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segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Quais as melhores frutas para consumir no verão? Confira

Melancia, abacaxi e uva estão entre as opções recomentadas pela nutricionista parceira da Bio Mundo para ajudar na hidratação na estação mais quente do ano

 

O verão chegou e, com a estação, recomenda-se a ingestão de alimentos mais leves, e as frutas são ótimas opções para manter o corpo saudável e hidratado, além de beber muita água. As frutas também são fonte importante de minerais, fibras e nutrientes.
 

Segundo a nutricionista Fernanda Larralde, parceira da Bio Mundo, franquia de alimentos naturais e saudáveis, é essencial a ingestão de frutas diariamente no verão. “O ideal é optar por frutas que tenham alta composição de água, como abacaxi, melão ou melancia. Coma de três a cinco porções por dia, principalmente, no café da manhã e lanches intermediários, entre uma refeição e outra”, indica a profissional.
 

Confira os benefícios das frutas mais recomendadas pela nutricionista, parceira da Bio Mundo:
 

Melancia

A fruta conta com 92% da composição de água, sendo uma excelente fonte de hidratação. É rica em vitamina A, C, importante para o sistema imunológico, e vitaminas do complexo B, além de ser anticancerígena e contribuir para a limpeza dos rins.
 

Abacaxi

O abacaxi faz parte das frutas cítricas, juntamente com a laranja e o limão. A fruta conta com 86% de composição de água, um ótimo complemento para a hidratação do organismo. Além disso, é rica em vitaminas A e C e contribui para a digestão.
 

Uva

Tanto a uva verde, quanto a uva roxa, contam com excelentes nutrientes para consumir durante a estação mais quente do ano. Fonte de energia, também previne problemas cardíacos e ajuda a controlar a pressão arterial.
 

Pera

A pera é uma fruta rica em fibras, como o potássio, magnésio e cálcio, que auxiliam no funcionamento do intestino. Além disso, possui também vitaminas A e C, e alguma do complexo B, como a niacina, conhecida como B³.
 

Pêssego

Rico em fibras, carboidratos e sais minerais, o pêssego possui vitaminas A, C e do complexo B. Por ser uma fruta pouco calórica, é uma excelente opção para consumo nos lanches intermediários entre as refeições.
 

Estudo comprova que dormir pouco ou tarde causa envelhecimento precoce e morte prematura

Crédito: Jennifer de Paula
Estudo do neurocientista, Dr. Fabiano de Abreu, discorre sobre a possibilidade de desenvolver doenças, envelhecimento precoce e ter morte prematura por má qualidade de sono

 

Ter uma boa noite de sono é um desafio para grande parte das pessoas. Porém, quando há noites mal dormidas é facilmente percebido o impacto que ocorre na qualidade de vida. Não dormir bem pode acarretar em diversas doenças e condições que envolvem não só a saúde física, mas também a mental. “O sono é crucial para o nosso desenvolvimento e evolução”, afirma o neurocientista, PhD e biólogo Dr. Fabiano de Abreu.

 

De acordo com ele, o sono está relacionado à longevidade e o organismo precisa de um momento de descanso, que é estimulado pela produção da melatonina. “Se burlamos o ofício da melatonina, estamos desequilibrando todo um sistema bioquímico que pode levar a doenças, envelhecimento precoce e culminar em uma morte prematura”, explica o especialista.

 

O estudo do neurocientista revela que uma pessoa dorme, em média, um terço da sua vida e esta é uma das atividades mais essenciais para a nossa sobrevivência. “Diferentes regiões do SNC regulam os diferentes estágios do sono e da vigília. É importante lembrar que diversos neurotransmissores participam do sistema de alerta, incluindo a histamina, acetilcolina,dopamina, serotonina, noradrenalina e a hipocretina”, detalha.

 

Quando não obtemos uma boa noite de sono, o corpo não consegue energia para realizar atividades do cotidiano e com o tempo, ele também perde a capacidade de concentração e sente efeitos na memória e no humor. “Excessos de noites mal dormidas podem ocasionar alucinações devido aos danos celulares. Quando dormimos a quantidade de dano genético em nossos neurônios reduz e o mau funcionamento celular também”, pontua o especialista.

 

Por isso, o acúmulo de danos genéticos pode levar ao surgimento de doenças neurodegenerativas e desordens neurológicas. “Dormir é mais importante do que se alimentar, é um reset no cérebro, um momento de aprimoração. Quando se dorme o cérebro ainda está ativo, processando as memórias ao longo do dia.  O déficit de sono tem sido associado ao surgimento de diabetes do tipo 2, obesidade, doenças cardiovasculares e depressão”, afirma. “São necessárias de 7 a 8 horas de sono. Há quem pense que compensar o sono resolve, mas não é verdade já que a noite foi feita para dormir e não o dia. Temos a melatonina para o escuro e a serotonina para a luz”, aconselha.

 

Link do estudo: 

https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/26137/20731

 


Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues - PhD em Neurociências, Mestre em Psicanálise, Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com formações também em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neuroplasticidade, Inteligência Artificial, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filosofia, Jornalismo, Programação em Python e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associações e sociedade de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.

