Pesquisar no Blog

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Reitor de universidade americana diz no que a educação brasileira tem que mudar muito para chegar ao nível dos Estados Unidos

Brasileiro e reitor de universidade nos Estados Unidos, Dr. Italu Colares faz comparação entre o sistema educacional brasileiro e o norte-americano. No entanto, é preciso entender que antes de chegar no padrão deles, é necessário compreender a história de como surgiram o formato das escolas como são conhecidas.

 

Voltando à Grécia antiga, é bom lembrar que havia escolas, mas não no modelo formal de universidades como é conhecido atualmente. No período das comunidades eclesiásticas, já existia um prenúncio da Educação à distância com a leitura das cartas apostólicas para essas comunidades. No período do poder da igreja nasceram as primeiras universidades na Europa. Sem as igrejas não teríamos o conceito de universidade que se conhece atualmente. Já na época do escolasticismo, muito foi debatido acerca de teologia e filosofia nas escolas escolásticas.

Nos Estados Unidos a Primeira universidade criada foi a Universidade de Harvard que nasceu em 1636 com o nome de New College. Posteriormente esse nome foi mudado inspirado no Teólogo John Harvard.  Enquanto isso, o Brasil foi colonizado pelos portugueses a educação dos índios se deu com a companhia de Jesus liderada por Inácio de Loyola para a catequese dos mesmos. Os padres ensinavam os índios com ressalvas.

Segundo o professor Dr. Italu Colares, apenas os filhos dos senhores feudais tinham condições de estudar em Portugal, pois no Brasil não existiam universidades: “Por isso, quem desejasse ir para a universidade tinha que ir para Portugal e ter dinheiro para isso”. Até o início do século XIX, não existiam cursos superiores no Brasil. “O país era colônia portuguesa e as graduações eram proibidas nas terras brasileiras. Quem tinha oportunidade financeira ia estudar nas já tradicionais universidades de Portugal, principalmente para a Universidade de Coimbra, a mais antiga portuguesa, fundada em 1290”, detalha.

 

Chegada dos portugueses ao brasil gera criação de escolas 

A chegada da família real portuguesa ao Brasil é um marco importante para que o país começasse a escrever sua história no Ensino Superior. A corte desembarcou no Brasil no dia 22 de janeiro de 1808. Nesse mesmo ano, surgiram as duas primeiras escolas brasileiras de Medicina. Conforme detalha Dr. Italu, “nem um mês após a chegada de Dom João VI,  ele assinou o documento para a criação da Escola de Cirurgia da Bahia, em 18 de fevereiro, em Salvador. Pouco depois, em 2 de abril, outro decreto criou a Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro, que era abrigada no Hospital da Misericórdia”.

Vale lembrar que, apesar do preconceito contra a educação a distância, o EAD surgiu com cursos de qualificação profissional no Brasil. Dr. Italu destaca que “o registro mais remoto data de 1904, com um anúncio nos classificados do Jornal do Brasil de um curso de datilografia (para usar máquinas de escrever) por correspondência. Posteriormente com a criação do rádio e da TV foram implementados nessa modalidade novos recursos que seriam o início da educação eletrônica. Deve-se ter em mente que o EAD nasceu na Europa. Foi aos Estados Unidos até chegar em 1904 ao Brasil. Ambos tinham uma educação mais avançada do que a educação brasileira”, explica.

 

Mudanças após a criação do MEC 

Uma curiosidade, conta Dr. Italu: “O MEC somente nasceu em 14 de novembro de 1930. Isso quer dizer que não havia o tal para regulamentar o ensino brasileiro”. Depois da criação deste, aconteceram os Acordos entre o MEC e a USAID que foram implementados no Brasil com a lei 5.540/68. “Foram negociados secretamente e só se tornaram públicos em Novembro de 1966 após intensa pressão política e popular. Foram estabelecidos entre o Ministério da Educação (MEC) do Brasil e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês) para reformar o ensino brasileiro de acordo com padrões impostos pelos EUA. Apesar da ampla discussão anterior sobre a educação, iniciada ainda em 1961, essas reformas foram implantadas pelos militares no período do regime militar em 1964”, sintetiza o professor.

A reforma mais visível ocorreu na re-nomeação dos cursos. Os antigos cursos primário (5 anos) e ginasial (4 anos) foram fundidos e renomeados como primeiro grau, com oito anos de duração. Já o antigo curso científico foi fundido com o clássico e passou a ser denominado segundo grau, com três anos de duração. O curso universitário passou a ser denominado terceiro grau. Essa reforma eliminou um ano de estudos, fazendo com que o Brasil tivesse apenas 11 níveis até chegar ao fim do segundo grau enquanto países europeus e o Canadá possuem um mínimo de 12 níveis. O professor recorda que “a repressão então gerou assim uma violenta oposição liderada por diversos setores contra os acordos MEC-USAID, o que chamou a atenção da opinião pública mundial. Pressionado, o governo militar acabou criando em 1968 um grupo de estudos encarregado de trabalhar na reforma com uma proposta abrasileirada”. Logo, “Infelizmente o acordo foi rompido”, lamenta.

