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quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Síndrome da respiração bucal prejudica vários aspectos da saúde infantil

Cerca de 30% das crianças brasileiras respiram pela boca e apresentam a chamada “síndrome da respiração bucal”. O problema é que o ar que entra pela boca é mais agressivo ao organismo, pois chega ao pulmão com as impurezas do ambiente. “O ser humano nasceu para respirar pelo nariz, e não pela boca, pois o nariz funciona como uma barreira: filtra, umedece e aquece o ar”, explica a Dra. Kamila Godoy, dentista, membro da Associação Brasileira de Ortodontia e pesquisadora da Faculdade de Odontologia da USP.

Segundo a dentista, quem tem uma respiração oral por mais de quatro meses apresenta narinas entupidas, desconforto na garganta e voz anasalada. “A boca não precisa estar escancarada, bastam os lábios e dentes ficarem entreabertos. Pode-se tornar um problema sério, prejudicando a saúde, a qualidade de vida e o desenvolvimento das crianças”, frisa Kamila Godoy.

 

Principais causas e consequências

O diagnóstico nem sempre é fácil. As causas mais comuns são as rinites alérgicas e o aumento das amígdalas (localizadas na garganta) e adenoides (também conhecidas como "carne esponjosa"). De acordo com a especialista, quando estas últimas ficam grandes demais, o ar não passa. Outras causas são as inflamatórias (sinusite), infecciosas (rinofaringites) e alterações anatômicas (desvio de septo). 

Ao longo do tempo, o hábito de respirar pela boca provoca flacidez dos músculos faciais, dos lábios e língua, alterações na postura corporal, deformidades faciais, insuficiência respiratória, má oclusão dentária, cansaço frequente, boca seca, mau hálito, falta de apetite e noites mal dormidas. 

“Por causa da flacidez na boca e na língua, o processo de mastigação e deglutição também fica comprometido. Resultado: a criança não tem uma alimentação adequada, já que é impossível triturar a comida e respirar ao mesmo tempo. Ela acaba comendo rápido, mastigando pouco e utiliza líquidos para auxiliar na hora de engolir. Com isso, passa a preferir alimentos pastosos”, afirma a dentista. 

Da mesma forma, a fala, o sono e a concentração sofrem danos. Pode ainda ocorrer uma menor oxigenação cerebral quando se respira pela boca, o que prejudica o aprendizado e faz com que a criança acorde cansada. Também apresenta episódios de apneias noturnas, que irão causar diversos despertares, atrapalhando o sono.

“Pelo fato da respiração bucal ocasionar diferentes patologias, o ideal é buscar, inicialmente, ajuda pediátrica. Dependendo da complexidade do quadro, a criança será orientada a um tratamento que pode envolver várias especialidades médicas, como otorrino, dentista, fonoaudiólogo, nutricionista e até apoio psicopedagógico”, finaliza Kamila Godoy.


Brasil avança no combate à hepatite C

Ministério da Saúde distribuiu mais de 61 mil tratamentos para hepatite C entre janeiro de 2019 e setembro de 2020, com mais de 130 mil pessoas curadas com novos antivirais no SUS

 

Mais de 130 mil brasileiros já se recuperaram da hepatite C com os novos Antivirais de Ação Direta (DAA), desde a incorporação dos medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS), em 2015. Entre janeiro 2019 e setembro de 2020, o Ministério da Saúde já distribuiu 61.439 tratamentos para a doença. O total de pacientes que receberam o medicamento (130.969) representa 23% da meta pretendida para a eliminação da infecção no país até 2030. Além disso, cerca de 40% dos tratamentos realizados com DAA no Brasil ocorreram entre 2019 e 2020, evidenciando os grandes avanços das políticas de combate à hepatite C.

Atualmente, o maior desafio para o cumprimento das metas para a eliminação do HCV (vírus da hepatite C), está no diagnóstico precoce da doença, ou seja, identificar os pacientes que estão com a infecção, mas desconhecem sua situação de saúde. Hoje, cerca de 450 mil pessoas precisam ser diagnosticadas e tratadas no Brasil. O fato de ser uma doença silenciosa, que não apresenta sintomas em sua fase inicial, dificulta o diagnóstico, principalmente em pessoas acima dos 40 anos de idade. 

O Brasil é um dos poucos países ao redor do mundo que oferta o tratamento de forma universal e gratuita por meio de um sistema público de saúde. Em 2019, o Ministério da Saúde reestruturou o modelo de aquisição, programação e distribuição dos medicamentos para hepatites virais. Os preços obtidos pelo SUS estão entre os menores do mundo, quando comparados a países que adquirem os mesmos produtos e possuem regras semelhantes às do Brasil em relação aos direitos patentários e legislação para aquisições pública. 

O resultado do sucesso das estratégias foi o fim da espera pelos medicamentos na rede pública de saúde. Entre 2019 e 2020 o Ministério da Saúde realizou a compra de aproximadamente 100 mil tratamentos e tem condições de realizar outras aquisições, visando garantir o acesso a todos os pacientes diagnosticados futuramente.

Desde agosto de 2019 o envio dos medicamentos deixou de ser realizado trimestralmente, passando a ser feito mensalmente. A medida possibilita maior agilidade para atendimento dos pacientes. Com maior controle, também é possível o envio do estoque de segurança, que corresponde a 20% do consumo apresentado pelos estados. 

