Pesquisar no Blog

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Transformação digital na saúde oferece benefícios para clínicas e pacientes

Tecnologia "paperless" permite redução no uso do papel, diminui erros e ajuda na economia de recursos

 

A transformação digital na área da saúde é fundamental para tornar mais ágil e melhorar os processos de atendimento aos pacientes. Com o uso de softwares especializados, é possível oferecer mais eficiência e qualidade em cada etapa dos procedimentos médicos.

Essa mudança é uma tendência em clínicas e hospitais, que já implementaram sistemas inteligentes e opções como a telemedicina, auxiliando profissionais e pacientes a alcançarem melhores resultados.

De acordo com Éber Feltrim, especialista e consultor de negócios na área da saúde e CEO da SIS Consultoria, a transformação digital pode trazer uma série de benefícios em um ambiente hospitalar. “Para os pacientes, os atendimentos tornam-se mais ágeis e eficientes, além de, por meio da tecnologia, registrar todo o histórico do cliente. Essa melhor experiência ajuda a fidelizar os pacientes, que voltarão a procurar a instituição de saúde em outras oportunidades, além de indicá-la sempre que tiverem oportunidade”, relata.

O consultor afirma que com o uso de soluções tecnológicas, é possível reduzir o número de erros humanos. “Isso acontece principalmente em cirurgias com o auxílio da robótica, exames com diagnósticos mais precisos e integração dos dados dos pacientes, reduzindo a ocorrência de falhas. A tecnologia na saúde promove a cultura paperless, eliminando o uso do papel na realização dos procedimentos, o que reduz a taxa de erros e economiza recursos da clínica. Além disso, a Inteligência Artificial consegue avisar aos profissionais, em tempo real, sobre mudanças no quadro dos pacientes, o que é imprescindível em casos de emergência”, pontua.

A tecnologia transformou completamente a forma como alguns exames são realizados. “Graças ao avanço dos procedimentos com imagem foi possível chegar a diagnósticos mais precisos, que não apenas detectam as doenças de forma precoce como também possibilitam a prevenção. Um deles é a tomografia computadorizada, na qual todos os órgãos do paciente podem ser visualizados. A ressonância magnética, por exemplo, permite que alterações nos músculos e no sistema cardiovascular sejam encontradas. Esses dois exames ajudam os profissionais a visualizarem a parte interna do corpo em alta definição, algo que antes não era possível”, revela.

A aplicação de transformação digital de forma eficiente pode ajudar as clínicas nos seguintes pontos:

  • Melhorar o controle financeiro;
  • Melhorar o atendimento e gestão de pessoas;
  • Padronização dos procedimentos/processos;
  • Otimização de tempo;
  • Aumento na produtividade das equipes.

Mesmo com uma quantidade gigantesca de benefícios, algumas clínicas e pacientes ainda apresentam certa desconfiança em relação à tecnologia no ambiente médico. “A insegurança ainda acontece, mas as soluções digitais são um caminho sem volta e não faltam motivos para aderir, afinal estamos falando de algo que é totalmente benéfico para clínicas, hospitais, pacientes e profissionais que trabalham na instituição”, declara Feltrim.

Para o especialista, com uma comunicação mais ágil e clara, as clínicas podem contar com o retorno dos pacientes em suas próximas necessidades médicas. “Com a Internet, os pacientes verificam as datas e os horários disponíveis, realizando os agendamentos de forma completamente on-line. Essa comodidade é benéfica tanto para eles quanto aos hospitais e clínicas, que contam com uma organização mais eficaz. Dessa forma, o número de filas se reduz e, assim, faz-se possível proporcionar uma melhor experiencia de atendimento”, finaliza.

  

Dr. Éber Feltrim - Especialista em gestão de negócios para a área da saúde, começou a sua carreira em Assis (SP). Após alguns anos, notou a abertura de um nicho em que as pessoas eram pouco conscientes a respeito, a consultoria de negócios e o marketing para a área da saúde. Com o interesse no assunto, abdicou do trabalho de dentista, sua formação inicial, e fundou a SIS Consultoria, especializada em desenvolvimento e gestão de clínicas.

  

SIS Consultoria

 https://www.sisconsultoria.net/

instagram @sis.consultoria.

 

 

MEI que não entregou a declaração anual de rendimentos pode regularizar situação

Os microempreendedores individuais que não conseguiram enviar o documento dentro do prazo estipulado devem pagar multa para evitarem transtornos 

 

Microempreendedores Individuais (MEI) que não entregaram a Declaração Anual Simplificada do MEI (DASN-MEI) até o dia 30 de junho, prazo estipulado pela Receita Federal, ainda podem regularizar sua situação. Automaticamente, ao não enviar a DASN até a data limite, o sistema gera uma multa de R$ 50, que cai para R$ 25 caso o MEI efetue o pagamento nesse mês de julho.

A recomendação da Receita Federal é que todo MEI que atuou em qualquer período de 2021 faça a declaração, mesmo com o pagamento da multa, para evitar transtornos. O empreendedor só conseguirá gerar o documento de arrecadação mensal do Simples Nacional se entregar a DASN-MEI. Por consequência, se atrasar o pagamento das parcelas de contribuição mensais, o empreendedor pode ter os benefícios previdenciários bloqueados. Outra consequência é ficar impossibilitado de parcelar débitos do MEI relativos ao período abrangido pela declaração enquanto não declarar.

“É muito importante que ele entregue a sua declaração de faturamento, pois só assim vai conseguir ter a regularidade do seu empreendimento. Caso precise, por exemplo, contratar algum serviço financeiro, o MEI precisa da sua regularidade como empresa. Além disso, se ele não fizer a sua DASN, não vai conseguir gerar as próximas guias de pagamento mensal do ano corrente.”, detalha a analista de Relacionamento com o Cliente do Sebrae Sylvia Pinheiro.

A transmissão da DASN-MEI pode ser feita com orientação do Sebrae pelo 0800570800, pelo Portal Simples Nacional ou pelo aplicativo ‘APP MEI’, disponível para download nas lojas de aplicativos Google Play, para o sistema operacional Android, ou Apple Store, para o sistema operacional iOS.


Saúde na Estrada da Ipiranga leva a maior carreta de saúde do Brasil a todo o país

 Serão 75 eventos em todo território nacional para proporcionar testes e exames gratuitos a caminhoneiros e população próxima aos postos Ipiranga Rodo Rede



A Ipiranga traz de volta o Saúde na Estrada, maior iniciativa nacional itinerante de saúde e responsabilidade social do Brasil, voltada ao público das rodovias, que chega a sua 15ª edição. O projeto integra as ações da Ipiranga para o mês do caminhoneiro e, a partir de 18 de julho, passa a rodar com a maior carreta de saúde do país. A estrutura, de dois andares em cerca de 110m², conta com teto levadiço e um espaço moderno e confortável para atendimento ao público. Totens exclusivos para cadastro -- com novo sistema integrado ao Programa Km de Vantagens e em linha com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) -- também fazem parte do projeto.

