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terça-feira, 20 de outubro de 2020

70% dos paulistas usam celular antes de dormir, aponta levantamento do INER

Segundo especialistas, hábito pode prejudicar qualidade do sono; quase metade dos entrevistados revelou, também, dormir menos do que o recomendado 

 

O dado é impressionante: 70% dos paulistas têm o hábito de usar o celular antes de dormir, prática que pode interferir na qualidade do descanso. É o que revelou o levantamento "Hábitos e percepções do sono: um estudo contemporâneo do repouso", realizado pelo Instituto Nacional de Estudos do Repouso (INER), com o objetivo de avaliar a relação da população com o sono, sua preparação e cuidados com os itens indispensáveis ao ato de dormir.

Além do uso de aparelhos eletrônicos, foi constatado que, apesar de 76% dos entrevistados de São Paulo considerarem muito importante ter uma boa noite de sono, quase metade (45%) não consegue dormir a quantidade de horas recomendadas (de seis a oito horas) - algo que pode ter impacto na saúde. De acordo com um estudo publicado na revista científica NCBI, não dormir adequadamente pode impactar a concentração e a motivação, além de aumentar as chances de ansiedade e depressão.¹

Os resultados do levantamento mostram que os hábitos de sono interferem diretamente na rotina do indivíduo e vice-versa. Enquanto o estresse foi apontado por 43% dos entrevistados paulistas como o principal fator para noites de insônia, estudos como o publicado pela NCBI mostram que indivíduos que dormem mal tem mais predisposição à irritação, por exemplo.¹

"Uma boa noite de sono tem mais impacto em nossa rotina do que se imagina. Por isso, é importante ter atenção a todos os aspectos relacionados ao ato de dormir, desde os momentos que precedem o sono até a escolha adequada do colchão", afirma Fabiana Manzano, diretora-executiva do INER.


Colchão: um novo espaço de entretenimento

Outro achado interessante está relacionado à mudança de status do colchão: de um item unicamente voltado para o ato de dormir para um espaço de entretenimento, função antes que era apenas do sofá. O levantamento apontou que quase 60% dos entrevistados assistem TV ou séries e 50% jogam videogame deitados em seu colchão. Ler, meditar e até fazer refeições foram outras atividades mencionadas pelos entrevistados.

Se, por um lado, isso pode indicar como o colchão vem ganhando espaço dentro dos lares brasileiros, por outro chama a atenção para a necessidade de maior cuidado com a escolha e manutenção do colchão. Apesar de 61% dos entrevistados paulistas saberem que o colchão tem validade, 32% não realizam a troca no prazo de cinco anos, considerado adequado pelos especialistas. "É importante reforçar que cinco anos não representam, necessariamente, um prazo máximo para troca do colchão, mas sim um período em que devem ser redobrados os cuidados com esse que é o principal produto relacionado com a qualidade do nosso sono", ressalta Fabiana Manzano.

 

INER -  Instituto Nacional de Estudos do Repouso (INER)

 

Referência:

Chattu, V.; Manzar, D.; Kumary, S.; Burman, D.; Spence, D.; Pandi-Perumal, S. The Global Problem of Insufficient Sleep and Its Serious Public Health Implications. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6473877/


Abuso de drogas: fatores de risco para mulheres

Uma pesquisa feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que dos entrevistados, quase 5 milhões usaram alguma droga ilícita 12 meses antes do questionário e 2,3 milhões apresentaram dependência de álcool. Contudo, é percebido que os efeitos do abuso de drogas, se refletem nas relações sociais.


Para as mulheres, os fatores de risco são ainda maiores e podem vulnerabilizá-las ainda mais. Na medida que o uso de drogas faz com que elas deixem de exercer papéis socialmente esperados para elas, como o de boas mães, cuidadoras e provedoras. Esse peso da desigualdade de gênero, gera impactos no processo saúde-doença das mulheres e causa, geralmente, a dependência química. 

Para entender melhor sobre os fatores de risco para mulheres em consequência do abuso de drogas, conversamos com o médico psiquiatra Marcel Vella Nunes do Hospital Santa Mônica. Confira! 
 

O abuso de drogas por mulheres

A pós-modernidade é marcada por uma série de conquistas sociais que resultaram em maior liberdade às mulheres, no entanto, essa era segue se mostrando desigual. Apesar de hoje muitas mulheres serem “chefes de família” e exercerem dupla jornada de trabalho, elas ainda são subvalorizadas, com menores salários, estigmas e preconceitos, além, dos números alarmantes de violência de gênero e doméstica. 

Essa desigualdade gera um impacto grande na vida das mulheres que afeta o seu processo saúde-doença, podendo causar o adoecimento físico e psíquico, e em muitos casos, o abuso de drogas, levando a dependência química ou do álcool. O fato de as mulheres estarem em uma posição desprivilegiada no seio social, faz com que muitas busquem nas substâncias psicoativas uma forma de lidar com todas as pressões sociais. 

Os motivos que levam as mulheres a iniciarem o uso de drogas se diferem das razões masculinas. No geral, elas começam a utilizar essas substâncias a partir da ocorrência de eventos significativos, como violência doméstica, problemas psicológicos, problemas com o próprio corpo, autoestima, pressões profissionais, desestruturação familiar e problemas com saúde. 

A inserção das mulheres no mercado de trabalho — ainda que seja uma conquista — somada às exigências sociais de feminilidade, colaboram para o sentimento de inadequação, os quais são um gatilho para o abuso de drogas, como 
álcool, medicamentos antidepressivos, anorexígenos e outras substâncias. Há também fatores biológicos que favorecem o uso de drogas, principalmente o abuso de medicamentos de prescrição. 

Os efeitos do uso de drogas também são diferentes entre os sexos. “A mulher tem uma maior propensão a se tornar dependente do que os homens”, explica Dr. Marcel. A população feminina tende a ser mais impactada pelo uso abusivo de drogas, sofrendo de danos físicos, biológicos e cerebrais. A seguir falaremos mais sobre isso. 


Os principais fatores de risco para mulheres

A própria forma como as mulheres buscam pelas drogas já é diferente dos homens. Como citamos, os motivos que levam a população feminina a buscar por essas substâncias divergem dos homens, que não apresentam um fator desencadeante típico, como as mulheres.

O consumo feminino tende a ser no estilo binge, que é fazer o uso de grande quantidade de drogas em um curto tempo. As mulheres tendem a consumir mais em menos tempo. Mas mais do que isso, as mulheres têm uma maior predisposição por se tornarem dependentes químicas ou do álcool. Isso porque, “o volume corporal de água das mulheres é menor que o dos homens. Assim a concentração de álcool ou de outras drogas no sangue é maior, ou seja, elas se intoxicam mais rápido”, revela o médico. 

