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terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Vai viajar? Verifique se as cadeirinhas das crianças ainda são as adequadas para seu tamanho, peso e idade

Dados do Datasus de 2019 indicam que o trânsito é a principal causa de morte de crianças entre 1 e 14 anos. Em SP, corresponde a 37% dos falecimentos nesta faixa etária 

Especialistas comentam os melhores modelos do mercado e ensinam o passo a passo para a escolha da cadeirinha ideal

Frente ao expressivo número de mortes de crianças no trânsito, a cadeirinha continua sendo um dos principais itens do enxoval 

 

Depois de quase dois anos de pandemia, com aulas e trabalho à distância, é certo que diminuíram muito as saídas de casa com os bebês e crianças. Mais um motivo para sentar e entender qual o modelo ideal para os pequenos e pequenas da família. 

Importante lembrar que não é exagero esse cuidado no trânsito. Segundo dados do Datasus de 2019, o que mais mata crianças entre 1 e 14 anos são os acidentes na estrada. No estado de São Paulo, essa porcentagem chega a 37% das causas de morte. 

Dra. Natasha Vogel, ortopedista pediátrica, e Lory Buffara, consultora de enxoval da Mommys Concierge, são unânimes em dizer que esse item do enxoval é prioridade. “Além de ser um produto extremamente necessário, pois o bebê não pode andar no carro sem uma cadeira até os 10 anos de idade, ele pode salvar a vida do seu filho. Se tem um item que eu recomendo a não economizar no enxoval de bebê é a cadeira do carro, pois renunciar à qualidade e segurança por algo mais econômico, pode ter graves consequências”, alerta Lory. 

Sua compra e instalação não podem ficar para próximo do parto. A médica Natasha, mãe de duas crianças, relata que deixou a cadeirinha no porta-malas até o momento de deixar o hospital com seu primeiro filho. “De repente, meu marido, meu irmão e eu nos deparamos com o desafio de instalar a cadeirinha e foi uma verdadeira luta. Mas uma boa alma surgiu. O manobrista do estacionamento da maternidade, vendo a dificuldade, ofereceu ajuda e disse que a situação era comum. Por isso, já estava acostumado com todos os modelos”. 

Para que ninguém mais passe por essa espera, com um recém-nascido no colo, vamos às dicas certeiras dessas profissionais e da Fabiana Milan, gerente de marketing da Alô Bebê, que possui diversos modelos à venda. Um diferencial da rede é que o cliente sai com a cadeirinha instalada no carro, mesmo comprando online esse é um diferencial da Alô Bebê que faz a instalação para o cliente.

 

Vamos às dicas: 

1 -- Atenção, pais: vocês são os responsáveis pela segurança do seu filho também no trânsito. Então, saiba que o uso da cadeirinha está previsto por lei e até os 10 anos ou/e atingir 1,45 m não há por que descuidar. A última mudança na lei ocorreu em 2021. “Antes, era obrigatório o uso até os 7 anos e meio. Mas, desde o início do ano, foi estendido aos 10”, informa a médica. 


2 -- Existem diversos modelos que acompanham o desenvolvimento da criança. É importante checar o mais indicado para a idade e como instalar adequadamente. “Os assentos de segurança não podem ficar nem folgados e nem muito apertados”, recorda Natasha. 


3 -- Observe se há selo do INMETRO. Isso demonstra que o equipamento obteve aprovação nos testes exigidos pelas normas técnicas de fabricação e segurança. 


4 -- Nunca transporte a criança no banco da frente, tanto em carros com airbag -- que oferecem risco de ferimentos graves -- como pelo fato de ser sabido que o local mais seguro é na parte central do banco de trás -- por estar mais distante dos vidros traseiros também. “Nessa posição há até́ 24% menos risco de morte do que nas posições laterais. Mas ele só pode ser transportado no centro do banco se tiver um cinto de 3 pontos ou ISOFIX. Caso contrário, a cadeirinha deve ser colocada onde tenha esse cinto”, explica a ortopedista pediátrica.

Natasha explica que “desde 2020, os automóveis devem possuir uma ancoragem inferior, que é o famoso ISOFIX, e só ele não basta. O carro deve ter uma ancoragem do tirante superior também ou um dispositivo de fixação para retenção da criança em um dos assentos do banco traseiro”. O ISOFIX é uma ferramenta que permite uma acoplagem mais fácil ao banco, aumenta a eficiência do sistema, além de conferir maior estabilidade lateral e rigidez da fixação e, no caso de colisão, a desaceleração será a mesma da cadeira e do carro.

 

5 -- As cadeirinhas necessitam ser presas com o cinto de segurança sempre e, em hipótese alguma, deve-se colocar o cinto de 3 pontos por baixo do braço da criança ou por trás das costas dela. “Nem precisamos dizer que os pequenos não devem ficar de pé entre os bancos, enquanto o carro estiver em momento, e os bebês não podem ser levados no colo”, pontua a médica.

 

 

Para cada idade, há modelos mais indicados: 

- Recém-nascidos até 1 ano: devem ser transportados com as costas voltadas para a frente do carro na cadeirinha de segurança no banco de trás, presa ao banco com o cinto de 3 pontos ou ISOFIX. “O bebê ficará olhando o banco de trás do carro. Por isso, espelhos são úteis quando há só o motorista e o bebê no carro. Para garantir a segurança, a cadeirinha não pode se mover mais do que 2 cm de um lado para o outro; e deve ter um espaço de folga de 1 dedo entre o pequeno e o cinto. Para aqueles que ainda não sustentam a cabeça ou não conseguem manter o seu equilíbrio, o assento deve ter o formato de concha, mantendo uma leve inclinação com a cabeça mais elevada que os pés. Esse assento pode ser utilizado desde o nascimento até 1 ano de idade e pesar 9 kg, na maioria dos casos”, detalha a médica.

