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segunda-feira, 18 de julho de 2022

Bullying: por que as crianças sofrem caladas e não acionam os pais?

Psicóloga explica o que os responsáveis devem fazer quando a criança passa a ser vítima de agressão no âmbito escolar


Seja em escola pública ou particular e até mesmo na universidade, o bullying ainda é muito presente, o que afeta a vida de vários jovens e adolescentes. Porém, quem é vítima deste tipo de agressão, nem sempre demonstra sinais e isso faz com que o sofrimento do filho passe despercebido aos olhos dos pais ou responsáveis. 

Segundo a professora do curso de Psicologia do Centro Universitário da Serra Gaúcha – FSG, Fernanda Prux Susin, a criança pode ficar em silêncio em temer vingança por parte de quem realiza o bullying, já que elas pensam que o agressor pode fazer algo ainda pior, além do receio de causar preocupação ou decepção aos pais e responsáveis. “O silêncio também pode ocorrer por vergonha, pois a vítima acaba se sentido envergonhada pela situação que está passando, e por este motivo fica em silêncio. Elas também acreditam que ninguém vai conseguir prestar um auxílio”, explica.  

Para Fernanda, o bullying se caracteriza por uma prática sistemática e repetitiva de agressão física ou psicológica por parte de um indivíduo, ou grupo, em direção a uma determinada vítima. “Vale ressaltar que para ser considerado bullying, a agressão deve ser recorrente, e geralmente ocorre com mais frequência no ambiente escolar, lembrando que a violência pode se manifestar em forma de agressão física ou verbal, como intimidação, humilhação ou xingamentos”, esclarece. 

Para saber se a criança está sofrendo bullying, é importante entender que cada um pode apresentar sinais peculiares, por exemplo: um filho que sempre gostou de ir para a escola, passa a não querer mais comparecer. “É necessário ficar atento a sinais como: desinteresse pela escola, tristeza e choro sem um motivo aparente, baixa autoestima, irritabilidade, agressividade, queixas de dores de cabeça ou outras dores, queda do desempenho escolar, entre outros. Podemos falar de sinais que podem ser mais visíveis como o material escolar e uniforme danificado, além de marcas de agressões no corpo”, salienta.  

“Crianças vítimas de bullying podem desenvolver sequelas na vida adulta, visto que qualquer tipo de violência deixa marcas. Baixa autoestima, insegurança, dúvida quanto a suas capacidades, dificuldade nas relações interpessoais e afetivas, agressividade, entre outros, são apenas alguns problemas que a criança pode levar para o resto da vida se não receber ajuda”. 

Fernanda explica que é importante os pais conversarem com o filho, mantendo sempre o diálogo aberto, além de perguntar também sobre o que ocorre na escola. “Procure ter contato com a comunidade escolar, professores, grupo de pais e até mesmo colegas do filho”, orienta. 

No caso do agressor, a professora do curso de Psicologia da FSG salienta que ambientes familiares hostis, agressivos e com falta de diálogo, podem favorecer para que o filho pratique bullying, porém não se pode afirmar que esta é a única causa para a prática da violência. “Geralmente na prática do bullying existe um líder ou agressor dominante, e outros colegas acabam integrando esse grupo, muitas vezes, em busca de pertencimento, mas não possuem um histórico de agressão ou mesmo lares hostis”, reforça.  

Além do bullying, existe também o cyberbullying, que é um tipo de violência que ocorre mesmo que as crianças e adolescentes não estejam na escola, sendo assim, a agressão acaba se perpetuando nos horários em que as vítimas não estão no ambiente escolar. 

Por fim, Fernanda reforça que conversar com a criança ou adolescente, procurando acolher e entender o que está acontecendo, sem julgamentos ou punições, é o melhor caminho. “Caso seja necessário, procure ajuda profissional para o seu filho enviando ao atendimento psicoterápico, desta forma ele terá todo o suporte necessário para lidar com o trauma”, finaliza.  

 

FSG - Centro Universitário da Serra Gaúcha

www.fsg.edu.br

 

O que fazer quando os filhos estão de férias e os pais não?

Veja dicas para garantir que as férias das crianças sejam divertidas, mesmo que você precise trabalhar ou não possa levá-los para viajar

 

Viajar em família com as crianças durante as férias escolares de julho nem sempre é uma realidade para a maioria das famílias. Em geral, os pais só possuem 20 ou 30 dias de férias do trabalho por ano, o que dificulta cobrir os períodos dos filhos sem aulas. Com isso, as férias das crianças passam a ser um problema na rotina familiar: Qual a melhor forma dos pais lidarem com essa realidade? Quais sentimentos uma criança pode desenvolver por não ter vivido as férias intensamente? Quando as aulas voltarem, como a criança vai reagir diante dos amiguinhos que viajaram? 

Vamos lá! A melhor forma dos pais lidarem com essa realidade é procurar fazer junto com as crianças uma programação especial para essas semanas sem escola. O ideal é que isso seja feito com antecedência e de uma forma bem equilibrada, com dias e horários reservados para atividades dirigidas e obrigatórias (que serão cobradas pelos pais) e um tempo livre onde entram brincadeiras, visitas, passeios, computador, cinema, jogos, esportes, etc. 

