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segunda-feira, 23 de maio de 2022

Anvisa aprova o enfortumabe vedotina (Padcev®) para o tratamento do câncer urotelial localmente avançado ou metastático

Medicamento comercializado pela Zodiac, o PADCEV® é um novo tipo de terapia indicada para pacientes com câncer urotelial localmente avançado ou metastático que tenham recebido anteriormente quimioterapia e imunoterapia.

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou a substância ativa enfortumabe vedotina, com nome comercial PADCEV®, para o tratamento de câncer urotelial localmente avançado (quando o câncer invadiu tecidos ao redor da bexiga) ou metastático (quando as células cancerígenas se espalharam por outras partes do corpo), em pacientes previamente tratados com anti PD-1/PD-L1 e quimioterapia à base de platina. PADCEV® também é indicado para pacientes inelegíveis para quimioterapia a base de cisplatina e que tenham recebido anteriormente uma ou mais linhas de tratamento prévio.

PADCEV® é a primeira e única terapia do tipo anticorpo conjugado a droga (ADC) aprovada para pacientes com este tipo de câncer. É um ADC direcionado a Nectina-4, uma proteína de superfície celular altamente expressa em células cancerígenas uroteliais.

A aprovação da ANVISA é apoiada por dados de um estudo global, aberto, multicêntrico, fase III randomizado, EV-301[1] que incluiu 608 pacientes com câncer urotelial localmente avançado ou metastático, que foram previamente tratados com quimioterapia à base de platina e um inibidor de PD-1/L1 e foram aleatorizados para receber enfortumabe vedotina ou quimioterapia com docetaxel, paclitaxel e vinflunina a critério do médico.

No momento da análise interina pré-especificada, os pacientes que receberam enfortumabe vedotina (n=301) alcançaram uma sobrevida global mediana de 3,9 meses a mais do que aqueles que receberam quimioterapia (n=307). A mediana de sobrevida global foi de 12,9 vs. 9,0 meses, respectivamente. As reações adversas mais comuns em todos os graus (≥20%) incluíram erupção cutânea, fadiga, neuropatia periférica, alopecia, diminuição do apetite, diarreia, prurido, náusea, constipação, disgeusia, dor musculoesquelética, olho seco, pirexia, dor abdominal e anemia.

O coorte 2 do estudo EV-201[2] avaliou o PADCEV em pacientes (n=89) com câncer urotelial localmente avançado ou metastático que tinham sido previamente tratados com um inibidor PD-1/L1, e não eram elegíveis a cisplatina. Após um acompanhamento mediano de 16 meses, 51% dos pacientes que receberam PADCEV atingiram resposta objetiva [95% CI: 39,8, 61,3] por revisão central independente, com uma duração mediana de resposta de 13,8 meses [95% CI: 6,4, não alcançada]. As reações adversas mais comuns em todos os graus (≥20%) incluíram erupção cutânea, neuropatia periférica, alopecia, fadiga, diminuição do apetite, anemia, diarreia, prurido, diminuição do peso, náusea, olho seco e disgeusia.

"Considerando a alta taxa de mortalidade do paciente com câncer urotelial em recidiva após a primeira e segunda linhas de tratamento, há uma necessidade urgente de uma opção terapêutica eficaz", disse o Dr. Eduardo Issa, Diretor Médico da Zodiac. "A aprovação do PADCEV® é um avanço clínico importante para atender a esta necessidade".

 

Posologia

A dose recomendada de PADCEV® é de 1,25 mg/kg (até um máximo de 125 mg para pacientes ≥100 kg) administrada em infusão intravenosa de 30 minutos nos dias 1, 8 e 15 de um ciclo de 28 dias até a progressão da doença ou toxicidade inaceitável.


O 10º câncer mais comum no mundo

O câncer urotelial é o décimo tipo de câncer mais comum no mundo, sendo o carcinoma de bexiga o mais frequente, responsável por mais de 90% dos casos da doença, também conhecido como carcinoma de células transicionais[3].

Globalmente, aproximadamente 573.000 novos casos de câncer de bexiga e mais de 212.000 mortes são relatados anualmente[4]. Segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de bexiga é o sétimo câncer mais comum nos homens brasileiros, enquanto nas mulheres é o 11º tipo de câncer mais frequente. A estimativa de novos casos no Brasil para 2020 foi de 10.640.

Fatores de risco para a doença incluem gênero, já que a doença é mais prevalente no sexo masculino; idade e etnia, afetando mais pessoas brancas e mais velhas. Outros fatores de risco são o tabagismo (associado a 50-70% dos casos), o uso prolongado de medicamentos para tratar doenças autoimunes, e a exposição constante e prolongada a vários compostos químicos [5].


Sobre o estudo EV-301

EV-301 é um estudo global, multicêntrico, aberto e randomizado de fase 3, desenhado para avaliar o enfortumabe vedotina versus a quimioterapia de escolha do médico (docetaxel, paclitaxel ou vinflunina) em 608 pacientes com câncer urotelial localmente avançado ou metastático que foram previamente tratados com um inibidor PD-1/L1 e terapias baseadas em platina. O desfecho primário é a sobrevida global e os desfechos secundários incluem sobrevida livre de progressão, taxa de resposta global, duração da resposta e taxa de controle de doenças, bem como avaliação dos parâmetros de segurança/tolerabilidade e qualidade de vida. Os resultados foram publicados no New England Journal of Medicine.