Uma novidade do Saúde na Estrada é a parceria da Ipiranga com o Ministério da Saúde, que proporcionará a caminhoneiros e moradores, que vivem próximos aos postos Ipiranga Rodo Rede em todas as regiões do país, a realização de mais de 140 mil testes rápidos de hepatites B e C, HIV e sífilis. Além disso, será feita a distribuição de 280 mil preservativos masculinos e femininos em 75 eventos programados até o final de 2022.

A Polícia Rodoviária Federal, que também é parceira da Ipiranga na iniciativa, promoverá barreiras nas estradas para direcionar o caminhoneiro aos postos no dia do evento. Ainda na ocasião, a PRF usará a estrutura da carreta para realizar cursos de qualificação aos motoristas.

“Alcançamos mais de 600 mil atendimentos, em todo território nacional, com o Saúde na Estrada em 14 anos de projeto. Consideramos que essa é uma iniciativa singular para atender à sociedade e aos caminhoneiros, que tanto contribuem para a economia do país. Esperamos que este ano seja mais um período de sucesso para cuidarmos da saúde de quem tanto precisa”, Bárbara Miranda, diretora de Marketing e Desenvolvimento de Negócios da Ipiranga.



Exames gratuitos

Também serão oferecidos exames de triagem para controle de temperatura corporal, batimentos cardíacos, oxigenação do sangue (oximetria), pressão arterial, nível de açúcar no sangue (glicemia) e acuidade visual. A bioimpedância avaliará a composição corporal, estimando a massa magra, gordura, água total do organismo, entre outros dados mais precisos para determinar o estado nutricional do paciente.

Ainda será disponibilizada uma sala exclusiva para vacinação com câmara para conservação, transporte e manipulação das vacinas que serão enviadas pelas secretarias municipais de saúde apoiadoras do programa. A infraestrutura do empreendimento também terá uma área de treinamento, com 16 lugares, contendo sistemas de áudio e vídeo, além de espaço ZEN com cadeiras de massagem automáticas.

Por iniciativa da empresa, nos anos de 2020 e 2021, o programa apoiou o combate à pandemia da covid-19, a partir da distribuição de kits de higiene, realização de testes rápidos e aplicação de vacinas em parceria com secretarias municipais de saúde. Além disso, por meio de uma ação de troca de quilômetros do Km de Vantagens Caminhoneiro, a Ipiranga já ofereceu mais 3,9 milhão de refeições aos profissionais. O benefício está disponível mediante troca de 2.500km em postos Ipiranga participantes.

Com estrutura itinerante e instalada em postos da Ipiranga em todo o país, desde sua primeira rota, o Saúde na Estrada realizou 625 mil atendimentos, em mais de 200 municípios diferentes, percorrendo 550 mil km do Brasil. No total, foram mais de 1.500 eventos envolvendo 50 mil profissionais de saúde.



Parceira do caminhoneiro

O Saúde na Estrada faz parte da campanha “Juntos, a gente roda mais”, que é uma alusão ao mês do caminhoneiro. A Ipiranga reconhece e valoriza o profissional da estrada e ao longo dos anos desenvolveu soluções para simplificar seu dia a dia. Além de oferecer sempre o melhor combustível, a empresa possui os Postos Rodo Rede, uma parada de descanso segura com infraestrutura exclusiva. A companhia também oferece produtos para aumentar o desempenho dos veículos. RendMax e lubrificantes, como o Ipiranga Brutus, permitem que o caminhão possa rodar mais com menos. Já o Pró-Frotas, traz a primeira solução 100% digital de gestão de abastecimento, e contribui em parceria com a Iconic com o patrocínio das cadeiras de massagem, uma das estações presentes na estrutura da carreta do Saúde na Estrada.


Pesquisa mostra que 84% das demissões são causadas por problema de relacionamento profissional

Pesquisas recentes do Instituto Gallup mostram claramente que a grande maioria das pessoas que pedem demissão (84%) é por motivo de problema de relacionamento com o gestor/a direto. Isso mostra que está faltando soft skills no ambiente de trabalho de ambos os lados! 

Outra pesquisa do Google revela que uma equipe eficiente e de alta performance tem como característica um clima de segurança psicológica que rege as interações. 

Diana Bonar, especialista em gestão de conflitos e de CNV (Comunicação Não Violenta), explica que na prática isso significa que as pessoas que compõe essa equipe conseguem discordar sem brigar, conseguem expor seus pensamentos sem serem julgadas. 

“Por isso, o grupo tem o foco na solução e não em achar culpados. Ou seja, são pessoas com habilidades para gerir suas diferenças e conflitos de forma assertiva e empática, que por sua vez, traz muitos impactos positivos em todo ambiente de trabalho”, diz a especialista em CNV”, analisa a expert no assunto. 

Dá para iniciar e conduzir uma conversa importante com dicas cinco dicas preciosas da Diana. Confira: 


1.  Nunca comece dizendo quem está certo ou errado. Mesmo que você pense que o errado é o outro, não verbalize isso. Porque para ele o errado é você. Busque ouvir a história do outro, compreender suas percepções e motivações de forma mais neutra.

2.  Mantenha um estado de espírito de genuína curiosidade e você terá a oportunidade de transformar essa conversa difícil em conversa de aprendizado. E lembre-se que ouvir não significa concordar.

3.  Revele qual é a sua intenção com a conversa. Pessoas em conflito tendem a atribuir má intenção ao outro. Ou seja, se o outro achar que você está mal intencionado a possibilidade da conversa começar de forma reativa ou defensiva é muito grande. Então, logo de início deixe claro suas boas intenções.

4.  Mostre que você se importa com a pessoa. Mesmo que no momento você esteja frustrado ou com raiva, mostrar apreço verdadeiro pelo outro contribui para uma conversa mais franca.

5.  Revele o impacto que a atitude do outro teve em você, mas sem ataca-lo. Se você ficou chateado, surpreso ou triste é melhor você dizer isso do que “revirar os olhos” e aumentar a chance de ataque do outro lado.

 

“Se é difícil e você quer ter essa conversa é porque algo importa para você! Busque ter clareza do que é e comunique isso para outra pessoa. Lembre-se:  ela também tem sentimentos desafiadores e suas dificuldades em lidar com conflito como você”, finaliza Diana.


Como evitar a comunicação violenta no trabalho

               Num contexto corporativo em que os processos são feitos de forma ágil e quase sempre com o apoio da tecnologia, o ato de escuta das necessidades, anseios, angústias do colega de trabalho, muitas vezes, acaba ficando de lado. Ouvir um profissional passa também por dois princípios importantes que são a empatia e a comunicação. No atual momento do mercado de trabalho, cada vez mais competitivo, a comunicação não violenta é a expressão-chave para a consolidação de um ambiente saudável e eficaz.