Dr. Italu enfatiza que com essa ruptura é importante analisar os três principais sistemas de ensino: Francês, americano e alemão. “Analisando a risca, por mais que os Estados Unidos tenham influenciado a educação brasileiro, o modelo predominante no Brasil é o sistema francês de ensino. Esse sistema para ser claro possui 3 pilares: submissão ao estado, qualificação de mão de obra para trabalhar para esse mesmo estado e o ensino é principal sendo executado desatrelado da pesquisa. Mesmo as universidades que alegaram um enamoramento com o sistema alemão de ensino (ensino e pesquisa caminham juntos indiferente aos interesses estatais) hoje a realidade não se mostra o intento inicial”, completa.  Na América a ênfase se dá na criação de conhecimento onde todos os alunos participam e podem expor suas ideias. “Nos Estados Unidos, o aluno deverá vencer sua timidez e se expressar”, conta Dr. Italu.

 

Diferenças entre os sistemas brasileiro e norte-americano 

Nos seminários presenciais não há tanta participação do aluno, porém nos grupos de discussão a participação deste é uma constante. “Enquanto os alunos são mais passivos no Brasil, os estudantes devem ser bastante ativos na educação americana. As aulas presenciais são mais curtas, porém existem mais trabalhos e exigência de produção técnica por parte da universidade para com o aluno. Durante o programa inteiro cursado, o estudante deverá escrever textos acadêmicos, resenhas e resumos de cada uma das disciplinas cursadas para que possa concluir seu programa de estudos”, compara.

Além disso, Dr. Italu pondera que “no Brasil a maior parte das disciplinas é obrigatória. Nos Estados Unidos existem as obrigatórias e as eletivas. A grade na América é aberta e flexível. Você pode fazer uma mesma aula onde acadêmicos de cursos diferentes estão presentes”.

Outro detalhe importante é que “nos Estados Unidos, as universidades funcionam com uma grande autonomia estando submetida unicamente as normas estatutárias. As mesmas se vinculam aos órgãos reguladores de educação (departamentos de educação de cada estado) não por imposição, mas por vontade própria além de fazer o mesmo com agências acreditadoras. Essas nasceram muito posterior ao nascimento das primeiras universidades”.

A modalidade de educação a Distância já em tempos remotos era utilizada nos Estados Unidos e na Europa. Logo, Dr. Italu lembra que “então é bastante comum a metodologia da auto aprendizagem. Isso evolui mais ainda com a disseminação da internet arrobando as portas de vez para a educação eletrônica.  Os Estados Unidos hoje ocupam a quinta melhor educação do planeta enquanto o Brasil está muito aquém do ideal”.

 

Uma análise do que poderia ter sido feito 

Diante de tantas diferenças entre a educação brasileira e americana, Dr. Italu Colares pensa que o Brasil rompeu o acordo com a USAID cedo demais: “o Brasil deveria aprender com a América. Somente dois séculos depois dos Estados Unidos o Brasil teve sua primeira escola. Além disso, o Brasil deu muita ênfase a formar trabalhadores para o estado e por causa disso se tem poucos pesquisadores, muitos trabalhadores e poucos trabalhando gerando assim um alto grau de desemprego no país tropical. Gera pessoas cada vez menos competentes e isso faz com que estejamos de mal a pior na educação. Uma parceria novamente com os Estados Unidos cairia muito bem para avançarmos na educação. Também uma maior autonomia das universidades brasileiras, além de uma reforma completa na legislação educacional brasileira”, finaliza.

 

A Arte de Ensinar a Aprender

No dia 15 de outubro, é comemorado o Dia do Professor, data em que se homenageiam os responsáveis pelo desenvolvimento da educação e do conhecimento no país, abrangendo um grupo de profissionais que trabalham desde a educação infantil até o ensino superior. Trata-se de uma das mais importantes profissões praticadas no mundo. Neuropsicóloga mostra que, sem ela, a transmissão de conhecimentos e a correta apreensão destes pelas pessoas seriam praticamente impossíveis.

 

A origem do Dia do Professor se deve ao fato de, na data de 15 de outubro de 1827, o imperador Dom Pedro I ter instituído um decreto que criou o Ensino Elementar no Brasil, com a instituição das escolas de primeiras letras em todos os vilarejos e cidades do país. Além disso, o decreto estabeleceu a regulamentação dos conteúdos a serem ministrados e as condições trabalhistas dos professores. Tempos depois, mais precisamente no ano de 1947, o professor paulista Salomão Becker, em conjunto com três outros profissionais da área, teve a ideia de criar nessa data um dia de confraternização em homenagem aos professores e também em razão da necessidade de uma pausa no segundo semestre, até então muito sobrecarregado de aulas.

 

Mais tarde, em 1963, a data foi oficializada pelo decreto federal nº 52.682, que, em seu art. 3º, diz que “para comemorar condignamente o dia do professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo delas participar os alunos e as famílias”. O responsável por aprovar esse decreto foi o presidente João Goulart.

 

Nesse cenário pandêmico, a neuropsicóloga Leninha Wagner explica que os professores se deparam com desafios “não só da ordem pedagógica, no sentido de mediar saberes e conhecimentos através de plataformas digitais, mas, principalmente, necessitaram usar da compreensão da afetividade que se estabelece na relação professor-aluno, para manter a ‘conexão’, entre esse par, de quem ensina e de quem aprende”. Assim, é possível “continuar a transmitir uma educação de excelência, em momentos de dúvidas e tantas instabilidades e completa vulnerabilidade social”, completa.

 

A transferência é um dos conceitos utilizados pelos psicanalistas e que, detalha Leninha, consiste na “atualização de desejos inconscientes originalmente experimentados, nas primeiras relações, geralmente com pais, e outros membros da família”. Além disso, a transferência pode estabelecer-se em outros contextos intersubjetivos, ela ressalta: “a relação professor-aluno – por sua proximidade histórica com as primeiras relações, pela duração do processo de ensino-aprendizagem que vai da infância até a fase adulta e pela função de transmissão do conhecimento de que são investidos a instituição escolar e os educadores”.

