Soluções baseadas
em IA proporcionam resultados de exames mais precisos e direcionam robôs em
cirurgias que necessitam de mais precisão; Aplicações de tecnologia assistiva
são criadas para ajudar na tarefa do dia a dia de pessoas com deficiência
O uso da Inteligência Artificial vai revolucionar e
melhorar ainda mais a área da saúde, facilitando diagnósticos, barateando
custos de exames e dando mais rapidez para tratamentos. Já na área de
tecnologia assistiva, que consiste em soluções para melhorar ou aumentar as
capacidades funcionais de pessoas com deficiência, projetos desenvolvidos
beneficiam as tarefas do dia a dia, proporcionando maior autonomia.
De acordo com Diego Nogare, Chief Data Officer da
Lambda3 – empresa referência no setor tecnológico, com foco em soluções
digitais –, muitos são os ganhos para o desenvolvimento da medicina. “Por meio
de um aplicativo, o médico pode receber informações sobre o estado do paciente
em tempo real, armazenar dados, e fazer cruzamento deles para um diagnóstico
mais preciso”, explica.
Além disso, guardar essas informações de forma
segura e sem intervenção humana, utilizando a criptografia, analisar histórico
de saúde dos pacientes para sinalizar diferentes sintomas e possíveis doenças
presentes ou até futuras, analisar sequenciamento de genes com o objetivo de
auxiliar oncologistas no diagnósticos e tratamento de câncer, mais rapidez na
leitura e interpretação de imagens nos exames de radiografia, tomografia e
ressonâncias são exemplos de como a tecnologia pode atuar nesta área.
“Aplicações robóticas para cirurgia já
existem há anos, mas hoje falamos de soluções mais avançadas, com robôs
autônomos que podem suturar pontos, remover tumores com extrema precisão e
causar menos danos aos tecidos, tornando a cicatrização mais rápida, o que
reduz o risco de infecção”, Diego Nogare.
Estudos recentes na área de sequenciamento genético
apontam que podemos encontrar variantes ou padrões de variação que indicam
predisposição das pessoas a doenças comuns, como autismo, doenças cardíacas e
cânceres específicos. No metabolismo, o uso de drogas para a cura de doenças
pode ser beneficiado para que os profissionais clínicos façam prescrições e
dosagem para cada indivíduo de forma personalizada e mais assertiva.
O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido tem um
projeto para sequenciar 100.000 genomas de famílias londrinas, que possuem
membros diagnosticados com doenças raras ou câncer. Nos EUA, o Instituto
Nacional de Pesquisa do Genoma Humano (NHGRI) planeja financiar com US$ 240
milhões de dólares pesquisas de doenças comuns e doenças raras por US$ 40
milhões até 2020.
Temos também avanços na área de tecnologia
assistiva, por exemplo, os aplicativos que lêem a tela do computador ou celular
ou podem identificar produtos por meio do código de barras, soluções que
beneficiam não só os cegos, mas pessoas que têm dificuldade de aprendizagem ou
dislexia, por exemplo.
“Com a democratização de ferramentas de IA, esses
projetos podem beneficiar comunidades inteiras”, pontua Diego Nogare. Números
da OMS (Organização Mundial da Saúde) revelam o potencial de pessoas com
deficiência que podem ser beneficiadas com essas aplicações: 17% da população
mundial têm dislexia e 5% sofrem de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade). Com relação à Síndrome de Down, a OMS aponta que a cada
1.100 crianças nascidas no mundo, uma possui a anomalia genética do cromossomo
21. São 300 mil famílias afetadas no Brasil e 250 mil nos Estados Unidos. Já o
número de deficientes visuais no planeta atinge 380 milhões.
A expectativa é que a Inteligência Artificial
evolua para tornar a medicina mais preventiva, minimizando possíveis
sofrimentos para os pacientes, reduzindo custos e riscos a área da saúde. Ela
não substituirá os médicos e irá muito além de robôs, vai trabalhar para
capacitar ainda mais os profissionais da área.