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sexta-feira, 17 de maio de 2019

24 de maio é dia mundial da pessoa com esquizofrenia. Conheça o transtorno



Em parceria com a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Esquizofrenia (Abre) e o Programa de Esquizofrenia da Universidade Federal de São Paulo (Proesq), o Centro de Estudos Paulista de Psiquiatria (CEPP) promove, em 24 de maio, o Dia Mundial da Pessoa com Esquizofrenia.

A data, que será celebrada pela segunda vez no Brasil e já fazia parte do calendário em diversos países, destaca o desafio de tratar a doença, buscando entender e discutir a redução das barreiras do estigma e criar oportunidades de superação. O lema da campanha deste ano é “Esperança Realista e Possibilidades na Vida com Esquizofrenia”, um convite à reflexão para as pessoas com esquizofrenia, seus familiares e os profissionais de saúde.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), 23 milhões de pessoas no mundo têm esquizofrenia. A falta de informação sobre o transtorno gera uma série de equívocos em relação ao comportamento dos pacientes, considerados por muitos como perigosos, violentos e inaptos para o convívio.


Sintomas e diagnóstico

O diagnóstico da esquizofrenia pode vir logo depois do primeiro episódio psicótico, que inclui delírios (ideias que são incompatíveis com a realidade da pessoa), alucinações (em geral, auditivas, na forma de “ouvir vozes”), pensamento desorganizado e alterações de comportamento.

Estes sintomas ocorrem essencialmente na fase aguda da doença (o “surto” psicótico). Uma vez tratados, eles diminuem ou desaparecem (o período de remissão), podendo a pessoa vir ou não a ter novos surtos. No período de remissão ficam mais perceptíveis outros sintomas, como apatia, falta de motivação e dificuldade para expressar emoções (as emoções ficam “apagadas”). A doença exige tratamento de longo prazo em 80-90% dos casos.

É o que explica o psiquiatra Mário Louzã, doutor pela Universidade de Würzburg, Alemanha, e coordenador do Programa de Esquizofrenia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo: “É necessário tratar o paciente imediatamente para evitar novas crises, pois, do contrário, a pessoa pode piorar nos surtos subsequentes”. Segundo o psiquiatra, o não-tratamento é prejudicial à estrutura cerebral.

Os mecanismos de como a doença funciona e o porquê ainda não foram completamente desvendados, mas já se sabe que há relação com mais de um fator. “Sabemos que há todo um processo para chegar ao momento em que a doença aparece. Primeiro, existe uma base genética, que se soma a alguns fatores de risco: qualquer lesão no neurodesenvolvimento durante a gestação já deixa a estrutura cerebral vulnerável. Há ainda outros episódios de vida, como o uso de drogas na adolescência, quando o cérebro ainda está se ajustando”, afirma o especialista.

Louzã explica que, durante as crises, o que ocorre é uma alteração química no cérebro, com o aumento do funcionamento do sistema dopaminérgico. Portanto, de modo geral, as medicações usadas têm como foco bloquear a dopamina, cuja hiperfunção já está mapeada como gatilho desse desequilibro. Porém, estuda-se ainda a presença de outras neurodisfunções envolvidas.

É comum também que o paciente apresente comorbidades em paralelo à esquizofrenia. Depressão e tendência ao uso de drogas são as principais preocupações, mesmo quando o paciente está seguindo o tratamento – até porque o uso de drogas e álcool pode ser um gatilho para novas crises. Também pode ocorrer quadros de transtorno obsessivo compulsivo, transtornos de ansiedade e problemas de sono.


Personalização

Existem diretrizes básicas de uso da medicação para o tratamento da esquizofrenia. Porém, o olhar do profissional de saúde para o paciente busca sempre a individualização. Alguns pacientes se dão melhor com um ou outro medicamento e, por vezes, pode ser necessário fazer ajustes de dose ou mesmo da forma farmacêutica. “Quando o paciente tem muita resistência a utilizar corretamente a medicação oral, aumenta o risco de recaídas e temos uma piora do quadro geral do paciente. Então, não é incomum fazer substituições até mesmo por formas injetáveis de longa duração dos antipsicóticos”, exemplifica o psiquiatra.

Antes dessa medida, tenta-se trabalhar com o paciente – e a família – abordagens psicoterápicas e psicoeducacionais. O médico explica que elas são importantes para despertar no paciente a importância da persistência no uso do medicamento. São muitos os motivos para o abandono do tratamento. Um deles é próprio da condição: “a pessoa não tem um senso crítico satisfatório sobre a doença, não se percebe como doente e, portanto, não vê motivo para se tratar”, pontua Louzã. Outro fator para a descontinuidade são os efeitos colaterais das medicações.