 

A transferência psicanalítica nos remete a ideia de "transporte", ou seja, transportar o saber de um mestre para seu pupilo. Sendo assim, Leninha Wagner lembra que “a transferência ocorre com todos os sujeitos, partindo do desejo reprimido à uma lembrança ou experiência vivida no passado. Já a que ocorre na relação professor–aluno é despertada por um desejo, é por isso que o aluno atribui ao professor algo especial, o que determina o seu desejo. O professor é depositário de algo que foi lhe direcionado pelo desejo do aluno. Quando o aluno se encontra revestido por esta transferência ele é marcado no seu percurso intelectual por seu professor, não esquecendo que é o próprio desejo que torna o seu professor excelente”. 

 

Vale lembrar que essa transição, detalha Leninha, “não é apenas uma repetição do passado, consiste em um papel dado ao professor pelo aluno onde ele cria um cenário na sua imaginação, é a sua própria verdade. É dessa relação que o aluno desperta inúmeras capacidades, desde referentes ao conhecimento até principalmente potencialidade de vivência como ser social”. Feita a transferência, o professor assume, do ponto de vista afetivo, um poder de influir no seu aluno. Nesse contexto, ela salienta, “o aluno encontra no professoro seu amparo, é a partir daí que a transferência será colocada em prática, a admiração, o desejo, o afeto que o aluno tem para com o professor se passa através da transferência”. 

Dentre todos os acontecimentos que fazem parte da relação professor-aluno, a neuropsicóloga reforça que “não podemos deixar de falar sobre o processo de ensino-aprendizagem, no qual estudos feitos por Freud mostraram que à medida que a criança aprende a desejar ela começa a querer saber. Portanto, cabe ao professor a responsabilidade de ‘ensinar a aprender’, a querer assimilar conhecimentos, articular pensamento e derivar saberes para a longa trajetória do ciclo vital”.

 

Além disso, professores necessitam ser reconhecidos e validados, como pessoas de importância primordial na vida dos nossos pequenos. “Não deve ser coincidência a proximidade do dia das crianças com o dia dos professores, é uma relação muito próxima, criança e professor”, comenta Leninha. Para celebrar o dia destes profissionais, Leninha deixa uma mensagem parabenizando pela data: “Que nossos mestres recebam todas as homenagens pelos seus esforços em inspirar e formar toda as outras profissões”, finaliza.


Saúde física e emocional dos professores precisa deixar de ser negligenciada

Neurocientista e psicanalista Fabiano de Abreu alerta que a saúde física destes profissionais vem definhando junto da saúde mental, cada vez mais afetada pela ansiedade e pelo estresse

 

O mês de setembro é marcado pelo Setembro Amarelo, mês de conscientização sobre o suicídio, Dia de Combate ao Estresse (23/09) e o Dia do Coração (29/09). Logo em seguida, no dia 15 de Outubro, vem o Dia do Professor. A proximidade destas datas poder ser coincidência, mas são assuntos diretamente ligados. Estresse, depressão e falta de cuidados físicos, como boa alimentação e exercícios, são uma combinação fatal e frequente entre professores de todo o Brasil, em especial, os que trabalham com alunos da Educação Básica. O Brasil está no segundo lugar entre os países mais estressados do mundo, segundo a Associação Internacional de Controle do Estresse e da Tensão, sendo o Estresse uma das principais causas de afastamento da sala de aula. Apenas no estado de São Paulo, 30 mil professores faltam diariamente em decorrência deste problema, de acordo com reportagem publicada no Portal do Centro do Professorado Paulista, que ouviu o psicanalista, neurocientista e filósofo Fabiano de Abreu sobre o assunto. 

 

O pesquisador faz um alerta sobre a saúde destes profissionais destacando a relação entre ansiedade e saúde cardíaca. “O estresse pode afetar a vida trazendo desde sintomas psíquicos como físicos, podendo levar à depressão. Acne, dores de cabeça, dores crônicas, dores no estômago, alergias e problemas na pele, baixa imunidade facilitando doenças, fadiga, queda de cabelo, taquicardia, bruxismo, sudorese, tensão muscular e alguns outros sintomas que, em última análise, aumentam também os riscos de ataque cardíaco”, explica Abreu. O pesquisador destaca que a ansiedade e o estresse prejudicam o coração porque os neurotransmissores, que são mensageiros químicos no cérebro, sofrem um desequilíbrio quando estão em situações de ansiedade continuada. “A produção de adrenalina e noradrenalina, produzidas também nas glândulas suprarrenais, aumentam quando estamos ansiosos ou estressados, refletindo-se num aceleramento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, podendo levar ao ataque cardíaco”, explica. Ainda há o cortisol, hormônio regulador do estresse produzido nas glândulas suprarrenais, que pode causar a morte em pessoas que já tiverem doenças cardiovasculares.

 

Jornada de trabalho exaustiva, com aulas presenciais e online, somada à baixa remuneração, à falta de oportunidades para se capacitar, aos materiais de trabalho insuficientes e à indisciplina dos alunos, que em diverso casos chegam a agredir os profissionais de maneira verbal e até física, formam um quadro grave que desencadeia os males citados. “Hoje o professor não pode fazer nada que logo terá que responder pelos atos, por menores que sejam, mesmo que realizados na tentativa de educar. Os alunos não respeitam os professores como antigamente, agredindo-os com palavras e, em alguns casos, até fisicamente”, destaca Fabiano de Abreu. Junto a isso, a baixa remuneração obriga os docentes e procurarem atividades extras, o que os sobrecarrega.