Além disso, cientistas que estudaram os efeitos do uso da droga, descobriram que as mulheres podem ter problemas relacionados à produção de hormônios, ciclo menstrual, 
fertilidade, gravidez, amamentação e menopausa. No entanto, dr. Marcel adverte que “não é o hormônio feminino que torna as mulheres mais sensíveis, é justamente ao contrário, as substâncias que afetam a produção hormonal”.

De acordo com o estudo “
Sex and gender differences in substance use”, o uso de drogas, principalmente, estimulantes e psicoativas, pode prejudicar o nascimento de bebês, além de aumentar os riscos de aborto espontâneo, causar enxaquecas, convulsões e alterar a pressão arterial da mãe.

Além disso, o 
risco de natimortos é 2 a 3 vezes maior em mulheres que fumam tabaco ou maconha, abusam de medicamentos prescritos ou fazem uso de drogas ilícitas durante a gravidez. Segundo o American College of Obstetrics and Gynecology (ACOG) o uso frequente de maconha durante o primeiro e segundo trimestre de gravidez pode gerar bebês menores ou com a cabeça pequena.

Mulheres dependentes de álcool também têm uma maior predileção por desenvolver câncer de mama, sem contar que o uso abusivo do álcool pode afetar a função reprodutiva e sexual das mulheres. Assim como, o uso de cocaína altera o hormônio responsável pela produção de leite, chegando até mesmo a desenvolver essa produção, mesmo que a mulher não esteja grávida. 

No entanto, mulheres têm uma maior dificuldade por procurar ajuda, principalmente durante ou depois de uma gravidez. Muitas delas têm medo dos julgamentos sociais, do abandono familiar ou de perder os filhos. Por isso, é especialmente importante a criação de programas voltados para o 
tratamento e prevenção do uso de drogas em mulheres, uma vez que como apresentado os fatores de risco são diferentes para elas. 

No próximo tópico abordaremos mais de sobre o tratamento da dependência química, voltado para mulheres. 


A importância do tratamento de dependência química

O primeiro ponto é que é preciso entender a diferença entre usuário e dependente. Enquanto o primeiro faz uso eventual, sem que o consumo afete a sua vida pessoal, profissional e seus comportamentos, o segundo não tem domínio sobre sua vontade de consumo. O hábito se torna uma prioridade no seu dia a dia, o que afeta negativamente a sua vida em diferentes aspectos. 

A superação da dependência, na maioria das vezes, só é possível com o tratamento adequado. O processo de desintoxicação tende a ser muito difícil, mas é essencial para que o paciente possa recuperar a sua vida e ter hábitos mais saudáveis, por isso é muito importante procurar um hospital de confiança, como o 
Hospital Santa Mônica que há 50 anos é referência em psiquiatria.

As primeiras etapas de desintoxicação e acompanhamento terapêutico são as fases mais importantes do tratamento. Uma vez que para limpar o organismo, o paciente é submetido a um processo de redução do consumo até parar totalmente. E nessa fase é comum os sintomas de abstinência, como fissura intensa, violência, estresse, alucinações etc. 

No entanto, é válido lembrar que o apoio e a presença da família também são igualmente importantes para o sucesso do tratamento. Muitas mulheres não procuram ajuda por pensarem que serão julgadas pelas suas famílias. “O sucesso do tratamento está diretamente ligado com a detecção e a intervenção precoce dessa dependência”, aponta o psiquiatra. 

Por isso, fique atento em casos de abuso de drogas entre seus amigos e familiares. Caso alguém próximo a você esteja apresentando comportamento anormal, tente conversar com ela e sugira que juntos vocês procurem a ajuda de um psicólogo. Os fatores de risco para mulheres dependentes são muito graves, mas com cuidados precoces é possível reverter esse quadro.


Como evitar relação sexual perto dos seus filhos

Terapeuta sexual fala sobre como a cena de sexo pode atrapalhar no desenvolvimento da criança

 

Ter relações sexuais perto dos seus filhos pode gerar um grande conflito familiar, pois muitos pais ainda não sabem como lidar com esse assunto e acabam juntando o seu quarto com o da criança e isso se torna uma situação desconfortável para a família.

A terapeuta sexual Danni Cardillo, explica para os pais como lidar com esse isso e também conversar com os seus filhos.

“Eu entendo que após o nascimento do filho a rotina do casal acaba mudando, por conta da criança e não é raro o casal aproveitar o momento de descanso do filho, para a prática de relação sexual” diz a terapeuta.

Porém esse momento para o casal precisa ser reservado, não tem necessidade de envolver uma criança que ainda não entende nada. Claro que depende da idade de cada uma e essa conversa sobre o ato sexual precisa ser falado abertamente para os seus filhos, para que não haja nenhum desconforto em torno disso.

“Sugiro aos pais falar de sexualidade com os filhos e que isso seja uma pauta familiar, respeitando mutuamente a privacidade de cada um” esclarece a terapeuta sexual.

Evite deixar as crianças dormirem na mesma cama que os pais, desde o começo invista que o seu filho durma em quarto separado e também mostre o que sempre ao entrar no quarto, bata na porta, para caso ocorra algo e nisso inclui a privacidade de cada um.

A criança não tem muita noção do que se trata a situação. Tudo o que ela conhece foi o pai e mãe que a trouxeram ao mundo. Visualizar uma cena de sexo é como uma espécie de agressão, uma situação de violência.

“Se coloque no lugar do seu filho e entenda como deve ser ruim caso ele ouça o barulho da relação sexual dos pais, isso pode afetar muito” diz Danni Cardillo.

Eles enxergam nos pais a figura de proteção, como grandes cuidadores, quando eles presenciam uma cena sexual, isso choca eles em vários sentidos como se fosse uma cena de abuso. Os pais acabam que não pensam desse jeito na maioria das vezes e nem imagina que isso se passa na cabeça dos seus filhos.

Caso isso ocorra, esteja sempre atento ao seu filho se observar alguma mudança no comportamento, tente conversar para que isso se esclareça.


Como identificar se seu filho está triste ou deprimido?

A infância e a adolescência são fases difíceis. Os jovens passam por diversas mudanças hormonais e comportamentais e, muitas vezes, não sabem como lidar com tantas coisas novas acontecendo ao mesmo tempo. Por isso, é preciso que os pais fiquem atentos ao seu comportamento, pois crianças e adolescentes também sofrem de depressão e os números da doença têm crescido nos últimos anos. 