 

Janeiro Branco: Saúde mental implica em poder existir para além do enlatado que se vende como felicidade

Os dados são alarmantes: Segundo o IBGE, a depressão aumentou em quase 35% nos últimos seis anos. Por esse motivo, campanhas como Janeiro Branco e Setembro Amarelo ganham tanta força.

 

O professor de psicanálise Ronaldo Coelho, da capital paulista, chama a atenção para o caráter individualizante que comumente essas campanhas ganham e o perigo dessa característica. “O sofrimento, muitas vezes, está relacionado a uma tentativa forçosa de se enquadrar em padrões que necessitam sufocar a existência espontânea para caber no enlatado socialmente exposto na prateleira como o ideal. Neste sentido, a nossa história de racismo, machismo, heterogeneidade compulsória e capitalismo definem o que é a existência admirável e que por todos deve ser buscada: qual sua cor de pele, seu peso, quanto ganha, onde mora, como se comporta e como goza.” 

Ronaldo ainda nos alerta que não tem a ver com todos terem o desejo de ser branco, por exemplo, mas sim com uma regra de conduta da existência que diz algo semelhante a: Se você é negro, que tipo de cabelo deve usar, que roupas deve vestir, como deve se portar, que tipo de trabalho deve ter, com quem deve se relacionar e quais desejos deve ter. O que se choca, muitas das vezes com o que a pessoa realmente pode. Nem todos podem ser milionários, terem milhões de seguidores nas redes sociais e uma “vida épica”. 

O discurso que vemos muitos coaches fazerem de que ‘só é necessário querer que você consegue’ leva as pessoas a uma obsessão por se adequarem a um ideal forjado para elas e vendido como se fosse a conquista da real felicidade. “Enquanto não falarmos desses discursos e seus efeitos nas pessoas, bem como das políticas públicas que cada vez mais dificulta a vida das pessoas menos privilegiadas, estaremos contribuindo para esse cenário de aumento vertiginoso de problemas de saúde mental e sentimento de infelicidade nas pessoas. É uma tarefa fácil para a nossa sociedade? Sem sombra de dúvidas, não é! Mas não podemos nos furtar ao trabalho só porque ele é difícil”, completa.

 


Ronaldo Coelho - idealizador e professor do curso Análise do Discurso na Clínica Psicanalítica, que tem por objetivo formar psicólogos e psicanalistas para realizarem uma análise consistente de seus pacientes desde a primeira sessão. Atua como psicanalista em seu consultório particular e mantém o canal Conversa Psi no YouTube.  Graduado em Psicologia (USP) e Mestre em Psicologia Institucional (USP). Foi professor de Psicologia Médica do curso de graduação de Medicina (UNIFESP) e preceptor da Residência Multiprofissional em Saúde (UNIFESP). Trabalhou em hospitais como Hospital São Paulo e Hospital Universitário da USP, onde, além da assistência aos pacientes e familiares, realizava supervisão clínica de atendimentos psicológicos desenvolvidos por estudantes e psicólogos, orientação de pesquisas e aulas em Psicologia Hospitalar.

@ronaldocoelhopsi


Em tempos de Burnout, momentos ociosos podem ser produtivos aos profissionais

 

 

O termo “ócio” é usado para se referir ao “não fazer nada”, não ter atividade nenhuma em alguma circunstância, especialmente do ponto de vista motor. A rigor, não se aplica propriamente aos processos cerebrais, uma vez que o cérebro, tal como outros órgãos do organismo, nunca para de funcionar.

Se estamos pensando em algo especifico, raciocinando ou desenvolvendo alguma ideia ou atividade que demanda concentração, o cérebro está sempre ativo.

 

Quando deixamos de prestar atenção em algo e nos deixamos divagar (mind wandering, divagação ou devaneio da mente), algumas áreas cerebrais específicas são ativadas, constituindo a chamada rede de modo padrão (default mode network). Grosseiramente falando, seria algo como o ponto morto no câmbio do carro: o motor está ligado, mas o carro está parado. Ou seja, não ficamos sem pensar em nada, mas os pensamentos fluem sem foco, sem uma direção especifica.


 

A mente precisa de fôlego ao longo do expediente


O cérebro é programado para funcionar um certo período de tempo, durante o qual estamos acordados. O descanso principal do cérebro ocorre quando dormimos. É quando ele se refaz, organiza e consolida memórias e se prepara para absorver novas informações.

 

No trabalho, estamos constantemente fazendo atividades que exigem muita atenção e concentração, o que resulta em um grande cansaço físico e mental. Daí a importância de fazer pausas. Saia um pouco da frente do computador, dê uma volta, tome um café. Por definição, não é possível forçar o cérebro a entrar em devaneio, uma vez que este é algo espontâneo.

 

Mas, é fundamental distrair a mente no decorrer do expediente. Esses minutos ociosos darão fôlego ao seu cérebro, permitindo que você retome o trabalho com maior disposição. E mais: é possível que alguma ideia criativa surja nestes instantes em que você esteja mais ocioso, já que sua atenção se voltou para outras coisas. 

 

A possibilidade de deixar o cérebro divagar durante o expediente depende muito do tipo de trabalho que o funcionário desempenha. Nem toda atividade demanda criatividade. Pode ser uma tarefa relativamente padronizada, em que não há campo para sair de uma certa direção (como numa linha de montagem, por exemplo).