Para Lory, a primeira escolha a fazer é decidir entre um bebê conforto ou uma cadeira de carro para o seu bebê que está para nascer. O bebê conforto é uma cadeira de carro portátil, que é usada desde recém-nascido até 1 ano. É usado tanto no carro quanto na estrutura do carrinho de bebê. Já a cadeira do carro é um produto com uso por mais tempo, pois vai desde recém-nascido até 4,6 kg ou 10 anos, dependendo do modelo. Fica no carro o tempo todo e pode virar tanto de costas (até o primeiro ano) ou de frente. “A minha dica é: se está com orçamento mais flexível, opte por um bebê conforto, pois ele vai ser mais prático para o bebê e os pais. Após um ano de uso, faça um upgrade para uma cadeira de carro. Agora, se o orçamento for reduzido, a cadeira de carro é interessante, pois ocorrerá a compra de um produto que durará muito tempo”, explica a consultadora de enxoval.


- De 1 até os 4 anos: ficam voltadas para a frente do carro, também presas ao banco com cinto de 3 pontos ou ISOFIX. Esse sistema possui um suporte alto para a cabeça; pode ser semirreclinado e suporta crianças de até 13 kg.

 

- Dos 4 até os 10 anos: pode-se trocar a cadeirinha por assento de elevação, os boosters. Eles adequam a altura da criança ao cinto de segurança do carro, mantendo a tira superior no ombro e a inferior na cintura (abaixo da barriga). O uso desse assento é indicado até a criança atingir 36 kg, 1,45 m e, aproximadamente, 10 anos. “Caso a criança comece a usar o cinto do carro, mas ele passe no seu abdómen e entre o pescoço e face, isso pode predispor lesões no abdómen e na coluna cervical, em caso de colisão. Então, evite essa posição”, alerta Natasha.

 

- Com mais de 10 anos e 1,45 m de altura: podem ser transportadas com o cinto de 3 pontos no banco traseiro. “Devemos sempre dar o exemplo. Então, você adulto, sempre use o cinto de segurança”, reforça a médica.

 

Ao chegar na loja, o que é necessário avaliar: 

1 -- Veja quais são os itens de segurança que a cadeira apresenta: observe a base, o cinto de segurança, proteções laterais, como é o material interno da cadeira e o selo do Inmetro.

2 -- Confirme a praticidade para instalar. “O ideal é que seja fácil de instalar e desinstalar, para mudança de carro. O sistema ISOFIX é o mais prático e seguro, porque suas presilhas se conectam diretamente no assento do seu carro. Essas presilhas garantem a instalação correta da cadeira. Não são todas as cadeiras de carro que vem com esse sistema. Por isso, preste atenção antes de fazer a escolha. Verifique também se o seu carro tem esse mesmo sistema ISOFIX”, indica Lory.

3 -- Certifique-se de que o tecido da cadeira é fácil de limpar. “Deve ter toque delicado e proporcionar conforto para o bebê”, indica a consultora.

4 -- Procure modelos com itens como: base giratória (facilita na hora de colocar o bebê); base com pé (proporciona uma segurança extra); e sistema que detecta se o bebê abriu o cinto de segurança, ou se ficou esquecido no carro.

 

“No momento da escolha da cadeirinha ideal, o primeiro ponto a ser levado em consideração é se o carro onde ela será instalada possui o sistema ISOFIX ou não. Algumas cadeiras como a Multifix e a Only One, por exemplo se encaixam tanto no ISOFIX, quanto no cinto de segurança. Outras, como a Spin e a Seat4Fix só se encaixam no sistema ISOFIX. O recline e o peso indicado também devem ser pontos de atenção para que o bebê ou a criança fique o mais confortável e segura possível durante o passeio”, explica Fabiana Milan, gerente de marketing da Alô Bebê. 




Dra. Natasha Vogel - Médica Assistente em Ortopedia e Traumatologia do HSPM-SP São Paulo, Brasil Mestrado em Ciências do Sistema Muscoesquelético. Universidade de São Paulo, USP São Paulo, Brasil. Especialização -- Residência Médica Universidade de São Paulo, USP São Paulo, Brasil,

Título: Ortopedia Pediátrica. Especialização -- Residência Médica. Hospital do Servidor Público Municipal, HSPM/SP São Paulo, Brasil

Título: Ortopedia e Traumatologia. Graduação em Medicina Faculdade de Medicina de Jundiaí, FMJ Jundiai/SP, Brasil

 

Comunicação, o elo entre gerações no ambiente corporativo

A integração de gerações tem sido um desafio para o mundo do trabalho. Os impactos dessa convivência, porém, geram impactos positivos não apenas, no ambiente corporativo, familiar e social, mas nos resultados das empresas. 

A realidade é que estamos envelhecendo porque estamos vivendo mais. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2015), até o ano de 2050, o número de pessoas acima de 60 anos no mundo chegará a 2 bilhões. O Brasil, em 2030, terá mais pessoas maduras que jovens de zero a 14 anos. 

Sendo assim, contar com essa força de trabalho será a alternativa estratégica das empresas para suprir a falta de jovens talentos, que surgem em velocidade muito aquém das demandas de mercado. 

É na comunicação que as empresas encontram o caminho para promover um ambiente corporativo que estimule o trabalho colaborativo, que reúna jovens em início de carreira, profissionais sêniores e os profissionais mais idosos (cada vez mais produtivos). 

Ao gestor, cabe a tarefa de “mediar” esse diálogo, de sinais, expressões, gírias e etiquetas diferentes, quebrando rótulos e preconceitos para que a conexão entre as gerações fortaleça os laços de criatividade, inovação e inclusão que toda a empresa busca. 

Entre a experiência adquirida na jornada sólida desenvolvida pelos profissionais mais velhos e o frescor da juventude, que transpira inovações, as regras básicas para uma convivência devem ser exatamente iguais e valem para os dois lados. 