As distribuições de medicamentos, bem como o número de pacientes efetivamente tratados para as hepatites B e C podem ser acompanhados por meio do Painel Informativo sobre tratamento das hepatites virais, lançado este ano, visando maior visibilidade e transparência às informações.

HEPATITE C REPRESENTA MAIS DE 75% DO NÚMERO DE ÓBITOS POR HEPATITES 

Nos últimos 20 anos foram registrados 673.389 casos de hepatites, ocasionadas pelos vírus A (25%), B (36,8%), C (37,6%) e D (0,6%). Em relação aos óbitos, no mesmo período (2000 a 2018), foram identificados no Brasil 74.864 mortes por causas básicas e associadas às hepatites virais. Destas, 1,6% (1.189) foi associada à hepatite viral A; 21,3% (15.912) à hepatite B; 76,02% (57.023) à hepatite C e 1,0% (740) à hepatite D.

Embora represente o maior número de óbitos, a hepatite C vem apresentando queda no coeficiente de mortalidade e no número de óbitos, desde 2015. Em 2014, foram registrados 2.087 óbitos relacionados a hepatite C, já em 2018 foram 1.491 mortes, restando uma queda de 25% no número de óbitos por hepatite C, neste período, o que pode guardar relação com o início da oferta de tratamentos altamente eficazes, que curam mais de 95% dos casos.

A maioria das pessoas que possui a infecção pelo vírus da hepatite C não tem conhecimento, pois a doença não apresenta sintomas na maioria dos casos. Quando os sintomas começam a aparecer, geralmente a doença já está em estágio mais avançado, ou seja, o paciente pode ter convivido com o vírus por décadas sem qualquer manifestação. O descobrimento tardio pode ser feito em virtude do aparecimento de fibrose hepática, cirrose, câncer hepático, que podem levar à morte.

OFERTA DE TESTES RÁPIDOS NO SUS

Todas as pessoas com 40 anos ou mais precisam fazer o teste da hepatite C, pelo menos uma vez na vida. Pessoas com diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão, doença renal crônica, com distúrbios psiquiátricos, submetidas a transplantes, que vivem com HIV, que fizeram transfusão de sangue antes de 1993, que passaram por procedimentos médicos ou estéticos (manicure, tatuagens) sem a observação dos parâmetros de segurança, detém um fator de risco para infecção pelo HCV e também precisam ser testadas, independentemente da idade.

O teste rápido é disponibilizado pelo SUS e pode ser solicitado por qualquer pessoa nas unidades básicas de saúde. O resultado sai em menos de 30 minutos. O Ministério da Saúde já distribuiu, aproximadamente, 12,9 milhões de testes para hepatite C entre 2019 e maio de 2020. A identificação de novos pacientes, atualmente, é a principal barreira para o alcance da eliminação da doença, como problema de saúde pública, até 2030. 

ACESSO A MEDICAMENTOS

Pacientes em tratamento de hepatites virais agora possuem acesso facilitado aos medicamentos. Antes, o processo para solicitação e retirada durava mais de 11 meses, em alguns lugares. O Ministério da Saúde, em acordo com estados e municípios, conseguiu reduzir este processo para, aproximadamente, dois meses, a partir da reorganização da periodicidade de distribuição. Contudo, o objetivo é que no próximo ano, com o aumento do número de farmácias fazendo a dispensação dos medicamentos para hepatites virais, os pacientes possam ter acesso imediato ao tratamento na maioria das situações.

 


Nicole Beraldo

com informações do Nucom SVS


Médica alerta para a importância de cuidar da hidratação dos idosos diante da onda de calor

Com as altas temperaturas registradas nas últimas semanas no país, é preciso redobrar os cuidados com a hidratação dos idosos. O alerta é da médica geriatra do Residencial Club Leger, entidade dedicada ao acolhimento de pessoas da terceira idade, Simone Henriques. Ela explica essa faixa etária é mais suscetível à desidratação, pois a capacidade do organismo para conservar a água é reduzida e o senso de sede torna-se menos aguçado

- Por isso, mesmo que a pessoa não reclame de sede ou sinta algum desconforto, é necessário beber água. O corpo necessita estar com a temperatura equilibrada - destaca Simone.

Ela também ressalta a importância de umidificar o ar, como forma de reduzir qualquer problema respiratório. Dessa forma, acrescenta a médica, é possível evitar ou minimizar casos de renite alérgicas. No caso do Residencial Club Leger, houve aumento de oferta de água e um cuidado ainda maior em manter os ambientes arejados e ventilados.

- Essa é uma preocupação constante que devemos ter. Com o aumento da temperatura, devemos estar mais atentos aos efeitos que pode gerar na saúde dos idosos - conclui Simone.


ESTRESSE PODE CAUSAR DOENÇAS NO CORPO

90% da população mundial é estressada; médicas explicam diferentes ações da doença no corpo


É impossível negar que a pandemia do novo coronavírus mexeu com os nervos das pessoas. As mudanças provocadas pelo estado de calamidade provocaram crises profundas de estresse. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição atinge mais de 90% da população mundial. 

De acordo com a gastroenterologista do Hospital Brasília Zuleica Barrio, o estresse emocional pode contribuir para desencadear ou piorar sintomas de doenças gastrointestinais como a gastrite e a síndrome do intestino irritável. “Muitas pessoas apresentam dores abdominais e diarreia quando submetidas a situações estressantes”, relata. 