 

Em geral, quando o foco do profissional consiste justamente na criação, o ideal é que a empresa flexibilize seu sistema de trabalho, dando liberdade ao funcionário para, por exemplo, trabalhar como quiser, desde que entregue o resultado esperado.

 

De qualquer modo, experimente mudar seus hábitos. Só a hora do almoço e os poucos instantes em que você se lembra de ir ao banheiro não contam como momentos vitais de ócio no trabalho.

 

Faça o teste. Tenha pequenas pausas ao longo do dia. Seja para respirar na varanda, esticar o corpo ou tomar uma água. O importante é levantar da cadeira e levar seus pensamentos para longe. Permita que seu cérebro tenha minutos de ociosidade. Você perceberá a diferença ao final do expediente, sem ter a sensação de que carregou uma tonelada nas costas o dia inteiro!

 



 

Monica Machado -  psicóloga pela USP, fundadora da Clínica Ame.C, pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein

 

A pandemia nos fez mais solidários?

Crises costumam ser impulsionadoras da solidariedade. Ao longo dos últimos meses, muitas pessoas se mostraram abertas a olhar para o próximo e, principalmente, despertaram para as necessidades das engrenagens que fazem um sistema de saúde público funcionar. Em meio a tantas dificuldades, se descobriram caminhos possíveis para captar recursos financeiros, e as ações de filantropia tomaram corpo para ajudar a fortalecer a saúde do Brasil. 

Desde a chegada do coronavírus, empresas, ONGs e a sociedade civil doaram cerca de R$ 7 bilhões para causas ligadas à covid-19, de acordo com dados do Monitor de Doações da Associação Brasileira de Captadores de Recursos. Mas o volume de doações não acompanhou o avanço da doença no Brasil. O aprofundamento da crise econômica no país atingiu com força o repasse de recursos pelas empresas, que recuaram com a incerteza que tomou conta dos mercados. Nesse cenário, os movimentos sociais lutam para colocar mais elos na corrente solidária formada em 2020.

Adaptações e aprendizados diários são o caminho para estabelecer novas estratégias. Dentro de um hospital com atendimento 100% do Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, a busca por recursos é um trabalho extremamente desafiador. Os hospitais filantrópicos padecem com a gestão de seus orçamentos devido à tabela deficitária de pagamentos do SUS. A captação se torna uma necessidade urgente, que começa no relacionamento com parlamentares em busca da destinação de emendas, passa pelo contato com empresas para conseguir patrocínio e chega até as pessoas físicas, que podem destinar uma parte do seu imposto de renda ou simplesmente doar notas fiscais.

A principal ferramenta é sempre a sinceridade. Expor a realidade é importante para o início de qualquer conversa. Contar como funcionam os bastidores do atendimento universal de uma instituição filantrópica e como existem pessoas que se dedicam para a construção desse ideal é uma forma de gerar um despertar altruísta. Mas, apesar das diversas metodologias disponíveis, nem sempre é fácil sensibilizar os decisores da importância que as doações têm para a manutenção de um hospital. Porém, estamos sentindo que a cada dia, sobretudo o setor empresarial, que ainda é o maior desafio, está olhando para a filantropia e entendendo que, quando uma sociedade cresce de forma igualitária, quem ganha somos todos nós.

Não é possível prever o futuro, mas, mesmo assim, é possível traçar táticas para se reinventar e se adequar ao que o novo normal reserva e, dessa forma, garantir sobrevivência no momento atual e também depois. O ano de 2021 foi difícil, mas, ainda assim, foi possível somar várias conquistas. Agora, para 2022, a palavra é esperança de uma recuperação na economia que possibilite um aumento nas doações, melhora na saúde geral da população para desafogar as operações e retomada das atividades presenciais. A quarentena tirou das entidades recursos geralmente obtidos em eventos presenciais, como bazares e brechós. Coube então aos gestores recorrer às vendas por lojas on-line próprias ou de parceiros, para repor parte dessas perdas.

Enfrentar os desafios e expandir o alcance do investimento filantrópico também significa ampliar a disponibilidade de recursos para ações de desenvolvimento de diferentes setores. Essa expansão não é só urgente, como fundamental. A filantropia vai muito além do assistencialismo ou da caridade. Ela realiza mudanças estratégicas e efetivas, servindo como pontapé para alavancar projetos de impacto para a sociedade. Da gripe espanhola à covid-19, as ações filantrópicas tiveram papel importante na promoção da saúde e continuarão a ter. Independentemente das novas doenças que virão, o sistema de saúde precisa ser, acima de tudo, humano. 

O ato de doar faz tão bem para quem doa quanto para quem recebe. O sentimento de pertencimento ao grupo que efetivamente está fazendo algo para construir uma sociedade melhor nos torna pessoas mais empáticas, com uma visão de mundo mais abrangente. O resultado disso é vivermos em um mundo mais aberto ao novo e pacífico, porque, quanto melhor estiver o nosso entorno, melhor todos estaremos. Juntos, podemos cobrar e agir para que nenhum brasileiro perca a vida e deixe seus sonhos e familiares por falta de leito, equipamentos ou empatia.