Opções terapêuticas

Os antipsicóticos são divididos entre primeira e segunda geração. Os primeiros foram desenvolvidos até por volta dos anos 1970, enquanto os mais modernos vieram a partir da década de 1990. Eles se diferenciam principalmente pelos efeitos colaterais que provocam.

Os de primeira geração apresentam os chamados efeitos extrapiramidais, que geram uma reação similar à doença de Parkinson: ao bloquear o sistema dopaminérgico, o medicamento provoca tremor, rigidez física, hipersalivação e dificuldade para caminhar (marcha em bloco). Já os de segunda geração reduziram significativamente esses incômodos, mas trouxeram como possível efeito colateral o ganho de peso, acompanhado de aumento do colesterol e triglicérides.

“Se o paciente se dá bem com um medicamento de segunda geração, em geral, preferimos acrescentar outro fármaco que controle o colesterol e orientamos para que ele pratique atividades físicas de forma complementar. Porém, se o efeito colateral é significativo e os resultados do tratamento estão pouco satisfatórios, a opção é tentar mudar de medicamento até encontrar o melhor ajuste”, afirma.

De acordo com o médico, os fármacos de primeira geração são ainda prescritos com frequência, mas, caso se apresentem como opção, podem ser prescritos junto a medicamentos específicos, caso o paciente desenvolva sintomas extrapiramidais. “No Brasil, usamos o biperideno, que não provoca interações importantes”, diz.

O tratamento da esquizofrenia envolve sempre uma abordagem multiprofissional. O objetivo é ajudar o paciente a voltar, na medida do possível, à vida normal. Para isso, o trabalho com a família é fundamental. Muitas vezes a pessoa não tem a remissão total da doença, mas ela e a família aprendem a lidar melhor com os fatores que desencadeiam as crises.


Desafios

A pessoa com esquizofrenia é vista como "perigosa", "violenta", "imprevisível", "esquisita". Esta visão distorcida gera a discriminação, reduzindo as chances de inserção social e profissional. Ela terá dificuldade em situações triviais, pois terá que superar barreiras criadas pelo preconceito.

O elemento principal para mudar este cenário é a informação. Conhecer a doença, entender seus sintomas e saber como é feito o tratamento. Informações corretas, obtidas em fontes confiáveis, ajudam a compreender a pessoa com esquizofrenia e se contrapõem àquelas distorcidas e arraigadas no senso comum. É um longo trabalho, uma vez que é preciso mudar algo que vem de muitas décadas. No entanto, é fundamental para que a realidade se imponha sobre o preconceito.




Estudo revela peso na vida social para 82% dos brasileiros que sofrem de enxaqueca



  • Para 72% dos respondentes, a doença também tem efeito negativo nos relacionamentos amorosos e 56% relata que a doença afeta até a vida sexual

  • Além do impacto social, 45% dos pacientes brasileiros afirmam ter redução de produtividade e 17% alegaram faltar ao trabalho devido à doença

  • No Dia Nacional de Combate à Cefaleia (19/5), ação #RelaxaACabeça promove técnicas de mindfulness e conscientização no Parque Ibirapuera (SP)

Em 19 de maio,comemora-se o Dia Nacional de Combate à Cefaleia e a efeméride coloca em pauta a importância da investigação das causas das dores de cabeça. Segundo estudo My Migraine Voice1, promovido pela Novartis em parceria com a Aliança Europeia para Enxaqueca e Cefaleia (European Migraine and Headache Alliance), com pacientes que sofrem de enxaqueca, mostra que 82% dos entrevistados brasileiros sofrem com impacto da doença na vida social1. A análise contemplou 11 mil pessoas que sofrem com a enxaqueca em 31 países, incluindo o Brasil, com participação de 851 pacientes1

Dentre eles, 56% relatam não conseguir cumprir todas as atividades diárias e realizar hobbies3, 54% se sentem impossibilitados de comparecer a eventos sociais e ainda 30% não conseguem praticar exercícios físicos1. Além disso, para 72% dos respondentes, a doença também tem efeito negativo nos relacionamentos amorosos, inclusive, para 56% dos pacientes a doença afetou a vida sexual1.