 

A solução existe, de acordo com o psicanalista. São comportamentos simples: 

dormir oito horas à noite, fazer exercícios físicos, ter convívio social, boa alimentação, leituras, filmes e séries que melhorem o humor e evitem excesso de informações e pensamentos negativos. Mesmo que isso pareça impossível na correria do dia a dia, é necessário se forçar a parar em algum momento. “Resolver os problemas em ordem de prioridade e sem pressa, já que um problema bem resolvido e em mais tempo vale mais que um problema mal resolvido rapidamente”, aconselha.


O dia dos professores no bojo da pandemia

A educação é tema dos mais relevantes para a Sociologia, tanto que há todo um conjunto de teorias e autores dedicados à Sociologia da Educação. Certamente, as reflexões sociológicas nos darão, brevemente, contribuições acerca da educação no bojo desta pandemia que tomou o ano de 2020 de assalto.

A comemoração do "Dia dos Professores" reclama especial atenção a este profissional que, nas mais diversas escolas e nas mais distintas fases da educação formal, estão presentes nas vidas dos alunos. Ambos - alunos e professores - são cidadãos marcados pela sociedade em que vivem, pela situação econômica, política, social e cultural do país. Professores, junto aos seus alunos, mas, também, com os funcionários das escolas e universidades, daqueles que se dedicam à faxina até as secretarias, são parte deste dia de jubilo. A educação é um processo social, parte fundamental da socialização das crianças e jovens e, por isso, deixa marcas indeléveis em nossas vidas: positivas e algumas, infelizmente, negativas. O Brasil continua amargando posições muito ruins nos rankings internacionais que aferem a qualidade do ensino e do aprendizado. E isso só mudará com esforço coletivo, dos professores, dos alunos, da família e de toda a sociedade. Ainda não optamos pela educação como elemento de desenvolvimento de nossa nação. Já não bastassem todas as dificuldades cotidianas do processo educacional, cujas diferenças são evidentes entre o ensino público e o privado, fomos, todos, neste ano, forçados a repensar nossas estratégias de ensino por conta do coronavírus.

Professores, em muitos casos, tiveram que se adaptar, por conta e risco, ao ensino remoto, não presencial. Muitos outros nem sequer tiveram condições de dar continuidade às aulas, já que não possuem computadores, smartphones e acesso à Internet veloz e estável. As desigualdades - de renda, de oportunidades, regionais, entre outras - são estruturais em nossa sociedade e, na conjuntura pandêmica, se agudizaram. Professores, gestores das escolas, pais, crianças e jovens ficaram (ou ainda estão) perdidos nessa situação atípica, anormal, de atividades com aulas síncronas e assíncronas. Colegas professores - do Ensino Fundamental até o Ensino Superior - buscaram conhecer melhor as ferramentas e as plataformas que permitem uma aula não presencial, a partir de suas casas. Muitos professores, em seus computadores, dão aulas vendo apenas sua própria imagem, pois a grande parte dos alunos, por motivos diversos e muitas vezes justos, não se sentem à vontade para "abrir" sua câmera. Um parêntesis: leciono para seis turmas neste semestre e apenas dois alunos assistem as aulas com sua câmera aberta e isso já torna minha quarta e quinta-feira mais agradáveis! Nossas casas, o reduto da intimidade da família, foi "invadida". Não teve jeito. São aulas ministradas do escritório, das bibliotecas, da sala, da mesa da cozinha. E, desta forma, professores se esforçaram para não deixar "a peteca cair".

Quantos pais, hoje, conhecem melhor seus filhos? O comportamento em casa, durante a aula ou na realização das tarefas, é o mesmo na escola, na sala de aula? Eu, que decidi ser professor lá pelos 15 anos, fui colocado na berlinda pelo meu filho, com seis anos. Aqui, em casa, minha esposa e eu estamos em aula remota, muitas vezes em horários iguais e, ainda, com as lives, aulas e tarefas de nosso filho. Meus alunos, universitários, tem maior maturidade para encarar esse período que vivenciamos. Meu filho e, confesso, eu mesmo, talvez não tenhamos toda a maturidade necessária. Logo no começo da pandemia, terminei minha aula e fui ajudar nas tarefas do meu garoto. Estudamos o Egito Antigo, fizemos uma pirâmide de papelão, fizemos um desenho e construímos ferramentas. Foi tudo bem. Depois, veio a leitura de textos curtos. Aí, a coisa desandou. Não queria ler. E eu insistindo na importância da leitura. Não lia. Fazia provocação e queria ligar a televisão. Irritado dei um grito: "vai ler, sim, depois, televisão". Assustado, meu filho questionou: "Papai, você grita assim com seus alunos?". Fiquei sem reação, olhando para ele. Depois, respondi: "Não filho, meus alunos, na maioria das vezes, fazem o que peço e não ficam me provocando, choramingando, querendo ver televisão". E devolvi com uma pergunta: "Você também se comporta assim na sala de aula, com sua professora". E ele, calmamente, me respondeu: "Eu não. Tenho vergonha, da professora e dos meus amigos. De você e da mamãe eu não tenho vergonha, falo o que quero". Fui ler o que os psicólogos e especialistas em educação infantil estavam publicando. Desisti. Muitos estavam teorizando em abstrato e, concretamente, a coisa era bem mais complicada. Filho de um amigo me disse, dias atrás, que nas tarefas de matemática, o pai fica tão irritado que "a veia do olhos até pula"! Ensinar é um ofício, com elementos racionais de planejamento de uma aula, a forma mais pertinente de abordar o conteúdo, de relacioná-lo à vida do aluno, usando a didática apropriada à idade e à realidade social que estamos inseridos. No entanto, não há racionalidade pura, já que nossas emoções e nossos valores afloram e se fazem presentes.