 

Sobre o estudo EV-201

EV-201 é um ensaio clínico fase 2 de enfortumabe vedotina para pacientes com câncer urotelial localmente avançado ou metastático que foram previamente tratados com um inibidor de PD-1 ou PD-L1, incluindo aqueles que também foram tratados com quimioterapia contendo platina (Cohort 1) e aqueles que eram elegíveis a quimioterapia contendo cisplatina (Cohort 2). O estudo incluiu 125 pacientes no Cohort 1 e 89 pacientes no Cohort 2 em múltiplos centros internacionais. O desfecho primário é a taxa de resposta objetiva confirmada por revisão central independente. Os desfechos secundários incluem avaliações da duração da resposta, taxa de controle de doenças, sobrevida livre de progressão, sobrevida global, segurança e tolerabilidade. Os resultados do Cohort 2 foram publicados na Lancet Oncology.

 

Sobre o grupo Adium

A Zodiac é uma empresa do grupo ADIUM, um grupo farmacêutico privado, líder na América Latina, com presença em 17 países. A empresa desenvolve, produz e comercializa produtos líderes em inovação e tecnologia, e é especializada em áreas terapêuticas como oncologia, hematologia, cardiologia, sistema nervoso central, urologia e ginecologia, entre outras. 

A empresa tem sede em Montevidéu, Uruguai, possui quatro plantas de produção farmacêutica na região, e está presente na Argentina, Bolívia, Brasil, América Central, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru e Uruguai. No Brasil, o grupo opera através de sua subsidiária Zodiac Produtos Farmacêuticos. 

O grupo Adium é parceiro de empresas internacionais de pesquisa e desenvolvimento farmacêutico há mais de 20 anos, trabalhando na comercialização de produtos inovadores e de alta tecnologia.


 

 [1] Powles T, Rosenberg JE, Sonpavde GP, et al. Enfortumab Vedotin in Previously Treated Advanced Urothelial Carcinoma. N Engl J Med. 2021; 10.1056/NEJMoa2035807

[2] Yu EY, Petrylak DP, O’Donnell PH, et al. Enfortumab vedotin after PD-1 or PD-L1 inhibitors in cisplatin-ineligible patients withadvanced urothelial carcinoma (EV-201): a multicenter, single-arm, phase 2 trial. The Lancet Oncology. 2021: S1470-2045(21)00094-2

[3] [Richters et al. 2020]. [Instituto Nacional de Câncer 2020]. [Soares A et al 2020]

[4] World Health Organization, International Agency for Research on Cancer. Globocan 2020 world fact sheet. 900-world-fact-sheets.pdf. Accessed June 29, 2021.

[5] INCA - cancer-de-bexiga - Acesso em 20/04/2022.


Inverno agrava a asma - Saiba como controlar as crises

Estudo inédito da GSK aponta que o tratamento contínuo e com doses regulares de medicamentos traz mais benefícios e protege à saúde dos pacientes

 

A asma é uma das doenças crônicas mais prevalentes no mundo e acomete 20 milhões de brasileiros1,2. Apesar do avanço no conhecimento da doença e formas de tratamento, o bom manejo dessa enfermidade ainda envolve obstáculos³.

Apesar de não ter cura, a doença pode ser controlada, mas o paciente precisa compreender que um desfecho satisfatório depende de engajamento e tratamento medicamentoso contínuo, não apenas naqueles momentos em que os sintomas se intensificam ou durante as crises que exigem atendimento médico hospitalar de emergência2,3.

O ar chega aos pulmões por meio dos brônquios, estruturas do sistema respiratório². Em pacientes com asma, uma inflamação crônica acomete esses dutos de ar, reduzindo o seu calibre e limitando o fluxo do oxigênio². Por essa razão, pacientes com asma sofrem com a falta de ar, perdem o fôlego, têm sensação de aperto no peito, apresentam sibilos e tosse². Existem inúmeros gatilhos que resultam em crises de asma, e o frio do inverno é um deles, bem como fatores emocionais e externos, alergias a ácaros, pólen das flores, produtos químicos, entre outros desencadeantes2.

Não é à toa que essa doença é comparada a um iceberg, sendo os sintomas e as crises a parte visível da geleira4. “Abaixo da água, o que não vemos, é a inflamação dos brônquios provocada pela doença, que sem o devido controle, resulta em consequências a longo prazo, como a perda progressiva da capacidade respiratória. Precisamos manter a inflamação controlada. As crises são apenas a ponta do iceberg”, explica o pneumologista Bernardo Maranhão, gerente médico da área respiratória da farmacêutica GSK.

Mas, qual a melhor maneira de manter a asma sob controle? Além da adoção de hábitos de vida mais saudáveis, é necessário cuidar da enfermidade ao longo da vida, sem interrupções². Para aprofundar o entendimento sobre a importância do tratamento contínuo, o estudo New Versus Old: The Impact of Changing Patterns of Inhaled Corticosteroid Prescribing and Dosing Regimens in Asthma Management, publicado recentemente, analisou os benefícios de diferentes corticosteróides inalatórios (CI), medicamentos que são usados para controlar a inflamação brônquica e os sintomas da doença, bem como prevenir as crises5.

Segundo o estudo, o tratamento que prioriza a dosagem contínua, diária e proativa de medicamentos (PRD - Proatividade e Regularidade das Doses), com Propionato de Fluticasona em associação ao Salmeterol em pacientes com asma moderada, proporciona maior proteção contra os espamos brônquicos e menos risco de efeitos colaterais, quando comparado à terapia à base de dosagens flexíveis com Budesonida associada ao Formoterol.