Queda de cabelo, dermatites e descamações também são algumas das doenças dermatológicas mais conhecidas, que também podem ser causadas por altos níveis de estresse. Segundo a dermatologista do hospital Águas Claras Clarissa Araújo Borges, o vitiligo e a psoríase também podem ser desencadeadas ou piorar num momento de estresse.  

De acordo com o Ministério da Saúde, existem dois níveis de estresse: o agudo e o crônico. O estresse agudo é mais intenso e curto, desencadeado por situações passageiras ou traumáticas, como a pandemia. Já o estresse crônico afeta a maioria das pessoas, é mais suave, porém constante no dia a dia.

 

Diagnóstico e tratamento 

Conhecido como o hormônio do estresse, o cortisol pode ser medido por meio de exame laboratorial. Entretanto, não é possível associá-lo ao episódio de estresse, como explica a endocrinologista do Laboratório Exame/Dasa Fernanda Lopes. 

“Observamos nos pacientes que, ao serem submetidos a situações de estresse, o nível de cortisol pode aumentar, entretanto não é base para diagnóstico, especialmente se não é agudo. Também não é possível utilizar o cortisol como ferramenta diagnóstica para o estresse psicológico”, esclarece. 

O tratamento dermatológico deve ser específico para a condição apresentada devido ao estresse, incluindo desde xampus, loções, pomadas até o uso de medicamentos orais. “Além dos tratamentos fármacos, o controle do estresse é muito importante para ajuda a conter novos surtos da doença. Uma abordagem multidisciplinar, com diversos profissionais também é fundamental”, destaca a dermatologista Clarissa Araújo. 

A médica ainda frisou a importância de investigar outras doenças. O estresse pode causar anemias, alterações tireoidianas e até deficiências vitamínicas. Esses distúrbios devem ser corrigidos e tratados por cada especialista em sua área. 

Zuleica Barrio reforça a importância de aprender a lidar com o estresse. “Psicoterapia, exercícios físicos, melhor qualidade de vida e de alimentação, associados a medicamentos quando necessário, podem diminuir os sintomas” conclui.

 

Hospital Brasília


Outubro Rosa: a saúde da mulher além dos exames ginecológicos


Prevenção e diagnóstico precoce são essenciais para obter sucesso no tratamento e reduzir o número de mortes


Câncer é um diagnóstico difícil de digerir, uma palavra difícil de ser dita, e muitas pessoas evitam até pronunciá-la. É uma doença silenciosa, e que afeta milhares de pessoas no mundo, considerada uma epidemia global, infelizmente tende a aumentar nos próximos anos.  Atualmente, 7,6 milhões de pessoas morrem em decorrência da doença a cada ano; deste valor, 4 milhões têm entre 30 e 69 anos.

No Dia Mundial do Câncer (4 de fevereiro), o INCA (Instituto Nacional de Câncer) lançou a publicação “Estimativa 2020: Incidência de Câncer do Brasil”, criada para alertar, e conscientizar sobre a importância da disseminação de informações de qualidade e desenvolver estratégia para lidar com a doença. A previsão para 2025 é assustadora e preocupante: a estimativa é de 6 milhões de mortes prematuras por ano, sendo que 1,5 milhão de óbitos poderiam ser evitados com medidas adequadas. Segundo a publicação, os cânceres mais incidentes no Brasil são os de pele não melanoma, mama, próstata, cólon e reto, pulmão e estômago.

A pesquisa realizada pela IARC (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer) mostra que o câncer de mama é um dos três tipos de câncer com maior incidência, junto com o de pulmão e o colorretal, e é o que mais acomete as mulheres em 154 países dos 185 analisados.  Segundo o INCA, representa a primeira causa de mortes por câncer em mulheres brasileiras, e as regiões que apresentam as maiores taxas de mortalidade são o Sul e Sudeste, que tiveram 15,56 e 14,56 óbitos/100 mil mulheres em 2015. O estudo aponta que uma a cada quatro mulheres que têm um caso diagnosticado tem câncer de mama, representando 24,2% do total.

“A melhor maneira de conter a doença é investir em prevenção, acompanhamento e rastreamento para que o câncer seja descoberto cada vez mais precocemente. Todas mulheres devem realizar um check-up ginecológico todos os anos. Se houver casos de câncer na família, esse cuidado deve ser intensificado. Casos descobertos logo no início têm mais chances de serem tratados. É importante assumir as rédeas, ter atitudes para valorizar a saúde e a vida, como, por exemplo, ter uma alimentação saudável, manter o peso corporal, praticar atividade física regularmente, não ingerir bebida alcoólica e não fumar, são ações que ajudam a reduzir 28% o risco de desenvolver câncer de mama.”, alerta Alberto Guimarães, ginecologista e consultor de saúde da MetaLife Pilates.

A combinação de dieta e peso corporal saudáveis, juntamente com os níveis recomendados de atividade física, pode reduzir significativamente o risco de desenvolver câncer. O peso corporal excessivo é responsável por uma grande proporção dos casos de câncer, entre eles esôfago, rim, endométrio, mama, cólon e reto

O sedentarismo é responsável por uma proporção significativa dos casos de câncer de cólon – aproximadamente 15% no Brasil. Os dados são alarmantes: anualmente, são cerca de 600 mil novos casos, e o câncer é a segunda causa de morte entre a população brasileira, atingindo mais de 25 mil pessoas. A estimativa é que, “até os 75 anos de idade, um em cada cinco brasileiros desenvolva algum tipo de câncer”, alerta o Atlas do Câncer, publicação que teve sua primeira versão traduzida para o português em parceria com o Hospital de Amor (Barretos), instituição de prestígio internacional na área da saúde.

