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segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Doenças que tinham baixa circulação no Brasil estão ressurgindo e alertam para a queda nas coberturas vacinais1,3,11,13


A doença pneumocócica, uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo, também está com a cobertura vacinal abaixo do recomendado no país4,5,6,12


Doenças eliminadas ou com baixa circulação no Brasil, como o sarampo, a difteria e a poliomielite, voltam a ser motivo de preocupação.1,3,11,13 De acordo com o Ministério da Saúde, as baixas coberturas vacinais, principalmente em crianças menores de cinco anos de idade, acenderam um “alerta” no país.1,3,11 Diversas vacinas estão disponíveis gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas a cobertura está abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).1,2

Em 2016, o país recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) um certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo no Brasil.3 Porém, desde fevereiro deste ano, devido à baixa cobertura vacinal, há diversos casos da doença sendo registrados no Amazonas e em Roraima.3 Até o dia 27 de julho, foram confirmados 444 casos de sarampo no Amazonas e mais de 2.500 estão em investigação.3 Em Roraima, 216 casos foram confirmados e 160 ainda em investigação.3 Além disso, alguns casos foram confirmados também em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Rondônia.3

Outra doença já eliminada do país, mas com risco de ressurgimento é a poliomielite, conhecida como paralisia infantil. A cobertura vacinal para prevenção da doença já está abaixo de 50% em 312 municípios brasileiros.1

A Doença Pneumocócica, causada pelo Streptococcus pneumoniae (pneumococo), é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo4 e também está com a cobertura vacinal abaixo do recomendado no país.5,6,12 Dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), atualizado em fevereiro de 2018, apontam que a cobertura vacinal do esquema primário para a prevenção da Doença Pneumocócica chegou a 85% em 2017 e da dose de reforço a apenas 74% ,5,6 apesar da vacina ser gratuita nos postos de saúde para crianças menores de cinco anos.7,9 Comparando com 2016, houve uma queda de 10 pontos percentuais no país, quando a cobertura era de 95% para a primeira dose e 84,10% para a de reforço.5,6 



Doença Pneumocócica

O pneumococo causa doenças que atingem o sistema respiratório, a corrente sanguínea, e o cérebro, e são classificadas em dois tipos: Doença Pneumocócica Invasiva (DPI) – meningite, pneumonia bacterêmica e sepse, – e Doenças Não Invasivas, consideradas mais leves, que incluem otite média e a pneumonia não bacterêmica.4

As Doenças Pneumocócicas Invasivas podem deixar sequelas graves ou até levar o paciente a óbito.4,8 A bacteremia (quando a doença atinge o sangue) e a meningite são as formas mais graves da doença. Cerca de 1 em 100 crianças com bacteremia, vão a óbito. Já com a meningite, este número é ainda mais impactante, sendo 1 óbito para cada 15 casos de infecção.8


Transmissão

Qualquer pessoa pode ser afetada pela doença pneumocócica, mas crianças com até dois anos de idade, idosos, lactentes e pessoas com doenças crônicas e baixa imunidade são as mais vulneráveis.4 A bactéria (pneumococo) pode ser transmitida através da tosse, espirro ou por objetos contaminados de pessoas que contraíram a doença ou que estão com a bactéria, mas não apresentam sintomas. É comum que pessoas, principalmente crianças, sejam portadores e transmitam a doença, mesmo sem adoecer.4


Prevenção

A forma mais eficiente de prevenir as doenças pneumocócicas em crianças é com a vacinação.4 O Calendário de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda a administração de duas doses da Vacina Pneumocócia 10-valente (conjugada) idealmente aos 2 meses e aos 4 meses de idade e uma dose de reforço aos 12 meses.7 Já a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam a vacinação contra a doença pneumocócica em um esquema de três doses – 1ª aos 2 meses, 2ª aos 4 meses e a 3ª aos 6 meses de idade – e uma dose de reforço entre os 12 e 15 meses de idade.9,10
 
A vacina Pneumocócia 10-valente (conjugada) está disponível gratuitamente nos postos de saúde para crianças menores de cinco anos.7,9





