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quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Relacionamento abusivo: saiba quais são os primeiros sinais




Especialista explica como proceder em uma situação como essa


 Os sinais podem ser mais discretos no começo e se tornam mais constantes com o tempo, a pessoa está com alguém e começa a perceber que não tem o seu espaço, a sua liberdade e que precisa ceder sempre. Esses fatores, segundo Wanessa Moreira, orientadora pessoal e psicóloga transpessoal, são indicativos de quem vive um relacionamento abusivo. 

 Outro ponto importante, segundo a especialista, é quando você vive cenas nesse relacionamento e não fica à vontade quando alguém fica sabendo o que está vivendo. “Aí você precisa esconder o que vive, e isso é mais um sinal de que algo não vai bem”, exemplifica.

Embora esse problema também afete homens, as mulheres são ainda as que sofrem com relacionamentos abusivos, e quando isso acontece, é de suma importância buscar a ajuda de um profissional. “É importante procurar um terapeuta que possa trazer clareza do cenário que você está vivendo. 

Normalmente, em um relacionamento abusivo, a mulher se sente culpada, como se as atitudes do parceiro fossem por culpa dela”, diz Wanessa, que também atua como Master Mentoring em Coaching Corpo e Mente.


Saber contornar a situação e buscar um tratamento 

Ainda de acordo com a especialista, pode ser possível contornar esse relacionamento e mudar o comportamento do parceiro. “Colocar limites passa a ser a condição fundamental para que a mudança possa ocorrer, existe sim uma chance de amadurecer o relacionamento e ele acontecer de maneira saudável a partir desse momento”, esclarece.

O tratamento para mulheres que sofreram em um relacionamento abusivo se baseia principalmente na construção do amor próprio e autoestima, informa a orientadora pessoal. “Nesse momento, essa mulher precisa se reconectar com quem ela é para poder fazer novas escolhas”, diz.

Voltar a ter um relacionamento após passar por um que foi abusivo, pode ser um desafio, mas que não é impossível. De acordo com Wanessa Moreira, essa volta acontece “após o momento de se redescobrir novamente, estando mais inteira e colocando limites para o que chega em sua vida, conhecendo o que quer e o que não quer mais viver. Sendo assim, é possível sim ter um novo e saudável relacionamento”, argumenta.

Segundo Wanessa, os casos mais relatados nos consultórios são aqueles com uma grande agressão não verbalizada. “Uma diminuição da autoestima e do brilho da mulher, que passa a acreditar que ela não é boa o suficiente para ter outro parceiro. A mulher sente culpa e acredita que o abuso faz parte do relacionamento, onde ela precisa atender as exigências do seu parceiro, e deixar de lado as suas vontades e até mesmo a sua identidade”, conta a especialista.

Muitas vezes, o casal tem filhos e a mulher pode ficar em dúvida de como deve proceder. Para a terapeuta, os filhos devem ser preservados dos problemas dos adultos, “para não ficarem sendo colocados no meio da história cheia de inverdades dos dois lados do relacionamento. Devem ser respeitados no papel que eles ocupam de filhos, e não como parte das chantagens que possam existir”, orienta.

E para finalizar, Wanessa Moreira argumenta que a mulher deve “sempre confiar que há uma saída para a história que ela vive. “Não deixe de buscar ajuda”, aconselha a especialista.




  (Foto: Getty Images)



Meu enteado vem morar comigo, e agora?



Segundo os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o Registro Civil, das mais de 1 milhão de uniões registradas, 23,6% foram de recasamentos. Os recasamentos são as uniões em que pelo menos um dos membros do casal já foi casado.

Naturalmente, a chance de o casal ter filhos das relações anteriores é grande. Assim, cada vez mais homens e mulheres assumem novos papéis dentro dos relacionamentos afetivos: o de madrasta ou o de padrasto.
 Além de precisar aprender a lidar com este novo papel, em muitos casos os filhos do outro casamento acabam indo morar junto com o novo casal.