Com base nas premissas desenvolvidas pelo psicólogo americano Marshall Bertram Rosenberg, o sucesso desse processo está baseado em estabelecer relações afetivas e eficazes, numa conexão integral com o outro e sem julgamento alheio. Trata-se de premissas que podem ser implementadas na resolução de desentendimentos e discussões de qualquer origem como pessoais, familiares, negociações e que também vêm sendo muito utilizadas em conflitos no ambiente corporativo.

A primeira coisa a se perguntar é se o seu líder no trabalho utiliza uma abordagem da comunicação de uma via de mão dupla em que ele é capaz não somente de falar, mas de ouvir o que o outro tem para dizer. Nesse processo, é estabelecida uma conversa franca e corajosa. Nessa escuta ativa, as interações devem acontecer com respeito e empatia.  Esses dois fatores fazem com que haja um alívio de tensão, mesmo em situações de conflito.

O próximo passo está na observação das ações ou falas da pessoa que apresenta uma opinião diferente que está incomodando. Esse processo deve ser feito de forma imparcial e com base em fatos, não em interpretações, suposições ou julgamentos. Nesse momento, o esforço é ver se é possível ter algo a acrescentar de forma positiva.

            Outro passo refere-se ao reconhecimento claro das necessidades que surgiram da etapa anterior, a partir do entendimento sobre o sentimento que foi despertado. Aqui, ao invés de julgarmos o colega de trabalho pelo que fez ou falou, é necessário tentar identificar as necessidades dele que não estão sendo atendidas. Por outro lado, quando ele expressa claramente esse desejo não acolhido e, também, identifica, nomeia e expressa o sentimento ligado a isso, a possibilidade de que seja atendido aumenta.

Por fim, é o momento de deixar claro o que realmente deseja, sem apresentar questões abstratas e ambíguas. Fazer o pedido de forma concreta e com uma linguagem positiva pode dar mais clareza sobre como esse pedido poderia enriquecer o trabalho de todos os envolvidos. Óbvio que é mais fácil e agradável quando as pessoas com quem passamos grande parte do dia trabalhando adivinhem o que estamos precisando, mas é injusto esperar essa atitude delas.

Na prática, por exemplo, quando um colega de trabalho grita com você, é preciso parar (observação), perceber como se sente (sentimento - irritado), dizer como quer ser tratado (necessidade - com respeito) e chamá-lo para conversar (pedido). 

Em suma, sabemos que esse processo não é fácil e que o profissional tem o receio de receber uma resposta negativa. Por isso, a comunicação não violenta é um convite para que sejam feitas conversas corajosas, mais eficazes e menos acusatórias, principalmente, no ambiente corporativo. É o primeiro passo para a criação e uma conexão com o outro e o estabelecimento de um vínculo de confiança, utilizando uma rota para diminuição de conflitos. Usar uma comunicação não violenta não é uma tarefa fácil e pode ser muito desafiador. Mas é uma habilidade importante para que continuemos mais humanos mesmo em situações corporativas adversas.



 

Bruno Martins - CEO da Trilha Carreira Interativa.


Questões Conceituais da Aprendizagem Profissional

 

Assistimos atualmente um intenso debate sobre a Aprendizagem profissional dos nossos jovens, provocado pela existência do Projeto de Lei 6461 sobre o Estatuto do Aprendiz e a Medida Provisória 1116 que tramitam no Congresso Nacional.Há uma troca de narrativas entre grupos que patrocinam os instrumentos legislativos e os que são contrários, formando um debate bi polarizado.

Na origem dessa discordância está a diferença da visão conceitual do que representa o aprendiz profissional no Brasil. Confunde-se o jovem oriundo deste programa com o aluno do ensino técnico e com os integrantes das excelentes escolas do Sesi/Senai.

Os alunos das escolas técnicas têm acesso a ensino de excelência, condições de aprender um ofício específico e podem exercer, logo em seguida, uma profissão. São ferozmente demandados pelas empresas e se colocam rapidamente no mundo do trabalho. Entretanto, são poucas as escolas, e, por isso, tem se tornado impossível atender o enorme contingente de jovens que estão aptos à aprendizagem. Para concluir os cursos, são necessárias boa formação escolar e familiar, e isto nem sempre acontece.

Os alunos do chamado Sistema S recebem uma formação direcionada para tarefas específicas, como um treinamento on the job, já estando praticamente contratados ao se matricular nos cursos que têm igualmente vagas insuficientes. Como imaginar o desenvolvimento da indústria brasileira no século passado sem os alunos do Sesi/Senai?

Mas no Brasil a inserção dos jovens no mundo do trabalho não se resume a isso. Existe um exército de milhões de jovens que têm lacunas importantes na formação educacional. Não têm condições, como acontece com jovens europeus, de receber uma formação que o leve direto para o mundo do trabalho. Precisam inicialmente de uma formação profissional básica onde as competências socioemocionais são tão importantes quanto às competências técnicas. Até porque eles podem apresentar dificuldades para absorver de imediato esse conteúdo avançado por falta de boa formação em lógica, matemática e português.

A Lei da Aprendizagem, criada em 2000, trouxe uma condição de contorno para esse problema. Com o intuito de apresentar 40% do assunto na parte técnica – sendo dentro do arco bancário, agronegócio, logística, varejo etc., e o restante na formação do jovem como cidadão preparado para o mundo do trabalho, mas também para o mundo e para o trabalho.

Empresas imediatistas reclamam que essa formação não é adequada e que esse jovem aprendiz não sai preparado para uma função e não há emprego para ele. Citam ainda estatísticas dando conta de que é muito baixo o número de jovens contratados. A partir dessa crença buscam transformar a Aprendizagem em algo parecido como ensino técnico e o ensino do Sesi/Senai.

Neste vício de origem na avaliação da matéria, constroem-se várias narrativas que são consistentes de forma absoluta, mas que não se sustentam quando relativizadas com essa visão conceitual.

A realidade brasileira é essa e não podemos negá-la. Além disso, onde está o emprego hoje!? Não mais nas atividades clássicas da indústria e do comércio como antigamente. Muitos jovens não querem aprender um ofício específico para seguir carreira ao longo de uma vida dentro de uma empresa como fizeram seus pais e avós.

Dentro desse contexto, o modelo original da Lei de Aprendizagem está adequado. Promove educação de qualidade e focada na pessoa. Desenvolve o jovem para se tornar um cidadão com ânsia de agarrar as oportunidades que lhe venham a ser oferecidas.

As maiorias das empresas contratantes já entenderam isso. Apoiam a aprendizagem e fazem dela um importante instrumento de desenvolvimento de seus quadros. A experiência é transformadora na vida do jovem, e o capacita para disputar oportunidades no mundo do trabalho.

Do ponto de vista financeiro, os salários e encargos diferenciam esses jovens daqueles da escola técnica e do Sesi/Senai. Na aprendizagem o jovem recebe apenas o salário-mínimo hora e os encargos sociais são reduzidos. É um custo de formação baixíssimo e pouco oneroso para as organizações, e é irreal idealizar que ele saia pronto do período de aprendizagem.