A enxaqueca atinge 15 a cada 100 brasileiros, o que equivale a 30 milhões de pessoas no país2-3. “Trata-se de uma doença complexa que envolve várias áreas do cérebro e tem como manifestação predominante a dor de cabeça. Pode variar em gravidade, com sintomas que vão desde dores de cabeça até náuseas, vômitos, sensibilidade à luz e odores”, explica Dr. Mario Peres, médico neurologista da Sociedade Brasileira de Cefaleia. O médico alerta ainda que o paciente com enxaqueca deve ser tratado com drogas profiláticas e específicas. 

Ainda tratando do impacto comportamental, 42% associam enxaqueca à depressão e 20% têm autoestima baixa1. “Crises de enxaqueca e depressão podem estar relacionadas de maneiras variadas, ambas podem ser causadas por distúrbios químicos cerebrais similares e também podem se relacionar à genética”, complementa o neurologista.

No que se refere ao impacto da enxaqueca nas atividades laborais, 45% dos pacientes brasileiros afirmaram ter redução de desempenho no trabalho e 17% alegaram faltar ao trabalho devido à doença (absenteísmo)1. Vale ponderar que, segundo a OMS, a enxaqueca é a sexta doença mais incapacitante no mundo4.

“Muitas vezes, quem sofre com enxaqueca acaba tendo dificuldades com o dia-a-dia do trabalho, cancelando reuniões, faltando a compromissos e, por vezes, deixando de ter uma oportunidade de promoção”, acrescenta Peres.


Inovação no tratamento

Além do impacto negativo em produtividade, a enxaqueca também impacta os recursos em saúde5. Nos últimos 12 meses, cerca de 70% dos pacientes entrevistados visitaram o pronto-socorro e 52% pernoitaram no hospital. A média de visitas ao pronto-socorro no último ano foi de 4,2 visitas. Os dados sobre a adesão aos tratamentos atuais também não são animadores: a persistência de tratamentos profiláticos orais é baixa mesmo nos primeiros 6 meses6.


Ação #RelaxaACabeça promove conscientização no Parque Ibirapuera

Em alusão ao Dia Nacional da Cefaleia, 19 de maio, a ABRACES (Associação Brasileira de Cefaleias e Enxaqueca), com o apoio da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), promoverá ação de mindfulness, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Na ocasião, o público presente poderá desfrutar de atividades de relaxamento e alongamento com o mote ‘relaxa a cabeça’.

Além disso, o Dr. Mario Peres, médico neurologista especializado na área, estará presente na ocasião, para alertar a população sobre os sintomas, causas, diagnóstico e importância da adesão ao tratamento mais adequado, ponderando que é possível sim minimizar os impactos da doença na qualidade de vida do paciente, quando devidamente tratada. 


Serviço:

Data: 19/05/2019
Horário:  08h às 12h
Local: Parque Ibirapuera, São Paulo




Novartis




Referências

  1. Schwedt TJ, Vo P, Fink R et al. Work productivity amongst those with migraine: results from the My Migraine Voice survey.  Abstract presented at the 60th Annual Scientific Meeting of the American Headache Society (AHS), San Francisco, CA, EUA, 28 de junho a 1 de julho de 2018.
2)    QUEIROZ, L. P.  et al. A nationwide population-based study of migraine in Brazil. Cephalalgia, v. 29, n. 6, p. 642-9, Jun 2009.
3)    ESTATÍSTICA, I.-I. B. D. G. E. Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação.  2009.  Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/>.Acesso em: 09 de maio.
  1. Schwedt TJ, Vo P, Fink R et al. Work productivity amongst those with migraine: results from the My Migraine Voice survey.  Abstract presented at the 60th Annual Scientific Meeting of the American Headache Society (AHS), San Francisco, CA, EUA, 28 de junho a 1 de julho de 2018.
5)    Stovner LJ, Andrée C; Eurolight Steering Committee. Impact of headache in Europe: a review for the Eurolight project. J Headache Pain. 2008 Jun;9(3):139-46.
6)     Suzuki et al. Pôster PND132. ISPOR, Barcelona, 10-14 nov. 2018.

