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quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Como um pet pode transformar as nossas vidas: conheça os benefícios da interação humano-animal

O convívio diário com gatos e cães ajuda a criar senso de responsabilidade, além de reduzir a solidão e o sedentarismo

 

Não é novidade que os animais desempenham um papel importante em nossa rede de apoio, deixando a vida mais ativa e feliz. A convivência com gatos e cães traz diversos benefícios para todas as fases da vida humana.

Pesquisas demonstram que a presença de pets nas casas de crianças, por exemplo, pode causar efeitos positivos no desenvolvimento cognitivo e aprendizado de vocabulário.

Não é à toa que o crescimento de aquisição de animais de estimação aumentou durante a pandemia. Um estudo recente conduzido pelo canal especializado Journal of Veterinary Behavior com 1.300 respostas coletadas em três semanas de distanciamento constatou que os animais de estimação trazem benefícios para saúde mental e ajudaram as pessoas a enfrentar as consequências do confinamento, que incluem a solidão como principal sintoma.

O convívio diário com gatos e cães também pode ajudar a aliviar sintomas relacionados à solidão e sentimento de isolamento, diminuindo os níveis de estresse e aumentando os hormônios que trazem a sensação de felicidade e bem-estar nos seres humanos.

Quer saber mais sobre como os pets podem ajudá-lo a ter uma vida mais feliz e saudável? Confira os estudos da Mars Petcare sobre o assunto.

 

• Seu cão pode te ajudar a ter hábitos mais saudáveis

Estudos indicam uma associação entre ser tutor de um pet e uma vida mais longa. De acordo com estudos do Centro de Nutrição e Bem-Estar Animal WALTHAM®, parte da Mars Petcare, ser tutor de um gato ou cão agrega benefícios em diversos aspectos da vida, incluindo a saúde física, já que nos estimulam à prática diária de exercícios físicos, através de passeios ou até mesmo das brincadeiras dentro de casa.

 

• Os pets contribuem para a nossa saúde mental

A grande maioria dos tutores de gatos e cães atestam que conviver diariamente com seu pet tem impacto positivo na sua saúde mental. Não é à toa que são conhecidos como os "melhores amigos do homem". Eles transmitem uma sensação de segurança e bem-estar, além de ajudar a lidar com o estresse, a ansiedade e a depressão.

 

• Seu pet também tem necessidades emocionais

A saúde mental dos pets também deve ser motivo de atenção para os tutores, principalmente em períodos de mudanças e instabilidade. As questões emocionais contribuem para o bem-estar de um animal de estimação durante sua rotina e o tutor deve ter atenção caso o pet apresente algum comportamento diferente, demonstrando estresse ou angústia

 

• Pets são companheiros, mas exigem compromisso

Observando todas as vantagens de se conviver com um pet, é fácil imaginar que muitas pessoas adorariam ser tutores de um gatinho ou cãozinho, principalmente em momentos de isolamento. Entretanto, a decisão de adquirir um pet deve ser planejada para garantir uma guarda responsável.

O futuro tutor deve avaliar antes se possui reais condições de dedicar tempo para proporcionar uma rotina saudável ao pet, além de arcar com as despesas para os cuidados com sua saúde. Assim, é possível evitar os abandonos de animais.

Mars, Incorporated


Os pets sofrem com o calor e necessitam de cuidados especiais nas viagens

O ideal é viajar pela manhã, fim de tarde ou a noite. A partir das 10 horas até as 16 horas o sol aquece demais

 

Muitas pessoas aproveitam o verão para planejar uma viagem com a família. No caso das famílias com pets, o planejamento é essencial para que o momento se torne inesquecível. As decisões incluem sempre a preocupação com o bem estar dos animais de estimação. 

Localizar no destino um hotel onde o pet será bem vindo, qual é a melhor opção para realizar a viagem, de avião ou de carro? Quais são os cuidados necessários para manter a saúde dele neste período quente, ou até mesmo, se o pet conseguirá permanecer no carro tranquilo durante uma viagem longa são as principais dúvidas dos tutores. 

"O número de hotéis, restaurantes, padarias e atrações Pet Friendly, que permitem que o pet desfrute de bons momentos ao lado do tutor está aumentando cada vez mais, por isto a viagem pode ser muito bem sucedida", salienta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News (www.revistaecotour.news). 

Segundo a advogada Brenda Guimarães, é necessário ficar atento às legislações nacionais ou internacionais no momento que se decide levar um animal junto na viagem. A especialista explica que as leis internacionais costumam ser mais rígidas que as vigentes no Brasil. 

Para tentar reduzir o estresse do animal durante a viagem, uma boa dica é ir acostumando-o aos poucos com situações que simulem as condições da viagem. Se a ideia é viajar de carro, é necessário ter alguns cuidados para garantir uma viagem tranquila. O ideal é que o pet sempre fique no banco de trás, em uma caixa de transporte ou utilizando um cinto de segurança adaptável. 