O planejamento das férias faz toda a diferença e, claro, contar com uma rede de apoio também. Converse com os avós, tios e, se possível, com uma babá. Mostre o planejamento e quando cada um deles poderia ajudar. Buscar alternativas para trabalhar em modelo híbrido ou home office também facilita e muito a gestão desse período.

 

Ideias para divertir crianças nas férias

Existem programações que raramente são feitas durante o período letivo, como ir a museus, parques, mercado central da cidade, estação ferroviária (quantas crianças nunca andaram de trem!), teatros e audições musicais. Vale checar se algum desses espaços conta com serviço de monitoria, o que proporcionará horas de diversão associada a novos conhecimentos. Há muitas formas de utilizar o tempo livre de modo interessante e produtivo. 

Os pais podem também se reunir com vizinhos, parentes e amigos que tenham filhos da mesma faixa etária e contratar um recreacionista para passar um período do dia com as crianças no playground ou no salão de festas do prédio. Dessa forma, as brincadeiras, os jogos e os esportes poderão ser dirigidos e as férias das crianças serão tão instigantes e divertidas como se fossem a uma festa por dia. 

Para distrair os mais pequeninos, uma ideia simples que sempre faz sucesso é incentivar tarefas que os tornem “grandes” aos olhos dos irmãos mais velhos e principalmente dos pais. Seguem alguns exemplos: ajudar a recolher o jornal, aprender a fazer a própria cama, cozinhar receitas simples, lavar sua roupa íntima, trocar a água do cachorro, molhar o jardim e assim por diante. Dar à criança a noção de responsabilidade faz com se sintam tão importantes como os adultos da família, além de ser uma distração garantida já que tudo para eles é uma brincadeira.

Com as férias planejadas e a rede de apoio garantida, as chances da criança sentir que não aproveitou as férias intensamente diminuem muito. O sentimento de tristeza, solidão, tédio e frustração deixam de existir dado que a criança irá realizar atividades, estará rodeada de familiares e amigos, jogos e brincadeiras que foram planejadas de antemão. 

 

Helen Mavichian - psicoterapeuta especializada em crianças e adolescentes e Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É graduada em Psicologia, com especialização em Psicopedagogia. Pesquisadora do Laboratório de Neurociência Cognitiva e Social, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Possui experiência na área de Psicologia, com ênfase em neuropsicologia e avaliação de leitura e escrita.

Férias: 4 atividades para um tempo de qualidade com seu filho

Bruno Piva, especialista em educação, orienta como tornar as

férias um período produtivo entre pais e filhos

 

As férias escolares chegaram e esse é o momento de crianças e adolescentes relaxarem após um semestre intenso de aulas. Para aproveitar melhor esse período, é possível realizar atividades em família que estreitam os laços e criam maior afinidade.

 

“As férias devem ser um momento de descontração. É importante se abrir para praticar atividades com os filhos e se envolver nesses momentos. Isso melhora o relacionamento e afeta de forma positiva outras áreas como um todo”, explica Bruno Piva, CEO e fundador da Piva Educacional, startup que ajuda crianças e adolescentes a criarem autonomia para estudar.

 

Pensando nisso, Bruno lista quatro sugestões de atividades construtivas para fazer durante as férias e ter assim um tempo de qualidade junto aos filhos:

 

1- Diário de férias: 

A escrita é uma habilidade que precisa ser desenvolvida e uma ideia é fazer isso por meio da produção de histórias. “Você e seu filho podem começar um diário juntos. Podem escrever sobre experiências que tiverem nas férias, colar fotos, escrever sobre filmes e tudo que fizerem nesse período. Além de estimular a criatividade, vocês vão construir juntos um livro cheio de memórias para a vida toda”, destaca Piva.

 

2- Videogame, TikTok e YouTube: 

Parece brincadeira, mas não é! Crianças e adolescentes esperam meses pelas férias, por isso deixe que eles aproveitem esse tempo para fazer coisas de que gostam, inclusive usar essas mídias, que costumam ser mais restritas durante o ano. “É até uma forma de ensinar aos filhos que, com equilíbrio e moderação, tudo pode ser saudável. Por isso é importante impor limites e, de preferência, participar desses momentos também, jogando ou assistindo aos vídeos com os filhos. A ideia é curtirem isso juntos”, recomenda o especialista.

 

3- Jogos de tabuleiro

Com o objetivo de resgatar brincadeiras de infância e poder desfrutar de momentos também sem telas e tecnologias, os jogos de tabuleiro são uma ótima alternativa. Muitas vezes os pais nem lembram que existe essa possibilidade, já que os celulares oferecem diversas formas de entretenimento. Resgatar brincadeiras, como os jogos de tabuleiro, pode trazer uma nova perspectiva para os filhos.

 

4- Piquenique no parque: 

Essa atividade pode ser muito colaborativa. É possível montar a cesta juntos, escolher o que levar, tomar um sol no parque, brincar de bola e até empinar pipa - é diversão na certa. “Dentro do piquenique, ainda é possível conciliar outras atividades. Uma sugestão é procurar folhas diferentes de árvores para colar no diário e complementar as histórias ali registradas”, finaliza o CEO.