Um levantamento divulgado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) aponta que os atendimentos ambulatoriais relacionados à depressão cresceram 115% para pacientes de 15 a 29 anos, entre 2015 e 2018. Os jovens nessa faixa etária representam 45% do total de atendimentos. 

Neste post, vamos falar um pouco sobre a diferença entre tristeza e depressão, apontar quais são os sinais de alertas e mostrar como ajudar um filho com depressão. Acompanhe as dicas da Dra. Luciana Bari Mancini Bari, clínica geral do Hospital Santa Mônica!


A diferença entre tristeza e depressão

Qualquer pessoa vai se sentir triste em alguns momentos da vida. A tristeza é uma reação natural a situações difíceis — a perda de algo ou alguém, a rejeição pelos colegas de escola, a sensação de incapacidade, uma doença etc. No entanto, quando esse sentimento se prolonga por mais de duas semanas e passa a afetar a rotina do jovem, é preciso ficar em alerta.

A depressão é uma doença que costuma ter a tristeza como um de seus sintomas. Além disso, a pessoa deprimida perde o interesse por atividades do dia a dia, tem pensamentos negativos e fica irritadiça. Esses sintomas podem se prolongar por semanas, meses ou mais tempo. A depressão pode influenciar na energia da criança ou do adolescentes, no sono, apetite e vida social. 


Como saber se o seu filho está triste ou deprimido

Como falamos, as mudanças bruscas no comportamento, que perduram por mais de duas semanas e afetam a vida cotidiana da criança e do adolescente, são as principais pistas de que algo não está bem.

Nas crianças mais jovens, a reclamação sobre sintomas físicos também deve acender o sinal de alerta dos pais. Como muitas vezes elas ainda não conseguem expressar problemas emocionais, acabam se queixando de dores no corpo. Os menores também podem sofrer, por precisarem estar longe dos pais, e desenvolver problemas comportamentais, ficando muito agitados. 

A seguir, confira uma lista com outros sintomas que podem indicar que o seu filho está com depressão:

  • irritabilidade ou agressividade;
  • afastamento dos amigos;
  • preocupações ou medos recorrentes;
  • falta de vontade de participar de eventos sociais;
  • aumento da sensibilidade à rejeição;
  • mudanças no apetite (aumento ou diminuição);
  • dificuldade de concentração;
  • cansaço ou falta de energia;
  • sono excessivo ou insônia;
  • queixas de problemas físicos que não respondem a tratamentos;
  • sentimento de culpa;
  • falta de interesse por atividades que antes eram prazerosas;
  • pensamentos negativos ou suicidas;
  • indecisão;
  • insegurança;
  • automutilação;
  • pensamentos suicidas

Nem todas as crianças e adolescentes apresentam todos esses sintomas — eles podem variar e aparecer alternadamente, em diferentes momentos. Os mais comuns, segundo um artigo publicado na Medical News Today, são as mudanças no comportamento em situações sociais, perda de interesse e baixa performance nas atividades escolares e modificações na aparência. Além disso, por volta dos 12 anos, a criança também pode começar a beber e a usar outros tipos de drogas


Como ajudar um filho com depressão

“Alguns familiares têm dificuldade de aceitar a doença. Principalmente, aqueles pais que sempre foram presentes e puderam proporcionar uma boa educação, lazer e cultura, considerando os sintomas como frescura , mas não é. A criança ou o adolescente não escolhe ficar deprimido. Assim como ninguém escolhe ter diabetes, por exemplo. A depressão é uma doença e precisa ser tratada”, comenta a dra. Luciana Bari.

O primeiro passo para saber como ajudar um filho com depressão é pesquisar sobre o tema e conhecer os sintomas da doença. Depois disso, é preciso estar sempre atento ao comportamento da criança ou do adolescente. Em apenas alguns minutos focando na criança ou conversando com ela, é possível identificar os primeiros problemas. Manter contato constante com a escola também facilita a identificação de alguns sinais.

A médica reforça ainda que “quanto mais rápido identificar os sintomas e iniciar o tratamento, menores serão os prejuízos destas crianças ou adolescentes”. Por isso, caso note que ele apresenta alguns dos sintomas, chame para o diálogo. Procure saber o que o incomoda e leve a sério as respostas, independentemente de qual seja a questão — mesmo que pareça algo sem importância para você, isso pode estar afetando a saúde mental da criança. Caso o seu filho não queira conversar, deixe claro que está disponível e que ele pode contar com a sua ajuda quando se sentir confortável.

“A velocidade da tecnologia e a nova era digital contribuem para que o adolescente ou criança se isolem socialmente, o que dificulta muitas vezes para família, a identificação destes sintomas. Nesses casos, uma consulta com um profissional qualificado, pode ser imprescindível para o diagnóstico precoce e o inicio do tratamento”, salienta dra. Luciana.

A depressão é uma doença e precisa ser devidamente diagnosticada e tratada por uma equipe multidisciplinar. O diagnóstico é feito por meio de conversas com a criança e com os pais. A partir da observação dos sintomas, o médico vai determinar se o paciente tem depressão ou outros tipos de transtornos.

O tratamento para depressão combina o uso de medicamentos com terapias, aconselhamento familiar e mudanças na rotina. Em alguns casos, nem sempre as primeiras tentativas funcionam e é necessário fazer ajustes na estratégia e nas dosagens dos remédios, por isso, é muito importante que a criança tenha apoio emocional.

É fundamental que os pais também tenham em mente que essa condição é uma doença e precisa ser tratada como tal. Às vezes, os adultos se sentem culpados e acreditam que demonstrar amor e dar mais atenção podem solucionar o problema, mas na realidade, isso não acontece. O  principal papel dos pais no tratamento da depressão é buscar por bons profissionais e oferecer o apoio emocional que a criança precisa para se curar.

 


Hospital Santa Mônica


Confira sinais para saber se você está preparada para um relacionamento

As pessoas com mais chance de sucesso são aquelas que têm companheiros com uma grande capacidade de incentivo e apoio. Após realizar um estudo com casais, pesquisadores da Carnegie Mellon University, de Pittsburgh (EUA), constataram que indivíduos com cônjuges apoiadores eram mais propensos a enfrentar desafios potencialmente compensadores. Estar amparado por pessoas que estimulem o crescimento significa mais progresso, bem-estar e felicidade. Muitas pessoas de sucesso citam, incansavelmente, as suas companheiras, como nos casos de Barack Obama, ex-presidente dos EUA, e Mark Zuckerberg, CEO do Facebook. Ambos reconhecem os papéis determinantes de suas esposas em suas respectivas carreiras. Mulheres fortes, igualmente poderosas e seguras.