As gerações mais jovens tendem a procurar em seus trabalhos propósitos que nem sempre estão claros, mas que certamente podem ser encontrados com a ajuda dos mais experientes. Daí, a importância da comunicação. Ela será o ponto focal para criar essa conexão. 

São atitudes de comunicação que podem ajudar a equilibrar essa convivência, como por exemplo, evitar -- de ambos os lados -- o ‘tom professoral’. O indivíduo apelidado de “palestrinha” (sempre disposto a dar ‘aulas’ sobre tudo e todos em tom de superioridade), quer impor seus conhecimentos ao invés de aceitar formas diferentes de realizar as tarefas. Dessa forma, cria barreiras que impedem esse relacionamento de avançar.

O que de fato cria um elo importante nessa cadeia é a disponibilidade, a paciência e a tolerância. Isso muda o jogo. Faz o melhor movimento para interligar dois pontos que é o de ouvir e mostrar interesse pelas ideias do próximo. Quando isso acontece, dos dois lados dessa moeda, as conexões ocorrem muito mais rápidas e naturalmente. 

É por meio desse valor e importância que se dá ao outro que descobrimos nossas semelhanças, nossos pontos em comum e nossas diferenças. Elas farão muito mais sentido do que simplesmente as diferentes faixas etárias. 

São esses cruzamentos de valores, que diminuem as diferenças de idade e as tornam insignificantes para o desempenho das funções. Ouvir o próximo é ter a chance de encontrar muitos pontos congruentes importantes para estabelecer a conexão. É possível e provável que as diferentes gerações possam compartilhar preferências, ídolos, projetos etc, independentemente da idade, da raça, do gênero, da cor, da geração, religião etc. 

O futuro das relações do trabalho caminha para a diversidade e é lá que mora o respeito às diferenças. O convívio intergeracional é parte importante da promoção dessa diversidade que buscamos e, muito em breve, vai transformar o que hoje é chamado de “conflito” em um real e produtivo “encontro de gerações”.

  
 

Juliana Algodoal - Considerada uma das maiores especialistas em Comunicação Corporativa do país, Juliana Algodoal é PhD em Análise do Discurso em Situação de Trabalho - Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem e fundadora da empresa Linguagem Direta*. Acumula mais de 30 anos de experiência no desenvolvimento de projetos que buscam aprimorar a interlocução no ambiente empresarial - tendo como clientes grandes companhias, como Novartis, Pfizer, Aché, Itaú, Citibank, Unimed, SKY, Samsung, Souza Cruz, dentre outras. Também é presidente do conselho administrativo Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.

 

Detran.SP adverte: contratar serviço ilegal é crime de falsidade ideológica

 Burlar exames para obter ou regularizar a CNH pode levar a prisão; pena varia de um a cinco anos


Atenção! Tirar ou regularizar a CNH de forma ilegal pode levar o motorista à cadeia. A venda irregular de exames toxicológicos, item obrigatório para condutores habilitados nas categorias C, D ou E, é um destes casos, que pode caracterizar o crime de falsidade ideológica. Se condenado, a pena varia de um a cinco anos de reclusão.   

No último domingo (2), o Fantástico, da TV Globo, identificou criminosos que burlavam exames toxicológicos. Segundo informado pelo Ministério Público, clínicas, laboratórios e empresas de capacitação de condutores atuavam em conjunto com o propósito de fraudarem esse exame.

Os motoristas interessados nessa prática delitiva pagavam apenas pela CNH, sem a necessidade de realizar qualquer teste toxicológico, pois assim não haveria chance de ter um exame positivo para substâncias ilícitas. As empresas também fraudavam cursos de reciclagem, exames médicos e procedimentos para regularizar a CNH.  

 

“Essa é uma prática criminosa e não mediremos esforços para combatê-la. O cidadão precisa saber que isso é crime. O Detran.SP orienta que os cidadãos procurem sempre meios legais para realizar serviços e procedimentos”, alerta Neto Mascellani, diretor presidente do Detran.SP.  

 

É importante lembrar que o exame toxicológico deve ser realizado apenas em laboratórios devidamente credenciados pela Secretária Nacional de Trânsito (Senatran). Ele é feito a partir da coleta de uma pequena amostra de cabelos ou pelos corporais. Com o teste, é possível detectar se o condutor utilizou alguma substância ilegal no período de 90 a 180 dias.  

 

Além da prática criminosa, dirigir com o exame toxicológico fraudado coloca em perigo todos que estão na sua volta, como explica Roberto Douglas Moreira, presidente da Associação dos Médicos do Detran do Estado de São Paulo (AMDESP Brasil) e da Associação de Médicos e Psicólogos Peritos de Trânsito do Brasil.  

 

“Muitos estudos indicam que o uso de drogas ilícitas aumenta a probabilidade de ocorrer acidentes graves. Utilizar drogas faz o motorista ter um aumento de excitação e ansiedade, como por exemplo, a cocaína e anfetamina. Com o uso delas, o estado cerebral sai da normalidade. O conselho é: nunca dirija utilizando qualquer tipo de droga. É necessário que todos tenham cada vez mais orientações sobre os perigos de utilizar entorpecentes”.  


  

Hospedeiro de pontos  

 

Outro caso que pode levar ao crime de falsidade ideológica, é a prática irregular de transferir pontos, para os chamados “Hospedeiro de Pontos”. Além de responder criminalmente, o condutor irá responder a processo administrativo junto ao Detran.SP, que poderá implicar em sanções para o condutor e para o hospedeiro. Em caso de condenação, o cidadão esta sujeito a uma pena que varia de um a cinco anos de reclusão,  além do pagamento de multa.

 

Na esfera administrativa, o departamento instaura processo de suspensão da CNH e pode até resultar na cassação da habilitação por dois anos. Já o verdadeiro autor da infração também pode ser penalizado na lei, sofrendo as sanções administrativas.  