 


Carolina Piva - gerente de Marketing e Mobilização de Recursos da Saúde do Grupo Marista

 

Preocupação com saúde mental dobra após pico da pandemia, aponta pesquisa da The Bakery

 Estudo da empresa global de inovação corporativa mostra a evolução do setor de bem-estar no país no último ano e conclui que sentimentos antagônicos de ansiedade e esperança aumentaram entre os brasileiros, enquanto medo diminuiu. Em busca do equilíbrio mental, praticar exercícios, ouvir música e fazer terapia são os principais recursos listados, seguidos por meditação e uso de medicamentos;

 

Consultoria também compara o uso de diferentes soluções tecnológicas e mapeia 70 startups nacionais e internacionais de bem-estar físico e mental, qualidade do sono, diagnóstico em casa, alimentação saudável, gamificação e internet das coisas

 

 

 

Desde o pico dos casos de Covid-19 no ano passado até hoje, com a vacinação em curso, a saúde mental é a preocupação que mais cresceu entre os brasileiros apesar da atenuação da pandemia: de 26% para 45% (quase o dobro). Os aspectos mais afetados na vida das pessoas no último ano são, em primeiro e segundo lugar, a saúde mental e o trabalho, seguidos pelas relações de amizade, finanças e família. Os dados estão na pesquisa “Tendências do setor de bem-estar: o impacto da flexibilização da quarentena”, conduzida pela The Bakery, empresa global de inovação corporativa.

 

A coleta de dados foi realizada no período de 24 de agosto a 10 de setembro de 2021, por meio de pesquisa online e voluntária em todas as regiões do Brasil, com 512 pessoas de todas as idades e 97% dos respondentes tomaram pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19. Trata-se do segundo estudo comparativo em relação à primeira versão de meados de 2020 intitulada “O que tem tirado o sono dos brasileiros”, que apontou que metade da população estava dormindo pior na quarentena (a tendência se mantém).

 

Além de mostrar a evolução das rotinas dos brasileiros, da qualidade do sono e das relações pessoais e de trabalho, o relatório traz ainda um mapeamento de 70 startups nacionais e internacionais divididas em 8 categorias: bem-estar físico, bem-estar mental, qualidade do sono, vacina e diagnóstico em casa, alimentação saudável, cuidados de beleza, gamificação e internet das coisas.

 

“Das 70 startups selecionadas, metade é voltada para o bem-estar e a saúde mental. São 37 brasileiras e 33 internacionais. Essas soluções se multiplicaram rapidamente e vêm se destacando nesse período de pandemia, o que reforça a centralidade que esses aspectos ganharam na vida das pessoas”, afirma Felipe Novaes, cofundador da The Bakery.

 

A consultoria possui uma ampla rede global de soluções, composta por milhares de empreendedores, mentores, professores, pesquisadores e investidores em mais de 30 países. Foi a partir desse conhecimento que chegou a uma seleção minuciosa e direcionada para o recorte temático da nova pesquisa. Entre as startups mapeadas, estão a brasileira Zenklub, aplicativo para apoio de psicólogos e terapia online sem sair de casa, e a norueguesa No Isolation, que promete reduzir a solidão e o isolamento social através de uma tecnologia acolhedora de telepresença para adultos e crianças, como é o caso do robô AV1.

 

 

  

Principais sentimentos dos brasileiros e como driblam os problemas

 

Entre os resultados do novo estudo na comparação com o primeiro, nota-se junto aos entrevistados que a sensação de ansiedade continua sendo a mais apontada (42% 44%), seguida do sentimento de esperança (12% 18%). Já a sensação de medo sofreu queda de um ano para o outro (10% 3%). Na contagem total de sentimentos listados, os negativos (ansiedade, estresse, medo e tristeza) aparecem com mais frequência do que os positivos (esperança, tranquilidade e empatia): 68,3% e 28,4%, respectivamente.

 

“O resultado, na verdade, corrobora para esta maior atenção à saúde mental, justamente porque sentimentos negativos ainda estão muito presentes no dia a dia das pessoas, com a ansiedade liderando em ambas as edições do estudo com mais de 40%”, destaca Novaes.

 

Em relação ao que tem sido feito em prol da saúde mental, os recursos mais utilizados são praticar exercícios físicos, que subiu de 33% para 44%, e ouvir música (40% 33%). A quantidade de brasileiros fazendo terapia dobrou (15% 29%), assim como o consumo de medicamentos (7% 13%). Já a prática da meditação, que surgiu com força durante o isolamento social, caiu ligeiramente esse ano (21% 16%).

 

Tecnologias mais utilizadas e recorte por gênero

 

Dos 110 respondentes que disseram utilizar uma ou mais tecnologias para lidar com o sono e a saúde mental, 60% têm entre 18 e 34 anos. A pesquisa revelou ainda que homens e mulheres utilizam essas tecnologias de formas distintas. Enquanto eles usam mais dispositivos para monitoramento do sono e controles de iluminação e sons no quarto, elas recorrem a aplicativos para consultas médicas e plataformas para novos estudos. Os pontos em comum são os aplicativos para meditar e as plataformas de videochamada para falar com amigos e família.

 

“As tecnologias têm um papel paradoxal na pandemia. Ao mesmo tempo em que podem ser vilãs, levando à exaustão física e mental se usadas em excesso, também oferecem suporte e soluções para esses problemas”, argumenta Novaes. 

