Especialista explica quais são os sintomas de gripes, resfriados e alergias, comuns nessa época do ano, e de Covid-19. Atividade física, higiene e alimentação ajudam a fortalecer a imunidade.
Mudanças bruscas de
temperatura e baixa umidade do ar são características do nosso outono/inverno.
Nesta época é mais comum ambientes fechados, pouco arejados, o que contribui
para proliferação de vírus e doenças respiratórias. Dra. Maura Neves
Otorrinolaringologista do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo
explica que devido o surgimento do COVID-19 devemos redobrar os cuidados para
evitar contágio deste e outros vírus - além das doenças respiratórias comuns
nesta época do ano como rinite, sinusite, dentre outras.
"É extremamente
importante aderir à campanha de vacinação contra gripe que teve início em
12/04, dessa forma mesmo não imunizados contra o coronavírus existe menos
riscos de contrair gripe, resfriados e pneumonias. Sendo assim o organismo fica
mais resistente e o sistema imunológico mais forte, menos suscetível ao
COVID-19 e consequentemente menos chances de superlotar o sistema de
saúde." Explica a especialista.
Abaixo a médica
explica os sintomas e causas das principais doenças de outono/inverno:
• Covid-19: o contagio se dá
através de inalação de gotículas com o vírus. Estas gotículas podem ser
originadas de espirros ou tosse de alguma pessoa já contaminada ou através das
nossas mãos contaminadas (ao serem levadas a face, boca, olhos, nariz). Por
este motivo as medidas de higiene adotadas com lavagem de mãos, álcool gel (que
mata vírus de gripe e coronavírus) e evitar o contato direto com outras pessoas
reduz o contágio.
• Asma: caracterizada por
espasmo da musculatura dos brônquios, que causa dificuldade de respirar, chiado
e aperto no peito, respiração curta e rápida. Os sintomas pioram de noite e nas
primeiras horas da manhã ou em resposta à prática de exercícios físicos, à
exposição a alérgenos, à poluição ambiental e às mudanças climáticas. Desta
maneira, a asma é causada por fatores alérgicos ou irritativos na via respiratória.
• Bronquiolite: infecção viral dos
bronquíolos, que tem início do quadro com leve resfriado, que progride após 2 a
3 dias com chiado no peito, tosse, fadiga respiratória, cianose e febre. A
infecção apresenta graus variáveis de gravidade: de leve a severa, necessitando
de internação em UTI. O principal causador é o vírus sincicial respiratório.
• Resfriado: coriza, espirros,
obstrução nasal, dor de garganta, tosse e rouquidão são os sintomas da doença,
que é causada por vírus. Duração de 3 a 7 dias.
• Gripe: os sintomas dos
resfriados são acompanhados de febre e são causados por vírus. Duração de 3 a 7
dias.
• Pneumonia: infecção bacteriana
ou viral no pulmão. Causa tosse, falta de ar, dor torácica e febre. Pode
ocorrer tosse com expectoração.
• Sinusite: infecção viral ou
bacteriana dos seios da face. Causa sempre obstrução nasal e secreção amarelada
(critérios diagnósticos maiores). Alguns pacientes podem apresentar dor de
cabeça, dor nos dentes superiores, tosse e febre.
• Rinite: causa alérgica ou
irritativa. Os sintomas são obstrução nasal, coriza clara, espirros e coceira
(nariz, céu da boca, olhos, ouvidos).
• Otite: infecção bacteriana
da orelha média. Causa dor de ouvido, altercação auditiva e febre. Em alguns
pacientes pode ocorrer ruptura timpânica com saída de secreção.
Dra. Maura reforça que
é importante seguir algumas orientações para evitar essas doenças:
• Controle ambiental e
dos ácaros;
• Manter o ambiente
ventilado e realizar limpeza frequente com pano úmido;
• Encapar colchões e
usar revestimento impermeáveis (corino, courvim, napa etc.) em estofados e
almofadas, evitar tapetes grandes e carpetes, pelúcias, pilhas de jornais e
revistas, madeiras e outros itens que retém poeira e mofo;
• Trocar e lavar a
roupa de cama com água quente pelo menos a cada duas semanas;
• O travesseiro deve
ser colocado no sol várias vezes por semana e trocado por um novo com
frequência. Deve ser realizada a aspiração do pó de colchão, cortinas, tapetes
e estofados semanalmente;
• Manter animais fora
de casa ou, pelo menos, fora do quarto de dormir. Lavar as mãos após contatos
com animais. Cães e gatos devem tomar banho semanal;
• As janelas devem
ficar abertas e o ambiente bem ventilado nos casos relacionados a ácaros e mofo
e devem ficar fechadas (ou bloqueadas com tecido grosso) nos casos relacionados
a pólen de gramíneas e árvores na época de polinização.
Entre as medidas de
suporte para os sintomas, estão:
- Aplicar solução
fisiológica no nariz em forma de aerossol ou spray, ou com o auxílio de uma
seringa, ajuda a aliviar os sintomas e a congestão nasal através da hidratação
e fluidificação das vias aéreas;
- Para amenizar os
desconfortos respiratórios, uma opção são os umidificadores de ar,
especialmente em dias com umidade relativa do ar mais baixa. Mas, é preciso
ficar atento para não deixá-lo ligado por períodos longos, uma vez que o
excesso de umidade pode colaborar com a proliferação de fungos e bactérias.
"O ideal é manter o aparelho ligado em uma intensidade baixa e uma porta
ou janela aberta para escape e por períodos curtos." Completa Dra. Maura
Neves.
-Outra medida mais
econômica e efetiva é colocar uma toalha de rosto úmida no quarto de dormir,
perto da cama. Já as bacias não são efetivas porque a superfície e evaporação
são pequenas;
- Não se esquecer da
recomendação universal que é a hidratação, ou seja, ingerir bastante água.
Dra. Maura Neves • Otorrinolaringologista • Formação: Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo • Graduado em medicina pela
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP • Residência médica em Otorrinolaringologia no
Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP
• Fellowship em Cirurgia Endoscópica Nasal no Hospital das Clinicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP • Título de
especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia
Cérvico-Facial - ABORL-CCF • Doutorado
pelo Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital das Clinicas Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo - USP
Clínica MEDPRIMUS