 

Denúncias sobre a existência de hospedeiros ou de serviços que oferecem a transferência de pontos podem ser feitas diretamente à Ouvidoria do Detran.SP por meio do site www.detran.sp.gov.br. Na denúncia, o cidadão pode relatar o caso, detalhar as informações com nomes, dias, horários, locais, entre outros. O sigilo é garantido.  

 

Além de processo criminal, quem transfere pontos para terceiros de forma fraudulenta pode responder a processo administrativo, ter a pontuação retornada ao seu prontuário e a CNH suspensa ou cassada por até dois anos.  


  

Molde de silicone na mira  

 

Outra fraude que pode acarretar em crime de falsidade ideológica ocorre quando funcionários de um Centro de Formação de Condutores (CFC) oferecem moldes de silicone para burlar o sistema de controle biométrico do Departamento de Trânsito na abertura e fechamento de aulas(práticas e teóricas), sem a necessidade da presença do aluno. As formas geralmente contêm as digitais dos alunos e são utilizadas para registrar as aulas sem que elas sejam efetivamente realizadas. 

 

As equipes de fiscalização do Detran.SP possuem uma ferramenta denominada e-CNH, onde é possível acompanhar on-line o registro de aulas, além de rastrear todas as etapas de habilitação, desde as aulas teóricas até a presença dos alunos nas aulas práticas, veículos utilizados e instrutores escalados.

 

 Durante as fiscalizações realizadas pelo Detran.SP, constatada essa situação, o CFC tem suas atividades bloqueadas administrativamente, sendo instaurado processo administrativo que irá verificar ainda a conduta praticada pelo instrutor, pelo aluno, que surpreendidos em flagrante delito, serão encaminhados a Polícia Civil, onde poderão ser enquadrados no delito previsto no artigo 313 – A do Código Penal Brasileiro, estando sujeitos a serem autuados em flagrante, com pena de 2 a 12 anos de reclusão. 

 

“Para aulas práticas, a equipe consegue identificar previamente pelo sistema e-CNH, o aluno, instrutor e o veículo. Com essas informações, conseguimos averiguar a situação no local. Caso o andamento da aula não esteja de acordo com o que foi registrado no sistema, encaminhamos o caso para a Polícia Civil. Já em aulas teóricas, os fiscais possuem relatórios com a relação de alunos e instrutores que estarão em sala de aula e é possível identificar através de chamada oral se todos os alunos estão presentes”, completa Mascellani.  


  

Mais de mil fiscalizações em 2021  

 

De janeiro a dezembro de 2021, a equipe de fiscalização do Detran.SP  atingiu a marca de 1.047 vistorias realizadas em CFCs (Centros de Formação de Condutores), Clínicas Médicas e Psicotécnicas, Bancas de Exames Práticos e Teóricos.  

 

O Detran.SP reforça a importância do cidadão realizar a consulta dos estabelecimentos credenciados no portal do Departamento de Trânsito antes de efetuar qualquer serviço.

 

A busca pode ser feita em detran.sp.gov.br na aba de “Credenciados”. Caso a empresa não seja encontrada durante a pesquisa, o procedimento não deve ser realizado no local. Além disso, é de suma importância exigir sempre a nota fiscal do serviço que foi realizado.    

Qualquer suspeita de irregularidade deve ser denunciada à Ouvidoria do órgão, que pode ser acionada pelo portal www.detran.sp.gov.br, ou diretamente no link: http://bit.ly/1ZfLWnf. O Detran.SP garante sigilo absoluto ao denunciante.


5 dicas de especialistas em experiência do cliente para turbinar as vendas online em 2022

Veja como evitar o "carrinho abandonado" e fazer com que o cliente enxergue suas promoções

 

Chegou janeiro, época do ano em que o apelo das marcas e empresas de produtos e serviços na web é intenso para atrair atenção do cliente para compras e promoções. Segundo a pesquisa Market Review | Edição 1: Tendências do E-commerce para 2022, divulgada recentemente, 49% dos brasileiros afirmam que querem fazer mais compras pela internet nesse ano.  Ou seja, o consumidor já sinalizou que vai recorrer aos meios digitais com essa finalidade. Nesse sentido, utilizar canais variados de atendimento para melhorar a experiência do cliente é essencial para qualquer empresa que queira crescer em vendas.

Veja o que Julio Souza e Rafael Pedroso, UX/UI Designers da Néctar Consulting e BExpert, ambas empresas partes da Accenture Interactive, e especialistas em implementação e consultoria de soluções de CX líderes de mercado, ensinam sobre levar o cliente até o final da compra online. E mais: entenda como garantir que, efetivamente, os clientes enxerguem as promoções do seu E-commerce.

1 - Personalize o seu layout 


Começando pela tela inicial, o site deve ser customizado para as datas de compra, sempre colocando o usuário como o primeiro ponto a ser levado em consideração. Ao longo do período, o cliente pode passar por vários momentos, entre estar decidido pela compra, ou estar procurando algo que desperte seu interesse. No geral esse processo é rápido, e acontece enquanto se compara preços e modelos em vários sites. Por isso, a comunicação de grandes ofertas e catálogos de produtos devem estar visíveis e claras logo no primeiro acesso ao site da loja. 


2 - Seja óbvio

É fundamental deixar óbvia preços e promoções. Para isso, é importante utilizar banners que comuniquem visualmente seus objetivos, assim como renovar as tags nos produtos da vitrine. Além disso, é importante trazer aproximadamente 1/3 de todos os itens promocionais já para a página inicial, facilitando a pesquisa para o usuário e o fazendo conhecer toda a gama de produtos disponível na sua loja.  


3- Categorize seus produtos 

É extremamente recomendado que se crie uma categoria de produtos para datas sazonais. De preferência, ela deve aparecer em destaque no cabeçalho do site da loja. Além disso, é fundamental criar filtros por preço, porcentagens de desconto e, principalmente, por itens marcados com a tag de “promoção”, “férias”, “produto com desconto”. Assim, facilita para o usuário achar os itens promocionais a partir de qualquer página de catálogo que estiver, semelhante ao filtro “Prime” que podemos ver na loja da Amazon, por exemplo. 


