacamos a cor da pele, que já mudou o mundo, com terríveis considerações sociais. Tudo passa pela pele. E hoje, mais do que sempre, a nossa felicidade. 

Uma interessante expressão francesa, bien dans sa peau, ilustra essa situação, principalmente quando utilizada no negativo da primeira pessoa, je ne suis pas bien dans ma peau. Essa sensação de não estar bem, dentro da sua pele, significa, simplesmente, não estar nada bem. Traduz um estado de infelicidade. Conseguiríamos a felicidade pele-independente? Por outro lado -- feliz --, a sabedoria popular produz pérolas, que cientificamente ficam, não entre conchas, mas sim entre aspas, repletas de valor. O amor, uma “questão” de pele. A aceitação, outra “questão de pele”. A “química” do tato. O “beijo” do toque. Enfim, sensações e percepções de bem-estar “à flor da pele”. 

Em 1964, Lyndon Johnson, então presidente dos Estados Unidos, empregou pela primeira vez o termo qualidade de vida. Desde então, o termo se tornou obrigatório em diversas áreas do conhecimento. Na Medicina, consideramos não somente a eficácia e a segurança de um tratamento, mas também a terceira dimensão, seu funcionamento social. Assim, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu e mediu a qualidade de vida no impacto do nosso estado de saúde, do nosso viver. Em seguida, Andrew Finlay, professor de Dermatologia na Inglaterra, elaborou o primeiro questionário a avaliar a qualidade de vida em pacientes com problemas de pele. Trata-se do DLQI (Índice de Qualidade de Vida em Dermatologia). Quando empregamos este questionário nos pacientes, estamos avaliando, através da pele, o grau do impacto negativo daquela desordem cutânea na qualidade de vida desses pacientes. Estudos mostraram que alterações na pele são comparáveis a graves doenças sistêmicas quando falamos na falta de felicidade. E não estamos sequer falando em beleza. 

Em 05 de fevereiro celebramos a data do médico com essa especialidade: a pele. Que privilégio ser um dermatologista! Somos aproximadamente dez mil no Brasil, ajudando a embelezar e salvar a pele deste país maravilhoso, com muita alegria. 


Comemoro, reverenciando a pele. Viva o dia do dermatologista!

E quando me perguntam: você trabalha com quê?

Trabalho com sinais.

Sinais e sintomas.

Sintomas, aqueles pastores no sentir.

Sinais, as pegadas a seguir.

Trabalhos com palavras também.

Muitas palavras. Algumas até enrugadas. 

Sou médico na pele.

 

 Lincoln Fabricio - Médico dermatologista e professor da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR)


Mamografia: A história de um exame que pode mudar histórias de vida


A palavra rastreamento tem origem no verbo rastrear, que significa “acompanhar ou perseguir pistas, indícios e/ou rastros de algo ou alguém”, ou seja, carrega um sentido de investigação. No contexto do cuidado em saúde, rastreamento pode ser definido como qualquer estratégia que tem como objetivo identificar uma doença ou uma alteração precursora de doença, em uma pessoa considerada saudável. Trazendo esse conceito para a oncologia, duas condutas importantes podem ser tomadas a partir do rastreamento. Em primeiro lugar, a identificação de lesões precursoras permite o seu tratamento e, com isso, a prevenção do desenvolvimento de câncer. Por outro lado, podemos identificar câncer em seu estádio mais inicial, com elevada chance de cura. Para se ter uma ideia, a identificação de câncer de mama em seus estádios mais iniciais está associada a uma chance de cura que chega a mais de 95%.

A importância do diagnóstico precoce do câncer de mama já era reconhecida muito antes de termos exames adequados para esse propósito. Na década de 1920, em um congresso anual de radiologistas, nos EUA, especialistas já entendiam que o exame visual e a palpação das mamas eram muito limitados na identificação do câncer de mama inicial, bem como na diferenciação entre o câncer e lesões benignas. Já no início do século 20, foram realizadas diversas campanhas educativas nos Estados Unidos orientando as mulheres a não adiar a procura por atendimento médico caso apresentassem algum sintoma de câncer de mama. Infelizmente, tais campanhas não tiveram efeito na redução do risco de morte por câncer de mama. De fato, o diagnóstico precoce do câncer de mama envolve a detecção da doença antes do desenvolvimento de qualquer sinal ou sintoma da doença. Por isso, a importância dos exames de imagem.

