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terça-feira, 28 de agosto de 2018

Oncologistas alertam para a relação do uso de maconha e câncer em prol do Dia Nacional de Combate ao Fumo


Na América do Sul, 6,7 milhões fazem uso da droga psicoativa, ilícita no Brasil


Um relatório divulgado no ano passado pela Agência da ONU para Drogas e Crime (UNODC)  estima que 158,8 milhões de pessoas no mundo, ou 3,8% da população entre 15 e 64 anos, consuma drogas feitas com cannabis (maconha e haxixe). Na América do Sul, há 6,7 milhões de usuários. Oncologistas do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia afirmam como alerta ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado no dia 29 de agosto, que o uso desta substância psicoativa pode ter consequências maléficas, dentre elas o câncer.

“Há estudos que mostram um aumento expressivo de ocorrência de alguns tipos de câncer, como o de testículo, por exemplo. De acordo com um artigo divulgado na Revista BMC Cancer em 2015, uma publicação cientifica do Reino Unido, pesquisadores notaram um aumento de 150% na incidência desse tipo de tumor entre os homens que usavam maconha. Em relação ao câncer de pulmão, o uso da droga provoca alterações diretas no tecido pulmonar, que predispõem ao desenvolvimento de tumores malignos, já que irrita e lesa as células do parênquima dos pulmões”, explica o oncologista Rafael Luis Moura Lima do Carmo.

Apesar de considerado inofensivo por alguns, o cannabis, traz diversos problemas com o seu uso. “Dependência química, problemas vasculares, doenças psiquiátricas, alterações pulmonares agudas e infertilidade são alguns dos exemplos”, completa o médico.

Outros estudos associam o uso regular da maconha com a redução da cognição, ou seja, piora da capacidade de raciocinar. Entre os problemas psiquiátricos, os usuários apresentam maior risco de desenvolver esquizofrenia, com um aumento de aproximadamente 24%. “Ademais, ansiedade, depressão e transtorno bipolar parecem ter alguma relação com o uso da substância. E não podemos esquecer que o uso de drogas como a maconha pode levar também ao desenvolvimento da dependência de outras drogas”, afirma o oncologista.


Benefícios em estudo

Embora tenha efeitos nocivos do seu uso regular, a maconha tem se mostrado útil para a medicina, já que tem sido usada em algumas situações específicas, como controle de dor, falta de apetite e de náuseas e vômitos em pacientes com câncer.

 “Alguns estudos mostram alguma melhora do enjoo pós-quimioterapia em pacientes que não tiveram sucesso usando as medicações comuns. O mesmo aconteceu com o nível de dor quando doentes com câncer avançado foram tratados, sem sucesso, com medicações analgésicas normalmente utilizadas pelos médicos. Outro uso foi o de estimulador de apetite. Entretanto, devemos nos lembrar dos efeitos adversos do uso da droga e que não se sabe quais podem ser as consequências do uso a longo prazo. De qualquer maneira, os compostos derivados da maconha ou a própria planta para consumo não são liberados no nosso país”, ressalta outro oncologista do grupo, David Pinheiro Cunha.

            Ambos os médicos enfatizam que o fato é que o tabagismo, o uso narguilé e a da maconha são hábitos com efeitos colaterais que devem ser combatidos e evitados, a fim de promover melhor saúde para o corpo e para a mente. “Praticar esportes, encontrar amigos, trabalhar, explorar a natureza, todos esses bons hábitos podem ser o caminho para uma vida sem drogas e com saúde!”, acrescentaram.


Dia Nacional de Combate ao Fumo

Criado em 1986 pela Lei Federal nº. 7.488, o Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto, tem como objetivo reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população brasileira para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco. No Brasil, o INCA é o órgão do Ministério da Saúde que coordena o Programa Nacional de Controle do Tabagismo. O programa visa à prevenção e à cessação do tabagismo na população por meio de ações que estimulem a adoção de comportamentos e estilos de vida saudáveis e que contribuam para a redução da incidência e da mortalidade por câncer e doenças tabaco-relacionadas no país.






David Pinheiro Cunha - formado em oncologia clínica pela Unicamp, realizou estágio no serviço de oncologia e pesquisa clínica em Northwestern Medicine Developmental Therapeutics Institute, Chicago, Illinois, EUA; membro titular da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO). Oncologista no Hospital da PUC- Campinas, onde desenvolve supervisão dos residentes.  Como membro do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia, David é oncologista do Hospital Vera Cruz, no Instituto Radium de Campinas e do Hospital Santa Tereza.


Rafael Luis Moura Lima do Carmo - graduado em medicina pela Unicamp. Residência em Clínica Médica e Oncologia pela Unicamp. Mestrando em Oncologia na FCM-Unicamp. Rafael faz parte do corpo clínico de oncologistas do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia e atua no Hospital Vera Cruz, no Instituto Radium de Campinas e no Hospital Santa Tereza.