4- Crie gatilhos de venda 

Muitas vezes, várias funções da plataforma são deixadas de lado nas lojas virtuais, mas algumas delas podem transformar positivamente a taxa de conversão. Entre elas, o cross-sell, que permite trazer mais opções de itens na página de produto ou de carrinho, baseando-se em alguma regra. Nesse caso, o vendedor pode mostrar os produtos que estão com desconto em um carrossel de produtos relacionados, sempre oferecendo mais opções para o comprador. Esses carrosséis também podem ser utilizados para apresentar os últimos itens que o usuário visitou, sugerindo uma compra mais barata em um produto que ele já demonstrou interesse. Também é importante atentar para a forma de apresentação dos preços. É muito relevante, por exemplo, deixar a visualização do preço antigo de um produto para o cliente entender o custo-benefício que ele terá ao realizar a compra.  Por fim, outra boa prática é trabalhar o senso de urgência em páginas de produto e carrinho. Mensagens que digam por quantas pessoas o produto está sendo visualizado, quanto tempo falta para a promoção acabar ou até mesmo quantas unidades restam no estoque, podem ativar o gatilho de compra do cliente.


5- Tenha cuidado com falhas técnicas 

Nenhuma campanha vai adiantar, se a equipe técnica da empresa não estiver preparada. Além da facilidade e clareza no processo de compra, que deve estar impecável, é fundamental que os administradores de e-commerce fiquem atentos ao número de acessos ao site em relação à capacidade do servidor. Se o site cair por alta demanda de acessos, com certeza o concorrente estará funcionando, e aí o esforço da campanha terá sido em vão.

 

Especialista mostra os segredos para economizar ao longo do ano

Thiago Martello, especialista em educação financeira, revela os mais importantes passos para alcançar uma meta de economia

 

Acumular dinheiro ao longo da pandemia tem se mostrado uma tarefa árdua para a maioria dos brasileiros. Mas com disciplina financeira é possível alcançar pequenas metas de economia ao longo dos meses.

De acordo com Thiago Martello, fundador da Martello Educação Financeira, existem algumas maneiras para facilitar esse processo. “Quebre o valor total em partes menores. Se sua meta de acumulação for R$ 3.000,00 no ano, foque nos R$ 250,00 por mês, cerca de R$ 57,70 por semana (considerando 52 semanas no ano), ou apenas R$ 8,52 por dia (365 dias no ano). Estabeleça um período para guardar esses valores e considere também seu 13º na conta. Isso vai deixar tudo mais simples e você vai entender que pequenas ações contínuas podem gerar grandes resultados”, revela.

O especialista relata que é possível conseguir uma renda extra de várias maneiras diferentes. “Realize pequenos bicos e horas-extras em seu trabalho ou faça um levantamento minucioso de todos os itens que não são utilizados há algum tempo, colocando-os à venda em plataformas e sites especializados. Se você não usou algo nos últimos seis meses é porque, provavelmente, ele não tem tanta serventia ou está sendo subutilizado”, pontua.

Ainda de acordo com Martello, ao cortar pequenos gastos do dia a dia como delivery de comida e apps de transporte, é possível economizar um grande montante no fim de alguns meses.

Em caso de pessoas que trabalham sem registro em carteira e acabam recebendo sua remuneração em dias variados, o especialista alerta a necessidade de um controle ainda maior. “Poupar deve ser o seu primeiro compromisso. Se você recebe muitas vezes no mês, como um autônomo, por exemplo, é ideal que a frequência de poupar seja maior. Se você recebe somente uma ou duas vezes no mês, esse hábito pode ser menos frequente”, relata.

Sobre o pedido de crédito em instituições financeiras, Martello avisa que é um erro que muitos cometem. “Pegar dinheiro de terceiros para adiantar a realização de um sonho é um grande perigo. Você antecipa a concretização de um desejo e prolonga um pesadelo, adiando até mesmo a realização de sonhos futuros. O ideal é sempre acumular e receber juros e não pagar juros, sejam eles quais forem. Portanto, mantenha o hábito de poupar e fazer um planejamento adequado para realizar esses desejos”, pontua.

Outro cuidado que o consumidor deve ter são os períodos promocionais, como a Black Friday. “Todos os períodos especiais do varejo apresentam riscos e muitas ‘armadilhas’ para quem não está atento. Quando chegamos nesses períodos, tendemos ao consumo por fatores internos, como nos permitirmos indulgências, pedidos de desculpas, querermos agradar o outro e isso pode ser prejudicial, uma vez que o comportamento financeiro é totalmente emocional. No entanto, se a pessoa realmente precisa de algum item, pode ser um bom momento para aproveitar, desde que com os devidos cuidados e pesquisas”, revela o especialista.

Thiago Martello termina dizendo que o importante é começar esse processo, já que muitas vezes as pessoas acabam adiando de forma recorrente o ato de economizar. “Defina o valor de acordo com suas prioridades, realidade, objetivos. O mais importante é começar, pois nenhum resultado se constrói do dia para a noite. Persiga o valor estabelecido e evite pensamentos para justificar erros como ‘já que não guardei ontem, não vou guardar hoje’ ou ‘não vou conseguir’. No final das contas, guardar o valor estabelecido dependerá do seu comportamento ao longo do ano e, ao realizá-lo, verá que pode fazer muitas outras coisas e ao longo do caminho”, finaliza.