Esses jovens podem ser úteis para as empresas e, até mesmo, comprovar o seu valor para além da cota estabelecida. Todavia é necessário que se tenha a visão correta de qual País estamos e qual juventude estamos formando. Não pode haver expectativas irreais e tampouco desalinhadas. E não diga que as empresas nada têm a ver com isso e que a aprendizagem, como está, se trata de uma visão assistencialista, e que compete ao Estado. Alguns são capazes de afirmar que o Aprendiz faz parte do famigerado custo Brasil.

O Aprendiz não é custo e se apresenta como benefício para as empresas de quem se espera também responsabilidade social, em linha com o tema ESG, tão caro ao mundo corporativo. Basta que se coloquem as coisas certas nos lugares certos, não se confunda os conceitos e não se tenha uma visão anacrônica de mundo.

 

Humberto Casagrande - CEO do CIEE, e Ruy Martins Altenfelder Silva, presidente emérito do CIEE


Recursos do Plano Safra aquecem mercado de tratores para agricultura familiar

A linha de tratores cabinados de fábrica oferece segurança ocupacional, especialmente em aplicações como pulverização

 

Mercado deve ficar movimentado até fevereiro do próximo ano. Expectativa da Agritech é a venda dos tratores cabinados que atendem às normas trabalhistas

 

O anúncio do Plano Safra 2022/2023 pelo Governo Federal mostra que os recursos para os pequenos produtores rurais tiveram um acréscimo de 36% em relação ao plano anterior. Serão destinados R$ 53,61 bilhões para financiamento pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) com juros de 6% para investimentos, como compra de maquinário agrícola, por exemplo.

Como pioneira na indústria brasileira ao fabricar linhas de tratores, microtratores e implementos agrícolas voltadas para a agricultura familiar, a Agritech está otimista com o cenário por se tratar de uma das principais fontes de incentivo ao produtor rural brasileiro, que alavanca o crescimento agrícola no país.

“Com o aumento da disponibilidade de recursos de custeio e taxas de juros favoráveis, os produtores pequenos e médios continuam sendo prioridade no Plano Safra. Esse anúncio do governo era esperado pelos fabricantes e pelas concessionárias. O mercado deve ficar aquecido até fevereiro do próximo ano, com boas expectativas de vendas”, acredita o Coordenador de Vendas/Marketing da Agritech César Roberto Guimarães de Oliveira.

Ainda de acordo com Oliveira, a procura pelos tratores cabinados da Agritech para as culturas de café e frutas deve ser alta, especialmente pela Portaria nº 09, do Ministério do Trabalho e Previdência, que exige que a aplicação de defensivo agrícola somente pode ser realizada por meio de tratores com cabine fechada.

Os cabinados da Agritech, por exemplo, foram desenvolvidos especialmente para garantir maior segurança e conforto nas operações, seguindo as exigências das normas regulatórias.

As cabines são equipadas com estruturas monobloco de proteção contra capotamento, porta traseira ampla, controles do ar condicionado com botões de comandos com fácil acesso, sistemas de ar frio e a renovação do ar da cabine ocorre por meio de um sistema elétrico, que funciona com um simples acionamento no botão.

Além disso, o operador tem à sua disposição todo o acionamento das alavancas que oferece mais facilidade nas operações.

A linha de tratores cabinados de fábrica oferece segurança ocupacional, especialmente em aplicações como pulverização. A Agritech possui a mais ampla linha de modelos: 1155-4, 1155-4 Super Estreito, 1160, 1175-4 e o modelo 1185.


Plano Safra 2022/2023

Para o médio produtor, no âmbito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) foram disponibilizados R$ 43,75 bilhões, um aumento de 28% em relação à safra passada, com juros de 8% ao ano.

No total, o Plano Safra 2022/2023 disponibiliza R$ 340,88 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional até junho do próximo ano. O valor reflete um aumento de 36% em relação ao Plano Safra anterior.

Em relação aos juros, de acordo com o governo, com a taxa básica da economia (Selic) em 13,25% atualmente, buscou-se preservar, prioritariamente, elevações menores para os beneficiários do Pronaf e do Pronamp, garantindo financiamento mais adequado para esses públicos.

 

Agritech Lavrale

 www.agritech.ind.br

www.facebook.com/agritechlavrale.1957

Instagram: @agritechlavrale


O novo framing da violência em face da mulher: a banalidade do mal

"O crime não é um suplemento do mundo ordinário: ele o insinua pelos interstícios mais banais da vida cotidiana", registrou Bensoussan.  O crime cometido pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, que estuprou uma mulher que estava em trabalho de parto, dentro de um hospital em São João de Miriti, na região metropolitana da capital fluminense, faz parte desses atos que empurram a violência ao infinito no cotidiano. O que leva um homem a cometer um crime desses e devastar a alma de milhares de brasileiras, não nos pertence. Não conseguiremos decifrar.

Existem imagens que nunca deveríamos ter visto. Cenas repugnantes.  O rol de violência em face da mulher ultrapassa o pensamento e mergulha para rumos mais brutais.

Os fatos ocorridos, durante essa cesariana, trazem de volta a temática da violência sexual e obstetrícia em face da mulher. Pavimentou-se nesse crime odioso e repugnante, um fato que cada vez é mais constante e que tem vítimas bem precisas. A morfologia desse estrupo, cometido debaixo de câmeras revela o perigo que caminha junto com o destino de ser mulher, no Brasil.

A força dos movimentos feministas no Brasil e a agenda de controle de violência em face da mulher, fez ecoar com mais nitidez e comoção, o episódio de ultraviolência ocorrido nesse hospital, reuniu nesse crime cruel um misto de maldade, desequilíbrio, nojo e provocou estupefação da sociedade.

Um estupro no Brasil acontece a cada 10 minutos, e um feminicídio a cada 8 horas, segundo dados da Uol e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Esses dados são um tiro na liberdade e em nossos corpos de mulher grávida ou não, que amargam experiências de enorme irrupção violenta.  Lutamos por chances capazes de contê-la.  Mas anestesiadas, sedadas e desacompanhadas somos presas fáceis e praticamente incapazes de defesa.

Se há alguma chance para a diminuição desses crimes, ela está além do protesto moral que já se consuma, e da quebra do silêncio. Precisamos é de um engajamento de toda a sociedade num processo extremamente coeso, não marginal, e de punição severa e rápida desses crimes.

Impressiona que foram colocadas câmeras na sala de parto e que já havia fundada suspeita de que o Dr. Giovanni usava doses elevadas de sedativos em suas pacientes. Assim, sua conduta realmente fisga a lógica do homem de bom senso, quase a indicar   omissão que levou a ocorrer esse crime. Além disso, há indícios fortes de que ocorreu debaixo dos olhos de profissionais que se mantiveram restritos, cegos, numa engrenagem completamente passiva.

A probabilidade desse crime, o contexto completamente propício para a sua ocorrência desembocam numa lógica assustadora: a grande metáfora que ronda a mulher como sendo objeto.