Com tudo isso que estamos passando, será que os pais ou a sociedade, ao terminar a pandemia, vão rever - e valorizar - o papel do professor e da escola? Sairemos, coletivamente, fortalecidos desta pandemia? Doravante, os pais ou responsáveis pelas crianças e jovens estarão mais presentes neste processo, como indicam a Constituição e o Estatuto da Criança e do Adolescente? Quero crer que sim. Quero acreditar que essa experiência nos ajudará a melhor compreender o papel do professor e da educação na vida das pessoas. Basta querermos. Que a educação seja, para todos, algo essencial e que seja uma bússola para seguirmos pelo caminho da formação cidadã e profissional. A todos os professores meu desejo de felicidade não pelo dia de hoje, mas pela escolha profissional e pela dedicação à causa da educação!

 


Rodrigo Augusto Prando - professor e pesquisador da Universidade Presbiteriana Mackenzie, do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas. Graduado em Ciências Sociais, Mestre e Doutor em Sociologia, pela Unesp de Araraquara.

 

DIA DA MULHER TRABALHADORA RURAL: A NOSSA LUTA É PELA VIDA!

Hoje, 15 de outubro, é celebrado em todo o mundo o Dia da Mulher Trabalhadora Rural. Essa data faz, anualmente, a CONTAG, as Federações e Sindicatos refletirem mais sobre os grandes desafios colocados às mulheres, principalmente às trabalhadoras rurais agricultoras familiares.

O enorme corte no orçamento público e o consequente desmonte das políticas para o campo, por exemplo, impactaram principalmente as mulheres.

As trabalhadoras rurais representam 45% da força de trabalho e contribuem com mais da metade da produção de alimentos consumidos no País, segundo o Censo Agropecuário 2017 (IBGE).

A agricultura familiar é a fonte de renda de inúmeras famílias brasileiras e, além disso, alimenta uma cadeia econômica de grande complexidade. Os seus princípios estão em consonância com a agroecologia, valorizando a sustentabilidade ambiental, social e econômica, eixos que dialogam diretamente com a Plataforma da Marcha das Margaridas.

São as mulheres trabalhadoras rurais agricultoras familiares que, na maioria dos casos, tomam a iniciativa e estimulam as suas famílias à transição de produções convencionais para o modelo agroecológico. Elas são responsáveis por grande parte da produção e são fundamentais para garantir a conservação e manejo da biodiversidade, com destaque para o resgate e multiplicação da diversidade das sementes crioulas e para a produção de alimentos saudáveis, desde os seus quintais produtivos.

Para a secretária de Mulheres da CONTAG, Mazé Morais, apesar dos grandes desafios, essa data é muito simbólica por reconhecer o trabalho e as conquistas das mulheres trabalhadoras rurais, resultado de muita luta por mais visibilidade e valorização. “Nesse ano, temos mais um motivo para celebrar, que são os 20 anos de Marcha das Margaridas, símbolo da nossa força e resultado da nossa organização, articulação e mobilização. Através dela, questionamos as bases da desigualdade de gênero e articulamos aspectos importantes da nossa vida, dentre os quais estão a agroecologia, a produção de alimentos saudáveis, a proteção da biodiversidade, o direito à terra e aos territórios e as políticas públicas. A nossa luta é pela vida!”, destacou Mazé.


Dia da Chefe: mulheres em cargos de liderança ganham, em média, 23% a menos que homens


Movimento Essa Cadeira É Minha, idealizado pela Catho, chama a atenção também para a diferença de tratamento dada às mulheres líderes

 

Celebrado por empresas e funcionários, o Dia do Chefe acontece no próximo dia 16 de outubro e é mais uma oportunidade para levantar a discussão sobre a importância da representatividade feminina em cargos de alta liderança. Embora o artigo feminino "a" esteja cada vez mais acompanhado da palavra chefe, graças aos avanços no debate sobre a equidade de gênero, o equilíbrio de espaços e direitos no mercado de trabalho ainda estão longe do ideal. É o que aponta levantamento da Catho com mais de 10 mil respondentes.

Segundo os dados da Catho, mulheres em cargos de liderança como gerentes e diretoras ganham, em média, 23% a menos do que homens. O salário desigual também é visto em outros cinco níveis hierárquicos, como coordenador (-15%), especialista graduado (-35%), analista (-34%), especialista técnico (-19%) e operacional (-13%). A exceção é a posição de assistente em que mulheres costumam receber 2% a mais.

"Os dados mostram que embora a disparidade tenha diminuído em alguns cargos em relação à última pesquisa divulgada pela Catho, a desigualdade salarial entre os gêneros ainda é muito latente e requer esforços genuínos das empresas. O caminho certamente começa pelo debate, mas precisamos de mais ações e políticas concretas de inserção e de igualdade de condições, para que efetivamente seja possível sanar esse grande problema social", destaca Patricia Suzuki, diretora de Gente e Gestão da Catho.