A educadora física Adriana Cardoso, 50 anos, ativa, adepta de alimentação saudável, sempre teve uma vida regrada. Durante um check-up anual de rotina, em outubro de 2019, foi surpreendida com o diagnóstico de câncer de mama.

“Ao realizar os exames de rotina ultrassom e mamografia, foi identificado uma calcificação atípica. O ginecologista, então, solicitou uma mamotomia (biopsia), que confirmou o resultado da mamografia. Ao procurar o mastologista, recomendou-me realizar uma cirurgia.

Foi retirado um fragmento da mama (menor que um quadrante), e uma parte do material retirado foi avaliada na sala de cirurgia e a outra parte foi enviada para o laboratório. Quinze dias após o procedimento, foi detectado um carcinoma in sito grau 2 (o tipo mais comum de câncer entre as mulheres).

Não é fácil receber este tipo de diagnóstico, assusta, preocupa, é como se o tempo parasse por alguns minutos.  Recuperada do susto, decidi partir para a parte prática, não sou mulher de ficar parada, esperando a vida acontecer, gosto de ação e solução.

Com esse resultado, era preciso retirar mais uma parte da mama e ficaria com uma diferença grande. Minha decisão foi retirar toda a mama e realizar a reconstrução no mesmo dia. Então, veio a pandemia e mudou todos os planos. A cirurgia foi adiada. Neste período, para inibir a evolução do câncer, fiz hormônio terapia, tratamento que vai durar cinco anos para evitar que a doença afete a outro mama.”

O caso da educadora física mostra a importância do diagnóstico precoce e a importância de ter uma vida saudável com exercícios e alimentação balanceada. A atividade física melhora a imunidade, aperfeiçoa as funções do corpo, tornando a recuperação mais rápida. Adriana não precisou realizar quimioterapia ou radioterapia. Prevenção é a palavra-chave para o tratamento do câncer ou de qualquer outro tipo de doença.

Nunca é tarde para sair do sedentarismo e iniciar a vida fitness. O Pilates é uma excelente opção para dar os primeiros passos no mundo da atividade física. A modalidade trabalha a parte física e mental, ajuda a amenizar sintomas de ansiedade, ensina a controlar a respiração, é uma maneira eficaz de reabilitação, aumenta a resistência física, corrige problemas posturais, tonifica a musculatura, potencializa a flexibilidade, promove menos atrito nas articulações, melhora a respiração e proporciona noites de sono melhores.

Pesquisa: calçados com ponta 'curva' podem enfraquecer músculos do pé

Estudo de Harvard indicou situação; especialistas da ABTPé comentam


Estudo feito por cientistas de Harvard indica que o uso de calçados que têm a parte anterior elevada (“pontas curvadas”) pode predispor à fraqueza dos músculos estabilizadores do pé, uma vez que reduz o esforço necessário para andar. A pesquisa foi publicada recentemente na revista científica Scientific Reports, do grupo Nature.

O presidente da ABTPé (Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé), Dr. José Antônio Veiga Sanhudo, explica que durante a marcha, a musculatura intrínseca normalmente age na estabilização da porção anterior do pé no momento em que estamos apoiados na ponta dos pés para impulsionar o corpo para a frente. O estudo demonstrou que calçados com a parte anterior curvada podem limitar os movimentos das articulações entre os metatarsos e falanges, facilitando a passada, mas fazendo com que essa musculatura seja menos exigida. “Segundo os autores, o uso desse tipo de calçado pode levar a atrofia muscular e sobrecarga de estruturas vizinhas, o que predispõe lesões como a fascite plantar”, fala Sanhudo.

“Existe um conceito conhecido como foot core, que é definido como o centro de gravidade do pé. Esse centro é estabilizado pelos músculos intrínsecos, pela estrutura óssea e ligamentar. Com a fraqueza dessa musculatura, realmente pode ocorrer uma desestabilização das forças que atuam no pé durante a marcha, gerando sobrecarga em outras estruturas”, pontua o Diretor da Regional São Paulo da ABTPé, Dr. Danilo Ryuko Cândido Nishikawa.

 

Tênis esportivos

Os tênis esportivos são um exemplo de calçado com a ponta curvada, mas Dr. Sanhudo ressalta que o cenário desportivo apresenta desenvolvimento constante de novos tênis de corrida. O mercado disponibiliza modelos com variações de flexibilidade, formatos e espessuras do solado externo, produzidos a partir de estudos direcionados para melhora de performance e menor risco de lesão. “Alguns anos atrás, os tênis tidos como minimalistas (solado externo fino) pareciam ser os mais adequados para a corrida. Hoje, aqueles com solados mais grossos, menos flexíveis e com ponta curvada, tidos como maximalistas, surgem como proposta para reduzir o impacto da corrida e, com isso, tem o potencial de prevenir lesões”, diz o presidente da ABTPé.

Dr. Nishikawa salienta que, além de escolher um bom tênis para correr, é importante lembrar que isso é apenas um fator no conjunto de medidas que podem prevenir lesões. “Uma rotina adequada de treinamento, associada a exercícios para fortalecimento muscular, melhora da propriocepção (equilíbrio) e da biomecânica da corrida são outros fatores a serem considerados. Em caso de dúvidas, acesse o site da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé e localize o especialista mais próximo, que pode indicar o calçado mais recomendado para a sua necessidade”.