"Se a viagem for longa, é necessário fazer pausas a cada duas ou três horas para que o pet possa dar uma volta, fazer suas necessidades fisiológicas e tomar água. Nas paradas é fundamental que ele esteja de coleira para evitar acidentes como fugas ou atropelamentos. Jamais deixe o animal solto dentro do carro ou com a cabeça para fora da janela. Além da possibilidade de se machucar, você pode ganhar uma multa de trânsito", orienta Vininha F. Carvalho.

 A Dra. Bruna Fabro, veterinária da Botupharma, informa que o primeiro passo para quem está pensando em levar o pet para viajar com a família é consultar um médico-veterinário e verificar se ele está com os exames em dia e, principalmente, se a carteirinha de vacinação está atualizada. Na consulta, o profissional também pode fornecer dicas e esclarecimentos sobre os cuidados necessários para cada destino e as adaptações que serão necessárias para viagens aéreas ou terrestres.

 "Essa consulta não é importante apenas para seguir um protocolo e embarcar em um ônibus ou avião, é uma forma de garantir que o animal pode viajar com segurança. Além disso, alguns hotéis e pousadas podem pedir esse tipo de documento antes de liberar o acesso às dependências do local", afirma a veterinária.

No momento em que se decide viajar com os pets é fundamental providenciar a identificação do animal. Imprevistos sempre podem acontecer, como, por exemplo, o cachorro ou o gato fugir e se perder. "A identificação do animal é recomendada não apenas para viagens. Sempre mantenha seu pet com tag na coleira, se ele não tiver microchip. O ideal é que ela contenha o nome do animal, o nome do dono e dois telefones de contato, pois isso facilita caso ele se perca", complementa a Dra. Bruna Fabro. 

Em viagem de avião, os pets de menor porte podem ir na parte de cima da aeronave, na companhia do tutor. Para os animais maiores, a opção é colocá-los em caixas ou bolsas de transporte confortáveis. Os calmantes ou sedativos são inclusive proibidos em viagens de avião. Caso o pet seja muito ansioso, é preciso definir com o médico veterinário qual será a melhor conduta e adaptação antes da viagem. 

Chegando ao destino é necessário atender a todas as regras estabelecidas. Nem todos os locais aceitam os pets. Não se pode deixar o pet dentro do carro ou num quarto fechado, porque isto faz ele passar muito mal devido ao excesso de calor, podendo provocar quedas bruscas de pressão, desmaios, vômitos, náuseas e até a morte. Os animais não transpiram pela pele como os humanos e sim pelo focinho, coxim, boca e barriga. Por isso, é preciso ter cuidados especiais. Os cães de focinho curtos (os chamados braquicefálicos) apresentam ainda mais dificuldade de respiração. 

"Em muitos locais a convivência com os pets está sendo incentivada. Nas praias de Santos, em São Paulo, entrou em vigor uma lei que permite o acesso de pets a uma parte delimitada da faixa de areia, a partir do dia 1º de janeiro de 2022", finaliza Vininha F. Carvalho.


Doenças prostáticas podem afetar o bem-estar de cães e gatos machos

Além do tumor na próstata pets também podem desenvolver uma inflamação chamada prostatite

 

Pais e mães de pet precisam estar alertas sobre a ocorrência tanto do tumor de próstata, como também de outras enfermidades que afetam o sistema reprodutor dos animais de estimação. Embora não muito comum em pets, cães e gatos machos também podem ser afetados pelo câncer de próstata.

A médica veterinária Thais Matos, especialista da área de Confiança e Segurança da DogHero, maior empresa de serviços para pets da América Latina, explica que os cães de meia-idade ou idosos são mais propensos a desenvolverem problemas na próstata.

"As principais afecções são a hiperplasia prostática benigna, metaplasia escamosa, prostatites bacterianas, cistos prostáticos e os abscessos. A hiperplasia prostática benigna (HPB) é o aumento do tamanho da próstata, sendo considerada o problema prostático mais comum dos cães machos não castrados e com idade acima de seis anos", pontua Thaís.

Além dos tumores (aumentos de volume na região), a próstata dos pets também pode desenvolver uma inflamação chamada prostatite. Os principais sinais que o animal de estimação está com uma afecção nessa glândula são: dificuldade para defecar, dificuldade para urinar, incontinência urinária, perda de peso e sangue na urina.

A especialista da DogHero esclarece ainda que o câncer de próstata nos pets se desenvolve de forma diferente do que em humanos. "Não é comum os cães serem acometidos por um câncer maligno na glândula, mas o aumento causado pela HPB pode afetar seu bem-estar e causar sérios problemas. O tumor de próstata em cães é mais comum do que em gatos. Em ambas as espécies, a doença tende a apresentar sinais já quando bastante avançada e, por isso, seu diagnóstico costuma ser tardio" .

Mesmo que os problemas prostáticos nos felinos domésticos não sejam tão comuns, é preciso entender que os gatos machos idosos não castrados podem ter uma maior predisposição a desenvolver algumas condições na próstata. A prostatite, uma inflamação de origem bacteriana ou fúngica, quando não tratada pode evoluir e formar abscessos (bolsas de pus), causando dor, incômodo e comprometendo a saúde do animal.

