Pandemia
de Covid-19 foi um dos fatores que aproximou e humanizou médicos e população
No
domingo, 18 de outubro, é comemorado o Dia do Médico, profissional que está
entre os que mais têm a confiança dos brasileiros, segundo uma pesquisa
realizada pelo Conselho Federal de Medicina e do Instituto Datafolha, no
segundo semestre deste ano. O estudo revelou que 35% dos entrevistados apontam
estes profissionais como os que mais confiam. Na segunda posição, aparecem os
professores, com 21%, e os bombeiros, com 11%. A pandemia de Covid-19 foi um
dos fatores que colaborou para aumentar a confiança em relação aos
profissionais da medicina. Na pesquisa anterior, realizada em 2018, os médicos
tinham um índice 24%.
O
levantamento permitiu, também, captar a percepção dos brasileiros em relação à
atuação dos médicos brasileiros no enfrentamento à pandemia de Covid-19. Na
opinião de 77%, o trabalho desses profissionais é considerado ótimo ou bom.
Outros 17% consideram essa performance como regular e apenas 6% como ruim ou
péssimo.
“Além
da óbvia importância desses profissionais no atendimento dos casos de Covid-19,
acredito que a pandemia humanizou a visão que a população tem dos médicos.
Cotidianamente, ao ligarmos a TV, nas mídias sociais, no rádio, somos
impactados pelo depoimento de médicos que estão na linha de frente dos
atendimentos, que perderam pacientes, que se emocionaram com processos de cura,
que se revoltaram com a falta de apoio, que também foram contaminados, que se
mobilizaram para conscientizar a população, que debateram sobre medicamentos e
protocolos a serem adotados”, aponta a diretora de Campus da Faculdade AGES de
Medicina, localizada em Jacobina/BA, Elaine Rodrigues Ferreira Lima.
Ela
avalia que essa realidade trouxe para população uma vertente humana do
profissional médico, que muitas vezes fica esquecida diante da imagem de alguém
vestido de branco, que no auge da sua sabedoria faz diagnósticos e prescreve
medicamentos.
“As
dores e a vitórias desses profissionais no combate a pandemia são as dores e as
vitórias da população, e essa proximidade gera não só confiança, como também
admiração e respeito”, completa.
As
mulheres (78%), a população com idades de 45 a 59 anos (82%), os com nível
superior (81%) e com rendimento maior do que dez salários mínimos (78%) são os
segmentos que se destacam no que se refere à imagem positiva dos médicos.
Geograficamente, o bom conceito não apresenta grandes variações por região,
ficando, em média, em 76%.
Dia
do Médico – para comemorar o Dia do Médico, a AGES vai apostar no
seu forte: a promoção de conhecimento. Ocorre no dia 16 de outubro,
sexta-feira, a partir das 19h, o II MedAges, evento online, aberto e gratuito,
transmitido no Canal Agesoficial do YouTube. Na primeira palestra, Médica em
otorrinolaringologia Jacqueline Coelho, fala sobre Epistaxe (sangramento
nasal). Em seguida, o tema “Trabalho Médico” será abordado pela médica de
Família e Comunidade, Ana Karen Souza, e, por fim, o cirurgião vascular Danilo
Batista de Oliveira Abreu fala sobre “Relação paciente-médico, o entendimento
do conceito biopsicossocial centrado na pessoa”. O link para assistir a
palestra estará disponível em ages.edu.br/eventos.
Avaliação
durante a pandemia
A avaliação do trabalho dos médicos durante a pandemia vem amparada em
percepções específicas:
79% dos brasileiros avaliam como ótimo ou bom o empenho dos
profissionais para atender os pacientes;
73% classificam da mesma forma a qualidade da assistência
oferecida;
Para 64%, o nível de confiança depositada no trabalho realizado
durante a pandemia é alto;
49% dos brasileiros acreditam que o trabalho do médico não tem
recebido a valorização merecida;
Já 65% avaliam com esses mesmos conceitos as condições de
trabalho oferecidas aos médicos, ou seja, entendem que o trabalho desses
profissionais tem sido prejudicado por falta de infraestrutura;
Independentemente
do período da pandemia, os brasileiros mantêm o entendimento de que os médicos
são vítimas de problemas de gestão. Para 99% dos entrevistados, esses
profissionais carecem de condições adequadas para o pleno exercício de suas
atividades. Já na percepção de 95%, eles merecem ser alvos de medidas de
valorização, como maior remuneração e plano de carreira.