Informações confusas podem eliminar chances de ser contratado


A Luandre, maior consultoria de RH do Brasil, chama a atenção para a alta taxa de exclusão automática de candidatos, que pode chegar a 80%, pelos motivos apontados acima


No segundo trimestre de 2018, faltou trabalho para 27,6 milhões de pessoas no Brasil, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Também destaca-se a taxa de desalento recorde de 4,8 milhões de pessoas que deixaram de procurar emprego, um resultado superior ao do primeiro trimestre (4,6 milhões) e bem maior que o do mesmo período no ano passado, quando a taxa já era bem alta (4 milhões).

A alta da população desalentada no Brasil chama a atenção porque a rigor são pessoas que não apresentam nenhum motivo físico ou psicológico para não trabalhar, apenas cansaram de ouvir negativas após as entrevistas ou de nem serem chamadas para os processos seletivos.

Francisca Silva, consultora de Recursos Humanos da Luandre, consultoria que atende 200 das 500 maiores empresas do país, lembra que, apesar do alto número de desempregados, as especialistas da empresa estão com dificuldade para encontrar candidatos ideais para algumas vagas e um dos grandes motivos é a grande parte dos candidatos não preenchem o cadastro corretamente: "Chegamos a descartar 80% dos currículos para cada processo seletivo que aparece, não porque as exigências são muitas, e sim porque muitas vezes não temos os dados necessários para analisar o perfil. Há casos em que a pessoa não deixa nem e-mail, nem telefone, ou não atualiza, em caso de mudança de número". 

Outra dificuldade relatada pelas especialistas em RH da Luandre é a falta de atenção ao local de trabalho. Segundo ela, muitos se candidatam a vagas em outros estados, cidades ou regiões e não respeitam a indicação sobre local de moradia. "Há vagas que exigem que a pessoa more com fácil acesso, em determinada região, por exemplo. Não é uma preferência, é uma exigência".
Segundo Francisca, muitos se candidatam a cargos para os quais não possuem nenhuma experiência ou formação: "Ele acredita que consegue efetuar aquela função, mas na grande maioria das vezes sua experiência profissional e acadêmica está muito longe do exigido pelo cliente.".

Além destas questões na pré-seleção, preocupa também o não comparecimento aos processos, que em períodos como o Carnaval chega a 80%, mas se mantém alto durante o ano, 50% em média. 

Vale lembrar que na Luandre, apesar dos dados apresentados pelo IBGE, houve crescimento de mais de 40% na quantidade de ofertas de vagas neste primeiro semestre, principalmente nas áreas de varejo, logística e saúde, para todas as posições. 

Dada a dificuldade com os CVs, as especialistas da Luandre apontam cinco dicas para quem não desistiu de procurar emprego:


1. Atualizar todas as informações sempre

Lembre-se de alterar endereço, telefone e atualizar suas experiências, detalhando sua função e atividades.


2. Atentar para o local da vaga

Não adianta se candidatar a vagas em outros estados ou em locais que são longe do seu endereço caso a empresa especifique que é necessário ter fácil acesso.


3. Nunca esquecer de pôr suas informações pessoais

E-mail e telefone são fundamentais, caso contrário o recrutador não tem como entrar em contato.


4. Não ter preguiça de detalhar sua formação e experiência

Pode ser que a pessoa tenha o perfil para a vaga, mas muitas vezes ela não preenche suas últimas experiências, detalhando suas atividades. Muitos candidatos são reprovados por isso.


5. Ser claro sobre o interesse na vaga

Caso seja chamado para uma entrevista é melhor ser claro sobre o interesse e, principalmente, mostrar como você poderá desempenhar bem a função exigida. Cite soluções e experiências que você já viveu para mostrar ao entrevistador que poderá fazer a diferença ao ser contratado.



Negociação Coletiva: como evitar a greve


 Especialista em Direito do Trabalho, o advogado Reinaldo Garcia explica as principais dúvidas de empresas e colaboradores sobre a medida


Em tempos de Negociação Coletiva, é comum - e já esperado - o embate entre empregadores, colaboradores e entidades sindicais durante o processo que definirá os novos acordos que irão vigorar nos meses subsequentes. O maior receio de tais negociações são as temidas greves gerais, que se instalam devido à falta de comunicação entre todas as pontas envolvidas na negociação.

De acordo com Reinaldo Garcia, especialista em Direito do Trabalho, e sócio da Guirão Advogados, as empresas devem estar preparadas para evitar surpresas indesejadas. Abaixo, o advogado lista as principais dúvidas sobre Negociação Coletiva, e apresenta dicas de como conduzir esse processo.


1) Qual o papel das Negociações Coletivas? 

Reinaldo Garcia: A Negociação Coletiva tem por finalidade estabelecer condições e cláusulas para um instrumento normativo, que regulará coletivamente as relações de trabalho de uma empresa ou grupo. Representam um conjunto de ações que antecedem a composição das regras que serão inseridas na Convenção Coletiva e/ou Acordo Coletivo.