Quando ocorre maior adesão ao tratamento pelo paciente com asma moderada, a abordagem PRD com PF/SAL mostra-se ainda mais eficaz do que a estratégia usada como terapia de manutenção e alívio, com medicamentos que associam Budesonida e Formoterol.

A dosagem diária regular e clinicamente apropriada com regimes à base de Fluticasona/Salmeterol também mostrou menor risco de efeitos no organismo como um todo, pois é no pulmão que o corticoisteroide precisa agir.

Há poucos estudos que comparam a eficácia dos regimes de tratamento disponíveis para asma moderada e moderada a grave. Segundo o Dr. Maranhão, “esses dados ajudam a aprimorar a conduta do médico no manejo e controle da asma, trazendo benefícios para a saúde respiratória do paciente, o que reflete em melhoria da qualidade de vida”.

 

“São informações científicas que fortalecem a importância do tratamento de manutenção, ou seja, diariamente em doses definidas pelo médico para o controle da asma, e reiteram algo que nem todo paciente asmático compreende: a inexistência de crises não significa que a doença esteja sob controle”, conclui o pneumologista.

Metodologia

O estudo que avaliou a broncoproteção das vias aéreas ( o que sinaliza inflamação reduzida das vias aéreas, indicando a eficácia do tratamento) e segurança (risco reduzido de efeitos colaterais de corticosteroides) foi realizado projetando, validando e aplicando uma técnica de modelamento, considerando características farmacológicas dos CI enfocados. Avaliou a broncoproteção das vias aéreas e a atividade sistêmica em diferentes cenários clínicos de adesão a este regime, com dados coletados de ensaios clínicos concluídos de vários regimes de dosagem baseados em CI. Investigou uma ampla gama de doses de PF /SAL (Propionato de Fluticasona em combinação com Salmeterol) em doses fixas e BUD/FOR (Budesonida combinada com Formoterol) em estratégia doses flexíveis. Os achados foram então, usados se para se definir os perfis de risco-benefício do CI.

Este estudo avaliou os resultados de broncoproteção (eficácia nas vias aéreas) e a possível e indesejável ação fora dos pulmões (segurança) simulando cenários clínicos do mundo real. Taxas de adesão variadas (100%, 85%) foram consideradas nos tratamentos estudados. Os corticosteroide inalatórios (Fluticasona em doses regulares proativas e Budesonida flexivelmente) foram avaliados a partir de ensaios clínicos publicados anteriormente.

O método de modelamento utilizado pelos autores é reconhecidamente um meio para se gerar conclusões com grande robustez e aceito internacionalmente para trabalhos científicos.

 

GSK
 

Referências:

  1. ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia). Disponível em: Link. Acesso em abril de 2022.
  2. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Disponível em: Link. Acesso em abril de 2022.
  3. Ashtma + Lung UK. Disponível em: Link. Acesso em maio de 2022.
  4. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine. Disponível em: Link. Acesso em maio de 2022.
  5. Dave Singh et al. `New Versus Old: The Impact of Changing Patterns of Inhaled Corticosteroid Prescribing and Dosing Regimens in Asthma Management.’ Adv Ther. 2022 Mar 14. doi: 10.1007/s12325-022-02092-7. Epub ahead of print

Conheça 7 mitos e verdades sobre hipertensão arterial

Doença provoca graves problemas cardíacos, cerebrais e renais, e é responsável por mais de 9 milhões de mortes por ano, no mundo


 

Em adultos, a hipertensão é definida como a pressão arterial acima de 14/9, e é considerada grave quando a pressão está acima de 18/12. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a doença é responsável por 9,4 milhões de mortes no mundo, por ano, sendo 45% por problemas cardíacos e 51% por AVC (acidente vascular cerebral). Estima-se que 1,28 bilhão de adultos entre 30 e 79 anos sofram de hipertensão, sendo que a maioria (2/3) vive em países de baixa e média renda.

 

No Brasil, calcula-se que 23 a 25% da população tenha pressão alta e outra grande parcela nem saiba que tem o problema. Apesar de ser uma doença bastante comum, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre os fatores de risco, tratamento e controle da hipertensão. O cardiologista Marcelo Ferraz Sampaio, membro do Comitê Científico do Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL), destaca sete mitos e verdades sobre o tema:


 

1.   É possível controlar a hipertensão com a alimentação – Verdade!

 

Com certeza, é possível. É o que chamamos de tratamento não farmacológico, que deve ser instituído para todos os pacientes. Há pessoas que, devido ao início ou valores da hipertensão arterial, podem ter apenas esse tratamento não farmacológico. Mesmo em casos nos quais os pacientes precisam ser tratados com medicamentos, deve haver um controle da alimentação, para que seja saudável e adequada. O tratamento não farmacológico envolve algumas medidas como:

 

·        Dieta: além de evitar o sal, em muitos casos, deve-se adotar uma dieta hipocalórica, pensando na redução da obesidade, que geralmente está associada à hipertensão arterial;


·        Suplementação: adotar suplementos alimentares que podem ser favoráveis no combate à hipertensão, como potássio e cálcio;


·        Atividade física: comprovadamente, exercícios físicos trazem benefícios, reduzindo e controlando os níveis de hipertensão, tanto em casos leves como moderados;


·        Controle do estresse: seja emocional, social, familiar ou profissional, o estresse é um fator que está muito envolvido com o aumento da pressão arterial.