É preciso romper, seja na hora do parto, o momento em que a mulher é lançada ao mar da vulnerabilidade e fora dele, com essas amargas vivências criminosas que acompanham a mulher e seu corpo. Apesar de ser lei, a maioria das mulheres brasileiras dão à luz sozinhas, sem possibilidade de se ter um acompanhante durante o parto, inclusive no pós-parto, de imediato.

Ainda que esse crime tenha tido uma dimensão enorme, a cultura brasileira é quase insensível aos sofrimentos das parturientes e a comunidade médica denega a realidade, por medo de denunciar e porque se sustenta uma visão conservadora, discreta e silente.

Não devemos nos esquecer que há um avanço nesse campo; quase um complô ético positivo e atuante, daqueles não são coniventes. Percebe-se pelo tom da mídia, das notícias constantemente noticiadas, e pelo  próprio aumento das denúncias no Conselho Regional de Medicina (CRM), que o enquadramento legal e a punição desses profissionais, sofrem um novo framing: não há mais vantagem ou desejo de esconder esses rostos.


A esperança da mulher brasileira é que essas posições sejam realçadas e que uma resistência coletiva seja progressivamente capaz de retirar a mulher da cena do estupro, ou de morte, através de aplicação de limites jurídicos, políticos e ações públicas repressores da violência de gênero.

Não podemos ceder à fantasia de que a mulher brasileira está protegida, nem tampouco acreditar que haja uma política de coligação e engajamento que faça uma blindagem efetiva à violência obstetrícia, e aos outros riscos que suportamos. Há caminhos percorridos, sim.  Mas por hora, persiste a tristeza e a insegurança. O naufrágio é sempre iminente. A escala da violência não permite que sejamos artificiais, insensatas, irresponsáveis e imprudentes.

Afora, as considerações táticas de luta e a força da construção dos movimentos de sororidade e solidariedade e da Justiça, o que nos resta é resistir como se fosse melhor nutrir a esperança do que afundar em desespero.

 

Maria Inês Vasconcelos - advogada, pesquisadora, professora universitária e escritora.

 

6 dicas de como usar um calendário de promoções para alavancar a venda de bares e restaurantes

Estratégia foi elaborada pela Sodexo Benefícios e Incentivos e usa como base as datas comemorativas do varejo

 

Existem diversas estratégias a ser utilizadas para que um negócio vá bem e se destaque. Uma das ações que os estabelecimentos de alimentação também podem adotar é o de elaborar um planejamento que os auxilie a fazer das datas comemorativas um momento de mais lucratividade. Para isso, basta criar o chamado calendário de promoções. Nele, deve constar as principais estratégias que serão utilizadas pelo comércio a fim de atender à grande demanda que surge nesse período. Esse agendão pode auxiliar também no cumprimento de metas e na projeção de ações futuras. Um exemplo é saber o tempo de duração de cada ação promocional e a criação de novas.

Para ajudar a montar esse planejamento, a Sodexo Insights, plataforma de pesquisas, estudos e análises relevantes no mercado e para o mercado da Sodexo Benefícios e Incentivos, preparou uma série de dicas que explicam como aplicar essa técnica e, consequentemente, aumentar o número de vendas de bares e restaurantes.

“Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Pais, Natal e o Ano Novo são exemplos de datas comemorativas que costumam estimular o público a consumir mais, tendo efeito bastante positivo para o varejo, inclusive de alimentação, especialmente por se tratar de momentos do ano muito celebrados em família. Por isso, elaborar um calendário de promoções ajuda o estabelecimento a atingir de maneira eficiente o seu público-alvo, atraindo o maior número de clientes, novos ou recorrentes. Isso ajuda a antecipar tendências de vendas e potencializar os resultados financeiros do negócio”, afirma Antonio Alberto Aguiar, o Tombé, diretor executivo de estabelecimentos da Sodexo Benefícios e Incentivos.

 

Confira a seguir as dicas:

  1. Planeje a atuação: na etapa de planejamento, você deve identificar seu público-alvo. Isso é fundamental para definir como será a ação em si e o processo de divulgação: qual estratégia será adotada, período de duração, entre outros pontos importantes. Além disso, construa o objetivo da campanha: aumentar as vendas? Ser reconhecido na região de atuação? Atrair clientes que ainda não conhecem a casa? Essas definições ajudarão a guiar todo o restante da sua estratégia.
  1. Estabeleça um prazo para sua ação promocional: deixe bem claro para seu consumidor que a promoção é válida apenas por tempo limitado. Crie uma situação em que seu público perceba que deixará de ganhar uma vantagem se não consumir seu produto dentro do prazo estimado.
  1. Crie um super evento: ficou satisfeito com o resultado de apenas um dia de celebração? Por que não estender para um período maior de eventos? Algumas datas comemorativas são tão especiais que podem sim ganhar uma super semana cheia de promoções e festividades. Transforme o Dia das Mães em uma semana especial e ofereça pratos com diferentes descontos a cada dia, por exemplo.
  1. Escolha o tipo de promoção: existem diversos tipos de promoções que podem estimular as vendas no estabelecimento, desde competições e sorteios até descontos por tempo limitado, passando por demonstração grátis de produtos e cupons de primeira compra ou bonificações por recompra frequente. Portanto, cabe à gestão elaborar o planejamento e propor promoções que não apenas atraiam o consumidor, mas que também favoreçam o mix de produtos e o segmento no qual atua o empreendedor.
  1. Tenha coerência com a promoção: é bem pouco atrativo oferecer um refrigerante nas compras acima de R$ 200, não é mesmo? Lembre-se de que uma promoção bem aceita pelo público contribui para os resultados de vendas do negócio. Contudo, ainda na etapa de planejamento, é necessário avaliar o orçamento, pois o caixa do estabelecimento não pode ser afetado pelas ações.
  1. Pense na divulgação da ação promocional: elabore um planejamento considerando as seguintes questões: Quando iniciar a divulgação? Em quais redes sociais vou mostrar essa novidade para meu público? Ter tudo isso previamente definido colabora para uma análise mais efetiva ao final da campanha, de modo a entender o que deu certo e o que precisa ser aperfeiçoado. Conte ainda com uma lista de contatos dos seus clientes, autorizada previamente para comunicação, e realize envios de mensagens para os consumidores que já se interessam pelo estabelecimento.

 

Para acessar o conteúdo na íntegra, clique aqui.

 

SODEXO BENEFÍCIOS E INCENTIVOS


O papel dos algoritmos na propagação das fake news

Lançamento de Magaly Prado, Doutora em Comunicação e Semiótica, pontua o uso da inteligência artificial na formação de radicalizações e bolhas sociais

 

De meros conjuntos de instruções para a realização de uma tarefa, os algoritmos se tornaram personagens de destaque em um amplo debate sobre a sustentação dos preceitos democráticos em todo o mundo. Eles também são o ponto de partida do livro Fake News e Inteligência Artificial, lançamento da editora Almedina Brasil. A obra da Doutora em Comunicação e Semiótica, Magaly Prado, explora as origens da desinformação, analisa o impacto destrutivo das notícias falsas e indica os caminhos para a superação do problema.