 

 Dia da Chefe | Essa Cadeira É Minha

Agora, neste Dia da Chefe, a Catho ativa uma campanha nas redes sociais a fim de chamar a atenção para a desigualdade de oportunidades e, também, de tratamento dado às mulheres que ocupam cargos de liderança. A campanha é mais um desdobramento do movimento Essa Cadeira É Minha que tem o objetivo de reivindicar a posição de mulheres em cargos de liderança.

No vídeo oficial da campanha Dia da Chefe é possível ver como a crítica direcionadas às mulheres costumam ser acompanhadas de ofensas machistas, que vão muito além da atuação profissional.

Considerando formação também há desigualdade

O levantamento ainda mostra que a remuneração também é desigual em todos os níveis de escolaridade. Profissionais do gênero feminino com maior grau, como pós-graduação, MBA ou especialização, chegam a receber 47% a menos em relação aos homens.

"Maioria da população brasileira, as mulheres são chefes e responsáveis pelos sustento de 45% das famílias no país, por isso que apoiar essa luta é contribuir positivamente para a sociedade como um todo. A Catho sabe disso e se posiciona como aliada das mulheres nessa caminhada por direitos", conclui Patricia Suzuki.



 

Médicos são os profissionais em quem os brasileiros mais confiam

Pandemia de Covid-19 foi um dos fatores que aproximou e humanizou médicos e população


No domingo, 18 de outubro, é comemorado o Dia do Médico, profissional que está entre os que mais têm a confiança dos brasileiros, segundo uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Medicina e do Instituto Datafolha, no segundo semestre deste ano. O estudo revelou que 35% dos entrevistados apontam estes profissionais como os que mais confiam. Na segunda posição, aparecem os professores, com 21%, e os bombeiros, com 11%. A pandemia de Covid-19 foi um dos fatores que colaborou para aumentar a confiança em relação aos profissionais da medicina. Na pesquisa anterior, realizada em 2018, os médicos tinham um índice 24%.

O levantamento permitiu, também, captar a percepção dos brasileiros em relação à atuação dos médicos brasileiros no enfrentamento à pandemia de Covid-19. Na opinião de 77%, o trabalho desses profissionais é considerado ótimo ou bom. Outros 17% consideram essa performance como regular e apenas 6% como ruim ou péssimo.

“Além da óbvia importância desses profissionais no atendimento dos casos de Covid-19, acredito que a pandemia humanizou a visão que a população tem dos médicos. Cotidianamente, ao ligarmos a TV, nas mídias sociais, no rádio, somos impactados pelo depoimento de médicos que estão na linha de frente dos atendimentos, que perderam pacientes, que se emocionaram com processos de cura, que se revoltaram com a falta de apoio, que também foram contaminados, que se mobilizaram para conscientizar a população, que debateram sobre medicamentos e protocolos a serem adotados”, aponta a diretora de Campus da Faculdade AGES de Medicina, localizada em Jacobina/BA, Elaine Rodrigues Ferreira Lima.

Ela avalia que essa realidade trouxe para população uma vertente humana do profissional médico, que muitas vezes fica esquecida diante da imagem de alguém vestido de branco, que no auge da sua sabedoria faz diagnósticos e prescreve medicamentos.

“As dores e a vitórias desses profissionais no combate a pandemia são as dores e as vitórias da população, e essa proximidade gera não só confiança, como também admiração e respeito”, completa.

As mulheres (78%), a população com idades de 45 a 59 anos (82%), os com nível superior (81%) e com rendimento maior do que dez salários mínimos (78%) são os segmentos que se destacam no que se refere à imagem positiva dos médicos. Geograficamente, o bom conceito não apresenta grandes variações por região, ficando, em média, em 76%.


Dia do Médico – para comemorar o Dia do Médico, a AGES vai apostar no seu forte: a promoção de conhecimento. Ocorre no dia 16 de outubro, sexta-feira, a partir das 19h, o II MedAges, evento online, aberto e gratuito, transmitido no Canal Agesoficial do YouTube. Na primeira palestra, Médica em otorrinolaringologia Jacqueline Coelho, fala sobre Epistaxe (sangramento nasal). Em seguida, o tema “Trabalho Médico” será abordado pela médica de Família e Comunidade, Ana Karen Souza, e, por fim, o cirurgião vascular Danilo Batista de Oliveira Abreu fala sobre “Relação paciente-médico, o entendimento do conceito biopsicossocial centrado na pessoa”. O link para assistir a palestra estará disponível em ages.edu.br/eventos.

 

Avaliação durante a pandemia

A avaliação do trabalho dos médicos durante a pandemia vem amparada em percepções específicas:

  79% dos brasileiros avaliam como ótimo ou bom o empenho dos profissionais para atender os pacientes;


  73% classificam da mesma forma a qualidade da assistência oferecida;


  Para 64%, o nível de confiança depositada no trabalho realizado durante a pandemia é alto;


  49% dos brasileiros acreditam que o trabalho do médico não tem recebido a valorização merecida;


  Já 65% avaliam com esses mesmos conceitos as condições de trabalho oferecidas aos médicos, ou seja, entendem que o trabalho desses profissionais tem sido prejudicado por falta de infraestrutura;


  Independentemente do período da pandemia, os brasileiros mantêm o entendimento de que os médicos são vítimas de problemas de gestão. Para 99% dos entrevistados, esses profissionais carecem de condições adequadas para o pleno exercício de suas atividades. Já na percepção de 95%, eles merecem ser alvos de medidas de valorização, como maior remuneração e plano de carreira.