As doenças da próstata, se diagnosticadas precocemente tendem a ter uma boa recuperação em cães e gatos, daí a importância em realizar check-ups periódicos com o médico veterinário de confiança. Mesmo com o desafio atual da volta à rotina, em algumas localidades já está disponível o serviço de veterinário em domicílio , idealizado para facilitar a vida de pais e mães de pets com consultas e vacinação em casa .

 

DogHero  


O xixi fala...

 

Cores e odores na urina podem indicar se há algum problema de saúde. Fique atento!

 

Tons e odores, a urina pode dizer muito sobre a saúde de um indivíduo. Normalmente, o famoso “xixi” transporta os resíduos e as toxinas que precisam ser eliminados do organismo.

 

Sobre tonalidades e cheiros, o amarelo claro, quase transparente, com pouca espuma e sem cheiro, é o líquido ideal a ser despejado no vaso sanitário. 

Cores como rosado (pode indicar infecção urinária); vermelho (pode apontar cálculo renal, lúpus, doença de Berger, etc), castanho ou alaranjado (pode haver problemas hepáticos), são indicativos que deve haver algum problema no organismo. 

Na maioria das vezes, o cheiro forte na urina é sinal de pouca água ingerida ao longo do dia. No entanto, há casos em que o mau cheiro pode estar relacionado à uma infecção urinária ou a uma possível presença de açúcar no sangue. 

“Devemos ficar atentos quando esse cheiro forte vier acompanhado por outros sinais e sintomas como dor ou ardor para urinar, sede excessiva e inchaços. Nestes casos, a recomendação é consultar o urologista para que se identifique a possível causa dessa alteração”, adverte o urologista Dr. Danilo Galante.

 

 Dr. Danilo Galante – formado em medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) com especialização em Urologia pela UNESP. Pós-graduado em Cirurgia Robótica pelo Hospital Oswaldo Cruz – SP. Doutorado em urologia pela USP, além de Fellow Observer of Johns Hopkins School of Medicine Brady Urological Institute Laparoscopic and Robotic Urologic Surgery. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia e Instrutor do ATLS (Advanced Trauma Life Support), atua em áreas diversificadas como Cálculos Urinários; Infertilidade (incluindo Reversão de Vasectomia), Disfunção Sexual e Cirurgia Robótica. Site: https://drdanilogalante.com.br/


Constipação infantil: estudo clínico avalia uso da suplementação de fibras em crianças

Pesquisa aponta que a suplementação de fibras contribui para o bom funcionamento do intestino¹

 

O número de crianças que iam ao banheiro de três vezes na semana, passou de 55,9% para 85,8%². E das 84,4% das crianças que relatavam a sensação de evacuação incompleta, ao final do estudo, eram apenas 3,9%²

 

 

Estudo publicado na revista cientifica Nutrients² analisou os benefícios do uso de suplementação de fibras em 77 crianças constipadas entre 4 e 8 anos. Os resultados apresentaram uma diminuição muito significativa dos sintomas da constipação, observando aumento de 67%² das evacuações tipo 4, considerado o tipo de fezes ideal, segundo a escala Bristol³.

 

A constipação infantil ou prisão de ventre em crianças não é apenas caracterizada pela frequência com que os pequenos vão ao banheiro, que nesses casos tende a ser duas ou menos vezes por semana, mas também por fezes endurecidas e secas, e pelo menos um episódio de incontinência fecal semanal, postura retentiva, e a sensação de evacuação incompleta.

 

No Brasil, a prevalência da constipação intestinal em crianças é 15 a 30%, maior que a média global de 12% 1. Um dos fatores relacionados a ocorrência da constipação em crianças está ligada muitas vezes à alimentação insuficiente de frutas e legumes, pouca água, histórico familiar, inatividade física e até fatores psicológicos, além da a baixa ingestão de fibras.

Essa relação entre fibras e o funcionamento do intestino também foi descrita pelo Prof. Dr. Mauro Morais (CRM 90439/SP).

 

Durante o estudo observamos que a maioria das crianças evitava ir ao banheiro, principalmente por medo de sentir dor, e a suplementação de fibras as ajudou a se sentirem mais confiantes na hora do ‘número 2’. Ao analisarmos a prevalência de dor no início dos estudos, 79% das crianças relatavam dor e, ao final do estudo, somente 10% disseram sentir algum incomodo, comenta Abrão Abuhab (CRM 104502/SP), Gerente Médico da Unidade de Consumer Health da Hypera Pharma, que conduziu o estudo ao lado de Mauro Toporoviski (CRM 31948/SP), responsável pela Disciplina de Gastroenterologia Pediátrica da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, e Mauro Moraes (CRM 90439/SP), da disciplina de Gastroenterologia Pediátrica da Escola Paulista de Medicina (EPM) e da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

 

Os médicos acompanharam as crianças por 45 dias, com visitas aos 15, 30 e após 45 dias do início da ingestão da suplementação. Os episódios de dor abdominal, que estavam presentes em 84,4% das crianças observadas no início do ensaio clínico, diminuíram para 48,1% 15 dias após suplementação, e para 2,6% ao final do estudo².