Fruto de um trabalho de quatro anos de pesquisa e ampla investigação de áreas do conhecimento como big data, machine learning e blockchain, o livro explora o uso da inteligência artificial para a produção e disseminação de conteúdos inverídicos, enganosos, dissimuladores e potencialmente danosos. Presentes no dia a dia da população, mesmo que disfarçados ou despercebidos, os algoritmos hoje influenciam a tomada de decisões, contribuem para as radicalizações e fomentam a formação de bolhas sociais.

Ao abordar diferentes vertentes da inteligência artificial, Magaly Prado revela como o uso indevido destas tecnologias tem afetado negativamente as democracias. Com apenas alguns cliques, é possível produzir páginas, fotos, áudios e vídeos adulterados com o intuito de reforçar opiniões, mesmo que autoritárias ou discriminatórias, ou ainda desmoralizar poderes e personalidades. Esta praticidade, aliada às possibilidades de rápida distribuição de conteúdos, mina a confiança em instituições como o poder público, imprensa, as organizações científicas e as entidades artísticas.

Em Fake News e Inteligência Artificial, a autora se debruça sobre temas como a disputa pelas informações pessoais dos usuários na internet, o papel dos algorítimos nas mídias sociais e na distribuição de notícias e a conexão entre polarização e desinformação. Sem se abalar pelo pessimismo, a especialista destaca ainda as possibilidades, já existentes, para o controle e eventual eliminação das fake news. Isso sem desconsiderar argumentações essenciais como a necessidade de uma regulação que não incite e não emule a censura.


Divulgação
Ficha técnica

Livro: Fake News e Inteligência Artificial
Autora: Magaly Prado
Editora: Editora Almedina Brasil, selo Edições 70
ISBN: 9788562938658
Páginas: 424
Formato: 13x23x0,7
Preço: R$ 99,00
Onde encontrar: Editora Almedina, Amazon

Sobre a autora

Magaly Prado, é doutora em Comunicação e Semiótica e mestre em Tecnologias da Inteligência e Design Digital pela PUC-SP, é também professora da pós-graduação Transformação Digital. Bolsista de pós-doutorado da Cátedra Oscar Sala (Instituto de Estudos Avançados) e da Escola de Comunicações e Artes (ECA), integra o time de pesquisadores do Center for Artificial Intelligence (C4AI), da Universidade de São Paulo (USP). Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, é autora dos livros “Produção de Rádio: um Manual Prático”, “Webjornalismo”, “História do Rádio no Brasil”, “Ciberativismo e Noticiário: da mídia torpedista às redes sociais” e “Fake News e Inteligência Artificial”.

 

As novas dinâmicas da construção de marca

Muito tem se falado sobre a necessidade de adotar uma regulamentação das redes sociais, um ponto importante e que causa certa controvérsia, afinal, é um vasto universo para criar regras. O fato é que o mundo mudou e a forma de consumir as informações também.

O debate aqui não é a moderação do conteúdo, mas sim a proporção que as redes sociais têm na vida dos usuários, tirando a atenção deles, enquanto seus dados e hábitos de consumo são monitorados. Já somos o terceiro país do mundo que mais utiliza as redes sociais: mais de 150 milhões de usuários, segundo levantamento da Hootsuite e WeAre Social.

Você já ouviu falar de uma estratégia chamada de eco chamber? Vale saber. É quando uma informação é captada num post, por exemplo, e depois reverbera repetidamente por todas as suas redes, censurando opiniões contrárias ou dando a falsa impressão que todos os seus contatos concordam com isso, ou pior, que não têm pensamentos contrários a tal assunto. Isso é obviamente uma linha tênue entre liberdade de expressão e censura, mas na verdade é pura e simplesmente manipulação das informações.

O que queremos como premissa para o Brasil? A regulamentação avançada que hoje é propagada por toda a Europa ou a liberdade de pensamento que é pregada nos Estados Unidos? Nós temos maturidade para lidar com fake news, manipulação de dados e informações num país que tem por volta de 11 milhões de analfabetos, segundo dados do IBGE coletados em 2020?

É importante pensarmos na comunicação sem depender tanto do Facebook ou do WhatsApp. Buscar novos canais de informação, diversificar.

E quanto ao assunto mais comentado do momento, o metaverso? Enquanto ainda estamos tentando descobrir do que se trata, já há muitas aplicações para ele. No segmento de moda isso já é uma realidade. Marcas estrangeiras estão fazendo protótipos de coleções e só os itens mais votados são confeccionados e distribuídos.

Outra novidade é a interoperabilidade. Sim, é uma palavra quase incompreensível, mas é muito mais simples do que parece. Em poucas palavras, é a capacidade de diversos sistemas trabalharem juntos ou interoperarem. Com isso, você é capaz de passear de um metaverso para outro levando o que foi adquirido no caminho.

Você está pensando agora: mas como isso pode afetar a minha vida? Então, ainda é cedo para julgar o metaverso. É importante lembrar de que quanto mais difícil fica a vida real, mais as pessoas vão recorrer às experiências virtuais. O consumo no metaverso é bem real e já acontece. Mas vamos falar disso, um pouco mais para frente.

Algo importante a saber no universo digital é que você já pode garantir a autenticidade de uma imagem, música, meme e até um texto. Por meio dos NFTs (non-fingible token), você cria uma assinatura que certifica a autenticidade do autor.
Seguindo essa linha, as organizações autônomas descentralizadas, ou DAOs em inglês, também estão se espalhando pelo mundo. Trata-se de grupos de pessoas que tomam decisões coletivas sobre uma empresa, um negócio, um condomínio ou mesmo como fez a artista Nadya Tolokonnikova, que lançou o Ukraine DAO e arrecadou mais de U$S 7 milhões.

Mas antes de se atirar de cabeça num DAO, colha informações sobre remuneração, tempo de existência do grupo, quantas pessoas fazem parte. Isso evita desgastes, já que o assunto é de interesse coletivo.

Informações novas chegam a todo segundo e o bom disso é que não precisamos saber tudo! É importante focar onde sua marca se encaixa nesse universo digital. Nem tudo serve para todos. E por falar nisso, é importante ter um olhar sobre a nova construção de marcas. Algo que nos anos 1980 era conhecido como a voz da marca, evoluiu para “a marca fala, mas a audiência questiona”, e hoje segue com uma nova dinâmica de construção de marca. O que tem valor é a força dos grupos: influencers, gamers, conteúdo. O diálogo é compartilhado entre a marca e a sociedade. O propósito, o compromisso da marca são fundamentais.

Quem também tem voz nesse novo modo de construir uma marca é o consumidor. A geração Z (com idade entre 20 -30 anos) têm características próprias de comportamento de compra. Estão consumindo no metaverso, em live streamings, nas redes sociais. Gastam U$S 100 numa vestimenta para seu avatar no metaverso e no mundo físico, compram num brechó produtos e roupas de 2ª mão.