 

2.   A hipertensão pode ser prevenida – Mito!

 

Em sua grande maioria, 90% dos casos, a hipertensão arterial é hereditária, um fator genético, então não pode ser prevenida. Entretanto, é possível não apenas postergar o início do seu aparecimento como atenuá-la. Esse controle pode ser feito por meio da adoção de uma alimentação saudável, prática de atividades físicas e controle do estresse.


 

3.   Estresse causa hipertensão – Mito!

 

O estresse, por si, não causa a hipertensão. Ele pode atuar de duas formas:

 

·        Em uma situação específica, provocar uma subida transitória da pressão arterial, inclusive em pessoas que não tenham antecedentes da doença hipertensiva. Uma vez que o estresse seja sanado, a pressão volta ao normal;

 

·        Aumentar a pressão em pessoas hipertensas, mesmo que estejam em tratamento para a doença.


 

4.   Mulheres são mais atingidas pela hipertensão – Verdade!

 

Dados antigos mostravam que os homens apresentavam mais hipertensão. Mas, hoje, sabemos que as mulheres representam a maioria dos pacientes hipertensos, chegando a 54% do total. Isso se deve não apenas às alterações hormonais, que são típicas após a menopausa, mas também às mudanças que ocorreram na sociedade nos últimos 50 anos. Existem diversos fatores, mas de uma forma geral, a mulher está cada vez mais atuante no mercado de trabalho, sofre com situações diferenciadas de estresse, passou a consumir mais cigarro e álcool e, muitas vezes, não desenvolve atividades físicas.


 

5.   Álcool aumenta a pressão arterial – Verdade!

 

O consumo de álcool não é causador da hipertensão, mas eleva a pressão arterial, principalmente as bebidas destiladas. Por isso, os pacientes hipertensos devem manter um consumo moderado de álcool e não devem fazer uso habitual ou diário. Muitos pacientes dão entrada nas salas de emergência com quadros de AVC (acidente vascular cerebral) e relatam consumo exacerbado de bebidas alcóolicas. Então, a recomendação é que o consumo seja restrito ou abolido por hipertensos.


 

6.   A hipertensão causa infarto e outras doenças graves – Verdade!

 

A hipertensão arterial causa, basicamente, três graves doenças: infarto do miocárdio, AVC e doença renal – a maior causa de diálise em nosso país é de pacientes hipertensos que não mantiveram o controle da pressão arterial. A pressão alta também causa insuficiência cardíaca porque, ao longo do tempo, pode descompensar o coração e provocar o aumento do seu tamanho. É importante ressaltar que a hipertensão é uma doença silenciosa, não provoca sintomas clássicos típicos – alguns pacientes relatam dores de cabeça –, mas apresenta uma progressão lenta e com complicações muito graves em órgãos nobres e com sequelas.


 

7.   Hipertensão tem cura – Mito!

 

A hipertensão arterial não tem cura, mas tem controle. Para isso, o paciente precisa sempre tomar a medicação indicada pelo médico, fazer o controle dos fatores de risco e manter hábitos saudáveis, se preciso, mudando seu estilo de vida.

 

 

Instituto Lado a Lado Pela Vida (LAL) 

Siga Seu Coração, Mulher Por Inteiro e #LivreSuaPele


Mau Hálito X Clima Frio: Por Quê Surge e Como Evitar


O clima frio atinge boa parte do país pela chegada do inverno, além de prejudicar a saúde com gripes e doenças respiratórias, também pode favorecer o desenvolvimento de outros problemas inconvenientes, como por exemplo, o mau hálito.

Isso ocorre devido à mudança de hábitos provocada pelo clima gelado, que acaba influenciando também a alimentação nessa época do ano. 

Com o frio, a pessoa tende a procurar alimentos mais calóricos e ricos em gordura – uma reação instintiva do organismo, frente ao gasto maior de energia no inverno, com o objetivo de nos manter mais aquecidos.

O metabolismo de gorduras em nosso corpo pode fazer com que alguns ‘subprodutos’ sejam eliminados pela via pulmonar de excreção, alterando o nosso hálito e provocando a halitose (mau hálito). 

A cirurgiã dentista, periodontista e especialista em halitose Dra. Bruna Conde lista as principais causas de alteração do hálito e sua relação com o frio:

 

Menos consumo de água, mais chances de mau hálito

Outro problema é o menor consumo de água, típico nos períodos frios, o que pode acarretar na diminuição de saliva, pois essa substância, é composta em 98% de água. 

A falta de água limita a produção de saliva, justamente o que ajuda no combate e no controle das bactérias. Em casos mais avançados, esse avanço dos micróbios pode causar problemas como cárie e gengivite. 

“Quando a nossa boca fica desidratada, as bactérias que vivem dentro dela conseguem intensificar a sua atividade, o que causa cheiro desagradável.”  Explica a especialista Bruna Conde.

 

Você já percebeu que o clima frio desfavorece os hábitos de higienização bucal?

A água gelada da torneira não é o melhor estímulo para a boa escovação dos dentes e para a higiene da língua, não é mesmo? 

“Com a higiene negligenciada, ficamos mais vulneráveis a doenças bucais que podem provocar mau hálito, como a gengivite. Sem falar que o frio é a época do ano favorita de algumas doenças que se espalham mais facilmente em ambientes fechados, como a gripe, que também pode auxiliar na alteração do hálito” fala a periodontista Dra. Bruna.

 

O que fazer para evitar esse problema e manter a saúde bucal no inverno?