 

Na imagem abaixo², é possível observar a mudança do padrão de defecação de acordo com a escala de Bristol. Antes da intervenção, havia predominância de evacuação de fezes do tipo 1 e 2, secas, duras, em formato de bolinhas ou agrupadas, com gomos. Como a contínua ingestão de fibras, houve um aumento significativo das fezes do tipo 3 e 4, mais suaves e macias. 


 


 

. O efeito já foi observado na primeira avaliação, 15 dias após o início do uso. No início do estudo, 68,8% das crianças tinham fezes extremamente duras e secas (tipos 1 e 2). Na primeira avaliação, apenas oito (10,5%) pacientes continuavam apresentando fezes do tipo 1 ou 2.

 

As fibras avaliadas no estudo são uma combinação de polidextrose [PDX] e frutooligossacarídeo [FOS], mesma composição do Tamarine Fibras Kids*, disponível no mercado brasileiro e destinado ao público infantil. O produto é zero açúcar, glúten e sódio4, não tem adição de corantes e está disponível no sabor morango. O uso diário de 10mL são suficientes para suplementar 5g de fibras na dieta infantil, mas o acompanhamento pediátrico é fundamental para definir a quantidade adequada que cada paciente deve consumir.

 

As fibras prebióticas, diferentemente dos laxantes, podem ser consumidas diariamente e continuamente em conjunto com a ingesta de líquidos, e são essenciais para manter o intestino funcionando regularmente, principalmente, por aumentar o volume do bolo fecal e estimular os movimentos peristálticos, aqueles que empurram as fezes, além de mantê-las mais hidratadas, tornando a evacuação mais tranquila5 e contribuindo para outros fatores, como a redução do medo de ir ao banheiros, desconfortos abdominais e sensação de evacuação incompleta.

 

Tamarine Fibras Kids pode ser encontrado nas principais farmácias e drogarias do país. Para conhecer mais sobre Tamarine Fibras Kids, acesse: http://www.tamarine.com.br.

 

 

DIZERES LEGAIS

Alimento Isento de Registro no Ministério da Saúde, conforme RDC 27/2010.NÃO CONTÉM GLÚTEN. Julho/2021

*Produto indicado para crianças acima de 4 anos.

 

Referências consultadas:

1. Morais MB E et al. Constipação intestinal. J. pediatr. (Rio J.). 2000; 76 (Supl.2): S147-S156.

2. Toporovski MS, de Morais MB, Abuhab A, Crippa Júnior MA. Effect of Polydextrose/Fructooligosaccharide Mixture on Constipation Symptoms in Children Aged 4 to 8 Years. Nutrients. 2021;13(5):1634.

3. Vieira MC, Negrelle ICK, Webber KU, Gosdal M, Truppel SK, Kusma SZ. Conhecimento do pediatra sobre o manejo da constipação intestinal funcional. Rev Paul Pediatr. 2016;34(4):425-31.

4. Rotulagem do Produto: Tamarine Fibras Kids

5. Fortes RC, Muniz LD. Efeitos da suplementação dietética com frutooligossacarídeos e inulina no organismo humano: estudo baseado em evidências. Comun Ciênc Saúde. 2009; 20(3): 241-252.

 

Conjuntivite nas crianças pode ser sintoma de infecção pela covid-19

Estudo apontou que crianças costumam apresentar mais sintomas oculares que adultos


A nova onda da covid-19, provocada pela variante ômicron, tem afetado as crianças mais do que as anteriores. Um dos sintomas que os pais devem ficar atentos é a conjuntivite. Um estudo publicado no JAMA sugeriu que as crianças podem apresentar sintomas oculares, com a congestão conjuntival, com mais frequência que os adultos.
 
No estudo, 22% das crianças tinham conjuntivite enquanto apenas de 1% a 3% dos adultos apresentaram sintomas oculares.
 
Segundo a oftalmopediatra Dra. Marcela Barreira, embora a conjuntivite não seja muito comum nos casos de covid-19, as observações relatadas desde o início da pandemia podem ajudar na orientação, prevenção e manejo da conjuntivite nas crianças.
 
“O público infantil costuma levar as mãos aos olhos com mais frequência. Dessa maneira, a contaminação pode ocorrer nesses momentos. Além disso, uma vez infectadas pelo vírus, as crianças podem também transmitir a doença por meio da secreção ocular”, reforça Dra. Marcela.


 
Nem tudo é covid!
 
Por outro lado, a oftalmopediatra explica que nem toda conjuntivite é sinal de covid.

“No verão, temos um alta nos casos de conjuntivite nas crianças. A principal causa é a contaminação por vírus ou bactérias presentes na água de piscinas, praias, cachoeiras e rios. Portanto, é preciso calma e bom senso caso a criança apresente os sintomas da conjuntivite”, aponta.


 
Olho vermelho é o sintoma mais comum
 
A conjuntivite pode ser viral, bacteriana ou alérgica. Os sintomas variam de acordo com o tipo, mas a vermelhidão está presente em todos os casos.

“A vermelhidão é sinal de inflamação na conjuntiva. Na conjuntivite viral, que pode ser causada pela covid-19, a criança pode reclamar da sensação de ter areia nos olhos, há lacrimejamento e secreção.  Além disso, pode levar até 14 dias para melhorar”.
 