 

 

Em relação ao sono, principal foco da pesquisa anterior, não houve mudanças significativas, permanecendo uma porcentagem alta da população que está dormindo pior do que no período anterior à pandemia (44% 47%) e igual (44% 44%). O percentual de quem dorme melhor caiu ligeiramente (12% 9%). O brasileiro em geral está mais preocupado em encontrar alternativas para dormir melhor. As pessoas têm realizado exercícios físicos, se alimentando melhor e lido mais para ter uma boa noite de sono, além de recorrer às tecnologias como suporte”, destaca Novaes.


 

Metade dos pesquisados trabalha no modelo home office e está mais ansioso

 

Se os brasileiros estão se sentindo mais afetados no campo mental, o impacto no aspecto profissional diminuiu em comparação ao ano anterior, embora siga alto e apareça em segundo lugar (52% 39%). Ao confrontar as duas edições, 2021 se destaca como um ano de novas conquistas, com um aumento de 18 pontos percentuais no número de pessoas que conseguiram um novo emprego, passando de 2% para 20%.


O trabalho remoto ou home office é uma realidade para 54% dos respondentes (no ano passado eram 67%). “É importante ressaltar que na edição anterior não havia a opção relacionada ao modelo híbrido de trabalho. Nesta pesquisa, ele já se torna uma realidade, com 16% dos respondentes adotando o formato”, salienta Novaes.

 

Outro aspecto é o aumento significativo relacionado à ansiedade dos profissionais que estão trabalhando remotamente: de 42% para 52%. “Quando observamos as pessoas que estão saindo para trabalhar, percebemos que estão um pouco menos ansiosas (33%) e o mesmo vale para quem atua no modelo híbrido (30%)”, detalha o cofundador da The Bakery.

 

A pesquisa pode ser acessada aqui

 

 


The Bakery - empresa global de inovação corporativa, que atua com uma rede de dezenas de milhares de soluções em mais de 30 países. 

www.thebakery.com



Janeiro Branco

Medidas de prevenção são a melhor estratégia para que a empresapromova a saúde mental de seus colaboradores

Psicóloga da Howden Harmonia sugere uma série de ações para um ambiente seguro e acolhedor no trabalho, que ajuda a diminuir o alto índice de casos de ansiedade e depressão

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a economia global tem um prejuízo econômico de cerca de US$ 1 trilhão por ano devido a perda de produtividade decorrente de casos de ansiedade e depressão; e o Brasil é o 5º país mais ansioso do mundo, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desta forma, para Laíne Oliveira, psicóloga e especialista em Gestão de Saúde Emocional da Howden Harmonia Corretora de Seguros, adotar medidas de prevenção é a melhor estratégia para as empresas junto a seus colaboradores.

A Howden Harmonia tem uma série de iniciativas que vão além da Campanha Janeiro Branco, pois acontecem ao longo do ano de modo a ofertar atenção especial para as questões relacionadas à saúde mental e emocional. “Entre as ações está uma boa comunicação interna. Acreditamos que ao incentivar um ambiente seguro e acolhedor, criamos uma ponte para que nossos colaboradores busquem ajuda quando necessário”, explica Laíne.

A empresa realiza lives, vídeos e informativos, com o objetivo de manter os colaboradores conectados o tempo todo e para que saibam como e a quem recorrer em caso de necessidade. “Por meio de ações e materiais educativos, buscamos muni-los de toda a informação possível para que a responsabilidade do cuidado com a saúde seja compartilhada entre a empresa e colaborador”, completa a psicóloga.

Também são disponibilizados pela Howden Harmonia serviços da área de gestão médica, composta por médico, enfermeira, assistente social e psicóloga, com escuta acolhedora e sigilosa, além de orientação para, se necessário, o colaborador buscar ajuda profissional. “Enxergamos esse cuidado como uma de nossas prioridades”, afirma Laíne.

Estima-se que na Howden Harmonia, ao menos 30% dos colaboradores buscaram algum atendimento psicológico no último ano, em sua maioria com sintomas de ansiedade, (leve e moderada) e, muitas vezes, decorrentes da pandemia. Segundo Laíne, estes casos rapidamente foram identificados e direcionados para o tratamento adequado, de modo a evitar a evolução para um quadro ansioso grave. Os que precisaram de uma intervenção maior foram direcionados para outras especialidades.

Laíne explica que, de modo geral, todos sentiram as mudanças e consequências dos últimos anos, alguns passaram por momentos bem delicados, perderam pessoas que amam, sofreram com o distanciamento social, insegurança, medo, e, também, a adaptação ao novo formato de trabalho e rotina. “O aumento dos casos trouxe consigo esse olhar mais atento e a empresa passou a estender o suporte emocional e assistencial aos familiares de seus colaboradores”. 


Proximidade e identificação -- Parte da estratégia preventiva adotada pela empresa se intensificou no cuidado com os colaboradores, se mantendo presente, tanto através do atendimento psicológico e da equipe multidisciplinar, como na realização de videoconferências, com o envio de kits para a casa de cada um, para que percebessem a sua importância e ficassem conectados.

Para identificar um colaborador que precisa de apoio ou tratamento, segundo Laíne, além do acesso que eles têm aos canais de comunicação com a área médica, há a intervenção que poderá ser feita pelo líder direto, com encaminhamento do colaborador para a psicóloga, ao notar um quadro de absenteísmo ou queda na produtividade.