- Evite o consumo excessivo de alimentos calóricos e ricos em gorduras; 

- Beber de 1 a 2 litros de água por dia é algo imprescindível, pois como já vimos, 98% da saliva é água. No inverno é normal beber menos água e com isso você poderá ficar desidratado. A desidratação leva a boca seca que pode causar maior incidência de cáries, mau hálito e doenças gengivais; 

- Em casos de gripes e resfriados, evitar a automedicação. A melhor opção é procurar um médico;

- Para evitar problemas de boca seca durante o inverno, beba água o dia inteiro, para isso tenha uma garrafa de água o tempo inteiro com você; 

– Não exagere no consumo de bebidas com açúcar e cafeína; 

– A ingestão de bebidas alcoólicas e o fumo secam a boca, o que aumenta a incidência da gengivite e do câncer bucal; 

– Dê preferência aos enxaguantes bucais sem álcool; 

- Procure manter uma dieta saudável e equilibrada. 

Lábios ressecados e rachados são também problemas frequentes durante o inverno. Para evitar que isso aconteça utilize protetores labiais e a ingestão de água também contribuirá para que os lábios permaneçam hidratados.

“Além das dicas citadas, priorize um estilo de vida saudável, inclua bons hábitos de dieta e de higiene oral na sua rotina diária e visite regularmente o seu dentista. Assim você contribuirá para sua saúde geral, além de garantir um sorriso lindo, saudável e livre do mau hálito!” finaliza a Dra. Bruna Conde.

 

Dra Bruna Conde - Cirurgiã Dentista.

CRO SP 102038


Saúde do canal auditivo: melhor maneira de mantê-la é evitar introduzir materiais na região para retirar cerume

Erroneamente associado à falta de higiene, o cerume - encontrado nos ouvidos de qualquer pessoa - é alvo sistemático das mais diversas tentativas de limpeza, seja com uso de hastes flexíveis ou com outros instrumentos, como as velas que ganharam repercussão na internet por prometer limpar todo o canal auditivo. Tamanha preocupação faz sentido? Segundo a otorrinolaringologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Eloá Lumi Miranda, não.

“O cerume é um produto derivado da ação do próprio corpo e reúne substâncias capazes de prevenir alguns tipos de infecção. Portanto, sua presença não é sinal de sujeira ou de falta de higiene”, conta a médica. “É essencial, por isso, estar atento a evitar produtos que podem criar uma ilusão de limpeza, como é o caso das velas. Quando elas são aplicadas, muito do conteúdo que depois é eliminado são resíduos da própria vela ao invés de cerume”, diz.

Além disso, a aplicação de produtos no canal auditivo pode implicar risco à saúde, provocando desde cicatrizes até, em casos mais graves, a perda permanente da audição. “Independentemente do material que estamos falando, quando introduzido profundamente no canal auditivo, há riscos sérios à audição. Por isso, nem mesmo o uso sistemático de hastes flexíveis é recomendado”, complementa. “Somente em casos de produção excessiva de cerume é indicado o processo de limpeza, no entanto, sempre no consultório e com supervisão médica”, explica a profissional.

Para quem não convive com quadro de produção de cerume em excesso e quer ter certeza de que o ouvido está limpo, a dica é não deixar a região úmida. Para isso, o ideal é, após o banho, ainda com a tolha, secar a área externamente até onde o dedo consegue alcançar. “Nunca introduza nada no canal auditivo na tentativa de limpá-lo. As hastes flexíveis, embora presentes no dia a dia, retiram a oleosidade natural da pele e podem empurrar o cerume para perto do tímpano, machucando. Ou seja, além de não retirar a substância, pode trazer incômodos e consequências mais graves”, conclui.

 


Hospital Edmundo Vasconcelos

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Saiba quais são os mitos e verdades sobre doenças do aparelho digestivo

Apesar das doenças do sistema digestivo serem bastante comuns e popularmente conhecidas, ainda há alguns mitos disseminados sobre elas. O acesso a informações confiáveis faz parte de um processo fundamental de promoção e segurança à saúde.  

O gastroenterologista Dr. Quelson Coelho, membro da Doctoralia, listou alguns mitos e verdades sobre doenças do aparelho digestivo. Confira:

 

A cirrose é causada apenas pelo alcoolismo. 

Dr. Quelson: Mito! Qualquer coisa que machuque o fígado, causando inflamação por alguns anos pode causar a cirrose. Então, além da bebida alcoólica, a gordura no fígado e hepatites virais e outros tipos de doença do órgão podem ter como consequência a cirrose.

 

Leite é um ótimo remédio para curar a gastrite. 

Dr. Quelson: A realidade é que o leite não melhora em nada a gastrite. O que acontece é que quando bebemos algum líquido, não só o leite, e enchemos o nosso estômago, acabamos diluindo o ácido que está presente no estômago e, então, os sintomas da gastrite podem aliviar momentaneamente.

 

A gastrite pode causar úlcera e câncer.  

Dr. Quelson: A gastrite em sua definição é uma inflamação no estômago, e se essa inflamação ficar alguns anos persistindo sem tratamento pode causar uma úlcera no estômago e, em algumas pessoas, pode evoluir para câncer. Quem tem gastrite deve ser bem avaliado e tratado para não agravar o caso.

 

Chicletes e balas são maléficos para o estômago quando se trata da gastrite. 

Dr. Quelson: A mastigação estimula a produção de ácido no estômago e, quando a gente mastiga, o estômago entende que vai chegar algum alimento e por isso ele produz ácido. Quando a gente mastiga chiclete por exemplo, o estômago vai aumentar muita produção de ácido, mas como não vem nenhum alimento esse ácido pode machucar o próprio órgão, podendo inflamá-lo e causar gastrite.

 

A alimentação pode intensificar a gastrite. 