A conjuntivite bacteriana se difere das outras pelo inchaço e pela secreção purulenta em abundância. Outra diferença é que a duração é menor, com melhora do quadro em uma semana, aproximadamente. Por fim, a conjuntivite alérgica evolui com muita coceira, uma vermelhidão menos acentuada e sem secreção.


 
 Procure um oftalmopediatra

Caso a criança apresente sintomas da conjuntivite, a orientação é procurar o oftalmopediatra para o diagnóstico e tratamento corretos. Vale ressaltar que os pais não devem usar nenhum tipo de colírio sem a prescrição médica.

“Outra recomendação importante é isolar a criança, pois tanto a conjuntivite viral quanto a bacteriana são altamente contagiosas”, finaliza Dra. Marcela.


Melhor prevenir: qual a combinação ideal para fortalecer o sistema imunológico?

Consultora lista nutrientes e hábitos importantes para manter o organismo saudável e com a imunidade em alta

 

Nenhum alimento sozinho tem a capacidade de fortalecer a imunidade. Mas, sim, o conjunto de hábitos e ações saudáveis. Dentro desse contexto, a alimentação saudável, com nutrientes certeiros, pode beneficiar diversos sistemas do corpo humano, especialmente o imunológico. Essa é a orientação de Bruna Pavão, consultora nutricional da linha de snacks saudáveis Cuida Bem, que reforça que é necessário consumir alimentos de todas as classes e grupos alimentares, como proteínas, carboidratos e gorduras boas.

“Não existem superalimentos, fórmulas, sucos ou soroterapias, por infusão endovenosa de nutrientes, que são indicados para prevenir ou até mesmo tratar pessoas contaminadas com gripe ou Covid-19, por exemplo. Somente uma alimentação equilibrada e balanceada durante o ano todo ajudará a manter o sistema imune em bom estado para atuar no combate dos vírus causadores”, destaca Bruna.

Além de uma alimentação mais balanceada, alguns suplementos podem ser recomendados como vitamina C, zinco e ômega 3. A consultora listou alguns nutrientes essenciais para o bom funcionamento do sistema imunológico: 

•       Vitamina A: presente em alimentos como ovos, leites e queijos, legumes, frutas e verduras de cores alaranjadas e verdes escuras, essa vitamina tem um importante papel no fortalecimento do sistema imunológico. 

•       Vitamina C: está presente, principalmente, em frutas cítricas (laranja, limão, cereja, morango e mexerica) e atua na proteção das células e no funcionamento adequado do sistema de defesa contra os vírus e bactérias. “A vitamina C pode ser encontrada em grande concentração nas células do sistema imune, porém, na presença de processos inflamatórios ou de infecções como gripes e resfriados, que aumentam o nível de estresse, esse índice pode diminuir muito rápido. Por esse motivo, manter o consumo de alimentos fonte dessa vitamina pode evitar que isso aconteça e afete o desenvolvimento das células. Além disso, possui atividade antioxidante, que pode prevenir o dano celular”, explica a consultora. 

•       Vitamina D: o principal meio de obtenção dessa vitamina é a exposição diária aos raios solares, porém, alguns alimentos como os óleos de fígado de peixe, atum e linguado são considerados boas fontes. Opera no funcionamento de muitos órgãos e tecidos, além de possuir importância para a saúde dos ossos. Tem efeitos significativos em diversos sistemas, incluindo o imunológico. 

·        Vitamina E: encontrada na gema de ovo, vegetais verdes escuros, gérmen de trigo e óleos vegetais. É um importante antioxidante, proporcionando benefícios similares a vitamina C ao sistema imune do corpo. 

•       Sais minerais e gorduras boas como ferro, magnésio, selênio, zinco, ômega 3 e ômega 6, encontrados em sementes como chia, quinoa e castanha de caju, também possuem componentes que podem auxiliar o sistema imunológico, contribuindo para a melhora do desempenho das células de defesa do corpo.

“O zinco é essencial para o crescimento, desenvolvimento e função imunológica, principalmente das células dos linfócitos T, uma das principais células do sistema imune. O consumo de alguns alimentos com essa fonte, como carne vermelha e camarão, devem ser considerados e podem ser facilmente incluídos em diversas preparações”, diz Bruna. Ela reforça que “as oleaginosas como amêndoas e amendoim contêm boas quantidades desse micronutriente, esses alimentos estão presentes, por exemplo, no portfólio da marca Cuida Bem. São snacks de fácil ingestão e ideais para o dia a dia”, pontua Bruna.

 

A profissional reforça que alguns hábitos também podem auxiliar no aumento da imunidade, como: 

·        Controle do estresse: o estresse crônico afeta diretamente o Sistema Nervoso Simpático, liberando o hormônio cortisol, que está relacionado à diminuição das funções imunes e, portanto, altera o bom funcionamento do sistema imunológico. 

·        Qualidade do sono: o sono é um processo que envolve mecanismos fisiológicos e comportamentais e que necessita da atuação de diversas regiões do sistema nervoso central, sendo considerado fundamental para a manutenção da saúde, incluindo o sistema imunológico. A privação do sono pode provocar mudanças no funcionamento do corpo, e, consequentemente, deixá-lo mais suscetível a doenças e prejudicar a imunidade. 