 

5 passos para escolher o líder certo para o seu time

 Em momentos de crise, se torna ainda mais necessário escolher a pessoa certa para liderar seus times. Cada empresa tem uma dinâmica, mas, acredite, existem alguns parâmetros que podem ajudar todas a chegar mais perto do perfil desejado. Confira os 5 passos para escolher o líder certo para seu time por Marcelo Arone.

 

Marcelo Arone, headhunter e especialista em recolocação executiva, que há 12 anos ajuda líderes de empresas de médio porte a encontrar os melhores talentos para suas lideranças, é taxativo: a pandemia mostrou quem é um líder de verdade. “Não adianta mais apostar em uma postura centralizadora, imatura, do tipo que manda e não sabe fazer”, explica ele, que reforça: “o líder certo, a partir de agora, é um executor/inspirador. Ou seja, é ele quem vai levar a empresa a um outro patamar”.

O especialista elenca 5 passos para quem vai contratar escolher de forma mais assertiva quem vai liderar seus times a partir de 2021. Confira:


Passo #1

O líder do futuro é descentralizador, sabe delegar e sabe observar as qualidades do seu time, para delegar certo. Então, o primeiro passo para contratar o melhor líder para suas equipes é escolher alguém que saiba trabalhar com elas. “Não adianta ter um PhD na direção das ações da sua empresa, se ele é do tipo que não sabe trabalhar com outras pessoas. A pandemia veio mostrar, entre outras coisas, que precisamos muito mais uns dos outros do que imaginamos, e é por isso que o líder precisa ser agregador”, reflete Marcelo.


Passo #2

O líder do futuro sabe “ler” as pessoas. Ter inteligência emocional e mais, empatia, precisa estar no escopo da nova liderança: “é preciso que o líder conheça e reconheça os limites e as qualidades da equipe dele, que saiba como extrair o que de melhor a equipe possa oferecer”, explica Marcelo. Por isso, é preciso que o líder a ser contratado seja bom não apenas no serviço/produto/mercado em que atua, mas também com as pessoas com quem vai lidar.


Passo #3

Outra característica forte do novo líder é ser um exemplo, não apenas na área dele, mas também uma referência para outras áreas com as quais ele se relacione. “É preciso lembrar que o líder é o detentor da cultura da empresa. Todos os colaboradores precisam, obviamente, ter uma relação com a cultura da empresa, mas o líder é o representante e é ele quem contamina tanto para o bem quanto para o mal todos os seus times”, reforça Marcelo.


Passo #4

Algo que Marcelo já abordou anteriormente é que a tomada de decisão, a partir de 2021, naturalmente, vai ser muito mais ágil: “o novo líder terá que ser ágil, atualizado, conectado com as tendências do negócio em si, do mercado, da cultura da empresa em que ele atua. Um executor que vai levar seus times com ele”, lembra o especialista. Ou seja, é ´preciso que seja alguém que, diante das incertezas, estude, avalie e busque soluções de forma ágil e conectada com o futuro.


Passo #5

Outro passo importante, na opinião de Marcelo, para escolher o novo líder, é observar se ele deixou um legado ou foi reconhecido por onde passou. “Para cada processo de seleção de um líder as empresas têm que fazer uma pesquisa de referências, para entender o legado e a história que a pessoa já construiu. Observar se teve ciclos sólidos na carreira dele, ou se teve passagens mais superficiais em outras companhias”, enfatiza.

 

Marcelo lembra que é interessante observar se a pessoa já reverteu situações adversas. Se, em situações complexas, se sobressaiu: “a pandemia ajudou muito nesse processo. O bom líder passa por altos e baixos e é nesse caminho que ele se forma e constrói sua carreira. Para Marcelo, uma coisa é certa: mesmo seguindo com foco na produtividade e no resultado, o novo líder precisa ser cada vez mais humano.

 



Marcelo Arone-  é Headhunter, especialista em recolocação executiva e sócio da OPTME RH. Formado em Comunicação e Marketing pela Faculdade Cásper Líbero, com especialização em Coach Profissional pelo Instituto Brasileiro de Coaching, Marcelo já atuou na área de comunicação de empresas como Siemens e TIM, e no mercado financeiro, em empresas como UNIBANCO e AIG Seguros. Pelo Itau BBA, tornou-se responsável pela integração da área de Cash Management entre os dois bancos liderando força tarefa com mais de 2000 empresas e equipe de 50 pessoas. Desde então, se especializou em recrutamento para posições de liderança em serviços, além de setores como private equity, venture capital e empresas de Middle Market, familiares e brasileiras com potencial para investidores. Já entrevistou em torno de 8000 candidatos e atendeu mais de 100 empresas em setores distintos.

Setor de Cruzeiros espera mudanças em portaria para estrangeiros

Temporada começaria em novembro, mas empresas estão em compasso de espera. Para especialista, entrada de turistas estrangeiros por mar e terra deve ser próximo passo


No final de setembro, o governo federal editou duas portarias (de 24 e 31 de setembro) que garantiram a abertura dos aeroportos para viagens de turismo, trabalho ou negócios, mas as fronteiras marítimas e rodoviárias continuaram fechadas.