 

Piva Educacional

 

Mandela Day lembra importância de líder sul-africano para combate ao racismo

Celebrado no dia 18 de julho, dia de Nelson Mandela destaca luta contra Apartheid e traz reflexões para discussões antirracistas no século XXI

 

No dia 18 de julho de 2013 faleceu Nelson Mandela, o mais importante nome da luta contra o Apartheid na África do Sul. Liderança negra histórica, Madiba, como também era chamado, chegou a ficar preso por 27 anos pelo regime que ajudou a combater. Livre, chegou à presidência do país em 1994. Quase uma década depois de sua morte, aos 95 anos, seu legado para o movimento antirracista ainda perdura. 

Do ponto de vista da história, tudo o que Mandela enfrentou ao longo de sua vida aconteceu ontem. Diante dos milhões de anos que soma o planeta Terra e dos milhares já acumulados pelo Homo sapiens, uma história que se passa entre os anos de 1940 e 1990 ainda é significativamente recente para ser esquecida. E a atuação de Madiba, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993 em reconhecimento à luta contra o Apartheid, é inspiração para uma série de movimentos que vieram depois e têm se fortalecido nos últimos anos. A assessora de Geografia do Sistema Positivo de Ensino, Rafaela Pacheco Dalbem, explica que as batalhas vencidas no passado, inclusive a de Mandela, foram o ponto de partida para verdadeiras revoluções culturais e estéticas em todo o mundo. “O afrofuturismo, por exemplo, é um conjunto estético e corrente de pensamento que influencia a música, a literatura, o cinema e a moda, levando em consideração a diáspora africana e, consequentemente, muito de suas tradições. Na mesma medida de importância, essas tradições ganham novas roupagens e representações na atualidade”, detalha. 

O afrofuturismo surgiu através de críticas da população negra ao não se ver representada em produções artísticas que são consideradas grandiosas dentro do seu campo. Rafaela explica que essa corrente é a ideia de considerar os negros no futuro, uma forma de contar novas histórias das populações negras. “Essa corrente, que tem uma forte pegada estética, surgiu da hipótese de falta de presença negra no futuro – e essa hipótese é baseada em dados, do presente e do passado, das populações negras”, conta. Por isso, quando era responsável pelo conteúdo de Geografia da África junto a algumas turmas de 8º ano, Rafaela buscava não contar apenas uma geografia daquele continente. “Mostrar outros lados ajuda na ponderação, na empatia e na alteridade. Qualidades fundamentais para gerar, de fato, consciência. Histórias como a de Mandela, o presidente negro e Nobel da Paz que lutava pela diminuição das sequelas coloniais em seu país, ajudam a mostrar esses outros lados”, completa. 


A relevância de Mandela 

Nascido em 1918, Nelson Mandela entrou na década de 1940 para o Congresso Nacional Africano (CNA), partido que se colocava contra a segregação racial promovida na época na África do Sul. Instituído pela minoria branca em 1948, o Apartheid retirou uma série de direitos da população negra do país, proibindo os relacionamentos entre negros e brancos, separando fisicamente negros e brancos na vida cotidiana e atuando violentamente na repressão aos negros. 

O professor de História e coordenador do Núcleo de Evolução de Conteúdo do Sistema Positivo de Ensino, Norton Frehse Nicolazzi Jr., explica que a violência contra a população negra era brutal. "Em muitas cidades, os negros eram segregados em guetos, por exemplo, e precisavam de cartões de identificação para que pudessem sair deles. Mandela começou defendendo a ideia de desobediência civil contra as leis estabelecidas pelo regime, por meio de uma resistência pacífica. Mas, conforme a repressão aumentava, ele começou a participar da luta armada”, narra. 

Em 1964, ele foi preso e condenado à prisão perpétua. Mas o acirramento do clima político no país, a resistência cada vez mais intensa de grupos como o CNA e as pressões internacionais - vários países passaram a aplicar sanções à África do Sul como forma de protesto contra o tratamento dispensado aos negros -, acabaram levando ao fim do Apartheid e à libertação de presos políticos, entre eles Madiba, a partir da década de 1990. 

“Depois que assumiu o governo do país, ele se dedicou a enfrentar as consequências trazidas pelo regime que dominou a África do Sul por quase 50 anos. Em seu mandato, que se estendeu até 1999, Mandela criou projetos de educação, desenvolvimento, saúde e habitação para a população negra. Também foi fundamental na aprovação de uma nova constituição nacional”, afirma Nicolazzi. Mesmo depois de deixar a Presidência, o líder continuou trabalhando por causas sociais como o acolhimento às crianças e às vítimas do HIV.

 

 Sistema Positivo de Ensino 

 

Marketing Digital: conteúdo estratégico é cada vez mais importante na consolidação de uma marca

 

Divulgação
Território digital é espaço importante para gerar valor e apresentar a evolução da empresa; André Patrocínio, CEO da Etus, dá dicas sobre o assunto 

 

“Não adianta nada postar conteúdo sobre causas sociais e não praticar elas internamente, muito menos usar as redes sociais só para vender ou fazer  posts desinteressantes, como um ‘Seja bem-vinda, Primavera!’, isso é um desperdício de uma terra extremamente fértil, que é a internet”, comenta o especialista em marketing digital e CEO da Etus sobre produção de conteúdos digitais nas empresas.