Laíne ressalta ainda que o contato com o profissional de saúde mental da empresa é opcional, e tem como objetivo a orientação e o auxílio aos colaboradores quando há uma causa pertinente. “Os atendimentos só são realizados mediante a vontade e consentimento do colaborador”. O monitoramento se dá ao longo das semanas para compreender se a queixa foi pontual e resolvida, ou se haverá a necessidade de outras formas de intervenção. “O serviço oferecido não se configura como a psicoterapia, que é incentivada a ser realizada com outro profissional. O objetivo deste primeiro contato com a psicóloga interna é compreender a demanda e orientar da melhor maneira. Porém, quando a empresa identifica casos de transtorno de saúde mental entre os seus colaboradores deve demonstrar solidariedade e empatia, certificar-se de que este saberá como e onde procurar ajuda, se dispor em estabelecer a ponte entre o colaborador e os profissionais”, explica.


Dicas para as empresas -- Para Laíne, o mais importante para manter a saúde mental dos colaboradores é a empresa proporcionar um ambiente de confiança, livre de preconceitos e críticas. Algumas dicas:

. Adotar medidas de prevenção, como palestras, rodas de bate-papo, material informativo;

. atentar-se à sobrecarga de trabalho;

. proporcionar ao colaborador a possibilidade de crescimento e desenvolvimento contínuo, pois o incentivo corrobora com a maior satisfação profissional;

. criar times diversos e inclusivos, que proporcionem trocas de experiências;

. incentivar as pausas, seja para o café ou short friday, pois o descanso é responsável pelo aumento da produtividade e de um trabalho mais assertivo;

. garantir o sigilo das informações para que o colaborador se sinta seguro em compartilhar suas questões;

. monitorar os níveis de estresse da empresa, de modo que consiga nortear possíveis gatilhos e, assim, agir de maneira preventiva;

. realizar treinamento de gestão adequado para que as lideranças estejam sensíveis e atentas às queixas de sua equipe e possam intervir precocemente.


Nova Classificação da Síndrome de Burnout – Desde o dia 1º de janeiro de 2022, o Burnout ganhou uma nova Classificação Internacional de Doenças (CID 11), como uma síndrome ocupacional, quer dizer, as empresas passam a ter responsabilidade direta e indireta pela saúde emocional dos colaboradores.   Segundo Laíne, a Síndrome de Burnout, apesar de ter a sua classificação recente, não é nova, os primeiros sintomas e casos foram identificados nos anos 70, por Herbert Freudenberger, que já usava o termo Burnout para identificar as equipes sobrecarregadas. “A síndrome do esgotamento profissional desperta um olhar diferente para o trabalho e trabalhador, uma preocupação maior no que diz respeito a medidas preventivas, e um olhar mais atento à saúde mental, da qual a responsabilidade deve ser compartilhada”, explica.

Conforme a psicóloga, neste caso a empresa é responsável por identificar os possíveis fatores estressores dentro de suas organizações e, consequentemente, propor medidas de resoluções de conflitos e agir de forma preventiva. O colaborador, por sua vez, é responsável por compreender suas limitações, medir os níveis de estresse, quando e como eles estão o afetando de maneira individual, e pedir ajuda quando necessário. Dessa forma, será possível prever equilíbrio, qualidade de vida e saúde integral. “É valido dizer ainda que casos de burnout, apesar de não serem recentes, têm se tornado cada vez mais comuns, mas ninguém tem ao certo todas as respostas do que efetivamente funcionará ou não. O mais importante é ser sensível à dor do outro”, conclui.

 

 

Laíne Oliveira - psicóloga e especialista em Gestão de Saúde Emocional da Howden Harmonia Corretora de Seguros 

https://www.linkedin.com/company/howden-harmonia/

https://www.facebook.com/howdenharmonia

https://www.instagram.com/howden_harmonia/

 

 

Janeiro Roxo destaca a importância da prevenção e do tratamento precoce da hanseníase no Brasil

O país é o segundo do mundo nos casos da doença que, apesar de ser a enfermidade mais antiga da história, desperta ainda hoje preconceito pela falta de informação e conscientização


Enfermidade mais antiga na história da humanidade, a hanseníase representa, ainda hoje, um problema de saúde pública no Brasil. Com o segundo maior número de casos do mundo, nesta última década o País ultrapassou 300 mil novos diagnósticos, ou 93% do total detectado nas Américas, de acordo com o Ministério da Saúde. Como forma de promover a prevenção e reverter estatísticas tão preocupantes, secretarias municipais de saúde de todo o Brasil, que disponibilizam o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mobilizam-se para realizar o Janeiro Roxo.

A campanha Janeiro Roxo tem o propósito de ampliar o conhecimento da população sobre a hanseníase, cujos primeiros registros na história da humanidade remontam a 400 a.C. Como doença tropical negligenciada e infectocontagiosa de evolução crônica, atravessou os séculos envolta em preconceito e estigmas.

“A hanseníase se manifesta principalmente por meio de lesões na pele e sintomas neurológicos, como dormências e diminuição de força nas mãos e nos pés”, afirma o dermatologista Dário Rosa. Segundo o médico, a transmissão se dá pelo agente Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, por meio de contato próximo e prolongado entre as pessoas.