2) O que é a Convenção Coletiva?

RG: A Convenção Coletiva ou Acordo Coletivo de Trabalho são documentos elaborados após o encerramento da negociação coletiva e possuem caráter normativo, pelo qual, ficam estipuladas as condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, abrangendo as relações coletivas e individuais.


3) Como são realizadas as negociações sindicais?

RG: As negociações sindicais são bastante complexas, não apenas pela duração, mas também pelo número de negociadores e a amplitude dos assuntos a serem tratados. Ou seja, um desses encontros pode contar mais de 50 pessoas, pertencentes a vários sindicatos e federações e que comumente não compartilham das mesmas opiniões. Ao final da reunião, o acordo pode contar com mais de 30 páginas contendo inúmeras cláusulas, envolvendo questões salariais, direitos humanos, assédio moral e sexual, questões de racismo, direitos sindicais e programas de benefícios das mais variadas ordens.


4) Qual a diferença entre Convenção Coletiva e Acordo Coletivo?

RG: A Convenção Coletiva é o acordo firmado entre o Sindicato Patronal e o Sindicato dos Empregados de determinada categoria. Já o Acordo Coletivo é o resultado de negociação firmada entre Empresa e Sindicato dos Empregados.


5) A pré-negociação é uma tática importante?

RG: Sim, e é preciso estabelecer princípios de constituição das reuniões de negociação. Ou seja, é mandatório que o local escolhido para a reunião seja neutro (nem na empresa, nem no sindicato). Além disso, a agenda deve contar com:

- Horário de início das reuniões;

- Intervalo para o café;

- Horário de término da reunião;

- Quantidade de participantes de cada lado;

- Local da reunião.

Essas ações ajudam a iniciar o contato entre as partes e demonstrar profissionalismo para que nenhuma atitude durante a negociação seja passional. A ética deve prevalecer desde os primeiros contatos entre os negociadores.


6) Quais são os requisitos legais para convenção coletiva ou acordo coletivo?

RG: A deliberação é de competência da Assembleia Geral especialmente convocada para esse fim. Para sua validade é necessário o comparecimento em primeira convocação de 2/3 (dois terços) dos associados, se tratar de Convenção e dos interessados no caso de Acordo. Caso seja necessário uma segunda convocação por falta de quórum basta o comparecimento de 1/3 (um terço) dos trabalhadores. Apesar de se tratar de um requisito legal e que deveria ser fiscalizado pelo Ministério do Trabalho, é certo - e comum - que os Sindicatos não respeitam esta formalidade. Assim, para atender a interesses próprios, as assembleias que homologam uma greve ou sua continuidade, ou mesmo a formalização de um acordo coletivo, apresentam essencialmente aqueles elementos ligados às políticas e interesses da cúpula sindical. Por essa razão recomenda-se que as empresas incentivem que a maioria dos seus empregados compareçam às assembleias, para que a manifestação de suas vontades atenue a manipulação da direção sindical.


7) Qual a recomendação após o término da negociação, momento em que as partes finalizam e elaboram o acordo coletivo ou a negociação coletiva?

RG: Após o término da negociação, é recomendável que seja firmado um termo contratual. Neste caso, é importante que o documento possua:

I – Designação do sindicato convenentes ou empresas acordantes;

II – Prazo de vigência; não poderá ultrapassar 2 (dois) anos

III – Categoria ou classe dos trabalhadores;

IV – Os ajustes que regerão as relações individuais;

V – Normas para conciliação em caso de divergência futura;

VI – Disposição sobre prorrogação ou revisão total ou parcial;

VII – Direitos e Deveres dos empregados e da empresa;

VIII – Penalidades pelo não cumprimento do pactuado;


8) Qual comportamento deve ser adotado em dias de negociação para evitar a greve?

RG: Durante o período de negociação, um dos grandes receios das empresas são as movimentações para que greves sejam realizadas. Tal comportamento é motivado como técnica de intimidação por parte dos sindicatos. Por outro lado, os trabalhadores afirmam que uma medida drástica auxilia para que as solicitações sejam ouvidas. Portanto, é imprescindível que todos os envolvidos sejam éticos durante suas solicitações e práticas. A dica para esse caso é: razão e emoção caminham de mãos dadas nessas negociações e é preciso equilíbrio para tomadas de decisões.






Reinaldo Garcia do Nascimento - Nascido  em  São  Caetano  do  Sul,  Reinaldo Garcia do Nascimento atua como advogado desde 2005 (OAB/SP- 237.826). Pós-Graduado em Direito e Processo do Trabalho pela Escola Paulista de Direito - EPD, é sócio e responsável pela área trabalhista e relação sindical do escritório Guirão Advogados (www.guirao.com.br). Além disso, Reinaldo é um exímio palestrante com temas sobre Relação Sindical, Reforma Trabalhista e Assédio Moral.


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