O crescimento empresarial parte de princípios importantes de gestão e processos de aprimoramento e evolução da marca. O número de empreendedores brasileiros com empresas com mais de 3,5 anos cresceu no Brasil em 2021. São 14 milhões de pessoas de 18 a 64 anos, ou 9,9% da população adulta, que comandam um negócio do tipo no país. O avanço apontado esbarra em qualificação e em estar preparado para desenvolver ações e prospectar clientes.

A visibilidade gerada pelo marketing digital permite um alcance maior e consequentemente, mais oportunidades de atrair o cliente certo para a base do funil e aumentar a venda e aquisição de novos clientes. Mas, em um ambiente onde o fluxo de informações é infinito, com milhares de buscas e resultados dos mais diversos, o conteúdo precisa ser relevante, atrativo e confiável. Produzir conteúdos originais e de qualidade a fim de solucionar a “dor” do cliente, conhecer bem a persona e se conectar através desse conteúdo, manter um diálogo e humanizar as redes sociais são estratégias fundamentais para construir a autoridade digital de uma marca.


Especialista dá dicas

Os conteúdos institucionais são agentes importantes para criar identificação com a marca, André Patrocínio comenta: “é essencial trazer esse sentimento de pertencimento ao cliente ou possível cliente. Mostre o andamento interno, estrutura da empresa, os setores, colaboradores, apresente alguma operação que aconteça no ambiente. Para as empresas que têm os processos operacionais alinhados é fácil extrair materiais desse tipo”, fala o especialista.

De acordo com André, o marketing digital é um mercado líquido, em constante mudança e estar atualizado às novas tendências é crucial para quem quer estar presente nas mídias digitais. “Um conteúdo institucional que sempre funciona é divulgar alguma mídia espontânea sobre a marca, sua empresa saiu na TV, rádio, revista, grite para todos os cantos”, explica.

Patrocínio finaliza falando sobre conteúdos institucionais que remetem a causas sociais como “Outubro Rosa” ou “Novembro Azul”: “É incoerente e ineficaz você fazer um post com um laço cor-de-rosa e não praticar ações de conscientização sobre câncer de mama dentro da sua empresa. Isso já tem que estar determinado na gestão da marca e que a publicação seja uma consequência dessas ações e não a causa”. O CEO da Etus reforça: “Saber usar as redes sociais com inteligência e de forma estratégica pode fazer toda a diferença para o sucesso do seu negócio e da sua empresa”, finaliza André Patrocínio.


ARTESP alerta: bituca de cigarro pode provocar incêndio de grandes proporções nas rodovias

Quando jogado pela janela do veículo, o cigarro pode iniciar focos de chamas nos canteiros centrais e margens da via, além de ser altamente poluente no meio ambiente 

 

Os focos de incêndio na vegetação próximo às rodovias são um desafio nesta época do ano, em função do tempo seco e do longo período de estiagem, que deixam o mato propício para o alastramento do fogo. Incêndios atrapalham o tráfego e a fumaça dificulta a visibilidade dos motoristas, o que afeta diretamente a segurança viária. 

Por esta razão, a ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo e as concessionárias ligadas ao Programa de Concessões Rodoviárias do Governo do Estado de São Paulo reforçam as ações para alertar os motoristas e usuários dos perigos de se jogar bituca de cigarro pela janela do veículo.

Em toda a malha são veiculadas mensagens nos painéis de mensagens variáveis (PMVs), para conscientização dos usuários das rodovias. 

“Não atire cigarros às margens de rodovias”

“Não jogue bitucas nas margens de rodovias” 

Por meio de seus canais de comunicação, as concessionárias também publicam mensagens de alerta aos motoristas e usuários sobre os cuidados a serem tomados durante este período de estiagem, quando o mato está seco e propaga mais facilmente o fogo. 

De janeiro a junho deste ano, foram atendidas nas rodovias concedidas 2.380 ocorrências de incêndio na mata, de acordo com dados do Centro de Controle de Informações (CCI) da ARTESP. Em relação ao ano passado, houve redução de cerca de 20%, considerando o mesmo período: no primeiro semestre de 2021 foram 2.998 casos. Em casos de incêndio, o Corpo de Bombeiros é acionado e uma viatura de inspeção da concessionária dá toda orientação aos motoristas, para que a segurança viária seja mantida.  

“A agência reguladora trabalha diuturnamente em parceria com as concessionárias para garantir as boas condições de segurança dos usuários e preservar o meio ambiente”, explicou Milton Persoli, Diretor-geral da ARTESP.

Além disso, os serviços de poda, limpeza de detritos, manutenção de aceiros e roçadas são realizados regularmente nas vias e faixas de domínio, ações estas que colaboram para a diminuição das queimadas. 

É importante lembrar que as causas das ocorrências são sempre investigadas pelos órgãos competentes.