Os sinais mais evidentes da hanseníase, descreve o médico, são manchas claras, róseas ou avermelhadas no corpo, geralmente com diminuição ou ausência de sensibilidade ao calor, frio ou ao tato. “Também observamos caroços na pele, dormências, inchaços nas mãos e nos pés, formigamentos, entupimento nasal e problemas nos olhos”, completa.

Os especialistas classificam a hanseníase por graus. O grau zero é caracterizado pela ausência de sequela. No grau 1, o paciente perde a sensibilidade nas palmas das mãos e solas dos pés. No grau 2, são notáveis sequelas físicas graves.

Dos mais de 300 mil brasileiros diagnosticados com hanseníase na última década, pelo menos 7% estão no grau 2 e enfrentam sequelas físicas incapacitantes, como perda dos dedos, da ponta do nariz e deformidades nos pés e nas mãos.

Para a dermatologista Anelise Dutra, o Janeiro Roxo é de extrema importância para a detecção e o tratamento precoces da hanseníase. “Quanto mais cedo é diagnosticada, maiores as chances de cura e qualidade de vida para o paciente”, afirma. A médica destaca ainda a contribuição da campanha para reduzir o preconceito acerca da doença.

De acordo com Anelise, a hanseníase acometeu a humanidade por centenas de anos sem que houvesse tratamento e condenou os pacientes ao isolamento. Muitos foram confinados nos chamados “leprosários”. “Atualmente, com tratamentos eficazes, a doença deixa de ser transmissível e o paciente não precisa se afastar de sua rotina. Mas é preciso urgência para diagnosticar e iniciar os procedimentos para se chegar à cura”, avalia.

 

Sigilo agora é lei

A Lei nº 14.289/2022, sancionada no dia 3 de janeiro, determina a preservação do sigilo sobre a condição de infectados pelos vírus da Aids (HIV), hepatites crônicas (HBV e HCV) e pelas pessoas com hanseníase e tuberculose, pois representam barreiras sociais que impedem as pessoas de desfrutarem a plena cidadania.

A proposta da lei considera que as discriminações ocorrem a partir do momento em que a condição de saúde é conhecida. Isso interfere no desempenho profissional e também em outras atividades da vida pessoal.

 

Síndrome de Burnout preocupa as empresas e passa a constar na Classificação Internacional de Doenças da OMS

Oficializada pela entidade como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”, a classificação faz parte da relação da doença com o ambiente de trabalho e traz uma interpretação direta e indireta da responsabilidade da empresa sobre a saúde integral dos funcionários 


         Desde 1º de janeiro deste ano a Síndrome de Burnout está na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS), a CID 11. A síndrome precisa ser vista com maior atenção e as empresas precisam ficar atentas para esse risco. 

         De acordo com o que afirma a entidade, agora o Burnout para a ser oficializado como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. No texto anterior, ela era considera ainda como um problema na saúde mental e um quadro psiquiátrico. 

         Essa nova classificação se deu na conferência da organização em 2019, contudo, o documento passou a vigorar agora, em 2022. Lembrando que para alterar o documento, a OMS analisa estatísticas e tendências da saúde. Ele é o reconhecimento de doenças e problemas de saúde no mundo de acordo com as mesmas definições e códigos. Além da Síndrome de Burnout, o CID 11 também inclui na lista de doenças o estresse pós-traumático, distúrbio em games e resistência antimicrobiana. 

         Mas o que isso impacta no mundo do trabalho? Segundo Dr. Ricardo Pacheco, diretor presidente da Oncare Saúde e presidente da Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho (ABRESST), as corporações precisarão estar mais atentas com a saúde dos seus colaboradores. “Além do cuidado com o ser humano, que deve ser integral e integrado, a empresa precisa estar atenta a seu time, evitando que problemas evoluam e, principalmente, criando estratégias para impedir que a síndrome atinja os seus profissionais. Do contrário, além de ver talentos afastados e doentes, perderá produtividade e qualidade”, alerta o médico e gestor em saúde.

         O especialista lembra que uma gestão voltada para a saúde dos colaboradores precisa prevenir e identificar os sinais de que a doença está presente. “É comum que o profissional com o Burnout tenha um histórico de boa performance que se reverte diante de uma alteração no ambiente, como uma mudança na condução ou de demandas. A gestão tem que estar atenta e aberta a buscar ajuda para identificar e tratar os trabalhadores doentes”, afirma o diretor presidente da OnCare Saúde.


Empresas brasileiras devem ligar o sinal de alerta

O sinal de alerta para o Burnout precisa ser acionado na maioria das empresas. É o que diz o Índice de Bem-estar Corporativo do Zenklub no ano passado. O documento mostra que o índice geral de bem-estar no mercado brasileiro recebeu a nota de 49,25, numa escala de 0 a 100, as empresas brasileiras ficaram abaixo o índice ideal de 78. O levantamento teve mais de 1.600 respostas de funcionários de 335 empresas. Entre os fatores que afetaram negativamente o bem-estar geral, o Burnout aparece como o maior alerta, com os profissionais relatando sintomas de esgotamento. 