Dr. Quelson: Isso é verdade! Alguns alimentos podem piorar a gastrite ou até mesmo causá-la. Produtos processados, industrializados, muito gordurosos e até mesmo ácidos podem aumentar a inflamação no estômago levando a uma piora da gastrite.

 

Automedicação pode levar à cirrose.  

Dr. Quelson: Verdade! Alguns remédios são maléficos para o fígado e podem causar uma hepatite aguda e, em alguns casos, o uso crônico de medicamento pode causar cirrose no fígado. As pessoas não devem se automedicar e o uso de medicamentos deve ser acompanhado por um médico.

 

A regra dos cinco segundos. 

Dr. Quelson: A regra dos 5 segundos é uma crença que se algum alimento cai no chão e a gente o pega antes dos 5 segundos e assim, não causaria mal nenhum. Isso é um mito, o alimento, assim que ele toca o chão, já pode ser contaminado por vírus e bactérias. O recomendado é nunca ingerir alimentos que caíram no chão.

 

O aumento de peso pode ocasionar o refluxo.  

Dr. Quelson: O peso pode influenciar no refluxo quando há gordura na região abdominal. O refluxo acontece quando o ácido presente no estômago sobe para o esôfago em um momento de pressão na barriga devido ao excesso de gordura na região.

 

Café, álcool e chocolates podem aumentar o refluxo.  

Dr. Quelson: É verdade. Cada um desses alimentos tem substâncias que aumentam a chance de refluxo. O café, por exemplo, tem cafeína; o álcool por si só aumenta o refluxo podendo também causar gastrite; e o chocolate tem gordura, que faz com que aumente a chance de refluxo.

 

O refluxo está relacionado com alguma doença do coração. 

Dr. Quelson: Mito! O refluxo machuca o esôfago, que fica próximo à região do peito. Então a pessoa pode sentir dor no local por causa de refluxo, mas não necessariamente vai estar relacionada com o coração. A dor no peito deve ser avaliada por um especialista para chegar ao diagnóstico assertivo.
 

 Doctoralia


Estudo da Kantar mostra que mais de 1/3 dos lares brasileiros apresentou casos de Covid-19 no 1° trimestre deste ano

LinkQ Covid-19 revela ainda que a maioria do brasileiros mudou hábitos de consumo e permanece evitando aglomerações após a vacinação

 

A pandemia Covid-19  trouxe impactos sem precedentes para os consumidores e as marcas em todo o mundo, acarretando mudanças de comportamento e de consumo que devem ser mantidas no pós-pandemia. O estudo LinkQ Covid-19 da Kantar, líder global em dados, insights e consultoria, realizado em março deste ano, ouviu 3.400 lares brasileiros com a finalidade de mensurar a correlação do avanço da vacinação  e os novos hábitos de consumo adquirido nesses dois anos.

 

Quase todas as pessoas (90%) ouvidas declararam que ao menos um membro da família tomou pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19 e 35% afirmaram que ao menos um integrante do domicílio teve a doença nos últimos 3 meses. Destes, 10% disseram que todos do lar foram contaminados. A maior concentração das contaminações de pelo menos um integrante do domicílio no primeiro trimestre deste ano se deu nas regiões Norte e Nordeste (31%) e em donas de casa de 40 a 49 anos (27%), em todas as classes sociais.

 



O relatório revelou ainda que, mesmo após a vacinação, 61% ainda sentem medo de contrair a doença e saem apenas para atividades essenciais, como trabalho, escola, médicos e mercado. Quase metade da população (47%) relata que mudou o comportamento de consumo de alimentos dentro do lar durante a pandemia e 53%  alteraram os hábitos de alimentação fora do lar.

 

Quase metade dos brasileiros se mostraram otimistas com a proximidade do fim da pandemia: 46% acreditam que ela esteja perto do fim e que tudo voltará a ser como antes, mas para 57% as mudanças que vieram com a crise sanitária devem permanecer com o término dela. A maioria dos entrevistados (60%) teve a vida financeira afetada negativamente em algum momento da pandemia, enquanto apenas 22% não foram impactados diretamente em termos financeiros e/ou profissionais durante esses dois anos. Os 10% restantes declaram-se neutros.

 

O LinkQ Covid-19 ouviu 3.400 lares brasileiros de todas as regiões e classes sociais do país durante o mês de março deste ano. A amostra representa 58 milhões de lares do Brasil. 


 

Kantar

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Compra do Twitter: negociação acende importância da due diligence como medida estratégica para venda

 É fato que a falta de respaldo jurídico, financeiro e operacional são fatais para qualquer negócio. Independentemente do valuation da empresa e de sua visibilidade no mercado, a união das inteligências legal, financeira e operacional é essencial para atingir a perpetuidade dos negócios e, acima de tudo, para garantir êxito em operações de compra e venda. Esse é o equilíbrio que vem sendo amplamente discutido no processo de aquisição do Twitter, pelo empresário Elon Musk, o qual suspendeu o processo de aquisição da empresa mediante a ausência de informações determinantes para a operação. Nesse sentido, a due diligence, procedimento que visa compreender se os números, contratos e procedimentos referenciados e adotados por uma empresa refletem a sua realidade, bem como suas potencialidades e riscos para o futuro no curto e longo prazo, se mostra determinante.

Com mais de 1.3 milhões de contas cadastradas, segundo dados da própria rede social, a plataforma entrou no radar do renomado empreendedor, considerado como o homem mais rico do mundo, para integrar sua extensa rede de negócios. Mesmo diante do claro interesse, a falta de prova negativa como garantia de que menos de 5% das contas criadas são falsas, está gerando imenso impasse na negociação e, a consequente discussão internacional perante os próximos passos do caso.