Com a temporada de cruzeiros tradicionalmente iniciando em novembro, o setor freou sua venda de pacotes, mas espera uma definição em breve do governo federal. “Há uma expectativa de que a próxima portaria, programada para o final de outubro, garanta a entrada de turistas estrangeiros pelo mar, o que ajudará a retomada da economia”, afirma o gerente da Fragomen Brasil no Rio de Janeiro, Diogo Kloper.

A portaria de 24 de setembro já liberou a entrada de turistas em todos os aeroportos, mas continuou restringindo as vias marítimas e terrestres com exceção das pessoas que já possuem residência por prazo determinado ou indeterminado ou que trabalham em serviços essenciais. A tripulação de navios pode se encaixar nessa categoria. No dia 31 de outubro, outra portaria excluiu o seguro-saúde para entrada de estrangeiros, mas as restrições via terra ou mar continuaram.

A preocupação sanitária e o controle mais difuso (no caso das fronteiras terrestres) são as principais razões para as restrições, avalia Kloper.

O setor prevê uma mudança de temporada, que normalmente vai de novembro a março. Como o carnaval foi adiado para maio ou junho, é possível que haja uma mudança desse calendário.


Pesquisa de mercado: saiba a importância de se planejar para o próximo ano

Especialista em marketing explica o quanto as pesquisas são aliadas indispensáveis no planejamento estratégico das empresas.

 

O ano de 2020 já entrou na história, devido à pandemia ocasionada pelo novo Coronavírus. Além dos impactos sociais, a Covid-19 também gerou inúmeros impactos econômicos. Mesmo em meio a tantas incertezas, o mundo corporativo não para, e, além da busca por obter os resultados almejados, precisa pensar estrategicamente e realizar o planejamento para o próximo ano.

A especialista em marketing e diretora da AskNew, instituto de pesquisa que atua há sete anos em Santa Catarina, Janine Kuroski, ressalta que as empresas não devem ignorar o quanto uma boa pesquisa de mercado é aliada importante dos negócios, auxiliando no desenvolvimento de um planejamento estratégico mais confiável. “Pior do que não ter os dados personalizados para o negócio, é basear decisões estratégicas em dados generalistas e, por vezes, inadequados e incorretos”, diz.

Atualmente há excesso de informações disponíveis em todos os lugares. Porém, nem tudo que está disponível e pronto para ser utilizado, será exatamente sobre o seu mercado e o seu cliente. “Apenas um estudo exclusivo e privativo pode proporcionar um diferencial competitivo para as organizações. Não há negócio que não apresente novidades mercadológicas importantes pós pandemia. Será preciso se aprofundar, entender e ajustar”, ressalta Janine.

A especialista explica que existem diversas metodologias para atender aos diferentes objetivos de pesquisa de mercado, sendo eles:

  • Identificar tendências do setor, macro e micro;
  • Testar novas ideias, produtos, serviços, posicionamentos, campanhas;
  • Compreender a imagem da sua marca e dos concorrentes, bem como a participação de mercado;
  • Medir a satisfação dosclientes, seja no mercado B2B ou B2C;
  • Validar a demanda de mercado para startups ou outros novos negócios;


Agilidade e precisão


Janine explica que o dinamismo do mercado exige dos empreendedores tomadas de decisão rápidas e corretas. “Os projetos personalizados são preparados no mesmo dia, sem custo para o possível contratante da pesquisa. Se aprovado, parte-se para o planejamento do campo, desenvolvimento dos instrumentos e realização, que está cada dia mais ágil, em torno de vinte dias na média”, relata.

Diversos métodos de pesquisas presentes no mercado hoje são eficazes e trazem resultados e insights fundamentais para o sucesso da empresa.

“Já se foi o tempo em que as pesquisas eram demoradas e caras, elas podem e devem participar da rotina de decisões das empresas, mas não apenas em tempos de planejamento estratégico”, finaliza a especialista em marketing e diretora da AskNew, Janine Kuroski.


Atividade do comércio cai 8,8% no Dia das Crianças, aponta Serasa Experian

Queda é menor do que a registrada no Dia dos Pais, de 10,6%. Na cidade de São Paulo a queda foi de 7,3%

 

O Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian mostra que as vendas na semana do feriado de Dia das Crianças apresentaram queda, mas ainda assim, registram melhor resultado do que a baixa verificada no Dia dos Pais (-10,6%), última data comemorativa analisada pelo índice. De acordo com o indicador, houve um decréscimo de 8,8% nas vendas do varejo brasileiro durante a semana de 05 a 11 de outubro na comparação com o mesmo período de 2019, quando houve aumento de 1,7%. Essa é a maior baixa desde 2006, período de início da série histórica do índice. Quando considerado apenas o final de semana (09/10 a 11/10) o tombo foi de 7,7%.



Para o economista da Serasa Experian Luiz Rabi, a baixa menor do que a verificada na data comemorativa anterior é positiva, pois mostra que a recuperação da economia, mesmo que em ritmo lento, está acontecendo. “Existem dois principais motivos que mantém o cenário de retração: um deles é o desemprego, que continua em alta, o outro está ligado à redução do valor do auxílio emergencial, que foi cortado pela metade na maioria dos casos. Ou seja, embora o consumidor ainda esteja sem fôlego para realizar compras que não sejam prioridade, os níveis de consumo não estão piorando, pelo contrário, estão caminhando para a retomada”.

Levando em conta a semana apenas na cidade de São Paulo, o recuo foi de 7,3% enquanto no final de semana, houve um declínio menor, confira:




Serasa Experian

www.serasaexperian.com.br

Posts mais acessados