 

Pesquisa

A pesquisa de Harvard envolveu 13 voluntários, que andaram em uma esteira descalços e, depois, usando quatro pares de sandálias personalizadas. A esteira foi especialmente projetada, com plataformas de força e um sistema de câmeras de infravermelho que media a quantidade de energia aplicada em cada passo.

Cada par das sandálias foi desenvolvida com vários graus de ângulos de mola – 10, 20, 30 ou 40 graus – para imitar a rigidez e a forma encontradas em calçados disponíveis comercialmente.

Os autores do estudo observaram que quanto mais curvada para cima for a ponta do sapato (a chamada "mola do dedo do pé"), menos força o pé precisa fazer contra o chão para dar cada passo. Na opinião deles, o uso prolongado desse tipo de calçado pode gerar, então, um acúmulo de desuso da musculatura intrínseca do pé. Eles consideram que uma pessoa comum, que vive em um país industrializado, realiza de 4 a 6 mil passos por dia.

Os pesquisadores trazem a hipótese de que essa fraqueza em potencial pode tornar as pessoas mais suscetíveis a problemas como a fascite plantar, um processo inflamatório ou degenerativo que afeta a fáscia plantar, membrana de um tecido fibroso pouco elástico, que recobre a musculatura da sola do pé e que é responsável pela sustentação do arco longitudinal. No entanto, os autores frisam que a ligação entre as "molas dos dedos dos pés" e a fascite plantar ainda precisa de mais estudos.

“Os achados desse estudo são relevantes, embora apresentem evidências insuficientes para estimar a repercussão do uso prolongado de calçados de ponta curva, especialmente nos praticantes de corrida. Nesse sentido, ainda se fazem necessários mais estudos para entendermos melhor as alterações biomecânicas do pé”, conclui Dr. Sanhudo.

 


Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé)


O novo normal da saúde é entender o poder das pessoas

Coletividade. Talvez essa seja a principal arma para lidarmos com a pandemia. Apesar de isolados, são nas medidas que empresas e pessoas têm tomado, pensando no coletivo, que estamos encontrando caminhos para seguir em frente em uma realidade que deve nos acompanhar por mais tempo do que gostaríamos. Em poucos meses, uma pandemia mudou a rotina das pessoas e o planejamento estratégico e funcionamento de empresas de todos os portes e setores. Mudou não, vem mudando. Condutas de isolamento mais rígidas ou mais flexíveis têm impactado diretamente no número de casos e provocam, consequentemente, novas alterações na rotina.

E, nesse cenário, as instituições de saúde vêm sofrendo os maiores impactos. A necessidade de EPIs cresceu e o valor desses itens subiu vertiginosamente. O tratamento da COVID-19 exige maior tempo, dedicação e número de profissionais de saúde, ao mesmo tempo que eles precisam ser afastados das atividades se pertencerem a grupos de riscos ou apresentarem qualquer sintoma suspeito. A busca por atendimento cresceu para casos com quadros respiratórios, mas afastou pacientes com outras morbidades, derrubou o número de cirurgias e consultas eletivas, prejudicou tratamentos de doenças crônicas, desequilibrando a saúde da população e a saúde financeira das instituições do setor.

A nova realidade exigiu mudanças rápidas, numa luta pela sobrevivência em todos os setores. Nos hospitais, essa exigência foi ainda maior. As instituições de saúde tomaram uma série de medidas que envolveram desde o aprimoramento em protocolos de atendimento, até investimentos em infraestrutura e pessoal. Treinamentos mais frequentes e protocolos rigorosos de uso e manuseio de EPIs, avaliação minuciosa da saúde dos colaboradores, além da realização de testes para a COVID-19 nos primeiros sintomas são algumas medidas básicas e necessárias para oferecer maior segurança aos pacientes.

Algumas instituições foram além e investiram em obras para separar fluxos de atendimento a pacientes com sintomas respiratórios dos demais casos, praticamente criando um novo hospital dentro de outro. Equipes médicas e de assistência passaram a cumprir turnos dedicados ao atendimento da COVID-19 e a contar com áreas diferentes de vestiário, alimentação e descanso. Familiares e pacientes passaram a conviver com novas regras de visitação e a usar a tecnologia para facilitar a comunicação e manter a proximidade.

Hospitais com forte cultura de qualidade e segurança certamente tiveram maior facilidade para trabalhar planejamento e prática quase simultaneamente. Mas se as mudanças foram rápidas é porque houve um comprometimento conjunto, desde equipes gestoras até a linha de frente do atendimento ao paciente.

O cenário futuro ainda é um tanto obscuro. Medidas que inicialmente seriam temporárias devem permanecer por um longo período. O que certamente mudou foram as pessoas. Profissionais aprenderam que podem planejar e executar muito melhor e mais rápido do que imaginavam, em prol do bem comum. Pacientes e familiares aprenderam que têm papéis fundamentais na saúde, na prevenção e no dia a dia das instituições. E o cidadão deve aprender que saúde depende da coletividade.

 


José Octávio Leme - diretor do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), único hospital no Paraná certificado pela Joint Commission International (JCI).


Menstruação atrasada? Saiba o dia ideal para fazer o teste de gravidez!


Especialista explica como deve ser o cálculo para saber o dia em que o teste tem mais chances de estar correto


Quem está tentando engravidar sabe bem o que uma menstruação atrasada pode significar. Ao menor sinal de atraso, geralmente, a primeira coisa que a tentante pensa é: “vou fazer o teste de farmácia”. Entretanto, é necessário saber o dia ideal para fazer o teste, pois se realizado muito no início, ele pode dar um resultado comumente chamado de “falso negativo”. 