·        Atividade física: a prática de exercício físico regular tem sido relacionada ao aprimoramento do sistema imunológico, pois contribui para a produção de mais células de defesa e pode atuar diretamente para o aumento da função do sistema imune. 

·        Contato diário com o sol: a principal fonte de vitamina D para o corpo humano é por meio dos raios solares. Essa vitamina afeta diretamente a imunidade ao atuar na redução dos fatores de risco de infecções virais do trato respiratório e pode apresentar potencial anti-inflamatório contra esses microrganismos. 

A profissional explica que qualquer mudança rigorosa nos hábitos alimentares, sem que seja acompanhada por médico ou nutricionista, pode prejudicar o sistema imunológico, pois pode restringir ou até mesmo eliminar o consumo de grupos alimentares e a quantidade de calorias adequadas das refeições. “As recomendações nutricionais são diferentes entre os sexos e faixas etárias. Isso porque cada indivíduo possuir necessidades específicas”, afirma.

Bruna reitera que “a relação do sistema imunológico e a nutrição está em uma ingestão adequada de alimentos com nutrientes característicos, como as vitaminas e minerais, listados anteriormente, que favorecem diretamente as funções das células de defesa do organismo, ao melhorar a qualidade de vida e auxiliar o processo de tratamento de diversas doenças”.

 

Santa Helena

www.santahelena.com


Hálito de Cebola?

 Você já percebeu que alimentos como, alho, cebola e atum deixam aquele famoso bafinho. Confira o motivo!

 

O mau hálito, ou a halitose, com origem na boca é causado pela má conservação dos dentes, restos alimentares entre os dentes e abscessos e inflamação das gengivas. Rarissimamente o estômago ou outras partes do aparelho digestivo estão envolvidos na halitose, mas existem alimentos com substâncias específicas, que assim que os ingerimos percebemos alterações de mau hálito.

A Dra. Cláudia Christianne Gobor, atual Conselheira Consultiva da Associação Brasileira de Halitose alerta que ‘’a mistura dos odores dessas substâncias não costuma ser percebida pelos portadores de halitose, mas provoca repulsa nos que se relacionam com eles”.

Para evitar momentos desagradáveis entenda o motivo desses alimentos causarem mau hálito. Os componentes sulfúricos presentes em alimentos como alho e cebola, uma vez digeridos, são absorvidos pela nossa corrente sanguínea e podendo ser liberados através da respiração e pelos nossos poros com forte odor. Neste caso, é recomendado que se capriche na higienização bucal e aumente a ingestão de água para que aquele odor seja mais rapidamente metabolizado pelo organismo.

Os laticínios também não ficam de fora, uma vez que, as bactérias naturais da nossa língua se alimentam dos aminoácidos presentes nos queijos e leites, fazendo-se necessária a escovação da língua com mais atenção.

Para finalizar, o atum é um famoso agente do mau hálito, isso ocorre pela oxidação do peixe na lata de metal, que ao entrar em contato com o nosso organismo, agrava o odor. Para evitar a halitose causada por esses alimentos, a Dra. Cláudia ressalta: ‘’Foque nos hábitos saudáveis de limpeza. Escove sempre os dentes após as refeições e não esqueça do fio dental. Além de que 99% da nossa saliva é composta por água, e ela ajuda na limpeza da boca. Desse modo, é importante estar sempre com uma garrafinha às mãos”.

  

Dra. Cláudia Christianne Gobor
Cirurgiã Dentista especialista pelo MEC no tratamento da Halitose
Ex-Presidente da Associação Brasileira de Halitose e Atual Conselheira Consultiva
website:
https://www.bomhalitocuritiba.com.br/
Instagram: @bomhalitocuritiba
Facebook: @bomhalitocuritiba


Saiba como evitar o desconforto nas pernas durante viagens de carro, ônibus ou avião

O médico vascular Dr. Gustavo Marcatto explica porque acontecem problemas vasculares em longos trajetos e dicas para evitá-los


            O começo de ano, muitas vezes até o Carnaval, é um dos períodos que as pessoas mais preferem para curtir aquelas merecidas férias, ou tirar pelo menos alguns dias de folga e, assim, renovar as energias para aguentar o tranco de trabalho e rotina durante os próximos meses.

            Por isso, em muitos casos, é nesse momento que uma viagem longa, para destinos mais distantes, é programada, seja para se divertir ou visitar familiares. E de carro, ônibus, ou avião, um problema muito comum em deslocamentos com mais de duas horas é aquele desconforto, principalmente nas pernas, que tendem a ficar inchadas e com uma sensação de peso. Isso acontece, justamente, por passar muito tempo sentado, sem fazer movimentos.

“Permanecer muito tempo numa mesma posição, ou um longo período sentado, como nos casos das viagens longas, prejudica o retorno do sangue dos membros inferiores ao coração. O resultado é uma circulação mais lenta e o consequente acúmulo de sangue nas pernas, provocando inchaço e sensação de peso e desconforto nos membros inferiores”, explica o médico vascular, Dr. Gustavo Marcatto, que atende em São José do Rio Preto (SP) e também na capital paulista.

