Origem do
acessório antiga e sua evolução contribui para a solução dos problemas de visão
até os dias de hoje
Eles corrigem erros de refração, acabam com a
dificuldade para enxergar, ajudam na inclusão de pessoas que anteriormente não
eram capazes de realizar certas atividades, valorizam o visual e ainda
protegem os olhos contra os raios UV e a luz azul. Estamos falando dos óculos,
invenção importante para a história da humanidade.
Os primórdios dos óculos que conhecemos hoje estão
registrados em textos do filósofo chinês Confúcio de 500 a.C. Nessa época, o
acessório não tinha grau e era usado como adorno.
Foi apenas na Idade Média, com o aperfeiçoamento
das leis fundamentais da óptica, feita pelo árabe Al-Hazen, que as lentes
começaram a ser fabricadas, em 1267, a partir de uma pedra chamada berilo. O
monge franciscano Roger Bacon foi o primeiro a demonstrar a utilidade da pedra,
em 1267.
A partir dessa descoberta, os óculos se tornaram
mais próximos aos modelos atuais.
Em 1270, surge o primeiro par de óculos na
Alemanha. Eram duas lentes unidas por aros de ferro e rebites, usados sobre o
nariz.
Em pouco tempo, o acessório chegou à Itália, país
que se destacou na produção de óculos graças ao médico Savino degli Armati e ao
frade dominicano Alessandro della Spina, pioneiros no assunto.
Os primeiros óculos eram destinados apenas à
correção da presbiopia e hipermetropia, melhorando a capacidade de leitura. Não
à toa, eles eram associados a pessoas cultas e eruditas.
As duas condições exigem lentes do tipo
convergentes. Ou seja, elas vão aproximar os raios de luz para o cristalino,
onde eles vão convergir e fazer com que a imagem seja projetada exatamente na
retina.
Foi apenas em 1441 que surgiram as primeiras lentes
para os míopes e, em 1827, a solução para pessoas com astigmatismo.
Para estes problemas de visão, as lentes corretivas
são as divergentes. Elas empurram o foco da imagem para a retina dos olhos, o
que facilita o reconhecimento de objetos que estão distantes e aliviar a visão
distorcida ou embaçada.
A evolução dos modelos
Os óculos com hastes perpendiculares posicionadas
sobre as orelhas, chamado de modelo Numont, é uma invenção relativamente nova
se comparada à história do acessório. Elas só são incorporadas no século XVII e
começam a ser o modelo mais usado apenas no século XX.
Antes disso, os óculos pince-nez - ajustados sobre
o nariz - e mais tarde os lorgnons - com uma haste lateral que precisava ser
segurada à frente do rosto durante o uso - eram os únicos disponíveis.
A popularização dos óculos numont deram novas
possibilidades ao design das armações. A partir de 1940, os plásticos e seus
derivados passaram a ser usados na fabricação dos aros, o que tornou as peças
mais leves e confortáveis.
As lentes também sofreram modificações ao longo do
tempo para melhorar a visão e o conforto no uso de óculos. O que começou com o
berilo evoluiu para lentes de precisão, personalizadas, com camadas de
revestimentos, feitas em plástico leve com tecnologia de ponta.
Quem inventou os óculos de sol?
Foram os esquimós que construíram os primeiros
modelos de óculos de sol. O intuito era de atenuar os efeitos da incidência da
luminosidade solar sobre a neve.
Esses modelos eram feitos de madeira, marfim ou
partes de baleia. Eles eram praticamente inteiros fechados, com pequenas fendas
para que fosse possível enxergar.
Historiadores acreditam que Nero, imperador romano
que viveu entre 37 e 63 d. Ccostumava usar acessórios como óculos de sol nas
arenas locais. Eles eram compostos de lentes de vidro coloridas e também tinham
o objetivo de proteger a visão.
Na Alemanha do século XIII, os óculos solares com
armação aparecem pela primeira vez e, no século seguinte, os franceses
modificam o item para que fique mais confortável, adicionando o encaixe para o
nariz. A partir do século XVII, os óculos de sol também começaram a ser
fabricados na versão Numont.
Até o século XX, os óculos de sol tinham as lentes
verdes, devido ao material em que era produzido. A substituição por opções como
acrílico e policarbonato permitiu ampliar a gama de cores e, nos anos 70, as lentes
pretas e coloridas viraram moda. Atualmente, as verdes, marrons, pretas e
cinzas são as mais indicadas, pois absorvem a maior parte da luz solar.
Assim como os tradicionais, o uso de óculos escuros
também faz bem para a saúde. Estima-se que, dos 120 mil novos casos de
catarata registrados no Brasil, 6 mil seriam evitados com o uso do acessório.
No entanto, é preciso cuidado, porque se não houver a presença de filtro solar
na lente, ela pode aumentar em até 60% as chances de desenvolvimento da catarata,
uma das doenças que mais cegam as pessoas no Brasil e no mundo. Isso acontece
por conta da fotoceratite.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS),
no mínimo 5% do número de casos da doença podem ser causados por fotoceratite,
doença que inicialmente só provoca uma inflamação nos olhos, deixando-os um
pouco avermelhados e com uma ligeira sensação de incômodo nas vistas. Depois é
que a vista começa a ficar opaca. Caso conheça alguém cuja visão se encontra
nessa condição, procure um profissional que poderá explicar melhor o
que é catarata e, caso a doença seja confirmada, indicar o melhor
tratamento.
Seja por necessidade ou estilo, o fato é que todo
mundo hoje em dia tem ou já teve um óculos na vida. Como dito acima, este é um
acessório essencial para a saúde humana por combater doenças como miopia e a
hipermetropia, só no brasil, atinge 65 milhões de pessoas, segundo dados do
Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). E com o avanço da tecnologia, é
possível escolher um modelo que agrade tanto o seu estilo quanto a sua visão,
fugindo dos estereótipos de antigamente. É momento de ver e ser livre do seu
próprio jeito, seja ele qual for.