A história da mamografia começa em 1913, quando um cirurgião alemão publicou um estudo no qual realizou radiografia de 3.000 mamas operadas, evidenciando diferenças entre mamas normais, mamas com lesões benignas e mamas com câncer. Nas décadas seguintes, a técnica do exame foi aprimorada, mas inicialmente o exame era utilizado principalmente na avaliação de mulheres que seriam submetidas a cirurgia da mama. O primeiro estudo que avaliou o uso da mamografia para a identificação de câncer de mama em mulheres sem suspeita para a doença foi publicado em 1960 por Robert Egan, um radiologista do MD Anderson Cancer Center. O potencial da mamografia na identificação de câncer de mama em mulheres sem sinais e sintomas da doença foi confirmado por outros estudos publicados alguns anos depois.

O primeiro estudo clínico randomizado que avaliou o benefício da mamografia para rastreamento do câncer de mama com objetivo de reduzir a mortalidade pela doença incluiu 60.000 mulheres que residiam na região da cidade de Nova Iorque e eram atendidas pelo mesmo plano de saúde. O estudo foi realizado entre os anos de 1966 e 1982. Já no início dos anos 70, os primeiros resultados do estudo indicavam que a mortalidade por câncer de mama entre as mulheres submetidas a repetidos exames de mamografia foi menor do que a de mulheres que não fizeram a mamografia. Na última publicação, após um acompanhamento de mais de 10 anos, os pesquisadores mostraram que a realização de mamografia em intervalos regulares foi associada a uma redução de 30% no risco de morte por câncer de mama. Os resultados desse importante estudo levaram à realização de diversos estudos randomizados nos Estados Unidos e na Europa, que confirmaram o benefício do rastreamento com mamografia na redução do risco de morte por câncer de mama.

Uma questão que gerou muito debate inicialmente era a idade ideal para início do rastreamento. Além de dúvidas quanto ao benefício do rastreamento para mulheres com idade de 40 a 49 anos, suspeitava-se de que em mulheres jovens a mamografia poderia trazer mais riscos pela radiação (lembrando que é um exame de radiografia). No entanto, diversos estudos evidenciam o benefício do rastreamento também nessa faixa etária, e não existem dados que indiquem um risco aumentado pela realização do exame em mulheres jovens. 

No congresso anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) de 2022, um importante estudo foi apresentado, evidenciando a contribuição da mamografia e dos tratamentos para o câncer na redução do risco de morte por câncer de mama. Foi analisado um período de quase 20 anos, sendo observado que o rastreamento que a mamografia, na medida em que possibilita o diagnóstico precoce do câncer, foi associado a uma redução de aproximadamente 31% no risco de morte por câncer de mama. Quando consideramos mulheres que tem acesso aos mesmos tratamentos, sabemos que a maior parte das mortes por câncer de mama ocorre entre as mulheres que não faziam rastreamento. Isso deixa claro que tratamentos mais eficazes atuam em conjunto com o diagnóstico precoce, pela mamografia, para aumentar as taxas de cura do câncer de mama.

No Brasil, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde recomenda que o rastreamento com mamografia seja realizado a cada dois anos para mulheres com idade entre 50 e 69 anos. Tal recomendação é feita do ponto de vista de saúde pública e se baseia no fato de que essa faixa etária é a que apresenta maior benefício. Isso, porém, não significa que não há benefício do rastreamento em mulheres com idade de 40 a 49 anos. Alguns estudos, inclusive, sugerem benefício semelhante ao de mulheres mais velhas. Considerando esse benefício, e o fato de que temos observado aumento da incidência de câncer de mama em mulheres com menos de 50 anos, a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que o rastreamento seja iniciado aos 40 anos de idade, e que o exame seja feito anualmente. Já existe um Projeto de Decreto Legislativo (número 679/2019) que propõe assegurar a realização da mamografia de rastreamento para as mulheres a partir dos 40 anos, no Sistema Único de Saúde (SUS). O projeto já foi aprovado no Senado Federal e, atualmente, aguarda o parecer do relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados.

Por fim, algumas palavras sobre o uso dos demais exames de imagem no rastreamento do câncer de mama. O ultrassom de mamas não é considerado um método adequado para rastreamento do câncer de mama, mas pode ser utilizado como exame complementar quando a mamografia é suspeita ou quando a mulher tem mamas muito densas. Além disso, o ultrassom permite a realização da biopsia da lesão suspeita. A ressonância magnética (RNM) das mamas tem seu principal papel no rastreamento de câncer de mama em mulheres com alto risco de desenvolvimento da doença, como por exemplo em mulheres portadoras de mutações genéticas de alto risco para câncer de mama. Nesses casos, a RNM é utilizada em conjunto com a mamografia. 

 

Leonardo Silva - oncologista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais. É Mestre e Doutor em Oncologia Mamária e membro do Grupo SOnHe. Atua no Caism/UNICAMP, no Radium – Instituto de Oncologia, no Hospital Santa Tereza, no Hospital Madre Theodora e no Hospital PUC-Campinas.

 

Posts mais acessados