E engana-se quem pensa que esse desconforto se limita, apenas, aos membros inferiores. Mãos e braços também podem apresentar problemas de circulação durante as viagens, devido à imobilidade. O recomendado, nesses casos, de acordo com o especialista é realizar alongamentos, mesmo sentado na poltrona do ônibus ou avião (ou banco do carro), elevar os braços e abrir e fechar as mãos algumas vezes. 


Cuidados básicos

Segundo o Dr. Gustavo, é necessário que o passageiro levante, pelo menos a cada duas horas, e circule pelo corredor do ônibus ou do avião por no mínimo 5 minutos.

No caso de automóveis, o ideal é que o motorista faça paradas também a cada duas horas, para que tanto ele, quanto outras pessoas que estiverem no veículo, possam movimentar as pernas, ajudando assim na melhora da circulação sanguínea. “É preciso fazer alongamentos e movimentar-se. Mover os tornozelos em círculo e para cima e para baixo, ativando, assim, os músculos das panturrilhas e auxiliando no bombeamento do sangue”, indica Gustavo.

Outro ponto importante abordado pelo especialista é manter uma boa hidratação durante todo o trajeto, já que a ingestão de água, em qualquer ocasião, ajuda a deixar o sangue mais fluido, facilitando muito a circulação.

E atenção! Nada de saltos, sapatos ou roupas apertadas, hein! O ideal em deslocamentos com mais de duas horas é, mesmo, o conforto. Com peças de roupas mais soltas (no caso do período do Verão também mais leves) e sapatos confortáveis, principalmente tênis.


Casos específicos

            Em muitos casos é recomendado, ainda, durante as viagens o uso de meias elásticas de compressão para evitar o inchaço das pernas e pés. “As meias são muito importantes, principalmente para pessoas com maior predisposição à trombose como: quadros de varizes, pessoas com idade avançada, obesos, quem tem antecedentes de trombose, portadores de distúrbio de coagulação genético (a trombofilia); tabagistas, quem faz tratamentos hormonais ou aqueles que estão em tratamentos de tumores malignos”, alerta o médico.

O Dr. Gustavo pontua também sobre o uso de medicação específica. “Em alguns casos, o médico vascular pode indicar o uso de anticoagulantes para a prevenção da trombose, em pacientes que vão viajar longas distâncias. Por isso é essencial consultar um especialista, que indicará qual o melhor procedimento para cada pessoa”.

            O especialista vascular faz ainda um alerta! Viagens longas de avião, tem um agravante a mais na questão da circulação sanguínea de desconforto nas pernas e pés. “A pressurização das cabines causa uma perda imperceptível, mas bem significativa, de água do nosso corpo por evaporação. Isso aumenta a viscosidade do sangue (que fica mais grosso), o que pode favorecer a trombose”, explica o médico. 

            E depois de tomar todos esses cuidados e, finalmente, chegar ao destino, o ideal é deitar e levantar as pernas por alguns minutos. Com isso a sensação de peso e inchaço deve passar rapidamente. Aí, é só curtir cada minuto das férias!


Por que ainda não foi criada uma vacina contra a AIDS?


 

O Brasil de 2021 vem sendo um período intenso para a ciência. A pandemia, embora desacelerada, continua em curso e ainda impactando a saúde da população. As vacinas, como nunca, têm tido uma atenção extrema por parte da mídia e, por feliz consequência, também dos brasileiros, que vêm buscando se informar mais a respeito do tema. Uma questão que surgiu nesse meio tempo é: se, em razão da pandemia, em todo o mundo estão sendo desenvolvidas e produzidas vacinas a toque de caixa, por que a ciência ainda não foi capaz de produzir uma vacina contra a AIDS? Sendo o HIV um vírus de alta preocupação há décadas, posso afirmar que não foi por falta de esforço. Porém, o desenvolvimento de vacinas contra um vírus como o da Covid-19 não se compara ao desenvolvimento de uma vacina contra a AIDS.  