Segundo a especialista em reprodução assistida, Cláudia Navarro, é comum que mulheres que iniciaram ciclos de reprodução assistida, ou mesmo as que ainda não buscaram ajuda médica, tenham sempre um teste de farmácia em casa. “O desejo de engravidar é grande, então fazer esses testes, em alguns casos, chega a ser algo frequente”, comenta a médica. 


Então, qual o dia ideal?

Cláudia explica que o dia ideal para que o resultado tenha maior chance de estar correto vai depender de algumas variáveis. E alerta: “Ansiedade não combina com resultado positivo”. Além disso, é preciso conhecer o passo a passo de uma gravidez. 

Normalmente, as mulheres ovulam por volta de 14 dias antes do fim do ciclo (quando chega a menstruação), independente da duração desse ciclo. Essa ovulação dá sinais, como sensibilidade nas mamas, maior desejo sexual e aumento de muco vaginal. Esse dia é o dia ideal para a relação sexual. 

“O óvulo vai viver por cerca de 24 horas e é nesse período que ele deve ser fertilizado”, orienta a médica. Considerando que houve relação sexual e o óvulo foi fecundado, esse óvulo fertilizado vai se mover pelas trompas de Falópio em direção ao útero e se implantar após cerca de 6 a 12 dias. “Nesse processo, as células passam por aquela conhecida multiplicação que dará origem ao embrião e ao trofoblasto, que posteriormente se transformará em placenta”, explica.

“Então, só depois disso é que o organismo começará a produzir o HCG, hormônio que é detectado nos exames de gravidez”, diz. “É por isso que, em casos de Inseminação Intra Uterina (IIU), por exemplo, nós recomendamos a realização do teste após cerca de duas semanas do procedimento”, lembra Cláudia Navarro. “Já na Fertilização in Vitro (FIV), como transferimos o embrião em um estágio mais avançado, o resultado poderá se positivar  mais cedo. É importante seguir as orientações do seu médico sobre a época ideal de realizar o exame”, comenta.


Tem que aguardar!

Em resumo, é necessário memorizar o dia da relação sexual (observando se estava no período fértil) e aguardar cerca de 14 dias, no mínimo, para realizar o teste. “Apesar disso, se a mulher tiver um ciclo desregulado por algum motivo, como acontece com portadoras de Síndrome dos Ovários Policísticos, é possível fazer um cálculo errado”, pondera.

Por isso, nesses casos, muitos médicos orientam que as pacientes o realizem com cerca de 14 dias após a provável ovulação.  “A gente entende que a ansiedade é grande, mas antes de ser possível detectar o HCG, o teste dará negativo e pode ser motivo de uma frustração desnecessária”, diz.


E quando os testes se tornam rotina?

A especialista lembra que se a mulher conhece bem o seu corpo e sempre faz o cálculo correto, a chance de gravidez é alta. “Mas se ela está há mais de um ano fazendo isso e os testes de gravidez negativos se repetem todo mês, é hora de buscar um especialista médico”, alerta. 

Segundo Cláudia, diversos fatores podem dificultar a gravidez e indicar infertilidade. Assim, mesmo que a mulher esteja fazendo tudo corretamente, ela não irá engravidar sem ajuda de um especialista. “Questões hormonais podem atrapalhar a ovulação, bem como doenças, fator idade e condições anteriores podem dificultar a gravidez. Inclusive o parceiro deve realizar um espermograma para observar possíveis alterações”, lembra.

 


Cláudia Navarro - especialista em reprodução assistida, diretora clínica da Life Search e membro das Sociedades Americana de Medicina Reprodutiva - ASRM e Europeia de Reprodução Humana e Embriologia – ESHRE. Graduada em Medicina pela UFMG em 1988, titulou-se mestre e doutora em medicina (obstetrícia e ginecologia) pela mesma instituição federal.


Síndrome do Esgotamento Profissional: Como a pandemia pode impactar e elevar o número de casos?

De acordo com pesquisa realizada pela Associação Paulista de Medicina com profissionais da área da saúde, mais de 50% estão acometidos pela Síndrome de Burnout

 

Com o surgimento e avanço da pandemia do novo coronavírus, as situações e ambientes de trabalho mudaram, e o home office foi adotado por muitas empresas. Esse novo cenário, associado à pressão no trabalho, ambiente inadequado e preocupação com a estabilidade do emprego, podem ser fatores responsáveis pelo desenvolvimento de ansiedade, sentimentos de insatisfação e levar à Síndrome de Burnout. A síndrome um distúrbio emocional relacionado ao estresse, esgotamento, situações desgastantes e excesso de trabalho.

Segundo a pesquisa The State of Burnout (O estado do Burnout) realizada pela plataforma Blind, 73% dos entrevistados estão exaustos com o trabalho, e os maiores fatores de stress são: preocupações com a estabilidade do emprego, falta de apoio do chefe e falta de equilíbrio entre vida profissional e pessoal. 

No Brasil, a Associação Paulista de Medicina realizou uma pesquisa com 1.984 profissionais da saúde sobre os problemas e possíveis consequências do enfrentamento à Covid-19. Ansiedade, estresse, sobrecarga de trabalho e exaustão física/emocional foram citados por um número considerável de médicos que estão atuando no combate a Covid-19. Esses sintomas são comuns à Síndrome de Burnout e segundo a pesquisa, mais de 50% desses profissionais já estão acometidos por ela.  