 

Dicas de segurança 

Ao se deparar com um incêndio florestal ou situação de queimada na rodovia, o condutor deve avisar imediatamente o Corpo de Bombeiros (193) ou a Defesa Civil (199), e também pode ligar para o número 0800 da concessionária responsável pela rodovia (veja aqui o número de cada uma delas). Ao informar a ocorrência, citar detalhes, como a exata localização do foco de incêndio, auxiliando as equipes de socorro a chegar ao local a tempo para conter as chamas. Além disso, ao cruzar áreas com visibilidade prejudicada, é importante que o motorista adote medidas de segurança, tais como:  

- Fechar os vidros do veículo; 

- Trafegar com farol baixo aceso; 

- Não se aproximar da ocorrência; 

- Não parar na faixa de rolamento;

- Manter distância segura do veículo da frente; 

- Não ligar o pisca-alerta com o veículo em movimento,


Senacon suspende telemarketing ativo em todo País

A Medida Cautelar, que proibiu as ligações para a oferta de produtos e serviços foi publicada nesta segunda-feira (18), no Diário Oficial da União, e afetará bancos e instituições financeiras, além de empresas de telefonia e telemarketing, dentre outras


A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), do Ministério da Justiça, proferiu uma medida cautelar antecedente que proíbe as empresas de fazerem uso do telemarketing ativo abusivo para oferecer produtos e serviços. Segundo dados do site consumidor.gov.br, o número de reclamações por ligações excessivas cresceu 27% de janeiro a junho deste ano, o que dá uma média de mais de 900 registros por mês. 

  

A decisão ocorreu em razão de possível infração ao Código de Defesa do Consumidor. Em consulta ao consumidor.gov.br, e por relatos na imprensa, é possível identificar que, além do número excessivo de ligações, muitos desses consumidores estavam sendo contatados mesmo após cadastrarem o telefone na plataforma “Não me Perturbe”, que tem como objetivo impedir as chamadas indesejadas de telemarketing ativo.  

  

A especialista em Direito do Consumidor e sócia-fundadora do PG Advogados, Ellen Gonçalves Pires, informa que a medida é de grande impacto, sendo necessário levar em conta diversos fatores “É preciso muita serenidade e razoabilidade para analisar as consequências desta suspensão, pois seu impacto é multistakeholder. Ela afeta não apenas as empresas de call center e suas clientes, mas também a economia de modo geral”, destaca. 

  

Mesmo com os esforços da Senacon na implementação do prefixo 0303, que identifica as chamadas de telemarketing ativo e o “Não me Perturbe”, é possível constatar um aumento das reclamações sobre o número de ligações provenientes de call centers, ainda que sem a autorização dos consumidores.  

  

De acordo com a especialista, o aspecto que deve ser questionado sobre a decisão da Senacon não é o direito legítimo das empresas em ofertar seus produtos e serviços, mas sim, o uso excessivo deste recurso.  

 

“Nossa constituição elenca a defesa do consumidor como direito fundamental e ao mesmo tempo como princípio da ordem econômica. Por isso, o equilíbrio nas relações de consumo só será alcançado mediante o diálogo de todos os envolvidos. Práticas abusivas devem sim ser combatidas e ao fazê-lo não se pode desequilibrar as relações de consumo e impactar negativamente a economia. O telemarketing ativo é uma importante ferramenta no cenário econômico, portanto, o debate em torno desta matéria deve ser amplo e cuidadoso”, destaca a especialista. 


 

Impactos trabalhistas 

 

Segundo a Associação Brasileira de Telesserviços, o setor emprega 1,4 milhão de pessoas. A proibição adotada pode ocasionar grande volume de demissões de trabalhadores das empresas de call center. Diante desse contexto, a head de Relações Trabalhistas e Digital do PG Advogados, Érika de Mello, afirma que o momento socioeconômico do País exige uma busca pela harmonização das relações de consumo, mas com visão sistêmica.  

 

Segundo Érika, a suspensão dos serviços de telemarketing poderá impactar a oferta de empregos para pessoas com pouca experiência no mercado de trabalho. “As empresas de telemarketing estão entre os maiores empregadores do País e são responsáveis por grande parte dos primeiros postos de trabalho ocupados por muitas pessoas”, destaca. 

 

A especialista alerta também que o viés trabalhista da medida terá que ser tratado de forma urgente e estratégica pelas empresas afetadas, seus contratantes e inclusive pelos órgãos envolvidos no debate “Ela pode gerar desde um recuo na criação de novos postos de trabalho até uma onda de demissões e ações trabalhistas de grandes proporções que pode atingir não só as próprias empresas de telemarketing, mas as empresas tomadoras do serviço, que de acordo com a legislação também assumem responsabilidade sobre os direitos dos empregados”, reforça a advogada. 

 

“É imprescindível que se analise o cenário e as medidas que serão adotadas por todos os envolvidos também por essa perspectiva, pois as ações e reações são sistêmicas e devem ser harmonizadas para atingimento do objetivo de proteção do consumidor de forma eficiente e sustentável, mensurando os impactos positivos e negativos que recairão sobre todas as partes interessadas em seus diversos contextos”, pondera Érika de Mello. 


 

Superendividamento  

  

Outra preocupação da Senacon é com o constante assédio das instituições financeiras a idosos para oferta de empréstimo consignado, população que em grande parte está em situação de vulnerabilidade social. Sobre o tema, a entidade chegou a abrir investigação contra 10 grandes bancos para apurar “possíveis abusos” e a “exploração da hipervulnerabilidade do idoso”.  