Ainda assim, precisamos pensar no renascimento do varejo no pós-pandemia. Tudo é urgente, mas não podemos esquecer do que é emergente! O que vêm por aí? Sustentabilidade, experiência do cliente, digitalização. As multimarcas estão se multiplicando (desculpem o trocadilho!), em prol de uma comunidade. As lojas autônomas de marcas conhecidas, como a Nike ou Leroy Merlin, por exemplo, estão se espalhando. Você coloca o produto na sacola, passa pelo caixa, paga e recebe o recibo de pagamento.

A experiência do cliente, o cliente no centro é o que tem feito com que grandes marcas, como Lâncome, tenham flagship, ou simplesmente flag – espaço em que tudo pode ser customizado e que é oferecida mais que uma compra, mas uma nova experiência. Geralmente são instagramáveis. Já estão disponíveis, também, os gêmeos digitais (digital twins), cópias das lojas físicas no metaverso.

Mas nessa busca por novas experiências para o cliente, lojas customizadas, espaços instagramáveis, fica a pergunta: estamos entregando mais do que produtos? Para isso, a sugestão é que você selecione uma incubadora, ou seja, uma loja para experimentos. Escolha produtos, faça testes, altere, meça os resultados. Pesquisas ainda são o melhor termômetro para saber o que o consumidor quer.

Claro que muito do que foi citado aqui não se aplica à sua marca ou ao seu cliente hoje, mas é um caminho que pode ser em curto, médio ou em longo prazo. E após digerir toda essa gama de informações, pense que essas mudanças vão te ajudar a ter mais agilidade e estar preparado para essas tendências.

Mas para isso, não dá para esquecer que, se você não tem investido pelo menos 10% do seu orçamento em inovação, não vai chegar em uma transformação digital. Saiba que as empresas que já passaram por essa mudança estão faturando mais, se comparadas com outras do mesmo segmento que ainda seguem sem atualizações. E mais que isso, essa mudança trará mais agilidade para você acompanhar as tendências.

Você precisa de uma data base para saber quem é seu cliente, o que e como ele consome seus produtos e serviços. Você terá como fazer um planejamento estratégico mais assertivo e alinhado com seus objetivos. Outra informação importante é capacitar e reter seu colaborador. Atualmente, existem no País mais de 200 mil vagas de tecnologia abertas. Quem é bom tem que ficar. Então valorize seu colaborador.

No final das contas, o que realmente importa é que seu cliente veja valor na mudança, nas inovações. Porque se não houver valor, não há realmente uma transformação digital na empresa. O cliente é o foco e você precisa oferecer a melhor experiência. Caso contrário, ele vai buscá-la na concorrência.

 

Marcelo Ciasca - CEO da Stefanini Brasil, referência em inovação e soluções digitais.


STF derruba prazo para levantamento de precatórios ou RPV's federais

Precatórios são formalizações de requisições de pagamento de determinada quantia, devida pela Fazenda Pública (União Federal, Estados e Municípios), assim como pelas suas autarquias e fundações, em razão de uma condenação judicial definitiva. Isto se dá devido à forma como a Constituição Federal tratou do cumprimento das obrigações de pagar dos entes públicos.

Os precatórios são pagos na ordem cronológica e de acordo com a sua natureza. Primeiramente, são pagos os precatórios prioritários, que são aqueles de natureza alimentícia, cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 anos de idade e, também, dos credores portadores de doença grave, além das pessoas com deficiência, assim definidos na forma da lei. 

Em seguida, são pagos os precatórios alimentares, os quais são decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado (art. 100, § 2º da Constituição Federal) e, por último, todos os outros que recebem a qualificação jurídica de comum.

Em junho, o plenário do STF, por maioria, conheceu da ação direta e julgou procedente o pedido, para declarar a inconstitucionalidade material do art. 2º, caput e § 1º, da Lei nº 13.463/2017, que em seu artigo 2º estabelecia o cancelamento dos precatórios e das RPV federais expedidos e cujos valores não tenham sido levantados pelo credor e estejam depositados há mais de dois anos em instituição financeira oficial, e após o cancelamento, os valores depositados deveriam ser transferidos para a Conta Única do Tesouro Nacional, sem prévia ciência do interessado ou formalização de contraditório (art. 5º, LV, CF).

Isso porque, a lei constituía novas condições ao determinar um limite temporal para o exercício do direito de levantamento do importe do crédito depositado, impondo prazo de validade não concebido pelo Constituinte, vez que constituía violação pura e simples do artigo 100, caput e seus parágrafos. A Constituição estabeleceu, de forma exaustiva, todas as condições necessárias tanto à expedição quanto ao efetivo pagamento do precatório, portanto, somente poderia ser alterada mediante Emenda Constitucional.

Mesmo com a possibilidade de pedido de reexpedição do ofício anteriormente cancelado, a lei não obedecia aos princípios constitucionais.

No seu voto, a relatora, ministra Rosa Weber, enfatizou que, não cabia ao legislador estabelecer uma forma de cancelamento automático realizado diretamente pela instituição financeira sem a anterior oitiva da parte interessada em prestígio ao contraditório participativo. Imprescindível o respeito ao “binômio informação-reação, com a ressalva de que, embora a primeira seja absolutamente necessária, sob pena de ilegitimidade do processo e nulidade dos seus atos, a segunda é somente possível”. Afrontado foi o devido processo legal (CF, art. 5º, LIV), no que atine ao respeito ao contraditório e à ampla defesa.

Ainda, destacou também que, ao determinar o cancelamento puro e simples imediatamente após o biênio em exame, a Lei nº 13.463/2017 afronta, outrossim, o s incisos XXXV e XXXVI do art. 5º da Constituição da República , por violar a segurança jurídica , a inafastabilidade da jurisdição, além da garantia da coisa julgada e de cumprimento das decisões judiciais, bem como separação dos Poderes, do devido processo legal, do contraditório, da ampla defesa, da efetividade da jurisdição e do respeito à coisa julgada material.

Assim, o STF define que não há prazo para levantamento de precatórios ou RPV’s federais.

 

Dra. Jorgiana Paulo Lozano - bacharela em Direito, especialista em Direito do Constitucional e Administrativo pela Escola Paulista de Direito, em 2014, especializanda em Direito Previdenciário pela Faculdade Legale e inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil sob o nº 331.044.


Diversidade e inclusão precisam avançar nas empresas para que todos ganhem

Especialista do Grupo Soulan fala sobre a importância de programas de diversidade e mostra como a consultoria tem avançado nessa pauta

 

Temos percebido um interesse crescente das organizações na adoção de políticas e programas de diversidade em suas estratégias de negócios. Sem dúvida, a valorização da diversidade é um caminho sem volta para as empresas que pretendem se destacar em seus mercados ou que buscam se tornar mais justas e inclusivas.