Todo investidor exige uma segurança jurídica e financeira ao integrar ou adquirir um negócio, o que se demonstra por meio de documentos que esclareçam a sua receita perante clientes e parceiros, seu fluxo de caixa, custos da operação como folha de pagamento, endividamento perante bancos, entre tantas outras informações complementares e estratégicas para o bom funcionamento do negócio. A visibilidade destas operações, em sua maior realidade possível, se torna extremamente importante para uma maior clareza aos investidores, reduzindo riscos de contingência e acelerando processos que podem ser entravados por inconsistências de dados ou informações. Por esse motivo, a due diligence se faz tão necessária.

O procedimento, que deve ocorrer de forma periódica e não somente diante de processos de M&A – sigla em inglês para Mergers and Acquisitions, que significa fusões e aquisições, é fundamental para garantir a legitimidade das informações prestadas ao mercado. Afinal, toda empresa, independentemente de porte ou segmento, é um conjunto de entrada de receitas e despesas, valorização de ativos, e muitos outros fatores que definem o seu valor de mercado. Por isso, é preciso construir bases sólidas, com dados que sejam constantemente verificados, checados e quando necessário, auditados, para evitar incongruências que possam comprometer as suas operações como um todo.

Por meio desta análise prévia sobre todos os âmbitos da organização, é possível não apenas desenvolver um olhar mais claro sobre as operações internas e trazer essa objetividade ao investidor, mas também prever cenários favoráveis para o futuro da empresa. Nas operações de compra e venda, a due diligence é ainda mais determinante, garantindo que todos os envolvidos consigam, de forma objetiva e pela materialidade, estarem seguros se devem ou não seguir com o procedimento de compra e, em caso positivo, quais as condições para o pagamento do preço acordado.

Quando não há clareza e confiança sobre as informações em questão, fatalmente a operação não será bem sucedida, podendo ainda, retardar o processo de venda se a empresa tiver a sua credibilidade afetada –  o que pode acontecer se as informações forem divulgadas ao mercado, nestas circunstâncias.

Diante de tamanha complexidade, a necessidade de uma due diligence recorrente e executada por profissionais de alto nível técnico, é essencial. Importante ainda adicionar à esta equação que, em toda operação de M&A, há sempre muita emoção envolvida  – seja pela parte do vendedor, que tem um vínculo com a história do negócio, quanto do comprador, que tem suas ambições e planos para sua nova gestão na empresa. Para o  sucesso desta operação, há necessidade de precisão desse procedimento para garantir um resultado positivo para ambos os interessados.

 


Thais Cordero - advogada e líder da área societária do escritório Marcos Martins Advogados.

 

Marcos Martins Advogados

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Mulheres em cargos de liderança: onde a maternidade e a carreira se cruzam?


Há não muito tempo comentei nesta coluna como a igualdade de gênero no mercado de trabalho tem se mostrado ainda mais fundamental nos últimos anos, visto que a pandemia evidenciou -- o que convenhamos já era óbvio -- que foram as mulheres que mais acumularam tarefas com a reconfiguração dos modelos de trabalho, tendo que lidar com os cuidados em casa, com filhos, idosos e outros parentes, assim como grande parte dos afazeres domésticos e, claro, ser uma exímia profissional. 

Além da disparidade salarial entre os gêneros, da falta de planos de carreira para o sexo feminino e do acúmulo de funções que certamente impactam o nosso desempenho, também nos deparamos com os desafios da maternidade na vida e na carreira das mulheres. A jornada dupla de mãe e profissional é algo que permeia e aflige o imaginário de muitas colegas. Por vezes, somos colocadas em posição de escolher entre um e outro, uma vez que para muitos não há possibilidade de desempenhar as duas funções de forma plenamente satisfatória. 

E o resultado desse cenário? Apenas 54,6% das mães de 25 a 49 anos que têm crianças de até três anos em casa estão empregadas, segundo o estudo Estatísticas de Gênero, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano passado. Outro levantamento, este da Catho, destaca que 30% das mulheres deixam o mercado de trabalho para cuidar dos filhos, enquanto que entre os homens, essa proporção é quatro vezes menor, de 7%. 

Por mais que a sociedade tenha evoluído para garantir que mulheres tivessem mais direitos, como a licença-maternidade remunerada, o proibimento da demissão durante o período gestacional, assistência médica e sanitária às gestantes, fica claro que ainda não é o suficiente. Sem contar que alguns desses avanços, muitas vezes, não funcionam na prática, já que pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que 50% das trabalhadoras que tiram licença-maternidade são demitidas em aproximadamente 24 meses. 

Assim como falei em meu texto publicado em março, as empresas têm um papel fundamental para nos ajudar a mudar este cenário. Como? Alçando mulheres com esse perfil a cargos de liderança, e digo isso por experiência própria. Até a minha chegada na eNotas em 2020, não havia mulheres em cargos de liderança e menos ainda mulheres com filhos. É difícil para qualquer gestão entender como lidar com esse perfil de colaborador se não há nenhum em seu time. 

Por mais que gestores tranquilizem as funcionárias que vão lidar com a maternidade, algumas mães ainda se sentem pressionadas e, a meu ver, isso se dá por uma questão cultural, pois nesses casos mesmo que as pessoas reforcem nossas capacidades, nos cobramos não apenas no trabalho, mas também em casa. Tudo tem de ser impecável, filhos, casa, trabalho, todos perfeitos. 