“Sim, da mesma forma que elas têm poderes para impulsionar e garantir o sucesso dos seus companheiros, mulheres não preparadas podem enfraquecê-los se não estiverem no mesmo nível, prejudicando a sua capacidade de prosperar”, afirma Jennifer Lobo, fundadora e CEO do site de relacionamento MeuPatrocínio, uma das empresárias responsáveis pela plataforma educacional Escola da Elite. O programa de treinamento é voltado para “aspirantes” a um lugar nas altas esferas sociais, mas, mais do que ensinar os “segredos para conquistar um homem rico, muito rico”, o curso propõe-se a instruir as suas alunas “para uma vida em qualquer ambiente”, comenta Jennifer. “Muitas mulheres buscam um parceiro milionário, mas não estão preparadas e qualificadas para encontrá-lo ou não estão aptas a seguir a vida no patamar deles, mais elevado. A Escola da Elite veio para orientar e educar pessoas interessadas em subir de nível na sociedade, com segurança”.

Conquistar um milionário não é tarefa fácil, exige muita determinação e comprometimento. Nos módulos do curso, “Sete Passos para a Alta Sociedade”, as alunas aprendem sobre linguagem corporal, técnicas de conversação, etiqueta, aparência e dress code, além de estratégias para conhecer e fazer amizades com as pessoas certas, os caminho para integrar os melhores círculos sociais, o que fazer e não fazer em encontros e, principalmente, como começar do zero! Alcançar o objetivo e ter um milionário para chamar de seu é só o início de uma nova trajetória. “A vida vai seguir e a mulher deve estar apta a conviver com pessoas sofisticadas material e intelectualmente, em ambientes até então desconhecidos para muitas. O homem vai buscar uma parceira e quer encontrar alguém com capacidade para acompanhar o seu estilo, alguém que transmita segurança, que lhe forneça mais poder, facilite os seus contatos sociais e que não cause constrangimentos”, garante a empresária. “Se você aceitar o desafio, esteja pronta para se desenvolver e se educar constantemente. É um aprendizado diário e você só será respeitada na medida em que contribuir para o sucesso e bem-estar do seu companheiro”, finaliza.

 


EscoladaElite.com

www.escoladaelite.com


Distúrbios alimentares: Saiba quais são as suas características e como tratar

A pressão imposta pela sociedade para que as pessoas se enquadrem em um padrão de beleza ideal faz com que grande parte da população mantenha hábitos alimentares prejudiciais à saúde, como a redução extrema ou o consumo excessivo de determinados nutrientes.

Fatores psicológicos, como a ansiedade e depressão, são alguns dos principais motivos que influenciam o surgimento de distúrbios alimentares. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que cerca de 4,7% da população brasileira possui algum tipo de transtorno alimentar. Entre os jovens, este número sobe para 10%.

De acordo com a psicóloga da Clínica Penchel, Marena Petra, distúrbios alimentares geralmente estão relacionados com períodos de transições, nos quais o corpo humano enfrenta intensos processos hormonais. “As mudanças de comportamento, características do período entre a adolescência e o começo da vida adulta, também afetam drasticamente a alimentação”, destaca.

Segundo a nutróloga Fernanda Chierici, as disfunções possuem diversas ramificações perigosas, como a anorexia nervosa e a bulimia. “A anorexia, por exemplo, é extremamente maléfica à saúde pois, o jejum, restrito de nutrição necessária, pode levar a deficiências nutricionais generalizadas. Um dos sintomas que podemos observar em mulheres é a inibição ciclo menstrual”, explica.

A bulimia nervosa, composta por episódios recorrentes de compulsão alimentar seguidos de práticas compensatórias, inflige danos semelhantes ao corpo. “Além dos vômitos forçados, outros métodos purgatórios são também utilizados, como o uso de laxantes, diuréticos e medicamentos, podendo colocar a saúde do indivíduo em risco agudo”, avalia Fernanda Chierici.

A psicóloga destaca a importância do diagnóstico precoce para a intervenção de qualquer distúrbio. “O tratamento exige ações conjuntas entre psicólogos, psiquiatras e nutricionistas, tendo em vista que o uso de medicamentos especializados, a ingestão controlada de alimentos e a prática adequada de atividades físicas, são primordiais. É importante ficar atento aos hábitos de pessoas próximas para evitar que o transtorno evolua e leve ao óbito”, conclui.


Quer praticar mindfulness? Veja por onde começar

Temos ouvido muito sobre o impacto positivo da meditação (mindfulness) em nossas vidas. Como prática contemplativa e de aquietamento da mente, o mindfulness oferece, de maneira focada, tempo para relaxamento e conscientização de nosso estado. Ele proporciona recursos internos para lidar com ansiedade e estresse, cujos sentidos são muitas vezes alterados e influenciados negativamente. “Com a prática, o mindfulness tem o potencial não somente de trazer alívio temporário do estresse, mas de transformar nossa maneira de interagir com o mundo”, afirma Vivian Wolff, coach especialista em desenvolvimento humano e mindfulness pelo Integrated Coaching Institute (ICI).

 

Benefícios

Aumento da calma e da sensação de relaxamento interno, melhoria da energia e do entusiasmo pela vida, redução do risco de estresse, depressão e ansiedade, e ajuda no controle das emoções. Estudos mostram que entre 8 e 12 semanas de práticas formais diárias já trazem mudanças psicológicas positivas. Se incluída de forma habitual, os resultados se ampliam. “A prática regular do mindfulness nos treina a focar a atenção em uma coisa só, no presente, sem julgar ou reagir. Por isso a técnica, além de aumentar a concentração e a eficiência, torna as pessoas mais receptivas e menos reativas. Pense no mindfulness como um mastro segurando a bandeira de nossos pensamentos e fazendo um contraponto positivo ao nosso caos mental e distração contínua”, reforça a coach.

 

Quem pode fazer

A meditação pode ser praticada por qualquer pessoa de qualquer idade. Até crianças podem meditar. “É importante ter em conta que durante a prática do minfulness pode surgir um aumento das sensações físicas ou emocionais. Portanto, caso você esteja em tratamento de alguma enfermidade, é recomendado avisar o instrutor, para que ele possa gerenciar melhor as suas necessidades, se surgirem”, alerta Vivian.