Poder contar com a atuação de uma equipe plural, ou seja, que tenha profissionais mulheres, negros, LGBTQPIA+, com deficiência e acima de 50 anos, entre outros, é um grande diferencial estratégico para as organizações. Um estudo global da Forbes de 2021 aponta que 85% dos executivos seniores concordam que a diversidade é importante porque impulsiona a inovação.

Além desse impulso fundamental, equipes plurais trazem também mais criatividade para o dia a dia da empresa. Adicionalmente, as companhias devem estar atentas a um ponto relevante: a diversidade pode potencializar em 35% o faturamento, segundo um estudo de 2017 da consultoria McKinsey.

Ciente de nosso compromisso em fazer com que as empresas se tornem efetivamente mais inclusivas, realizamos um estudo interno para identificar quais são os grupos de diversidade que temos na Soulan. Afinal não basta compartilhar conhecimento e incentivar que nossos clientes sejam mais inclusivos, é preciso ir além e demonstrar que também estamos abraçando essa temática.

A pesquisa foi realizada com 60 profissionais e o resultado comprova que temos avançado em nossas políticas de diversidade. Na questão racial, nosso quadro é composto por 47,1% de profissionais autodeclarados negros (pretos e pardos). Quando analisamos a questão da igualdade de gênero, temos 70,5% do quadro funcional composto por mulheres e 29,5% de homens. Já quando verificamos a inclusão de profissionais LGBPQPIA+, 8,2% de nossos profissionais fazem parte desse grupo. Por último, o número que nos deixou muito felizes foi o da diversidade geracional, pois 13,1% de nossos colaboradores estão acima de 45 anos.

Apesar de 85% das empresas concordarem que a diversidade é importante, apenas 45% têm uma estratégia de recrutamento de funcionários pertencentes aos grupos minorizados. Com isso, percebemos que a implementação de uma estratégia de diversidade é um desafio, às vezes exigindo mudanças radicais. Por sua própria natureza, a inclusão envolve uma multiplicidade de pontos de vista e um aprendizado constante. Além da escala do desafio, a possibilidade de danos à reputação da empresa associados a um erro é muito grave.

Aqui, reforçamos o papel da área de Recursos Humanos como ferramenta primordial nesse processo de valorização da diversidade, por ser a porta de entrada para as empresas. Os líderes de RH devem agir agora para melhorar a diversidade e a inclusão, ou correm o risco de serem deixados para trás.

Os dados reforçam a importância dessa atuação, comprovando que não é possível esperar mais, pois a mudança já está acontecendo. Em uma pesquisa da consultoria PwC realizada em 2015, 80% dos novos ingressantes afirmaram que a política de diversidade e inclusão de um empregador em potencial era um fator importante para escolher ou não integrar uma empresa. Dois anos depois, a UCLA mostrou que 1 de 10 funcionários LGBTQPIA+ deixaram o emprego por considerar o ambiente de trabalho hostil. 

Outro aspecto que reafirma a parcela de compromisso da área de RH nesse tema é o processo de seleção, afinal é necessário promover mudanças culturais e até implementar o uso de ferramentas capazes de reduzir os vieses inconscientes no recrutamento. A organização Diversity for Social Impact, que atua nos Estados Unidos, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Reino Unido, realizou um estudo, em 2021, confirmando que candidaturas às cegas aumentam em cinco vezes a seleção de mulheres.

Entendemos que inclusão é valorizar as diferenças das pessoas e possibilitar que todos tenham sucesso em suas atividades profissionais. Um ambiente de trabalho inclusivo é aquele em que todos os funcionários se sentem parte da empresa. E as organizações inclusivas adotam políticas e práticas justas, permitindo que diversos grupos de pessoas trabalhem juntos, de maneira eficaz e de forma a alcançar todo o seu potencial.

 

Taís Rocha de Souza - psicóloga e diretora de Operações do Grupo Soulan.


Fim do limite, mas manutenção da mordaça: o que podemos refletir sobre as recentes decisões da ANS


Recebi com entusiasmo a informação de que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ajustou o rol de procedimentos a fim de garantir a cobertura de sessões ilimitadas das terapias necessárias aos pacientes portadores de transtornos. A nova resolução passará a valer a partir de 1º de agosto de 2022.

Decisão acertada e que deve ser creditada ao movimento das famílias dos pacientes, que não medem esforços desde que o Superior Tribunal de Justiça decidiu manter o caráter taxativo do rol de coberturas obrigatórias dos planos de saúde. As famílias vêm dando visibilidade para a situação delicada na qual estão inseridas, uma vez que a decisão elevou a insegurança pelo acesso aos tratamentos oferecidos aos pacientes. Foram elas, ainda, que conseguiram ampliar a cobertura dos planos para usuários com transtornos globais do desenvolvimento, como Transtorno do Espectro Autista.

Agora, a restrição foi minimizada com a possibilidade das sessões ilimitadas. É, sem dúvida, um ganho. A limitação era incompatível com a complexidade do tratamento. Éramos, por exemplo, limitados a 12 sessões anuais de terapia ocupacional em um dos planos mais conhecidos, uma quantidade incompatível para garantir êxito. A decisão vai contribuir ainda para o fim da judicialização. Recorrer à Justiça é o recurso usado pelas famílias em busca de um número maior de sessões. Isso ocorre porque no Brasil o Estado não dá o que deveria dar: atendimento amplo e irrestrito à saúde. O gargalo foi entregue aos planos de saúde, que priorizam o lucro e focam na redução de custos.  

Mas muitas dúvidas ainda estão em curso, já que a decisão contempla apenas os portadores de doença ou condição de saúde listadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Além disso, quero chamar a atenção para o fato de a decisão reiterar a prescrição sob exclusividade do médico, o que retira dos terapeutas ocupacionais, psicólogos, fisioterapeutas a competência profissional de determinar a quantidade e o tipo de terapia a ser usada no tratamento.

A ANS foi taxativa: o atendimento passará a considerar a “prescrição do médico assistente”. Portanto, uma parcela significativa do grupo de profissionais responsável pelo atendimento global do paciente continua sem autonomia. Nós, terapeutas, continuamos amordaçados. Eu pergunto: se nós temos uma profissão validada, temos um conselho de classe regulamentador e ativo, por que sofremos tantas restrições assim? Deixo essa pergunta para que possamos refletir, principalmente agora que teremos sessões ilimitadas, que tornam nossa atuação muito mais próxima do paciente.

 

Syomara Cristina Szmidziuk - atua há 32 anos como terapeuta ocupacional, e tem experiência no tratamento e reabilitação dos membros superiores em pacientes neuromotores. Faz atendimentos em consultório particular e em domicílio para bebês, terapia infantil e juvenil, para adultos e terceira idade. Desenvolve trabalho com os métodos RTA e terapia da mão, e possui treinamento em contenção induzida, Perfetti (introdutório), Imagética Motora (básico), Bobath e Baby Course (Bobath avançado), entre outros.

 

Posts mais acessados