Assim que assumi à frente do departamento de Marketing, fiz questão de levantar essa bandeira e mostrar o quanto perdemos ao deixar mulheres de fora do nosso radar, em especial às que lidam com a maternidade, que traz responsabilidades e competências que podem e devem ser melhor aproveitadas pelas empresas. Estar em um cargo de liderança implica em muitas questões, entre elas garantir que o ambiente de trabalho seja diverso, justo e receptivo para todos os colaboradores -- Empatia é a palavra. E, para colocar-se no lugar do outro, compreender sua realidade, dificuldades e propor melhorias, precisamos estar minimamente por dentro dessa realidade. 

Hoje, entre nossas colaboradoras, temos 11 mães e três gestantes, e ainda há um longo caminho a percorrer. Contudo, acredito que estamos no percurso certo, já que passamos a atrair e reter talentos com esse perfil. Para garantir a permanência dessas colaboradoras, algumas ações foram essenciais, como oferecer auxílio creche, licença-maternidade estendida e flexibilidade no trabalho, sejam opções de trabalho remoto ou flexibilidade de horário. Esses são fatores que fizeram e fazem a diferença para nós e que, sem sombra de dúvidas, serão bem recebidos na sua empresa.


 

Daniella Doyle - head de Marketing da eNotas. Graduada em Jornalismo e também em Publicidade e Propaganda pela PUC Minas.


Migrar dados para a nuvem não é simplesmente fazer um plugin

Conheça 5 etapas comuns a todos os tipos de migração para cloud


A estratégia das empresas para modernizar as aplicações e migrar para uma ou mais nuvens veio para ficar. Aliás, passou a ser tratada como uma questão de sobrevivência e de vantagem competitiva nas mais variadas indústrias. Ao adotar o modelo de cloud, as organizações buscam aumentar produtividade e eficiência.

Você mesmo deve ter ouvido que os dados são o novo petróleo do mundo, que as empresas que desejam sobreviver na nova economia precisam estar orientadas a dados, ou seja, desenvolver o que chamamos de cultura data-driven. Seguindo esta premissa, a informação tornou-se o maior ativo de uma empresa, que, por sua vez, precisa saber entender os dados para extrair os principais insights para seu negócio. Com a informação certa, no lugar certo, a vantagem competitiva das empresas passa a ser gigante.

Neste contexto, há uma pergunta que sempre me fazem: Quando você migra para uma ou mais nuvens, seus dados também devem migrar? A resposta é sim, principalmente se sua indústria permite a alteração sem grandes travas de compliance. Outro questionamento comum em reuniões com clientes: A migração é tão simples como copiar os dados dos sistemas on-premise e “colar na nuvem”? Neste caso, a resposta é um pouco mais complexa.

A migração dos dados pode ser feita de várias formas. Porém, algumas etapas são comuns a todas elas:

  • Saber se já existe uma boa governança de dados. Essa informação pode permitir um melhor ou pior mapeamento das informações que sua empresa tem, e quais delas devem ser migradas ou abandonadas. Isso significa que o mapeamento dos dados é primordial na estratégia de uma organização que queira se transformar em data-driven;
  • Definir que nuvem (ou nuvens) você vai escolher. Sua decisão pode ser baseada em vários fatores, entre eles o investimento;
  • O próximo passo é desenhar uma arquitetura de dados que funcione bem para o que sua empresa deseja fazer com eles;
  • Realizar a migração dos dados propriamente dita;
  •  Por último e não menos importante, revisar os dados e realizar melhorias contínuas, desde a revisão de ETLs (extração, transformação e carregamento das informações) até a reorientação das fontes dos dados.

Hoje, a demanda pela migração de dados para a nuvem tem crescido em empresas de diversos tamanhos e segmentos. Um dos maiores grupos varejistas do Brasil escolheu, por exemplo, a Azure como sua principal nuvem, dividindo o processo em duas ondas. Na primeira delas, os dados foram levados do jeito que estavam. Na segunda, toda a arquitetura de dados foi revisada quando as informações já estavam na nuvem. O objetivo foi adaptá-las para o novo contexto de cloud.

Já em uma startup da área de telecomunicações nativa digital, toda sua arquitetura de dados foi pensada e construída para funcionar em nuvem. Nosso papel foi sugerir melhorias para a democratização dos dados, que é justamente a possibilidade de todas as áreas da empresa acessarem as informações no modelo “self-service”, ou seja, sem entrarem nas filas da área de dados ou do departamento de TI para montarem seus dashboards descritivos ou rodarem modelos preditivos ou prescritivos.

Alguns passos são comuns, outros mais específicos considerando a estratégia de cada empresa. Mas se a decisão for mesmo pela migração dos dados para a nuvem, é importante que as corporações busquem bons provedores de cloud do mercado e estabeleçam com eles parcerias estratégicas para que o processo ocorra de maneira fluida.

A decisão de uma empresa por fazer a migração sozinha ou em parceria com uma equipe experiente e flexível pode fazer toda a diferença na construção de uma jornada mais eficiente e lucrativa. Afinal, colocar dados a serviço do negócio não é como instalar um plugin: depende do fator humano e da decisão das lideranças de colocar o uso de dados no centro da tomada de decisão.

 

Danielle Franklin - diretora comercial da Scala, empresa do Grupo Stefanini com foco na implantação de abordagens tecnológicas que exigem alto grau de especialização em negócios, como Analytics, Inteligência Artificial, Hiperautomação, Integração e Cloud.


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