Ministério da Saúde normaliza distribuição de medicamentos no país



Contratos já foram assinados e os últimos lotes chegam em até 10 dias aos estados



O Ministério da Saúde informa que concluiu todos os processos de licitação para compra de medicamentos adquiridos de forma centralizada por esta pasta. Os fármacos estão sendo enviados, ao longo deste mês, para as secretarias estaduais de saúde que, por sua vez, distribuem aos municípios para abastecimento de toda a rede de saúde pública. Para os contratos assinados recentemente, a distribuição deve ocorrer em até 10 dias.
Cabe esclarecer que muitos processos de compra não foram iniciados no tempo devido e, desde janeiro deste ano, o Ministério da Saúde vem se dedicando exaustivamente a regularização do abastecimento de medicamentos em todo o país. Para isso, ações propositivas vêm sendo implementadas para ordenar o planejamento das aquisições e otimizar os fluxos processuais. Entre essas ações está a ampliação dos processos licitatórios de compra para abastecimento de, no mínimo, um ano, o que proporcionará maior condição de previsibilidade dos estoques atendendo a Lei de Licitações 8.666/93. Antes, muitos processos foram feitos para abastecimento de um período muito curto de tempo, como 3 a 4 meses. No último mês, medidas emergenciais também foram adotadas para garantir o abastecimento imediato, como remanejamento de estoques e antecipação da entrega de medicamentos por laboratórios com contratos vigentes.
Para melhor organização de estoques a longo prazo, o Ministério da Saúde também busca junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) autorização para ampliar para até cinco anos a renovação anual de contratos de compras de medicamentos de uso contínuo, como imunossupressores usados para diminuir o risco de rejeição ao órgão após realização de transplante, em caso de necessidade. Esse formato já é utilizado na aquisição dos fatores de coagulação.
Por fim, o Ministério da Saúde informa que todas as informações e dificuldades relacionadas aos processos de compra foram e continuam sendo compartilhadas com o Tribunal de Contas da União (TCU) e demais órgãos de controle, como recursos interpostos pelas empresas participantes, distribuidoras que assinaram contrato com o Ministério da Saúde e não cumpriram os prazos de entrega, dentre outros de origem judicial.


Agência Saúde

Câncer de mama tem primeira imunoterapia aprovada no Brasil


Tratamento que estimula o sistema de defesa do próprio organismo a combater o tumor prolonga a vida das pacientes com subtipo da doença


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a primeira imunoterapia para tratar pacientes com câncer de mama triplo-negativo na fase metastática da doença. A aprovação do uso conjunto da imunoterapia atezolizumabe com a quimioterapia nab-paclitaxel foi baseada nos resultados do estudo IMPASSION130, que demonstrou redução de 38% no risco de progressão ou morte e ganho de 10 meses de sobrevida em pacientes com expressão do biomarcador PDL-1. Publicado na revista científica The New England Journal of Medicine, o estudo clínico IMPASSION130 envolveu 902 pacientes tratadas em 246 centros médicos de 41 países, incluindo o Brasil.

Os dados do estudo clínico chamaram atenção da comunidade científica internacional. O avanço ocorre em um subtipo de câncer de mama frequente em mulheres mais jovens, geralmente com menos de 50 anos, e para o qual a eficácia dos tratamentos é desafiadora: o triplo-negativo. A denominação vem da ausência da expressão de três biomarcadores comumente empregados na classificação da doença: receptor de estrógeno, receptor de progesterona e proteína HER-2.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o que mais acomete as brasileiras, representando 29,5% da incidência da doença no país entre as mulheres e quase 60 mil novos casos ao ano. O triplo-negativo representa em torno de 15% deste total. Enquanto a taxa de morte por outros tipos gira em torno de 10%, a de triplo-negativo varia entre 30% e 40% em cinco anos. Outra característica é que parte dos casos evolui para metástase em curto período de tempo, em torno de 1 a 3 anos.

Com base no cenário atual, o estudo IMPASSION130 - que foi apresentado no congresso europeu de oncologia (ESMO Congress), no último outubro - veio quebrar este paradigma ao demonstrar benefício clínico para as pacientes com a presença do biomarcador PDL-1, que corresponde a 41% dos casos.

Nos Estados Unidos, esta mesma aprovação foi em 8 de março, após trâmite acelerado na agência americana de regulação de medicamentos, oFood and Drug Administration - FDA. No Brasil, o tratamento também recebeu a prioridade de análise, um mecanismo adotado desde 2008 para garantir mais celeridade conforme sua relevância para a população. A nova terapia utiliza recursos da medicina de precisão, em que o perfil do tumor é capaz de guiar as decisões clínicas para benefícios mais expressivos. Além disso, como imunoterapia, estimula o sistema de defesa do próprio organismo a atacar as células tumorais, estratégia conhecida por ter menor toxicidade e respostas mais duradouras.