Segundo a psicóloga Marina Simas de Lima, terapeuta de casal, família e cofundadora do Instituto do Casal, o recasamento representa uma nova etapa na vida familiar e provoca mudanças importantes no cotidiano e nas relações familiares.

“Essas transformações surgem dos novos papéis, regras e combinados que essa nova família terá. Porém, quando envolve filhos de relações anteriores, homens e mulheres são obrigados a exercer funções parentais com os enteados, antes ou ao mesmo tempo em que estão construindo sua identidade conjugal. Esse processo pode ser bem desafiador”, comenta Marina.

Para a psicóloga Denise Miranda de Figueiredo, terapeuta de casal, família e cofundadora do Instituto do Casal, alguns casais podem ter dificuldade para separar a relação com o (a) ex parceiro (a) da função parental. Além disso, nem todos estão preparados para compartilhar a parentalidade, ou seja, cuidar ou educar crianças que não são seus filhos, nos papéis de madrasta ou de padrasto. Quando a pessoa não tem filhos, isso pode ser ainda mais difícil”.
 


Limites e combinados são importantes

 
Marina e Denise ressaltam que no início, o mais importante é que sejam feitos combinados e definidos limites. “Pais e mães devem sempre manter o papel de cuidadores e responsáveis principais pelos filhos. Porém, no dia a dia, é importante que madrastas e padrastos ofereçam apoio a esses cuidados, respeitando sempre os limites e regras impostos pelos pais”.



Ser madrasta é mais difícil? 

 
Infelizmente, a sociedade criou um preconceito em relação ao papel da madrasta, presente até mesmo em histórias e contos infantis. Porém, cada situação é única e deve ser avaliada sob diferentes perspectivas. Em alguns casos, a mulher pode sentir ciúmes da criança, pode se sentir incomodada com o contato do marido com a ex mulher ou ainda se sentir sobrecarregada em relação a assumir um papel de cuidadora dessa criança”, comenta Marina.


“Claro que essa mesma situação pode acontecer com o homem no seu papel de padrasto. Entretanto, as dificuldades de ser madrasta podem ser maiores por conta da expectativa da sociedade em relação à mulher quanto ao instinto maternal. Além disso, em geral, as tarefas domésticas e os cuidados com os filhos tendem a ser assumidos mais pela mulher do que pelo homem. Casais que conseguem equilibrar essas atividades ainda são exceção”, ressalta Denise.

Porém, lembra Marina, nem todas as mulheres nascem para ser mães ou têm essa vocação ou instinto. “Assim, quando esta mulher está em um casamento em que precisa assumir o papel de madrasta, será um processo bastante complexo e vai precisar de ajustes e combinados bem delimitados para dar certo. Ela também vai precisar do apoio do parceiro. O contrário também se aplica. Quando é o homem que não tem filhos, pode passar pelo mesmo desafio”.
 


Para o bem de todos

 
Para que a nova configuração familiar funcione de uma forma saudável, o ideal é que a transição seja feita de forma gradual e que se construam vínculos afetivos baseados no amor e no respeito. “Madrastas e padrastos podem ser uma importante fonte de apoio e suporte na criação e na educação das crianças e quanto mais os ex parceiros tiverem uma boa relação entre si, melhor será para o novo casal e para os filhos”, diz Denise.

“Outro ponto importante é que não existe divórcio dos filhos, ou seja, o casamento termina, mas os papéis de pai e mãe são para sempre e não devem ser delegados para os novos cônjuges. Em primeiro lugar para o bem-estar da criança ou adolescente e em segundo para o do casal”, reflete Marina.

“Por fim, se você decidiu se casar com alguém que já tem filhos de um relacionamento anterior, é preciso estar consciente de todos esses desafios e abrir-se para ajudar o (a) parceiro (a) dentro das suas possibilidades”, concluem as psicólogas.