Quando pensamos em desenvolver uma vacina contra um vírus como o causador da Covid-19 ou da AIDS, os primeiros passos a serem adotados se baseiam em mais de 100 anos de história e consideram como ponto inicial os experimentos de Louis Pasteur, que foi o criador do princípio de desenvolvimento de vacinas semelhante ao que utilizamos na atualidade – que já se provou altamente funcional ao erradicar doenças como a varíola, por exemplo. Por outro lado, por mais desenvolvidas que sejam ou estejam as tecnologias para desenvolver vacinas, algumas características naturais do vírus causador da doença, como é o caso do HIV, podem impactar diretamente no sucesso desse desenvolvimento. Vale lembrar que em 1984, logo após a descoberta do HIV, a secretária de Saúde dos EUA anunciou que uma vacina contra a doença seria desenvolvida em até dois anos, discurso semelhante ao que foi utilizado por diversos cientistas atuantes na área de desenvolvimentos de vacinas quando surgiu o coronavírus causador da Covid-19, o SARS-Cov-2. Porém, com o passar dos anos, verificou-se que o HIV possuía características únicas que poderiam comprometer a produção de uma vacina. Entre elas, foi observado que, diferentemente de outros vírus, o HIV não induz uma resposta imune eficiente e protetora nas pessoas que foram infectadas. Isso compromete um princípio básico do desenvolvimento de vacinas que é o de induzir uma reação “semelhante a uma infecção natural” para que as pessoas fiquem protegidas. De forma totalmente inédita, percebeu-se que uma vacina contra o HIV precisa ter como objetivo a indução de uma resposta imune protetora mais intensa e eficiente do que aquela que a própria infecção pelo HIV é naturalmente capaz de induzir em uma pessoa. Este grau de eficiência é algo que até hoje não foi alcançado com outras vacinas que, por princípio, induzem nas pessoas uma reação bem menos intensa do que seria a doença natural e com isso já são capazes de gerar proteção suficiente para evitar as formas graves e eventualmente fatais de uma doença. Um segundo aspecto importante é que o HIV naturalmente sofre mutações em uma frequência tão alta que, tecnicamente, se torna muito difícil definir qual será o “vírus alvo” da vacina. Pra se ter uma ideia de comparação, vamos considerar o influenza, causador da gripe comum, o qual sabemos que já possui uma vacina que é anualmente atualizada devido às suas mutações, inclusive exigindo revacinação anual. Pois bem, a quantidade de mutações naturais a que o HIV está sujeito em um único indivíduo infectado é maior que toda a variabilidade observada no vírus influenza na população mundial. Sendo assim, estes dois aspectos principais já tornam evidente que o desenvolvimento de uma vacina contra o HIV representa um desafio científico e tecnológico em um grau de complexidade superior ao de qualquer outro vírus importante para a saúde humana, como o causador da Covid-19. Como demonstra a variedade de vacinas produzidas em curto período de tempo e em uso até o momento em todo o mundo, este vírus, especificamente, não tem a mesma complexidade do HIV.   

Contudo, embora seja um vírus mais complexo, isso não significa que a ciência já não esteja correndo atrás há bastante tempo. Ao longo dos quase 40 anos de pesquisas sobre o HIV, investimentos de centenas de milhões de dólares e dedicação ferrenha de milhares de cientistas, embora até o momento não exista nenhuma vacina capaz de mostrar suficiente eficácia para que seja utilizada em massa, muito trabalho foi e vem sendo realizado. Entre diversas frentes de investigação científica, é interessante destacar a da IAVI (International AIDS Vaccine Initiative), uma fundação internacional sem fins lucrativos que tem como objetivo primordial desenvolver uma vacina contra o HIV. Em fevereiro de 2021, a IAVI anunciou a realização de um teste clínico de fase I (primeira etapa na produção de uma vacina, com testes de segurança em humanos) de um tipo de vacina absolutamente inédito do ponto de vista técnico e científico e que parece ter mostrado alguns dos melhores resultados observados até hoje. Essa vacina, que atualmente representa nossa maior chance na luta contra o HIV, está sendo desenvolvida com a utilização de tecnologias genéticas e computacionais que nunca foram utilizadas para o desenvolvimento de outras vacinas de uso em massa. De uma forma muito geral, esta nova tecnologia permite “escolher” raras células (estimadas em uma a cada 1 milhão de células que produzem anticorpos) que são estimuladas na pessoa vacinada para que ela produza resposta imunológica adequada. Aparentemente, nos primeiros grupos de pessoas testadas, essa vacina parece ter finalmente induzido a produção de anticorpos capazes de impedir a infecção pelo HIV, o que sugere que o mais alto grau de indução de resposta imunológica protetora e poderá, portanto, tornar-se funcional contra o HIV. Porém, outras fases de testes ainda são necessárias para se confirmar essas observações. Além disso, considerando o vasto histórico de estudos que também foram promissores em fases iniciais, mas chegaram a ser interrompidos por não terem se mostrado eficientes, cabe prudência.   

Por fim, é importante que as pessoas entendam que a ciência na área biológica nunca gera observações absolutamente exatas e sempre exige tempo, só assim hipóteses são descartadas ou confirmadas indicando a utilidade das descobertas relacionadas a vacinas por exemplo. Lembrando ainda que qualquer descoberta está continuamente sujeita a questionamentos que permitem constantes melhorias. O conhecimento científico na área biológica é muito amplo, a ponto de estimarmos que todo o conhecimento histórico pode se duplicar anualmente, mas é preciso separar as coisas: HIV e SARS-Cov-2 são vírus completamente diferentes, e como eu disse, exigem abordagens diferentes, e estas estão sendo feitas, incansavelmente, por milhares de cientistas do mundo todo. Cabe a nós, portanto, torcer e atuar para que respostas, incluindo uma vacina contra o HIV, sejam alcançadas o mais rápido possível. Em paralelo, também podemos admirar o triunfo da ciência, pois ela foi capaz de gerar, no período historicamente mais curto já registrado, diversas vacinas extremamente eficientes contra o vírus causador da pandemia mais grave dos últimos 100 anos, a da Covid-19. 

 


Jefferson Russo Victor - biomédico imunologista e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa. 


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