“A imunoterapia vem sendo utilizada no tratamento de câncer com resultados expressivos há cerca de nove anos, mas este é o primeiro avanço em tumores de mama”, conta o pesquisador brasileiro que participou do IMPASSION130, Carlos Barrios. “As pacientes com triplo-negativo avançado ou metastático, quando a doença já passou para outros órgãos, têm um prognóstico difícil. Este tratamento aprovado pela Anvisa se torna o preferencial na prática clínica”, explica o especialista, que é diretor do Centro de Pesquisa em Oncologia do Hospital São Lucas (RS) e do Grupo Latino-Americano de Pesquisa em Oncologia Clínica (Lacog).





Roche

Dor generalizada no corpo pode ser fibromialgia



Doença é mais prevalente em mulheres na faixa de 30 e 50 anos.


Dor generalizada no corpo, sono que não é reparador e fadiga. Você costuma ter com frequência esses sintomas? Pode ser que você tenha fibromialgia, doença que afeta mais de 10 milhões de brasileiros e, principalmente, as mulheres, prejudicando muito a qualidade de vida. A fibromialgia caracteriza-se por dor crônica em vários pontos do corpo, especialmente nos tendões e nas articulações. A doença é mais prevalente em mulheres, na faixa de 30 e 50 anos, que apresentam relatos de dor generalizada pelo corpo. Não tem inchaço das juntas, não tem artrite, somente a queixa da dor”, diz o reumatologista do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), de Curitiba, Dr. Sebastião Radominski.

Segundo o especialista, a fibromialgia é uma doença de difícil diagnóstico. Não existe nenhum exame específico que possa comprová-la, de uma forma simples, como por exemplo um raio x de pulmão que mostra uma pneumonia ou um exame de sangue que mostra anemia, e maioria dos exames de laboratório se mostram normais, relata. Por isso, a maioria das pessoas acaba convivendo com ela sem ter um tratamento adequado.

O diagnóstico é feito por meio de exclusão de outras doenças com sintomas semelhantes, como o hipotireoidismo, que pode causar fadiga e dificuldades de movimentos. “Temos que excluir outras doenças que podem imitar a fibromialgia por meio de exames básicos iniciais, para poder orientar um tratamento adequado”, enfatiza o especialista.

Sentir dor em diversos pontos do corpo pode interferir muito na qualidade de vida. O reumatologista destaca que toda mulher que tem quadro de dor difusa, que interfere na sua capacidade diária, que tem um sono que não repara mesmo dormindo 8 horas, e uma fadiga maior do que aqueles dias que se está mais cansado, tem que procurar um clínico que possa encaminhar a um reumatologista.

A fibromialgia ocorre devido a problema em neurotransmissores da dor, no cérebro, por isso algumas pessoas podem ter uma percepção mais exacerbada da dor. Por ser mais prevalente em mulheres ainda não há uma explicação clara, mas acredita-se que as alterações hormonais podem levar a essa sensibilidade. “É um problema de neurotransmissores da dor, a nível cérebro. Por exemplo, você dá uma martelada no dedo de uma paciente que não tem fibromialgia, vai doer por exemplo 10. Se você der a mesma martelada, com a mesma intensidade no paciente com fibromialgia, vai parecer para ele que a dor foi 100. E muitas vezes o paciente tem uma memória da dor que cada vez que tem uma situação parecida essa dor parece maior”, acrescenta.

A doença não tem cura, mas tem tratamento. “Estimulamos o paciente a realizar uma atividade física, que melhora os neurotransmissores, terapia cognitiva comportamental, tratamento com analgésicos e moduladores da dor, porque eles vão restabelecer estes neurotransmissores que estão em desiquilíbrio. Medicamentos fortes como o uso de opioides devem ser restringidos, porque podem levar ao vício”, orienta o médico.

Tudo o que você precisa saber sobre infecção urinária



A infecção do trato urinário (ITU) acomete as mulheres na proporção de 8 para cada 1 homem. Estima-se que a ITU ocorra em até 30% das mulheres em algum momento da vida. Isso ocorre devido à variação na anatomia feminina, pois a uretra da mulher (órgão por onde a urina é escoada da bexiga e tem seu ponto de saída na vulva) é mais curta e mais próxima do ânus do que a uretra dos homens, possibilitando que bactérias do trato intestinal ascendam mais facilmente para a bexiga.

A alteração da flora vaginal também aumenta a predisposição de mulheres em ter ITU (causadas, por exemplo, pela gestação, desequilíbrios hormonais, diabetes, imunodepressão, infecções vaginais e relações sexuais). Estima-se que a ITU ocorra em até 30% das mulheres em algum momento da vida. Há um pico de incidência no início da vida sexual, na gestação e um aumento progressivo após a menopausa.