Os sintomas são: cansaço excessivo, insônia, alterações no apetite, dor de barriga, dor de cabeça, dificuldades de concentração, alterações repentinas de humor, sentimentos de incompetência, perda de motivação e até depressão.

Ter equilíbrio entre vida profissional e pessoal, descansar e fazer atividades físicas e exercícios de relaxamento, principalmente nessa nova situação que estamos vivendo, são ações fundamentais para a saúde física e mental.

Caso perceba qualquer sintoma, busque ajuda profissional para obter o diagnóstico e o tratamento correto.

 


Trasmontano Saúde

https://www.trasmontano.com.br/


Pezinhos de bebês: podóloga ensina cuidados que protegem até a fase adulta

Saiba o que fazer para cuidar da saúde dos pés das crianças e ajudar a protegê-las de problemas ortopédicos durante a vida toda


Dores nos quadris, tornozelos e, principalmente, nas costas são queixas comuns dos adultos. Mas, o que pouca gente sabe, é que esses problemas podem surgir nos primeiros meses e anos de vida e, na maior parte das vezes, por causa de um problema nos pés. “Cuidados simples e diários podem evitar problemas futuros e assim fazer com que as crianças tenham uma vida mais saudável e livre de dores”, garante a podóloga Malú Pinheiro, coordenadora técnica da Doctor Feet.  Abaixo, a profissional lista sete dicas que não podem passar despercebidas:

 

  1. Higiene diária

Os pés das crianças devem ser lavados e muito bem secos todos os dias. “Capriche ao secar, principalmente entre os dedos, pois isso evita frieiras e micoses nas unhas. Mas tenha cuidado para não machucar a pele delicada do seu pequeno”, orienta a podóloga.

 

  1. Atenção a numeração dos calçados

Assim que suspeitar que os sapatos do seu filho estão muito pequenos, substitua os sapatos que não servem mais imediatamente. Caso contrário, a unha pode encravar com facilidade e as lesões começarão a aparecer. O ideal é haver espaço suficiente na área dos dedos para que os pés possam crescer. Por isso, verifique o tamanho pressionando suavemente a parte superior da ponta enquanto a criança estiver com os sapatos nos pés. Evite comprar números muito grandes pois não proporciona o conforto e sustentação adequada.

 

  1. Compre produtos de qualidade

Vale lembrar que com o tempo os sapatos adquirem o formato dos pés que os usam. Embora seja tentador economizar dinheiro na compra de sapatos, os modelos de baixa qualidade ou compartilhados podem ser prejudiciais aos pés da criança.

 

  1. Escolha as meias com zelo

Verifique regularmente se as meias estão apropriadas e se é a numeração certa para os pés das crianças. Meias feitas de algodão vão manter os pés aquecidos, absorver o excesso de umidade e, ao mesmo tempo, lhes proporcionarão espaço para que possam se desenvolver.

 

  1. O corte correto das unhas

Corte as unhas em linha reta para evitar que fiquem encravadas. Essa é uma das dicas mais importantes para cuidar dos pés! As unhas encravadas surgem quando crescem em direção à pele ao seu redor. Assim, elas podem fazer com que a pele ao lado da unha fique vermelha ou inchada, deixando a área bem dolorida. Você pode usar um cortador de unhas e finalizar lixando com a parte menos áspera, removendo pontas de unha mais afiadas. “Nunca corte a lateral das unhas dos pés do seu filho nem deixe as unhas dele muito curtas”, alerta Malú.

 

  1. Andar descalço faz bem

Dentro de casa, sempre que possível e mesmo enquanto a criança estiver aprendendo a andar, deixe-a sem calçados. Embora isso possa parecer contraditório, o ato de andar descalço é uma das melhores coisas que você pode fazer para o bom crescimento dos pés da criança, pois ajuda os músculos a se desenvolverem e se tornarem mais fortes. Além disso, também permite que o ar circule pelo pé inteiro. “Mas, antes disso, certifique-se de que o chão esteja limpo e livre de qualquer elemento que coloque a segurança do seu pequeno em risco”, finaliza a profissional.

 


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Desvio do olho para fora também é uma forma de estrabismo

Desvio pode ocorrer sempre ou de vez em quando



Embora a vesguice seja o tipo mais conhecido do estrabismo, o desvio do olho para fora, em direção às orelhas, também é uma forma dessa condição oftalmológica, muito comum na infância.
 
Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em Estrabismo, o desvio do olho para fora é chamado de estrabismo divergente.

“Esse desvio pode ser constante ou intermitente, ou seja, pode ocorrer sempre ou de vez em quando. O intermitente é o mais comum, sendo esse o motivo pelo qual os pais têm dificuldade de perceber o desvio”, comenta.
 
“O estrabismo divergente intermitente fica mais evidenciado quando a criança está cansada, com sono ou mais distraída. Esse desvio costuma aparecer após o primeiro ano de vida, mas há casos em que se desenvolve nos primeiros meses”, explica Dra. Marcela.

 

Longa jornada para o diagnóstico

A pequena Valentina, hoje com cinco anos, começou a desviar o olho aos oito meses. “Minha esposa comentou comigo que a Valentina estava entortando o olho para fora. Eu não reparei nada e brinquei que era excesso de preocupação. Até que um dia eu percebi que o desvio era real”, conta Thiago Nassa, empresário e pai da Valentina.  
 