 

Como iniciar

Segundo a especialista, introduzir o mindfuness no cotidiano é como começar a ir à academia. Requer motivação, tempo para si e disciplina. O ideal é ser apresentado à pratica através de um curso com um instrutor. “Durante as aulas, é possível aprender técnicas variadas que vão ajudar a escolher a que melhor se adapte ao seu estilo de vida”. Em geral, os cursos duram 8 semanas. Depois, já é possível seguir sozinho. A meditação deve ser introduzida aos poucos. “No início, uma prática diária de 5-10 minutos pode ser uma boa maneira de começar e se auto motivar. À medida que vamos nos aprofundando na técnica, podemos aumentar nosso tempo. O recomendado, considerando nossos afazeres e ritmo de vida, é entre 20-45 minutos diários”, pontua Vivian.

 

Qual a frequência ideal

A recomendação é que a frequência da meditação seja diária. Com o mindfulness, é possível também fazer exercícios de pausas ao longo do dia, propiciando ao praticante o treino e a tomada de consciência no presente, onde quer que você esteja, quantas vezes por dia desejar.

 

Qual o melhor horário

“Não importa se é de manhã, à tarde ou à noite. O horário para realizar a atividade deve ser o que melhor funciona para você. O fundamental é a regularidade, pois realizar as práticas de maneira diária e sistemática é o que vai produzir os maiores benefícios”.

 

Onde fazer

A recomendação é praticar em um lugar tranquilo e silencioso. “Ruídos como vozes, música ou sirenes podem captar nossa atenção e distrair nossa mente. Uma boa dica é meditar sempre no mesmo lugar. Isso ajuda a criar uma rotina e a manter o hábito”, aconselha Vivian Wolff. A coach afirma que a partir do momento em que a prática já estiver estabelecida e consolidada, é possível experimentar diferentes tipos de estímulos durante sua meditação. Quanto à posição, o praticante pode meditar sentado no chão, em uma cadeira ou almofada, deitado e até mesmo em pé. “O importante é se sentir estável e confortável durante a atividade”.

 

Que roupa usar

“Já meditei com pessoas de terno e vestido curto. Desde que você esteja à vontade, não existe um traje específico. A sugestão é que seja uma roupa que te permita ficar parado por um longo período, sem incomodar, causar calor ou frio, e que seja de tecido agradável ao toque, como malha ou algodão”.



Sozinho ou acompanhado

Segundo a especialista, uma companhia para meditar é sempre melhor, pois gera motivação e troca de experiências. “Durante as aulas de mindfulness em um curso formal, a rede de apoio do grupo promove mais energia, mais estímulo e resulta em grandes transformações positivas”, finaliza Vivian Wolff.


Quedas na melhor idade: entenda como os cuidados com a visão ajudam na prevenção destes acidentes

Já ouviu falar no envelhecimento da população? Esta é uma realidade não só no Brasil, como no mundo todo. O número de pessoas acima dos 65 anos de idade cresceu 26% entre 2012 e 2018, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2042, a projeção é de 57 milhões de idosos no País, 24,5% do total de habitantes. Por isso, falar sobre os cuidados e bem-estar dos idosos é assunto sério e importante para todos. 

Um dos contratempos mais comuns nesta faixa etária são as quedas, que acontecem, muitas vezes, dentro de casa. Como aponta o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, estima-se que há uma queda para cada três indivíduos com mais de 65 anos. Dentre os mais idosos, com 80 anos ou mais, 40% sofrem com este tipo de acidente por ano.

“Entre as diversas causas, podemos destacar problemas na visão. Por exemplo, a catarata e a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) são doenças comuns em idosos, e que podem prejudicar a mobilidade, mesmo em ambientes controlados, afetando a qualidade de vida do indivíduo”, explica o Dr. Mauro Campos, diretor médico do H.Olhos. 


Prevenção

A principal forma de prevenção é reduzir os fatores de risco que possam ocasionar uma queda. Entre eles, estão:

• Prática de exercícios que fortalecem a musculatura e dão mais equilíbrio;

• Criar um ambiente seguro em casa, considerando deixar o máximo de espaço livre para caminhar, uso de tapetes emborrachados, tirar pequenos objetos, fios ou extensões elétricas do caminho, boa iluminação e uso do corrimão e fitas antiderrapantes nos degraus das escadas;

• Redobrar a atenção com a saúde, realizando consultas médicas regulares.

“Visitas anuais ao médico oftalmologista podem assegurar uma melhor qualidade de vida para o idoso, prevenindo e corrigindo problemas que acometem a visão, diminuindo os riscos de acidentes e quedas, muitas vezes permitindo que o paciente volte a enxergar normalmente e adquira novamente sua autonomia”, finaliza o Dr. Campos.

 


Grupo H.Olhos


Psicopedagoga analisa como professores devem lidar com alunos em depressão

A psicopedagoga Regina Lima diz que profissionais no exercício de educar podem se deparar com sintomas de depressão nas crianças e jovens dentro da sala de aula. Por essa razão, a especialista diz que toda atenção é pouca e que se deve observar os primeiros sintomas no dia a dia.   


“Sabemos que o nosso corpo é bem inteligente e dá sinais; grita quando algo não vai bem. Algumas reações como o chamar atenção em excesso ou agir de forma distanciada de seus pares, isolando-se constantemente, assim como a falta de apetite, o sono constante, o desinteresse de algo que até então era importante e a irritação são alguns pressupostos observáveis”, explica Regina Lima.

A especialista, no entanto, lembra que o espaço escolar não tem a função do tratamento terapêutico. “Pode e deve, sim, lidar com as emoções dos alunos, mas o cuidar da saúde emocional compete somente ao profissional habilitado para essa função. O encaminhamento médico deve ser realizado para a identificação da doença, se houver, e para o tratamento da patologia”, destaca a psicopedagoga. 



Tratamento – Regina Lima ressalta que durante a fase de tratamento é necessário que haja acolhimento, tanto da família como da escola, desde a observação dos primeiros sintomas de fragilidade. “Os aspectos para o desenvolvimento emocional e a sua relação com a aprendizagem devem se dar de forma tranquila e ajustada com a preocupação familiar e escolar no favorecimento da qualidade de vida da criança”, observa a psicopedagoga.





Regina LimaProfessora e Especialista em Psicopedagogia e Altas Habilidades pela UERJ - Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Trabalhou por mais de 40 anos como Coordenadora Educacional e Disciplinar lidando, ao longo desse período, diretamente com mais de 20.000 alunos. Liderou, por 12 anos um projeto que ajudou a educar crianças e adolescentes através de dinâmicas executadas em 24 disciplinas. É coautora do livro Inclusão Educacional - Pesquisa e Interfaces e associada à ABP - Associação Brasileira de Psicopedagogia.