Sintomas e diagnóstico

A infecção do trato urinário (ITU) pode ocorrer em qualquer parte do sistema urinário, que engloba a uretra, bexiga, ureteres e os rins. A infecção da bexiga, que é a mais comum, é chamada de cistite. A Escherichia coli é a bactéria responsável por cerca de 80% das ITUs. Trata-se de um microorganismo normal da nossa flora intestinal.

Os sintomas mais frequentes da ITU são: poliúria (aumento do número de micções), polaciúria (aumento do número de micções com diminuição do volume da urina), dor ao urinar, dor pélvica e alterações da coloração e odor da urina. Os sintomas podem aparecer em conjunto ou isoladamente. O diagnóstico é feito por exame clínico e laboratorial. Já o diagnóstico de certeza é dado pela urocultura (exame de urina mais indicado para detectar a infecção).

As infecções urinárias da bexiga ou uretra, se não tratadas, podem evoluir para a pielonefrite (infecção do rim), para uma doença renal crônica, ou até sepse e morte.


Prevenção

A prevenção da infecção urinária deve ser realizada das seguintes formas:

- Higiene íntima adequada, principalmente após a evacuação

- Ter relações sexuais com a bexiga relativamente cheia e urinar logo após o coito

- Ingestão abundante de líquidos

- Evitar longos períodos de tempo sem urinar

- Fazer uso de extratos de cranberry, que reduzem a capacidade da bactéria em aderir ao tecido do trato urinário

- Evitar contraceptivos como diafragma, capuz cervical e espermicidas, pois estes podem alterar a flora vaginal, aumentando o risco de infecção recorrente

- Fazer uso de estrogênio tópico na pós-menopausa, principalmente se houver infecção recorrente


Tratamento

O único tratamento para as infecções urinárias são os antibióticos, que matam as bactérias causadoras da doença. Há outros tipos de medicamentos que podem ser utilizados para dor ou prevenção, mas não para o tratamento. Em caso de infecções de repetição, o ideal é procurar um especialista para avaliar se há algum fator predisponente e indicar qual o melhor método de prevenção que deverá ser utilizado.






Dra. Karina Tafner - Ginecologista e Obstetra; Médica Assistente do ambulatório de Reprodução Assistida da Santa Casa (FCMSCSP); Especialista em Endocrinologia Ginecológica e Reprodução Humana pela Santa Casa; Especialista em Reprodução Assistida pela FEBRASGO

36 milhões de brasileiros têm hipertensão e apenas 50% foram diagnosticados


De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 4,3% dos brasileiros sabem que são hipertensos e não se tratam


A hipertensão, ou pressão alta, como é popularmente conhecida, chega a atingir aproximadamente 32% da população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Os idosos são os mais afetados pela doença, uma vez que com o passar dos anos, acontece o processo de envelhecimento que pode resultar no endurecimento dos vasos sanguíneos.

Para os profissionais da saúde, a regularidade das consultas médicas é a melhor forma de prevenir qualquer doença. Fazer check ups todos os anos, ter uma alimentação saudável e balanceada e praticar exercícios físicos reduzem diversas doenças e melhoram a qualidade de vida. Doenças comuns aos brasileiros, como a hipertensão, assim como diabetes e obesidade, podem ser identificadas de maneira precoce e gerar um tratamento mais certeiro e competente.

De acordo com a cardiologista do dr.consulta Claudia Scalisse, a falta de tratamento da hipertensão pode prejudicar a qualidade de vida do paciente. “A longo prazo podem ocorrer desdobramentos graves, como insuficiência cardíaca, acidente vascular encefálico, insuficiência renal, entre outros tantos que podem levar à morte”.

Os sintomas da pressão arterial alta variam para cada paciente. Alguns podem sentir dores de cabeça, tonturas, náuseas e outros apresentam sintomas inespecíficos, como mal-estar generalizado, cansaço e indisposição. “É importante ressaltar que existem pessoas que não apresentam sintomas mesmo quando a pressão está elevada, o que aumenta o risco de complicações. Por isso a prevenção e consultas regulares com o médico são essenciais”, explica a cardiologista.


Existe também a possibilidade de diagnosticar a hipertensão em gestantes durante a gravidez, trazendo risco tanto para a mãe quanto para o bebê. Isso pode levar à restrição de crescimento intrauterino, parto prematuro e em quadros não controlados pode causar morte materna e fetal. Obstetra e Cardiologista precisam trabalhar juntos em prol da mãe e do bebê, visto que algumas medicações utilizadas no controle da pressão arterial são contraindicadas na gestação e no período da amamentação.