 


Thiago Martello - Apaixonado por finanças, Thiago Martello é administrador de formação, pós-graduado pela FGV, especialista e agente autônomo de investimentos, além de atuar como educador e planejador financeiro desde 2015. Ele começou a trajetória aos nove anos, vendendo balas no farol perto de casa e hoje já mudou a vida de mais de mil pessoas com uma metodologia exclusiva, simples e divertida e que transformou a vida de muitas famílias. Com bom humor, ele mostra que é possível organizar as contas de forma prática e dar uma “martellada” definitiva na desordem financeira. Para sabe mais, acesse https://martelloef.com.br/  ou pelo canal do youtube -https://www.youtube.com/c/MartelloEF


2021, o ano que (enfim) terminou

Opinião


Faz praticamente dois anos que vivemos quase o dia da marmota, como no filme O Feitiço do Tempo. As preocupações se repetem, as estratégias também. Nem os medos se renovam, são os mesmos. Faz quase dois anos que vivemos entre a nostalgia e a expectativa. E o tal “novo normal” nunca vem. Esperar o fim da pandemia é mais angustiante que esperar Godot.

E as listas?

Listas (sejam pré ou pós-tecnologia) sempre foram úteis. A de aprovados nos vestibulares faz a alegria de tantos. A de convocados, seja para o que for, premia o esforço de quem buscou. A de indicados ao Oscar exalta a arte. E o que dizer dos indicados ao Jabuti? Tanto orgulho de escritores e autores que, enfim, ganham destaque no cenário nacional. Já a de Schindler, por exemplo, salvou tantos judeus. Qual seria a sua lista preferida? Quem você deixaria de fora da sua?

Neste 2022, para além de um ano novo, cabem metas e desejos de modo que possamos seguir para um outro dia. Por isso, listei meus desejos (ou metas) e, também, para que o resto de nossa vida seja menos repetitivo. Não são promessas de nova dieta, nem de matrícula na academia. Variam entre aquilo que é novo e aquilo que eu quero de novo (ou “de volta” como se fala em Curitiba).

Mais letras de Chico,

Muitos versos de Vinícius,

Mais melodias de Tom,

Muito cinema em dia de semana,

Mais traços de Niemeyer,

Muito almoço gostoso e só com quem importa,

Mais lives de Toquinho e de Caetano,

Muita Bossa Nova na voz de João Gilberto,

Crônicas de Martha Medeiros todo dia,

Mais olhar infantil para despertar a fantasia,

Mais valorização de professores de todas as categorias,

Enaltecimento dos profissionais da saúde,

Mais gentileza.

Nosso futuro sofreu uma tentativa de cancelamento. Mas, fomos à luta: resistimos, perseveramos, aprendemos e ressignificamos.  E talvez tenhamos que dar um passo atrás para, enfim, correr para frente.

Há muito o que fazer ainda. Ainda estamos caminhando pela floresta em busca das migalhas deixadas para encontrar o caminho em que estaremos a salvo: do vírus e das incoerências. E não se trata de escolher entre a vida e a liberdade, pois, uma vez que aquela seja perdida, esta também se foi. O paradoxo é justamente essa beleza da vida, já que, para manter a liberdade, regras e restrições são necessárias.

Nesses últimos dois anos, sobrevivemos. Que neste 2022, o espantoso realmente espante; que a miséria, a injustiça e a violência indignem mais do que as restrições sanitárias. Que o júbilo parental se alie à felicidade marital e ao entusiasmo profissional. Um bom peru de Natal pode acompanhar também.

Foi uma longa quarentena de saudade. Que possamos lembrar com carinho dos que ficaram pelo caminho e que possamos evitar novas perdas. 


 

Candice Almeida -  professora de Redação do Colégio Positivo e assessora pedagógica de Redação no Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento (CIPP) dos colégios do Grupo Positivo.

 

Como agir ao sofrer ofensas criminosas na internet

Advogada especialista em Direito Civil mostra quais atitudes devem ser tomadas ao sofrer algum tipo de ofensa ou descriminação nas redes sociais


A internet e as redes sociais, nos últimos anos, aproximaram pessoas e transformaram a comunicação de forma geral. Mas com discussões sobre a sociedade e o cenário político cada vez mais acaloradas nas plataformas, é necessário saber como se portar nas redes, e o que fazer ao ser vítima de uma ofensa criminosa.

De acordo com a advogada Mariana Polido, especialista em Direito Civil, o primeiro passo é a abertura de um boletim de ocorrência em uma delegacia física ou pela internet. “Feito o registro, caso a ofensa efetivamente constitua um crime, deverá ser identificada a pessoa por trás do usuário. Após identificado quem foi o responsável, a vítima terá o prazo de até 6 (seis) meses para manifestar sua vontade em dar prosseguimento às investigações e ver o ofensor processado criminalmente”, explica.

Por mais que exista uma sensação de impunidade na internet, é necessário ressaltar que com o crime comprovado, o sistema jurídico oferece meios para identificação do autor do fato, o que faz com que a vítima consiga buscar a devida reparação nas esferas cabíveis. “É de suma importância que a vítima guarde todos os prints/capturas de tela do conteúdo ofensivo, como conversas, imagens, URL do conteúdo (código de identificação da página), gravações, entre outras provas. Recomenda-se também a realização de uma ata notarial, que é um documento emitido pela transcrição do conteúdo ofensivo, atestando sua veracidade”, relata a advogada.

Além da esfera criminal, a advogada revela que essa vítima também pode responsabilizar o ofensor em um processo civil. “Com esse procedimento a vítima irá pleitear a retirada do conteúdo judicialmente, bem como obter indenização por danos morais e materiais, desde que comprovados documentalmente”, pontua.

Sobre ressarcimento monetário, a indenização por danos materiais se baseia na perda patrimonial da vítima, desde que esses fatos sejam comprovados.

Alguns casos mais simples podem ser resolvidos diretamente nas redes sociais, por meio das ferramentas de denúncia disponíveis no Facebook, Instagram, Twitter e outras plataformas.

Caso exista uma solicitação judicial para remoção da postagem ofensiva e mesmo assim ela permaneça no ar, a vítima pode responsabilizar também a rede específica que manteve o post. “Com base no artigo 19 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), a rede social apenas pode ser responsabilizada pelos danos provenientes do conteúdo ofensivo feito por seus usuários se, por acaso, foi intimada judicialmente para realizar a remoção do conteúdo e não o fez, exceto em casos de conteúdo de natureza sexual. Ainda assim, o conteúdo precisa também violar políticas da plataforma e termos de uso”, finaliza a advogada.