O ano de 2020 ainda não aconteceu? A ironia de um ano que ficará marcado na história

O final do ano vem se aproximando e é natural que iniciemos reflexões sobre nossos momentos, nossas conquistas e nossas perdas ao longo destes 365 dias. E com 2020 não será diferente. Mas existe um elemento neste ano, em especial, que imputa e promove uma verdadeira aposta de cancelamentos e desejos para que ele seja apagado da memória de milhares de pessoas: a pandemia. Sim, tem sido um ano indescritível. Para muitos, antes de seu fim ele já terminou - se findou praticamente logo após ter iniciado. Terminou quando o Novo Coronavírus (Covid-19) se instalou e assolou todo o mundo. 

Após tantos meses, e com o ano chegando ao seu final, é natural sentirmos um misto de sensações: a ideia de finitude, emoções afloradas, a esperança pelo que o novo pode nos trazer de bom, com a entrada em uma nova fase da vida, além de angústias pinceladas de melancolia, saudosismos e depressão. A famosa depressão de fim de ano - que é decorrente de uma sensação de tristeza por revivermos na mente traumas passados ou um grande estresse ao longo dos últimos 365 dias. E com 2020 tudo isso não será diferente, mas especialistas de saúde mental acreditam que essa depressão poderá ser ainda mais devastadora. O estresse pós-traumático provocado pela pandemia, associado a perdas de milhares de pessoas, certamente irá proporcionar transtornos psíquicos jamais vistos em anos anteriores. 

É nesse momento de reta final de um ano que, naturalmente, paramos para pensar e fazer levantamentos sobre as nossas conquistas e nossas perdas ao longo dos meses. Nos enchemos de alegria com as transformações vivenciadas, as conquistas alcançadas, mas também colecionamos expectativas frustradas. Além disso, aumentamos a nossa culpa interna para justificar projetos ou idealizações em que não obtivemos o resultado esperado. Por isso, para muitos, o fim do ano assume muito mais um aspecto depressivo e triste do que festivo.

A pandemia do Novo Coronavírus, colocou os seres humanos em quarentena, paralisando o planeta. Decretou o distanciamento social e o isolamento, onde cada um deveria ficar em suas casas, e fez com que o mundo vivesse algo inexplicável e sem precedentes. A saúde psicológica da maioria das pessoas foi devastada, pois está diretamente ligada aos seus direitos de posse e às suas liberdades - ao tirar uma, ou as duas, as pessoas se desintegram emocionalmente. E é o que temos visto, já que estatísticas mostram um aumento considerável dos casos de transtornos mentais em função dos últimos acontecimentos. Em poucos meses, o vírus matou, e ainda está matando, milhões de pessoas. Centenas de milhares estão infectadas. Cientistas trabalham incessantemente em busca de uma vacina para contê-lo. A verdade é que o ano de 2020 está sendo o ano do mundo às avessas. Um ano extremamente difícil de descrever, o qual seu fim tem sido muito desejado. Claro que algumas pessoas ainda tentam se manter esperançosas, cheias de planos para 2021. Mas para a grande maioria, a atmosfera de esperança e sonhos vem adquirindo um aspecto mais pessimista. Querem apenas o término de 2020. Querem deletar da memória todo um ano, mesmo que isso seja impossível de ser feito.  

Mas é muito radical dizer que é um ano perdido, um ano que deve ser cancelado ou que não deveria ter existido. Tivemos, sim, atrasos e retrocessos. Muitos projetos ficaram estacionados. Mas 2020 também nos apresentou transformações e adaptações em todos os campos da vida. O que vamos fazer com as lições que aprendemos de forma tão inusitada? Apagamos e fingimos nunca ter ocorrido? Não podemos negar que foi um ano de grandes aprendizados. Aprendemos a incluir em nossos dias um novo modo de viver. Apesar das graves consequências sociais e emocionais da pandemia, estamos vivenciando gestos mais solidários. Pessoas que antes não olhavam para o lado, resolveram se mexer e ajudar, de alguma maneira, seu próximo. O caos mostrou um novo jeito de viver que, através das redes sociais e do online, nos aproximou mais das pessoas que amamos e que, por vezes estávamos distantes. Idosos estão mais inclusivos nas tecnologias e o contato foi facilitado por um mundo virtual que tomou novas proporções. Artistas se reinventaram para levar sua arte para a população, assim como médicos e profissionais de saúde mental também aderiram à telemedicina, proporcionando mais conforto e segurança aos seus pacientes. A colaboração com o próximo nunca foi tão intensificada.  Exemplos empáticos se espalham pelo mundo. Ações louváveis - afinal, cuidar é um ato glorioso que tende a tornar o mundo muito melhor.

A mudança na relação de higiene e cuidado, para se evitar doenças e promover uma melhor qualidade de vida, também se destaca dentro das novas rotinas. Portanto, um dos pontos fortes foram as soluções encontradas para suportar o isolamento social e estimulando a criatividade, o que demonstra que podemos adaptar a nossa capacidade de enfrentamento conforme o desafio proposto. Percebemos, a duras penas, que o decreto das prioridades e o modo operandis da comunicação global sofreram alterações drásticas, porém, ao mesmo tempo, muito favoráveis. Estamos aprendendo a planejar horários e a descontruir a necessidade de aceleração com os quais os conceitos de autodisciplina e autocontrole estão sendo melhor canalizados. Parâmetros de uma nova realidade trazida pela pandemia.

Nossa capacidade em ser resiliente está sendo colocada à prova a todo momento. Estamos sendo desafiados a fortalecer nossa percepção de mundo para que assim possamos lidar melhor com o invisível e com nós mesmos, visto que tudo aquilo que foge ao nosso controle certamente poderá desencadear inseguranças, além de transtornos, neuroses psíquicas e desajustes em nosso organismo. Mas constatamos, da pior maneira, que não temos o controle sobre nada. Descobrimos um novo universo que exige do indivíduo muito mais sanidade e equilíbrio, sem fugir da realidade, conciliando mundo interno com mundo externo de forma saudável. 

Em nossas reflexões do fim do ano de 2020, é muito importante levar esses pontos em consideração. Olhados por outro viés, muitos hábitos adquiridos em tempos de Covid-19 trouxeram a consciência do senso de urgência, o decreto das prioridades e a potencialização do senso de coletividade como estratégias de contribuição para a evolução humana. Tempos difíceis que contribuíram também para a aceitação e o reconhecimento dos nossos próprios limites, fortalecendo, assim, as relações interpessoais e trazendo ao consciente as aplicações do senso de pertencimento, da comunicação e da união - excelentes aliados na proteção de nossa sobrevivência física e mental. 