A primeira medida a ser tomada quando se descobre a doença é mudar seu estilo de vida: diminuir o consumo de sal, adotar uma dieta rica em frutas e vegetais, controlar melhor o peso, iniciar a prática de exercícios físicos, além de usar medicações prescritas. O paciente precisa estar ciente de que, apesar de ser uma doença crônica, pode ser controlada, portanto é altamente contraindicado que as medicações sejam descontinuadas sem orientação médica. “É essencial a conscientização doa brasileiros para a importância do diagnóstico precoce e a necessidade de tratamento correto, uma vez que a doença contribui direta ou indiretamente com 50% das mortes por causa cardiovascular”, finaliza a especialista.




dr.consulta

Outono e irritações oculares



Outono é a estação caracterizada pelo ar seco e mudanças de temperatura repentinas, que acabam por agravar as doenças respiratórias e irritações alérgicas, inclusive, as oculares. Esse conjunto de fatores influencia o sistema imunológico das pessoas deixando o organismo mais vulnerável a doenças oftalmológicas, como alergias oculares, síndrome do olho seco e conjuntivite. Cada uma dessas doenças oculares possui tratamento diferenciado e, por isso, a importância de consultar um oftalmologista nos primeiros sinais de desconforto nos olhos.  Coceira, desconforto, irritações e sensibilidade para abrir os são sintomas comuns a todas elas.
Dentre alguns cuidados para amenizar os sintomas estão: compressas geladas sobre os olhos fechados e, em caso de inflamação diagnosticada por um médico, o uso de medicações oculares prescritas pelo oftalmologista. Higiene constante das mãos e evitar coçar os olhos são recomendações gerais aos pacientes.

Olho seco - A baixa umidade do ar e o ressecamento da região ocular costumam causar a Síndrome do Olho Seco, caracterizada pela pouca ou má qualidade da lágrima, o que deixa a superfície dos olhos seca. Para evitá-la, o ideal é beber bastante líquido, incluir na dieta frutas e verduras ricas em vitaminas A e E, ômega 3,6 e 9, usar umidificadores de ar quando necessário, ter um lubrificante ocular por perto e, se possível, evitar ambientes com ar-condicionado. O uso abusivo de equipamentos eletrônicos também aumenta a ocorrência. Sintomas como vermelhidão, irritação, coceira, ardor, visão borrada e sensação de areia nos olhos são comumente relatados.

Alergias oculares - Comuns no outono, alérgenos como pólen, pelos ou ácaros são os mais comuns, entretanto, nem sempre é possível evitá-los. Sugere-se evitar plantas, flores e animais com pelo dentro de casa; manter os ambientes arejados e livres de objetos que acumulem pó em excesso; substituir a vassoura por aspirador de pó; e evitar esfregar ou coçar os olhos. Lubrificar os olhos auxilia na proteção e depuração dos alérgenos (substâncias dos alimentos, plantas ou de animais que provocam uma reação exagerada do sistema imunológico e causam a inflamação). Compressas frias auxiliam no alívio dos sintomas.

Conjuntivite - Olhos inchados, coceira e secreção que deixam os olhos grudados ao acordar são os sintomas característicos. Inflamação da conjuntiva causada por vírus ou bactérias, a conjuntivite é altamente contagiosa e, apesar de não ser grave, causa muito incômodo. Como método de prevenção, os oftalmologistas indicam lavar as mãos frequentemente; evitar aglomerações e locais fechados; não compartilhar objetos pessoais, como maquiagem, fronhas, toalhas ou colírios; e evitar levar as mãos aos olhos.
Em qualquer um dos casos acima citados a automedicação não é recomendável. O uso de colírio deve ser prescrito por oftalmologistas.



Dra. Heloisa Russ - Possui uma densa formação acadêmica, é graduada em Medicina pela UFPR, fez Residência Médica em Oftalmologia pela Unicamp, onde também realizou Mestrado e Sub-especialização em Glaucoma. Em seguida, se tornou Doutora pela USP e Pós-Doutora pela Unifesp. A médica oftalmologista é membro de diversos Conselhos e Associações, dentre eles, estão o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, a Sociedade Latino-Americana de Glaucoma e a ARVO (The Association for Research in Vision and Ophthalmology). Dra. Heloisa Russ é também autora de artigos científicos e capítulos de livros na área de Glaucoma e Oftalmologia Social. Além disso, é professora associada da pós-graduação da UFPR e da Unifesp.