  

A investigação culminou na emissão da Nota Técnica no 28/2020, que prevê uma cooperação técnica entre a Senacon, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e o Banco Central para promover modificações no telemarketing ativo e no empréstimo consignado para aposentados. Na ocasião, os bancos se comprometeram a aderir ao “Não me Perturbe”, como forma de reduzir o número de ligações aos beneficiários do INSS.  

  

Com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) foi acordada uma autorregulação para mitigar o problema do superendividamento dos idosos, com mais acesso à informação, a possibilidade de bloqueio das ligações de telemarketing ativo e ainda o monitoramento das reclamações, bem como o combate ao assédio comercial e qualificação de correspondentes.  

   

De acordo com o site consumidor.gov.br, o número de reclamações relacionadas a crédito e cartão consignado para beneficiários do INSS representa 4,95% do total de registros feitos na plataforma. O dado corresponde a 35.721 reclamações somente entre janeiro e junho de 2022. Se compararmos com o mesmo período do ano anterior é possível perceber uma redução no número de reclamações que representava, na ocasião, 7,11%, e um total de 49.400 registros.  

  

Na opinião da advogada especialista em Direito do Consumidor Ellen Gonçalves Pires, a redução do número de reclamações de aposentados e pensionistas na plataforma consumidor.gov.br, na comparação entre 2021 e 2022, “demonstra que a movimentação para a adequação dos atores envolvidos no problema apresenta resultados positivos”. Para Ellen, “este é o caminho, o da cooperação multistakeholder”.  


 

Anatel  

  

Em abril deste ano, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) tornou obrigatório o uso do prefixo 0303 nas ligações oriundas de telemarketing ativo. A medida foi colocada em prática por muitas empresas, mas as ligações continuaram e, em alguns casos, o prefixo não foi adotado, conforme afirmou a decisão da Senacon.  

  

Outra medida implementada pela Anatel em junho deste ano foi a proibição do uso de robôs para fazer as ligações, o que permitia um maior volume de chamadas telefônicas, e o bloqueio dos números de empresas que extrapolam o limite de 100 mil telefonemas por dia.  

  

A plataforma “Não me Perturbe” já recebeu o registro de mais de 9 milhões de consumidores que optaram por não receber ligações de telemarketing ativo. Contudo, mesmo com a criação do sistema, que deveria evitar essas ligações, alguns consumidores continuaram recebendo ligações após o registro na plataforma.  

   

O que diz a LGPD?   

De acordo com a decisão, para que as empresas possam realizar o serviço de telemarketing ativo é necessária a autorização expressa dos consumidores. Mas para as advogadas Ellen Gonçalves Pires e Érika de Mello, a forma como esse procedimento deve ser feito ainda é passível de debate. 

  

“Apesar de a Senacon mencionar que as empresas precisam de autorização expressa do consumidor, as ações de telemarketing têm sido realizadas não só com base em consentimento dos indivíduos, mas também com base no legítimo interesse da empresa, no entanto, nos parece que o que entra em pauta são as medidas implementadas pelas empresas para resguardarem limites que preservem a intimidade das pessoas”, finaliza Érika de Mello.  

De acordo com a decisão, as empresas que descumprirem a Medida Cautelar estão sujeitas à multa de R$ 1 mil por dia.  

 

 

Ellen Gonçalves - vice-presidente da Comissão Permanente de Defesa do Consumidor da OAB seccional São Paulo e destaque nos rankings Análise Editorial e também pelo inédito Análise Advocacia Mulher, nas especialidades Consumidor e Cível, e nos setores: eletroeletrônico, bancário, tecnologia, varejo, transporte e logística, no Estado de São Paulo.  

 

Érika de Mello - head de Relações Trabalhistas e Digital do PG Advogados. Possui certificação pela Global Reporting Initiative em metodologias para aplicação de Relatórios de Sustentabilidade, com participação em projetos de consultoria no Brasil, Reino Unido e Holanda. Palestrante e professora dos cursos de Gestão Jurídica, MBA e Pós-Graduação da Fundação Instituto de Administração (FIA). Foi destaque no Análise da Advocacia Mulher 2022 como uma das advogadas mais admiradas em Direito do Trabalho. 

  

https://www.pgadvogados.com.br/


Modelo híbrido -- como fazer para ficar dentro da lei


No fim de março foi publicada uma importante novidade na medida provisória que altera as regras do teletrabalho, permitindo o modelo híbrido e a contratação por produção sem controle de jornada. Prevendo o texto que a presença do trabalhador no local de trabalho para tarefas específicas não descaracteriza o teletrabalho, se este for o regime adotado em contrato.

“É um importante avanço para as empresas que tem mais uma ferramenta para reter trabalhadores com benefícios. Lembrando que, com a abertura gradativa da pandemia, muitas empresas já estavam adotando esse modelo, para se adequar às necessidades sanitárias. Agora elas têm uma segurança a mais”, analisa Mourival Boaventura Ribeiro, sócio da Boaventura Ribeiro Advogados.

Ele se refere ao fato de não haver até então a possibilidade expressa de combinar o esquema remoto com o presencial -- os contratos deveriam ser enquadrados em um modelo ou outro.