Portanto, 2020 não pode ser um ano perdido. Não vamos cancelar 2020. Não podemos negar que 2020 mostrou-nos um mundo diferente. Estamos num momento histórico, desafiador, inimaginável e, portanto, inesquecível, que marcará para sempre a todos que por ele passaram. É fato que o ser humano se transformou - se não todos, a sua grande maioria. A percepção de ruptura tem promovido a valorização dos detalhes e a busca por escolhas mais conscientes. Podemos administrar melhor essa sensação de impotência, que faz parte da condição humana, e fortalecer nossas esperanças em relação ao amanhã. Que possamos juntar todos os aprendizados dos últimos meses e transformar em lições, entendendo que apesar de tudo, podemos gerenciar nossas emoções e promover o nosso bem-estar - levando para o próximo ano as mudanças de hábitos e os novos posicionamentos que têm nos feito ser mais fortes, mais empáticos, mais cooperativos e menos imediatistas. Que possamos, assim, valorizar mais os pequenos detalhes, os afetos e, dentro da evolução humana, acrescentar ingredientes apimentados de harmonia, leveza e, principalmente, responsabilidades.  Assim sendo, resgataremos a esperança da chegada de um novo ano cheio de oportunidades e conquistas - com a chancela da plena certeza do nosso papel e de nossos valores.

 

 


Dra. Andréa Ladislau * Doutora em Psicanálise * Membro da Academia Fluminense de Letras - cadeira de numero 15 de Ciências Sociais * Administradora Hospitalar e Gestão em Saúde * Pós Graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social * Professora na Graduação em Psicanálise * Embaixadora e Diplomata In The World Academy of Human Sciences US Ambassador In Niterói * Membro do Conselho de Comissão de Ética e AcompanhamentoProfissional do Instituto Miesperanza * Professora Associada no Instituto Universitário de Pesquisa em Psicanálise da Universidade Católica de Sanctae Mariae do Congo. * Professora Associada do Departamento de Psicanálise du Saint Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites.


Não consegue ter relacionamentos amorosos? Psicóloga Amanda Fitas explica que isso pode estar ligado a autoestima

A profissional também dá dicas de como transformar aquele rolo em um grande amor_

 

São diversos os motivos que levam uma pessoa a ficar solteira. Por exemplo, pode ser porque ela não encontrou alguém especial, ou esteja curtindo o momento sozinhas. Alguns nem se afetam com isso, enquanto, para outros, esse cenário pode ser uma verdadeira frustração. Em muitos casos, as pessoas acabam por não querer relacionar-se com ninguém e os encontros acabam se resumindo a dates casuais. 

"Relacionamento amoroso é um desafio, ele exige muito da pessoa, podem até ter brigas e conflitos, que geram cargas emocionais pesadas. Muitas pessoas preferem ficar em uma vida mais confortável e acreditam que se não se submeterem a uma relação, serão mais felizes. A felicidade pode vir de um prazer de curto prazo ou trabalho, como conquistar uma carreira e dinheiro”, explica a psicóloga Amanda Fitas. 

A profissional destaca que esse medo de encarar uma relação amoroso pode estar ligado a autoestima, embora esse não seja um fator determinante. 

“Muitas vezes essa pessoa não acredita que vá manter uma relação, nem desenvolver habilidades. Ela não vê a relação como duradoura, que dará certo. Ela já parte do princípio que não vai dar ou que ela não é boa o suficiente para aquela pessoa, então isso pode influenciar. Mas isso não significa que todas as pessoas com autoestima não irão se envolver, porque a maioria arrisca. Não é determinante, mas a autoestima influencia”, pondera. 

É extremamente comum que a insegurança ligada a autoestima venha de um relacionamento antigos – e nem sempre amorosos. 

“Com muito autoconhecimento. A pessoa precisa olhar para suas fragilidades, sentimentos, feridas e desenvolver aquilo que dói. É necessário enfrentar o desconhecido, principalmente se a pessoa tem vontade de ter algo e reluta porque é uma eterna frustração interna, mas se ela se conhecer, descobrir como trabalhar naquilo que é dolorido, ela pode abandonar isso”, argumenta. 

Além das inseguranças pessoais, sempre existe aquele medo de estar numa página diferente da do parceiro. E se o outro estiver só interessado em sexo? 

“Nem sempre é tão claro saber se uma pessoa só quer se envolver sexualmente. É preciso ficar atento aos sinais – se a pessoa não desenrola muito assunto, sem curiosidade sobre a vida, sem planos, é provável que a situação seja mais sexualizada. Se uma pessoa quer um envolvimento mais sério, mas a outra pessoa só a procura ao longo do tempo com essa finalidade, não é um bom sinal. Não que isso seja uma regra, não podemos rotular o comportamento das pessoas, mas existem sinais que precisam ser analisados e esses são alguns que eu poderia citar”, pontua.  

Amanda também dá dicas de como transformar aquele rolo em um grande amor, algo sério e duradouro.  

“A pessoa tem que enxergar que você ao lado dela é algo que suplementa. Ela precisa enxergar que você ao lado dela será melhor do que ela individualmente. Quando conseguimos comunicar para outras pessoas que, de fato podemos agregar em algo com a nossa personalidade, habilidades, temos muito a oferecer”, disse.  

A profissional enfatiza que isso não significa que você tem que se doar para outra pessoa, nem é preciso se desesperar, fazer de tudo, sufocar o outro, pelo contrário.  

“Se a pessoa consegue comunicar um valor e ao mesmo tempo essa disponibilidade de entrega, de tornar a vida do outro melhor, tem grandes chances de fazer com que a outra pessoa realmente queira transformar isso em algo sério. Mas tudo são possibilidades. Existem pessoas que mesmo você sendo muito maravilhoso, não vão querer ficar do seu lado. Por isso é sempre bom o autoconhecimento, para não sufocar o outro e se perder”, acrescenta.


"A velhofobia se tornou uma realidade cruel ainda maior nesta pandemia", diz pesquisadora

O idoso ficou mais vulnerável psicológica e socialmente durante a pandemia. Por ser do grupo de risco, essa parte da população sofreu forte impacto na saúde mental ao se ver mais sozinha e sem interação social ou contato com parentes e amigos. Mas, segundo a antropóloga Mirian Goldenberg, uma parcela dessa população está buscando e encontrando formas criativas de se adaptar à nova realidade. 


"Tenho acompanhado diariamente cerca de 20 nonagenários que tiveram muita dificuldade no início da pandemia. Agora, estão buscando formas criativas de se adaptar à nova realidade. Eles se sentem úteis, importantes e fazendo algo de significativo, mesmo dentro de suas casas", comenta.