Inverno também traz riscos à saúde cutânea



Dermatologista dá dicas para proteger a pele na época mais fria do ano


Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 180 mil novos casos. O tipo mais comum é o não melanoma, provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõe a pele. Já o mais raro e letal é o melanoma, um agressivo tipo de câncer de pele.

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença são os raios ultravioletas, presentes na rotina diária, inclusive no inverno. Porém, com a chegada do frio, muitas pessoas deixam de passar o filtro solar. Pensando nisso, maio é o mês internacional de combate ao melanoma. Segundo o médico dermatologista Renato Soriani, os raios ultravioletas podem ser tão fortes e prejudiciais no inverno quanto são no verão.

Para diagnosticar precocemente a doença, é necessário estar atento às alterações cutâneas e realizar mensalmente o autoexame, seguindo a regra ABCDE, onde A é a assimetria, B é a borda, C são as cores, D é o diâmetro e E é a evolução de crescimento.

Para prevenir o câncer de pele, o especialista passa algumas dicas importantes:

- Evite a exposição solar das 10h às 16h;

- Aplique o protetor solar todos os dias, independentemente do clima;

- Use produtos com proteção contra radiação UVA e UVB e que tenha fator de proteção solar (FPS) 30 ou maior;

- Faça aplicações a cada duas horas se estiver na piscina ou em atividades ao ar livre.;

- Utilize chapéu, óculos escuros e camiseta, sempre que estiver exposto ao sol;

- Faça o autoexame regular da pele;

- Consulte um dermatologista sempre que notar alguma alteração.





Fonte: Renato Soriani - médico dermatologista e consultor da Biobalance
CRM-SP: 121.106

Armas de fogo são um risco também para a audição


Policiais da PM, das Forças Armadas e amantes de Clubes de Tiros precisam cuidar da saúde auditiva


Todos conhecem os riscos a que são submetidos os integrantes da Polícia Militar, que frequentemente estão em ruas e favelas em confronto com marginais. Mas há outro problema que, apesar de menos divulgado, é muito recorrente nesse grupo: a perda de audição devido à exposição contínua a disparos de armas de fogo. Para se ter uma noção do quão alto e prejudicial o som do disparo de uma arma pode ser ao ouvido humano, o barulho de uma turbina de avião ou de uma caixa de som em um show de rock alcança aproximadamente 130 decibéis, enquanto o som produzido pelo disparo de uma arma pode chegar a 140 decibéis.

A situação atinge também os membros das Forças Armadas e todos aqueles que participam de treinamentos de tiro. A perda de audição, no entanto, ainda não é preocupação dos profissionais da área de segurança. O resultado da negligência com a saúde auditiva só é percebido ao longo do tempo. A maioria só chega a admitir o problema quando está mais velho ou já está na reserva, quando o deficit auditivo pode ser ainda maior.

"A Perda Auditiva Induzida por Ruído, uma exposição frequente a ruídos acima de 80 decibéis, é um problema real enfrentado por muitos trabalhadores e militares. Muitas pessoas procuram a Telex devido a problemas de audição decorrentes da profissão que exercem. São comuns os casos de pessoas que desencadearam perda auditiva por exposição ao ruído intenso ou por trauma acústico", revela Isabela Papera, fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas.

A perda da audição compromete a qualidade de vida do indivíduo pois prejudica também sua capacidade de se relacionar em sociedade. Além disso, estresse, dores de cabeça, depressão e perda de atenção são outros sintomas frequentes que acometem os deficientes auditivos.

A fonoaudióloga da Telex, que é especialista em audiologia, recomenda o uso frequente de protetores nos ouvidos, que reduzem o volume excessivo, para quem convive em ambientes barulhentos ou, no caso de policiais, estão expostos aos fortes ruídos que podem causar, inclusive, trauma acústico - principalmente durante os treinamentos de tiro. Os protetores da Telex, por exemplo, são moldados de acordo com a anatomia do ouvido de cada pessoa. Existem dois tipos: o que diminui o barulho ambiente em 15 decibéis e outro que reduz o ruído em 25 decibéis.

“Os protetores auriculares ajudam muito a diminuir o nível de ruído que entra pelos ouvidos e seu uso no dia a dia evita a evolução da perda de audição. Porém, caso a pessoa já esteja com a audição comprometida, existem atualmente aparelhos auditivos modernos e discretos, com som digital, que resgatam os sons, devolvendo a autoestima, a alegria e o bom convívio com parentes e amigos”, conclui Isabela Papera.

A importância das Forças Armas e da Polícia Militar para a nossa sociedade é indiscutível, mas seus policias devem estar atentos para manter sua saúde - inclusive a auditiva.

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