Os perigos e cuidados na internet: a Boneca Momo


A Escola da Inteligência é um programa educacional que tem como objetivo desenvolver habilidades socioemocionais no ambiente escolar. Assim, estamos constantemente alertas em relação a tudo o que possa interferir no desenvolvimento saudável de nossas crianças e jovens. 

Um dos perigos do momento são “jogos” em forma de desafios criados com o intuito de ameaçar e coagir crianças e jovens, podendo chegar a situações extremas, que colocam vidas em perigo. Desta vez, tratando-se de uma espécie de personagem, chamada Momo, uma boneca com aparência sombria que é adicionada aos contatos do WhatsApp e envia mensagens de conteúdo violento, agressivo, ameaçador e, novamente, propondo desafios absurdos que envolvem risco de morte. O conteúdo destas mensagens pode, também, coagir os jovens a enviar informações sigilosas sobre a família, contribuindo para a possibilidade de fraudes e ameaças.

Entre os principais riscos destacam-se o roubo de informações pessoais, incitação ao suicídio ou à violência, assédio, extorsão, e o desenvolvimento ou agravamento de transtornos físicos e psicológicos como ansiedade, depressão e insônia, dentre outros.

Normalmente os convites vêm através dos grupos das redes sociais, contatos do WhatsApp, ou mesmo através da troca de informação entre colegas que já tiveram contato com os desafios.

Algumas crianças e jovens podem entrar no desafio por achar divertido ou não saberem exatamente o risco oferecido. Contudo, pode ser que eles estejam vivendo momentos difíceis e procurando por algo que possa envolvê-los, como um projeto a qual possam se dedicar, ou mesmo um grupo do qual possam fazer parte. No caso do jovem, quando este não consegue encontrar um sentido para a sua vida, cumprir os desafios pode ser confundido com uma forma de mostrar o seu valor, capacidades e conquistas. Além disso, os criminosos aproveitam a associação entre a conta do WhatsApp com o Facebook para coletar informações sobre a vítima, e dessa forma ameaçam sua vida e a de seus parentes e amigos, fazendo chantagem para que cumpram os desafios.


Como denunciar?

Caso chegue a seu conhecimento a participação de qualquer criança ou jovem nestas espécies de jogos, é importante agir imediatamente para protegê-lo. Denunciar é essencial, pois você estará contribuindo para a proteção de centenas de pessoas. A denúncia deve ser feita aos administradores da própria rede social onde estiver acontecendo a propagação do jogo, além de informar as autoridades locais ou mesmo a delegacia de crimes sociais. Páginas do Facebook podem ser printadas ou fotografadas e conversas do WhatsApp salvas ou exportadas. Estes dados ajudarão as autoridades e responsáveis a chegar aos possíveis suspeitos e tomar as providências cabíveis.

A proibição do uso da internet aos filhos não é a melhor solução, mas sim a orientação e supervisão do uso. Oriente sobre os riscos que existem e como se proteger: nunca oferecer informações pessoais, comunicar aos responsáveis sempre que notar algum contato ou conversa suspeita, entender que não se pode confiar em todo mundo, ser estimulado a utilizar os recursos da internet de forma saudável. Esteja atento à criança ou jovem enquanto estiver no celular, supervisionando o uso.

Crescer e se desenvolver em um mundo complexo e arriscado não é fácil, e a tecnologia não é a vilã; é apenas uma forma de propagação de problemas que sempre existiram, mas que apresentam uma nova roupagem para nossa época atual.

Devemos estar alertas, estar atentos, mas mais do que isso, estar presentes. 







Camila Cury - Psicóloga e Diretora Geral da Escola da Inteligência, Programa Educacional idealizado pelo renomado psiquiatra, escritor e pesquisador, Augusto Cury, que tem como objetivo desenvolver a educação socioemocional no ambiente escolar. 


Escola da Inteligência

 

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