Apesar desse cenário, a pesquisadora afirma que a grande maioria dos idosos está sofrendo violência física, verbal, psicológica, abuso financeiro e xingamentos durante a quarentena.

"A velhofobia se tornou uma realidade cruel ainda maior nesta pandemia", afirma.

Doutora em Antropologia Social, Mirian Goldenberg fará na próxima quinta, dia 22, a partir das 19h, a palestra online da Casa do Saber Rio "A invenção de uma bela velhice: projetos de vida e busca de significado". Aqui, ela analisa o tema. Confira: 



Quando se fica velho?

Culturalmente, ficamos velhos muito cedo no Brasil, principalmente as mulheres. Com 30 anos, minhas pesquisadas já estão em pânico com as rugas, cabelos brancos, dificuldade para emagrecer. Começam a ter medo de não casarem e não terem filhos. Subjetivamente, envelhecemos muito cedo aqui porque existe uma velhofobia no Brasil: preconceitos e violências contra os mais velhos, dentro e fora de nossas casas. Ficamos velhos aqui porque o pânico de envelhecer é enorme. Em outras culturas não é assim. 



É mais fácil envelhecer hoje que no tempo dos nossos avós? O que mudou?

É um paradoxo: é mais fácil e mais difícil. Mais fácil porque temos exemplos de muitos homens e mulheres que têm mais de 90 e são produtivos, ativos, independentes. Mais difícil porque a cultura da juventude, da beleza e do corpo perfeito, é cada vez mais disseminada no país. 



É possível a eterna juventude, não na questão física, mas do ponto de vista emocional?

Não acredito que ser jovem é melhor do que ser velho, pois como digo em todos os meus cursos, palestras e textos: todos nós somos velhos, hoje ou amanhã. Falar de ser eternamente jovem é alimentar a ideia de que a juventude é melhor do que a velhice, mais bela, mais produtiva, mais rica. Acho exatamente o contrário: só acreditando que todos são velhos, inclusive os jovens, iremos mudar a nossa representação sobre a velhice. Então, em vez de eterna juventude, não seria melhor falar de eterna velhice? 



Em tempos de pandemia, em que os idosos, por serem grupo de risco, precisam ficar em casa, com pouco contato com o mundo externo, envelhecer está mais difícil?

Tenho acompanhado diariamente cerca de 20 nonagenários, que tiveram muita dificuldade no início da pandemia. Agora, estão buscando formas criativas de se adaptar à nova realidade. Juntos, estamos fazendo uma série de atividades: grupo de estudos sobre "Os Lusíadas" de Camões, jogos de palavras, lives, tocando piano, leitura de autores como Clarice Lispector e Fernando Pessoa, por exemplo. Eles se sentem úteis, importantes e fazendo algo de significativo, mesmo dentro de suas casas. Mas a grande maioria dos velhos está sofrendo violência física, verbal, psicológica, abuso financeiro, xingamentos. A velhofobia se tornou uma realidade cruel ainda maior nesta pandemia. 



Como cuidar da saúde mental dos mais velhos para não surtarem durante o isolamento social e continuarem se reinventando?

Escutando, conversando, estando junto deles - mesmo que não fisicamente -, compartilhando atividades, respeitando seus desejos e limites. É o que tenho feito 24 horas do meu dia, desde 15 de março. Nunca estive tão próxima deles, nunca senti e recebi tanto amor como agora. 



Como as mulheres têm encarado o envelhecimento nos dias de hoje? A sociedade ainda impõe a elas uma cobrança maior que aos homens?

Em todos os países em que estive, são as mulheres as maiores responsáveis por cuidar de todos na família, da casa, no trabalho, dos amigos. As mulheres cuidam de todos, mas não têm tempo para cuidar delas mesmas. Elas se sentem exaustas, deprimidas, insatisfeitas, frustradas por não terem tempo para elas. O fato de cuidarem de todos e não terem tempo para elas faz com que se sintam invisíveis, transparentes, sem o reconhecimento que elas tanto desejam. Elas dedicam todo o tempo para cuidar dos outros e não recebem o menor reconhecimento ou agradecimento por isso. É como se fosse apenas uma obrigação que elas devem cumprir por serem mulheres. Elas não cuidam de si mesmas, não têm tempo para si, não têm liberdade para serem elas mesmas. Liberdade social e liberdade interior. As mulheres são cobradas para terem uma vida muito mais controlada sexualmente, amorosamente, profissionalmente e em todas as áreas da vida. Por isso elas invejam tanto a liberdade dos homens. Elas querem ser mais livres em todos os sentidos, inclusive livres para poderem realizar todo o seu potencial amoroso, sexual, criativo, produtivo. As mulheres não são livres para serem elas mesmas. 



O que é velhofobia? Acha que ela aumentou em tempos de pandemia?

A calamidade que estamos enfrentando evidenciou a face mais perversa de alguns políticos e empresários: a velhofobia. Estamos assistindo horrorizados a discursos sórdidos, recheados de estigmas, preconceitos e violências contra os mais velhos. "Vamos todos nos contaminar para criar imunidade e esta epidemia acabar logo. Só irão morrer alguns velhinhos doentes". "Deixem os jovens trabalharem. Não vamos parar a economia para salvar a vida de velhinhos". "Só velhinhos irão morrer, eles iriam morrer mesmo, mais cedo ou mais tarde".

Esse tipo de discurso revela uma situação dramática que já existia antes da pandemia. Os velhos são considerados inúteis, desnecessários e invisíveis. Homens e mulheres mais velhos, que já experimentam uma espécie de morte simbólica, ficam desesperados ao constatar que são considerados um peso para a sociedade. No entanto, a forte reação contra esses sociopatas prova que os mais velhos são muito valiosos e importantes para os brasileiros. Faremos tudo o que for necessário para demonstrar que os nossos velhos não são um peso, muito pelo contrário. São eles que estão nos ajudando a encontrar força e coragem para sobreviver física e mentalmente. São eles que estão nos ensinando a ser pessoas mais amorosas e generosas. São eles que estão cuidando de nós, como fizeram durante toda a vida.

Muitos dos que disseminam o discurso de ódio e de extermínio dos mais velhos já passaram dos 60 anos. É urgente que eles aprendam uma lição importante: a única categoria social que une todo mundo é o ser velho. A criança e o jovem de hoje serão os velhos de amanhã. Os velhofóbicos estão construindo o seu próprio destino como velhos, e também o destino dos seus filhos e netos: os velhos de amanhã. Será que estes genocidas serão tão amados e protegidos como são os nossos velhos ou serão tratados como "velhinhos descartáveis"?


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