Mariana Polido - Atuante nas áreas do direito administrativo, cível e ambiental, lida com diversos assuntos inerentes a prática do Direito Público, incluindo causas de concursos públicos, licitações e contratos administrativos, responsabilidade dos servidores públicos, licenciamentos, desapropriações e terceiro setor. Durante a faculdade dedicou-se ao trabalho em órgãos públicos como Procuradoria Municipal de São Paulo e Ministério Público de São Paulo. Tem atuação ativa no mundo acadêmico, se envolvendo com temas de Direito Público relacionados a inovação e sustentabilidade.

 

Duarte Moral

https://duartemoral.com/

@duartemoraladv

 

É possível estimular o aprendizado infantil mesmo em período de férias escolares


As férias escolares já estão aí! As crianças e os adolescentes começam a planejar o que fazer nos dias em que não terão compromisso com os livros e cadernos. Videogames, tablets, celulares e outros eletrônicos já começam a ganhar espaço em suas rotinas.  

  

É nessa época do ano, que pais e responsáveis precisam exercitar o lado criativo e bolar planos incríveis para entreter esta turma com atividades diferentes, que sejam atrativas e, ao mesmo tempo, lúdicas o suficiente para prender a atenção e tirá-los das telas e do universo virtual.    

  

Sei que o desafio é grande, mas não é impossível! Busque por atividades divertidas, que estimulem a criançada, que faça com que eles trabalhem a memória, instigue o aprendizado, exija coordenação motora e outros atributos. Não é preciso misturar todas essas características e habilidades em uma brincadeira só. Pensando em uma delas por vez já é possível inventar uma série de ações, seja para atividades individuais ou até gincanas, se houver a oportunidade de reunir primos, amigos do condomínio, etc.  

  

Se for possível integrar as atividades às tecnologias que eles mais curtem, então, o sucesso estará garantido. Em época da “febre” do TikTok, por exemplo, oferecer brincadeiras que envolvam dança e música pode ser uma ótima ideia para distrair a criançada. O bacana desta atividade é que todos podem curtir juntos e até inventar passos engraçados. Funciona como um excelente exercício físico e vai divertir a família toda por horas.  

  

Outra atividade que costuma render boas risadas e muita diversão é a de inventar histórias. Essa é muito válida para o fim de tarde no sítio ou para um dia chuvoso, em que não é possível fazer muita coisa ao ar livre. Junte os amiguinhos e formem uma roda. A primeira criança cria o início de uma história e define alguns personagens, a segunda continua, acrescentando mais ações e personagens. A terceira também dá sequência, somando mais informações à última frase falada pelo amigo anterior e eles seguem assim até chegar ao último participante. O resultado fica engraçado, pois os pedaços de história nem sempre são coerentes e isso rende boas risadas. Vale, também, usar a mesma mecânica para criar rimas engraçadas. A atividade é ótima para que a criança adquira vocabulário. Se puderem, usem um gravador e ouçam tudo depois. As risadas estarão garantidas!  

  

O mesmo vale para a brincadeira do telefone sem fio. Ela funciona exatamente como na época dos nossos avós e toda a família pode participar. A mãe diz uma frase baixinho no ouvido da criança ao lado, que terá de repetir a frase no ouvido da próxima pessoa. A frase deve ser falada uma vez só. Não vale repetir. Quem não escutou direito, fala no ouvido do próximo da roda o que conseguiu entender. Um transmite a frase entendida ao outro até completar a roda e voltar à primeira pessoa que criou a frase. Na maioria das vezes, o resultado é bem divertido, pois será totalmente diferente da frase original. Com esta brincadeira, a criança treina a audição e a memória.  

  

Se na família houver alguma criança mais tímida, que tal brincar de teatro ou de circo? Os adultos podem ajudar a improvisar fantasias e na criação de uma história. Essa atividade é lúdica, auxilia a treinar a desinibição, desenvolve a coordenação motora na hora de confeccionar fantasias e cenários e estimula a imaginação. Sem dúvida, essa será uma tarde muito rica!  

  

Outra dica legal é invadir a cozinha com a criançada para preparar algumas receitinhas. Pode ser um bolo ou os biscoitos do lanche da tarde. As crianças amam participar desse tipo de atividade, seja ajudando a contabilizar os ingredientes – o que já garante um treino de matemática – ou manuseando a massa, que estimula o lado sensorial. Parece simples, mas no final será uma experiência marcante para os pequenos.  

  

O mesmo vale para atividades ao ar livre e em contato com a natureza. Que tal organizar uma expedição pelo jardim ou pracinha mais próximos usando lupas e lentes de aumento? As crianças podem utilizar esses apetrechos para observar as plantas e os insetos. Peça que eles contem com detalhes o que estão vendo: de que cor é a joaninha? Quantas pernas tem a aranha? Quantas pétalas tem a flor? Se surgir uma abelha, pode ser uma oportunidade interessante de contar como elas espalham o pólen das flores e como são importantes para a natureza. Também vale ensinar sobre a importância da preservação da natureza e, quem sabe, plantar algumas mudinhas no jardim e observar o seu crescimento.  

  

Por fim, abusem dos jogos de tabuleiro, baralho, dominó e outros. Eles são muito úteis para que a criança aprenda que não vencemos em todas as nossas atividades, seja na brincadeira ou na vida.  

  

As férias escolares estão apenas começando e podem ser muito leves e divertidas. Só depende de um pouquinho de planejamento e envolvimento dos adultos!  

  


Sueli Conte - especialista em educação, psicopedagoga, mestre em neurociência, diretora e mantenedora do Colégio Renovação – instituição com mais de 35 anos de atividades do Ensino Infantil ao Médio, com unidades nas cidades de São Paulo e Indaiatuba.  