Veja pontos importantes desta lei, que devem ser observadas: 

  • Modelo híbrido - permitido home office e trabalho presencial, sem preponderância, inclusive de forma alternada
  • Presença no ambiente de trabalho -- quando para tarefas específicas, não descaracteriza o home office
  • Modalidades de Contratação - por jornada: com controle das horas trabalhadas, permitindo, com isso, o pagamento de horas extras; ou por produção ou tarefa: sem controle de jornada.
  • Contrato de trabalho - poderá dispor sobre horários e meios de comunicação entre empregado e empregador, assegurados os repousos legais
  • Prestação de serviço - admitida a prestação de serviços em local diverso daquele previsto em contrato, cabendo, ao empregado, como regra geral, as despesas para retorno ao trabalho presencial
  • Tecnologia e Infraestrutura - uso de equipamentos para o home office fora da jornada não constitui tempo à disposição do empregador, salvo se previsto em contrato ou instrumento coletivo
  • Prioridade - para trabalhadores com deficiência ou filhos de até quatro anos completos
  • Aplicação - além de empregados regidos pela CLT, fica também permitido para aprendizes e estagiários
  • Base territorial -- aplicação de normas segundo estabelecimento de lotação do empregado
  • Home Office no exterior - quando contratado no Brasil, será aplicada legislação brasileira, observando ainda a legislação para trabalho no exterior e as disposições contratuais.


Nem tudo são flores

Contudo, a notícia é positiva, mas as empresas ainda devem se atentar para alguns cuidados. Tatiana Gonçalves, da Moema Medicina do Trabalho, alerta que as empresas devem se resguardar, seja no modelo híbrido ou no home office, principalmente quanto a medicina do trabalho. "Os laudos NR 17 (ergonomia) e PPRA são de extrema importância para garantir que o colaborador trabalhará em segurança, assim não correndo o risco de nenhum tipo de acidente de trabalho ou doença ocupacional". 

Outro ponto é que, com a retomada da economia, a empresa que fizer a opção pelo modelo híbrido ou de home office, deve deixar isso bastante claro nas documentações. Lembrando que a modalidade de home office deve constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado (pode ser elaborado termo aditivo de contrato de trabalho, por exemplo).

Empresa e colaborador normalmente negociam essa questão e os colaboradores em home office tem os mesmos direitos que o quem trabalhador que executa seu tralho na empresa (exceto vale transporte), sendo sujeitos a carga horária e subordinação. 

Mais um ponto importante em relação é que a empresa não é obrigada a arcar com custos de (água, luz, telefone e internet) e nem estrutura (mesa, cadeira, computador) em caso do período em casa. A legislação dá abertura para negociações dessas despesas devido a dificuldade de mensuração de custos haja vista que parte desses custos é também do colaborador desde que que todos os acordos sejam especificados em contrato de trabalho.


Transformação digital na saúde oferece benefícios para clínicas e pacientes

 pexels
Tecnologia "paperless" permite redução no uso do papel, diminui erros e ajuda na economia de recursos

 

A transformação digital na área da saúde é fundamental para tornar mais ágil e melhorar os processos de atendimento aos pacientes. Com o uso de softwares especializados, é possível oferecer mais eficiência e qualidade em cada etapa dos procedimentos médicos.

Essa mudança é uma tendência em clínicas e hospitais, que já implementaram sistemas inteligentes e opções como a telemedicina, auxiliando profissionais e pacientes a alcançarem melhores resultados.

De acordo com Éber Feltrim, especialista e consultor de negócios na área da saúde e CEO da SIS Consultoria, a transformação digital pode trazer uma série de benefícios em um ambiente hospitalar. “Para os pacientes, os atendimentos tornam-se mais ágeis e eficientes, além de, por meio da tecnologia, registrar todo o histórico do cliente. Essa melhor experiência ajuda a fidelizar os pacientes, que voltarão a procurar a instituição de saúde em outras oportunidades, além de indicá-la sempre que tiverem oportunidade”, relata.

O consultor afirma que com o uso de soluções tecnológicas, é possível reduzir o número de erros humanos. “Isso acontece principalmente em cirurgias com o auxílio da robótica, exames com diagnósticos mais precisos e integração dos dados dos pacientes, reduzindo a ocorrência de falhas. A tecnologia na saúde promove a cultura paperless, eliminando o uso do papel na realização dos procedimentos, o que reduz a taxa de erros e economiza recursos da clínica. Além disso, a Inteligência Artificial consegue avisar aos profissionais, em tempo real, sobre mudanças no quadro dos pacientes, o que é imprescindível em casos de emergência”, pontua.

A tecnologia transformou completamente a forma como alguns exames são realizados. “Graças ao avanço dos procedimentos com imagem foi possível chegar a diagnósticos mais precisos, que não apenas detectam as doenças de forma precoce como também possibilitam a prevenção. Um deles é a tomografia computadorizada, na qual todos os órgãos do paciente podem ser visualizados. A ressonância magnética, por exemplo, permite que alterações nos músculos e no sistema cardiovascular sejam encontradas. Esses dois exames ajudam os profissionais a visualizarem a parte interna do corpo em alta definição, algo que antes não era possível”, revela.

A aplicação de transformação digital de forma eficiente pode ajudar as clínicas nos seguintes pontos:

  • Melhorar o controle financeiro;
  • Melhorar o atendimento e gestão de pessoas;
  • Padronização dos procedimentos/processos;
  • Otimização de tempo;
  • Aumento na produtividade das equipes.

