Prevenção e diagnóstico precoce
são essenciais para obter sucesso no tratamento e reduzir o número de mortes
Câncer é
um diagnóstico difícil de digerir, uma palavra difícil de ser dita, e muitas
pessoas evitam até pronunciá-la. É uma doença silenciosa, e que afeta milhares
de pessoas no mundo, considerada uma epidemia global, infelizmente tende a
aumentar nos próximos anos. Atualmente, 7,6 milhões de pessoas morrem em
decorrência da doença a cada ano; deste valor, 4 milhões têm entre 30 e 69
anos.
No Dia
Mundial do Câncer (4 de fevereiro), o INCA (Instituto Nacional de Câncer)
lançou a publicação “Estimativa 2020: Incidência de Câncer do Brasil”, criada
para alertar, e conscientizar sobre a importância da disseminação de
informações de qualidade e desenvolver estratégia para lidar com a doença. A
previsão para 2025 é assustadora e preocupante: a estimativa é de 6 milhões de
mortes prematuras por ano, sendo que 1,5 milhão de óbitos poderiam ser evitados
com medidas adequadas. Segundo a publicação, os cânceres mais incidentes no
Brasil são os de pele não melanoma, mama, próstata, cólon e reto, pulmão e
estômago.
A pesquisa
realizada pela IARC (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer) mostra que o
câncer de mama é um dos três tipos de câncer com maior incidência, junto com o
de pulmão e o colorretal, e é o que mais acomete as mulheres em 154 países dos
185 analisados. Segundo o INCA, representa a primeira causa de mortes por
câncer em mulheres brasileiras, e as regiões que apresentam as maiores taxas de
mortalidade são o Sul e Sudeste, que tiveram 15,56 e 14,56 óbitos/100 mil
mulheres em 2015. O estudo aponta que uma a cada quatro mulheres que têm um
caso diagnosticado tem câncer de mama, representando 24,2% do total.
“A melhor maneira de
conter a doença é investir em prevenção, acompanhamento e rastreamento para que
o câncer seja descoberto cada vez mais precocemente. Todas mulheres devem
realizar um check-up ginecológico todos os anos. Se houver casos de câncer na
família, esse cuidado deve ser intensificado. Casos descobertos logo no início
têm mais chances de serem tratados. É importante assumir as rédeas, ter
atitudes para valorizar a saúde e a vida, como, por exemplo, ter uma
alimentação saudável, manter o peso corporal, praticar atividade física
regularmente, não ingerir bebida alcoólica e não fumar, são ações que ajudam a
reduzir 28% o risco de desenvolver câncer de mama.”, alerta Alberto Guimarães,
ginecologista e consultor de saúde da MetaLife Pilates.
A
combinação de dieta e peso corporal saudáveis, juntamente com os níveis
recomendados de atividade física, pode reduzir significativamente o risco de
desenvolver câncer. O peso corporal excessivo é responsável por uma grande
proporção dos casos de câncer, entre eles esôfago, rim, endométrio, mama, cólon
e reto
O sedentarismo é responsável por uma
proporção significativa dos casos de câncer de cólon – aproximadamente 15% no
Brasil. Os dados são alarmantes: anualmente, são cerca de 600 mil novos casos,
e o câncer é a segunda causa de morte entre a população brasileira, atingindo
mais de 25 mil pessoas. A estimativa é que, “até os 75 anos de idade, um
em cada cinco brasileiros desenvolva algum tipo de câncer”, alerta o Atlas do
Câncer, publicação que teve sua primeira versão traduzida para o português em
parceria com o Hospital de Amor (Barretos), instituição de prestígio
internacional na área da saúde.
A educadora física Adriana Cardoso, 50
anos, ativa, adepta de alimentação saudável, sempre teve uma vida regrada.
Durante um check-up anual de rotina, em outubro de 2019, foi surpreendida com o
diagnóstico de câncer de mama.
“Ao realizar os exames de rotina
ultrassom e mamografia, foi identificado uma calcificação atípica. O
ginecologista, então, solicitou uma mamotomia (biopsia), que confirmou o
resultado da mamografia. Ao procurar o mastologista, recomendou-me realizar uma
cirurgia.
Foi retirado um fragmento da mama
(menor que um quadrante), e uma parte do material retirado foi avaliada na sala
de cirurgia e a outra parte foi enviada para o laboratório. Quinze dias após o
procedimento, foi detectado um carcinoma in sito grau 2 (o tipo mais comum de
câncer entre as mulheres).
Não é fácil receber este tipo de
diagnóstico, assusta, preocupa, é como se o tempo parasse por alguns minutos.
Recuperada do susto, decidi partir para a parte prática, não sou mulher
de ficar parada, esperando a vida acontecer, gosto de ação e solução.
Com esse resultado, era preciso retirar
mais uma parte da mama e ficaria com uma diferença grande. Minha decisão foi
retirar toda a mama e realizar a reconstrução no mesmo dia. Então, veio a
pandemia e mudou todos os planos. A cirurgia foi adiada. Neste período, para
inibir a evolução do câncer, fiz hormônio terapia, tratamento que vai durar
cinco anos para evitar que a doença afete a outro mama.”
O caso da educadora física mostra a
importância do diagnóstico precoce e a importância de ter uma vida saudável com
exercícios e alimentação balanceada. A atividade física melhora a imunidade,
aperfeiçoa as funções do corpo, tornando a recuperação mais rápida. Adriana não
precisou realizar quimioterapia ou radioterapia. Prevenção é a palavra-chave
para o tratamento do câncer ou de qualquer outro tipo de doença.
Nunca é tarde para sair do sedentarismo
e iniciar a vida fitness. O Pilates é uma excelente opção para dar os primeiros
passos no mundo da atividade física. A modalidade trabalha a parte física e
mental, ajuda a amenizar sintomas de ansiedade, ensina a controlar a
respiração, é uma maneira eficaz de reabilitação, aumenta a resistência física,
corrige problemas posturais, tonifica a musculatura, potencializa a
flexibilidade, promove menos atrito nas articulações, melhora a respiração e
proporciona noites de sono melhores.