Outros dois fatores aparecem como avisos para um trabalho mais preventivo. Em segundo lugar, o alto volume de demanda e controle sobre o trabalho tira a autonomia e pode levar a um quadro de Burnout. E em terceiro, o fator de adição ao trabalho mostra o sentimento de sobrecarga em alta entre os profissionais.


A Síndrome de Burnout depois da classificação da OMS

         O documento da entidade classificou, como vimos, a síndrome como um “fenômeno ligado ao trabalho" e descreve seus sintomas como sendo a sensação de esgotamento, o cinismo ou sentimentos negativos relacionados a seu trabalho e a eficácia profissional reduzida.

         De acordo com o médico Ricardo Pacheco, a OMS deixa claro que o Burnout é uma doença relacionada ao trabalho, e não ao trabalhador, e pode trazer sérios problemas para a empresa. “O estresse mal administrado se torna um problema crônico relacionado ao local de trabalho e problemas de gestão da empresa. Sem contar que o reconhecimento pela OMS terá um efeito em processos trabalhistas relacionados ao tema, já que o trabalhador poderá recorrer à Justiça por causa de esgotamento e a empresa pode ser responsabilizada e até pagar indenização. Na verdade, a implicação de responsabilidade já acontece, mas pode ser difícil de conseguir”.  

         Ele lembra que com a classificação da organização, com o diagnóstico médico está caracterizada a responsabilidade da empresa. “Na Justiça, a responsabilização da empresa será avaliado a partir do laudo médico comprovando o Burnout junto com o histórico do profissional e uma avaliação do ambiente de trabalho, inclusive coletando relatos de testemunhas. Em geral, serão coletadas provas de uma degradação emocional e fatores causadores da síndrome, como assédio moral, metas fora da realidade ou cobranças agressivas”, alerta o diretor presidente da OnCare Saúde.


Investir na saúde mental dos trabalhadores é essencial

Em pesquisa da Kenoby com profissionais de recursos humanos, 93% deles disseram que as empresas ainda ignoran as questões de saúde mental. Entre os entrevistados, 53,4% não sabiam dizer se a empresa pretende investir em saúde mental. Outros 35% responderam que o investimento virá em menos de um ano. 

O médico Ricardo Pacheco acredita que a mudança na classificação do Burnout deve elevar a discussão sobre saúde mental. “As empresas precisam criar ambientes mais sustentáveis de estresse e demanda, um fator essencial é nutrir a segurança psicológica. Colocada como fator número um para ter equipes de alta performance, a segurança psicológica também é a tranquilidade de que as pessoas podem compartilhar ideias, errar e aprender sem sofrer punições por isso. Contar com uma empresa especializada na saúde do trabalhador é um caminho eficiente para prevenir, identificar e tratar o Burnout a tempo de não trazer maiores consequências para o trabalhador e para a empresa”, conclui o médico, diretor presidente da OnCare Saúde.



Oncare Saúde - plataforma de solução integrada de saúde, que oferece assessoria e consultoria, para empresas e para população em geral.

 

Presidente da Sociedade Brasileira de Hérnia explica relação entre obstrução intestinal - caso do presidente Bolsonaro- e hérnia da parede abdominal

 Obstrução intestinal - Divulgação

Uma obstrução intestinal - alteração que atingiu o presidente Jair Bolsonaro (PL) - pode ocorrer de forma total ou parcial e atingir o intestino grosso ou delgado. Entre os sintomas mais comuns estão dores abdominais intensas, náuseas e vômitos, parada na eliminação de gases e fezes e distensão abdominal.  

De acordo com o cirurgião do aparelho digestivo e presidente da Sociedade Brasileira de Hérnia (SBH), Marcelo Furtado, é muito importante diferenciar os tipos de obstrução. “A suboclusão intestinal é quando o órgão fica parcialmente entupido, mas a pessoa apresenta um quadro geral bom de saúde e o conteúdo intestinal ainda consegue passar por aquela suboclusão. A obstrução total é quando o intestino está totalmente fechado, entupido, por algum motivo e o conteúdo intestinal não consegue transpor o ponto da obstrução, explica. 

A hérnia da parede abdominal pode ser uma das causas dessa obstrução. “Ela é um defeito na musculatura, um orifício, e alguma estrutura do nosso corpo pode passar, por ele, na maioria dos casos, o intestino. Em alguns casos o intestino pode ficar preso nessa abertura e ocasionar a complicação que chamamos de encarceramento ou estrangulamento”, explica Marcelo.  

Essas complicações podem acontecer em hérnias incisionais (no local de uma cirurgia anterior), hérnias umbilicais ou inguinais (na virilha).  

Se não atendido e tratado adequadamente, a obstrução intestinal ocorrida na hérnia pode levar à morte. “Isso porque o estrangulamento compromete o fluxo sanguíneo podendo levar a isquemia e gangrena”, alerta o especialista.  

O tratamento para a obstrução intestinal pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo das necessidades de cada paciente. 

No caso do presidente Jair Bolsonaro (PL), cuidados médicos clínicos foram realizados para reverter uma sub-oclusão intestinal no início deste ano, ocorrida pela segunda vez. Ele já havia sido internado para tratamento, em julho de 2021. 

Bolsonaro recebeu alta hospitalar no dia 05 de janeiro, com uso de uma sonda gástrica e hidratação nasoenteral. Não houve necessidade de cirurgia.

 

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