Mesmo com uma quantidade gigantesca de benefícios, algumas clínicas e pacientes ainda apresentam certa desconfiança em relação à tecnologia no ambiente médico. “A insegurança ainda acontece, mas as soluções digitais são um caminho sem volta e não faltam motivos para aderir, afinal estamos falando de algo que é totalmente benéfico para clínicas, hospitais, pacientes e profissionais que trabalham na instituição”, declara Feltrim.

Para o especialista, com uma comunicação mais ágil e clara, as clínicas podem contar com o retorno dos pacientes em suas próximas necessidades médicas. “Com a Internet, os pacientes verificam as datas e os horários disponíveis, realizando os agendamentos de forma completamente on-line. Essa comodidade é benéfica tanto para eles quanto aos hospitais e clínicas, que contam com uma organização mais eficaz. Dessa forma, o número de filas se reduz e, assim, faz-se possível proporcionar uma melhor experiencia de atendimento”, finaliza.

 

 

Dr. Éber Feltrim - Especialista em gestão de negócios para a área da saúde, começou a sua carreira em Assis (SP). Após alguns anos, notou a abertura de um nicho em que as pessoas eram pouco conscientes a respeito, a consultoria de negócios e o marketing para a área da saúde. Com o interesse no assunto, abdicou do trabalho de dentista, sua formação inicial, e fundou a SIS Consultoria, especializada em desenvolvimento e gestão de clínicas.

 

 

SIS Consultoria

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Empresas buscam alternativas em renda fixa para captar recursos para financiar investimento em cenário incerto


A inflação tem assombrado os mercados financeiros, principalmente pela pouca clareza quanto à volta para os níveis estabilizados e regulares. A probabilidade de fecharmos 2022 com IPCA acima de 10% ao ano vem ganhando relevância, ratificando as perspectivas de continuidade de aumento das taxas de juros por aqui.


E na natureza dos principais causadores dessa relevante degradação da percepção de risco, a incerteza quanto ao prazo de solução não é animadora. Falamos de uma guerra que pode se estender indefinidamente, de uma pandemia que volta a trazer danos à economia chinesa, além do recorrente risco de elevação da taxa de juros americanos. Nenhum desses fatores têm data certa para ser solucionado.


A guerra, mesmo que com o desejado fim, manterá efeitos das fortes sanções, com impactos nos preços de importantes commodities. O lockdown na China por conta da Covid impacta fortemente suas exportações, levando a preços pressionados ao redor do mundo. Nos Estados Unidos, a inflação alta, que já ultrapassa os 3% no acumulado e tem perspectivas de ultrapassar os 6% ao fim de 2022, junto com o baixo nível de desemprego e crescimento deverão manter forte pressão sobre elevação da taxa de juros.


No Brasil, apesar da inflação continuar crescente, principalmente devido ao preço de energia, petróleo e commodities, a atividade econômica vem surpreendendo. Esse fato acabou permitindo previsões mais otimistas em relação ao PIB e à geração de novos empregos, principalmente nos setores de serviço e de varejo. Desse modo, as taxas de desemprego já transitam em níveis anteriores aos da pandemia.


O mercado de renda fixa brasileiro continua forte, com muitas emissões de dívida privada já realizadas esse ano e um pipeline robusto de novas emissões, que devem ocorrer no segundo semestre. Os investidores estão buscando as boas rentabilidades que o mercado de juros está proporcionando com o aumento da Selic, hoje em 12,75% e com viés de alta na próxima reunião do Copom.


Diferentemente de outros anos de eleição, nos quais vimos empresas acessando o mercado preponderantemente no primeiro semestre, devido à incerteza do investidor quanto a definição política para tomar a decisão sobre onde alocar seu capital, o ano de 2022 parece trazer um comportamento distinto. Questões políticas parecem mitigadas pela notória independência do Banco Central, que dá sinais de que fará o que for preciso para trazer a inflação para o centro da meta. Esse é o primeiro ano, desde 1989, que os juros estão subindo em um ano de eleição presidencial.


Em abril, os fundos de investimentos aumentaram alocação em títulos de dívida corporativa em aproximadamente R$ 34 bilhões. Somente em debêntures, houve um aumento de alocação de R$ 8 bilhões (aumento acumulado de R$22 bilhões em 2022), o que reflete o bom momento do mercado de dívida. O contraponto desse movimento positivo da renda fixa está na renda variável e em multimercados, que tiveram resgates líquidos de R$38 bilhões e R$58 bilhões, respectivamente.


O cenário anterior de taxas de juros reais negativas “empurrou” investidores para renda variável, viabilizando um importante avanço de IPOs em 2020/2021, momento em que os fundos de renda fixa sofriam resgates seguidos.


A conjuntura mudou. Hoje vemos um movimento contrário com os recursos migrando de multimercados e renda variável para o mercado de renda fixa. Há uma maior dificuldade de os IPOs voltarem no curto prazo. A saída das empresas, ao menos por enquanto, é captar a um custo maior na renda fixa. As apostas na retomada do mercado acionário ficam para 2023 em diante, principalmente em setores e companhias novas. 



Luciano Camargo Neves - economista e sócio da BeeCap

 

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