A jornada em busca do diagnóstico foi longa. “Como o estrabismo é uma condição específica, precisamos procurar um especialista e não há muitos que atendem pelo plano de saúde. Só conseguimos encontrar uma oftalmopediatra quando a Valentina tinha um ano. O diagnóstico ocorreu nos primeiros momentos da consulta e não veio sozinho. Descobrimos que ela tinha também cinco graus de miopia”, diz o empresário.  
 
“Optamos por fazer a cirurgia de correção do estrabismo quando ela tinha quatro anos. Hoje ela não tem mais o desvio, porém fazemos acompanhamento para a miopia, pois o grau é alto”, relata Thiago.

 

Correção do estrabismo
 
Atualmente, a maior parte dos estrabismos é tratada com cirurgia. Temos quatro músculos que comandam os movimentos oculares.

"No estrabismo, esse grupo muscular está desalinhado, por isso ocorrem os desvios. Podemos fazer uma analogia desses músculos com as rédeas que comandam um cavalo. Esses músculos precisam estar alinhados para realizar os movimentos de forma simultânea e na mesma direção (para cima, para baixo, para a esquerda e para a direita)", explica Dra. Marcela. 

A cirurgia visa justamente restabelecer o alinhamento e o equilíbrio desses músculos, para que funcionem de forma sincronizada. 
 
A especialista ressalta que há casos em que o desvio divergente intermitente está bem compensado. Assim, é possível acompanhar a evolução do estrabismo em consultas periódicas, postergando a cirurgia.

“Vale lembrar que não há tratamento clínico para o estrabismo, exceto para o desvio convergente (para dentro) causado pela hipermetropia. Esse tipo e estrabismo é corrigido com o uso de óculos. Os demais só se resolvem com a cirurgia”, reforça Dra. Marcela.
 

Consulta de rotina é essencial na infância

“Eu nunca imaginei que fosse tão importante fazer uma consulta de rotina com um oftalmopediatra antes do primeiro ano de vida. Felizmente, minha esposa percebeu precocemente e conseguimos tratar o estrabismo da Valentina”, comenta Thiago.
 
“É importante dizer ainda que o tratamento do estrabismo não é estético, uma vez que o desvio pode causar prejuízos permanentes à visão, levando à ambliopia, popularmente conhecida como olho preguiçoso. Isso significa que a criança pode apresentar perda da capacidade visual para sempre, assim como perda da visão binocular, aquela que permite a visão de imagens em 3D”, finaliza Dra. Marcela.
 
Recomenda-se a correção cirúrgica antes dos sete anos, idade em que o desenvolvimento visual está completo. Depois disso, a correção será estética e eventuais prejuízos visuais serão permanentes.

OUTUBRO ROSA: ESPECIALISTA DA CRIOGÊNESIS APONTA PRINCIPAIS SINTOMAS, CAUSAS E FORMAS DE PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA


 Quando identificada na fase inicial, a doença apresenta até 95% de chance de cura


Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a neoplasia de mama é o segundo tipo que mais acomete as mulheres no Brasil. Até agora, em 2020, foram diagnosticados em torno de 66 mil casos, o que representa uma taxa de incidência de aproximadamente 44 casos a cada 100.000 mulheres. Conhecido internacionalmente, o movimento popular intitulado como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo e simboliza a luta contra o câncer de mama, estimulando a participação da população, empresas e entidades na conscientização e prevenção da doença.

"A doença tem maior incidência em mulheres acima dos 40 anos. Abaixo dessa faixa etária, a mortalidade é menor com menos de 10 óbitos a cada 100 mil mulheres, aproximadamente. A partir dos 60 anos, o risco é ainda maior. Pode acometer também os homens, mas é bem raro, apenas 1% do total de casos. Porém, se diagnosticada precocemente e tratada de forma adequada, possui até 95% de chance de cura", declara Dr. Renato de Oliveira, ginecologista e obstetra da Criogênesis .

Como todo câncer, o de mama é gerado pela multiplicação desordenada de células mamárias. Esse processo gera células anormais que se multiplicam, formando um tumor. "Por existir mais de um tipo, a doença pode evoluir de diferentes formas. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se devem a característica própria de cada tumor", explica o profissional.

Entre os possíveis causadores destacam-se a obesidade e sobrepeso após a menopausa, exposição frequente a radiações ionizantes, uso de contraceptivos hormonais e casos de câncer de mama na família - especialmente antes dos 50 anos. O especialista comenta que um dos principais sinais é o nódulo, mas existem outras alterações na mama. "É a principal manifestação, estando presente em cerca de 90% dos casos quando ele é percebido pela própria mulher", ressalta. Além disso, pele avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja e alterações no mamilo também podem ser comuns.

O Ministério da Saúde recomenda que a mamografia de rastreamento, realizada quando não há sinais nem sintomas suspeitos, seja executada por mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. "É fundamental que as mulheres conheçam seu corpo, em especial, suas mamas e estejam sempre atentas a qualquer alteração que possa indicar alguma anormalidade. Além disso, se deve realizar os exames periodicamente", enfatiza.

Quanto à prevenção da doença, Renato de Oliveira comenta que não é possível afirmar precisamente sobre o que de fato é eficaz, no entanto, além de execução de exames preventivos com regularidade, adotar de alguns hábitos saudáveis pode diminuir o risco. "Praticar atividades físicas, uma boa alimentação, manter o peso corporal adequado, amamentar e evitar o uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal, são as recomendações mais usuais", aponta.

 


Criogênesis

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