O Brasil e o pêndulo

A escolha de Margareth Tatcher, como primeira ministra do governo da Inglaterra, logo seguida pela vitória de Reagan para a presidência dos EUA, no começo dos anos 80, sinaliza o fim do ciclo dos governos social-democratas, caracterizados por uma forte intervenção do Estado na economia. O modelo, que prevaleceu na Europa ocidental, desde o fim da segunda guerra mundial, encerrou, assim, o período que ficou conhecido como “os trinta gloriosos”, pelo fato daquelas três décadas ficarem caracterizadas pelo forte crescimento econômico, pela redução da desigualdade e pela grande mobilidade social. 

Os anos oitenta, do século passado, deram a partida ao predomínio de um sistema econômico, cujo cerne era a substituição da ação do Estado pelo livre mercado. Este reinado durou, praticamente inconteste, até o fim da primeira década do século XXI, ou seja, até a crise financeira de 2008, causada pela bolha imobiliária nos EUA. A forte injeção de dinheiro nas economias centrais, feita pelos principais BCs para evitar uma crise sistêmica, sem que houvesse a inflação vaticinada, pôs em xeque um dos pilares desse sistema, que passou a ser questionado. 

Assim, apesar do bom desempenho da economia mundial desde os anos oitenta, os defeitos do modelo começaram a ficar mais evidentes. Assim, a perda do poder dos sindicatos e a maciça transferência de empregos dos países centrais para a Asia criaram cinturões de pobreza nas áreas industriais dos países centrais. 

O decorrente descontentamento de uma parcela significativa da população, especialmente trabalhadores e classe média, teve consequências, levando o pêndulo das tendências políticas mundiais, que estava no centro esquerda durante a predominância dos governos social-democratas e, no centro, durante os anos 80, para o centro direita. O Brexit, na Inglaterra e a eleição do Trump nos Estados Unidos resultaram deste movimento e ajudaram a impulsionar o surgimento de uma série de governos conservadores e populistas, ao redor do mundo, empurrando o pêndulo para a extrema-direita. 

O questionamento iniciado nos anos 90 ao modelo econômico, ganhou força na primeira década do século XXI, e não se limitou ao campo econômico, mas entrou no campo político. No fim da década passada e no início da atual, diversos governos na Europa e nos EUA mudaram de mãos sinalizando a volta do pêndulo para o centro-esquerda. A pandemia ressaltou a importância do Estado, como agente econômico, ao mesmo tempo que mostrava as limitações do mercado. A eleição do Biden nos EUA reforçou este movimento, confirmado agora pelas eleições na Alemanha, com o Estado recuperando seu papel histórico. 

A mesma Alemanha foi, talvez, a primeira a dizer, com todas as letras, que o Estado iria intervir, sempre que necessário para defender e fortalecer sua indústria, indispensável para a manutenção do bem estar de sua sociedade, para enfrentar o desafio de competir, em igualdade de condições, com as grandes corporações mundiais apoiadas por seus respectivos governos. Foi seguida, nesta direção, pelos EUA onde o Biden anunciou planos trilionários para recuperar a capacidade produtiva e tecnológica do país. 

Recentemente foi a França que anunciou um programa de incentivos a diversos setores tecnológicos. A recente mudança do pêndulo da extrema-direita para uma posição mais próxima do centro-esquerda resultou, não somente do esgotamento do modelo econômico implantado, mas também da necessidade, claramente evidenciada durante a pandemia, dos países terem um certo grau de autossuficiência produtiva e tecnológica, para não depender integralmente de importações de terceiros países que podem colocar restrições às suas exportações num contexto de crise. Os problemas no abastecimento de diversos materiais críticos, mostrou a vulnerabilidade de muitos países, em função da produção globalizada. 

Esta vulnerabilidade, demonstrada pela maioria dos países ocidentais, e evidenciada pela dependência das importações da China e do Sudeste da Ásia, acendeu um sinal de alarme nos países desenvolvidos. Boa parte deles passou a colocar restrições à perda de controle acionário de suas empresas com tecnologia avançada, anunciou programas de incentivo às suas multinacionais que trouxessem de volta parte de sua produção alocada no exterior, bem como passou a implementar diversas políticas públicas de apoio à indústria de transformação, de seus próprios países, e ao desenvolvimento tecnológico. 

O sucesso da China, após o do Japão e da Coreia, em desenvolver os respectivos países, privilegiando a industrialização está sendo seguido recentemente, como já dissemos, pela Alemanha, EUA, e França e por boa parte dos países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Ficou claro que, sem uma ação coordenada do Estado não é possível alavancar o desenvolvimento dos países emergentes que adotaram o modelo e, assim, a mudança do pêndulo para o centro-esquerda, reabilitou o papel do Estado na economia. 

O Brasil foi um dos países onde a pandemia desnudou nossas fragilidades. A falta de fármacos, vacinas, equipamentos e insumos hospitalares, evidenciada pela corrida desordenada para importar máscaras, EPIs, insumos para remédios, respiradores, vacinas e tantos outros itens e o desabastecimento de diversos componentes, como semicondutores e circuitos integrados, após a pandemia, deveria ter deixado claro que o país precisa de políticas públicas de desenvolvimento, focadas na indústria, para recuperar o espaço perdido e voltar a ter uma indústria complexa, sofisticada e competitiva. 

Na realidade, precisamos de um projeto de país, focado no bem estar da sociedade brasileira. Desenvolvimento, criação de empregos, redução de desigualdades, nivelamento do acesso às oportunidades, saúde, educação e uma certa autossuficiência produtiva e tecnológica foram todos temas relegados a um segundo plano, na vã esperança que o mercado resolvesse estes problemas. Já passou da hora do Brasil mudar de rumos.

 


João Carlos Marchesan - administrador de empresas, empresário e presidente do

Conselho de Administração da ABIMAQ.


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