GSK 





Referências:
  1. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Alerta: 312 cidades têm baixa cobertura vacinal da pólio. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/43797-ministerio-da-saude-alerta-para-baixas-coberturas-vacinais-para-polio>. Acesso em 16 jul. 2018.
  2. FIOCRUZ. Suspeita de poliomielite na Venezuela alerta para vacinação. Disponível em: <https://agencia.fiocruz.br/suspeita-de-poliomielite-na-venezuela-alerta-para-vacinacao>. Acesso em 16 jul. 2018.
  3. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Ministério da Saúde atualiza casos de sarampo no Brasil. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/43868-ministerio-da-saude-atualiza-casos-de-sarampo-no-brasil >. Acesso em 19 jul. 2018.
  4. FIOCRUZ. Doenças pneumocócicas: informações técnicas. Disponível em:< https://agencia.fiocruz.br/doen%C3%A7as-pneumoc%C3%B3cicas-informa%C3%A7%C3%B5es-t%C3%A9cnicas>. Acesso em 16 jul. 2018.
  5. Pesquisa realizada na base de dados DATASUS, utilizando os limites “REGIÃO/UNIDADE DA FEDERAÇÃO” para Linha, “ANO” para Coluna, “COBERTURAS VACINAIS” para Conteúdo, “2010 a 2017” para Períodos Disponíveis, “PNEUMOCÓCICA” para Etiologia e “TODAS AS CATEGORIAS” para os demais itens. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?pni/cnv/cpniuf.def. Acesso em 16 jul. 2018.
  6. Pesquisa realizada na base de dados DATASUS, utilizando os limites “REGIÃO/UNIDADE DA FEDERAÇÃO” para Linha, “ANO” para Coluna, “COBERTURAS VACINAIS” para Conteúdo, “2010 a 2017” para Períodos Disponíveis, “PNEUMOCÓCICA (1º REF)” para Etiologia e “TODAS AS CATEGORIAS” para os demais itens. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?pni/cnv/cpniuf.def. Acesso em 16 jul. 2018.
  7. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Calendário Nacional de Vacinação 2018. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/jpg/2018/janeiro/10/calendario-vacinal-2018.jpg. Acesso em 16 jul. 2018.
  8. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Pneumococcal disease. Symptoms&Complications. Disponível em: <https://www.cdc.gov/pneumococcal/about/symptoms-complications.html>. Acesso em 16 jul. 2018.
  9. SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Calendário de vacinação da criança: recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) – 2018/2019 [atualizado até 27/03/2018]. Disponível em: <https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-crianca.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2018.
  10. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Calendário de vacinação da SBP 2017. Disponível em: < http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/19717k-DocCient-Calendario_Vacinacao_2017-maio.pdf >. Acesso em: 16 jul. 2018.
  11. Pesquisa realizada na base de dados DATASUS, utilizando os limites “REGIÃO/UNIDADE DA FEDERAÇÃO” para Linha, “ANO” para Coluna, “COBERTURAS VACINAIS” para Conteúdo, “2001 a 2018” para Períodos Disponíveis e “TODAS AS CATEGORIAS” para os demais itens. Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?pni/cnv/cpniuf.def>. Acesso em: 23 jul. 2018.
  12. MORAES, JC. et al. Qual é a cobertura vacinal real? Epidemiologia e Serviços de Saúde, 12(3): 147-53, 2003.
  13. ISTO É. Opas alerta para surto de difteria na Venezuela e casos no Brasil e na Colômbia. 2018. (0818) Disponível em: <https://istoe.com.br/opas-alerta-para-surto-de-difteria-na-venezuela-e-casos-no-brasil-e-na-colombia/>. Acesso em: 16 de ago. 2018



Dia Nacional de Combate ao Fumo alerta sobre o índice de mortes por doenças cardiovasculares causadas pelo tabagismo

Especialista alerta sobre os riscos do cigarro e os benefícios do esporte para o coração

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 7 milhões de pessoas morrem anualmente pelo tabagismo, dessas, 900 mil são vítimas de fumo passivo. Para reforçar a necessidade de sensibilizar e mobilizar a população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco, no dia 29 de agosto comemora-se mais um Dia Nacional de Combate ao Fumo. A data foi criada em 1986, pela Lei Federal 7.488, e tem o intuito de mobilizar a população sobre os riscos do cigarro e inaugura a normatização voltada para o controle do tabagismo como problema de saúde coletiva.

O cigarro continua sendo a principal causa de morte evitável do mundo. Dados apontam o Brasil, signatário da Convenção Quadro, como um dos exemplos de maior sucesso nas ações para a redução do tabagismo. A porcentagem de fumantes com mais de 15 anos de idade, que chegava a 30% em 1990, caiu atualmente para cerca de 10%. Hoje, fumamos menos do que os americanos (15%) e do que todos os europeus. Mas, apesar da diminuição, ainda estamos entre os dez países com maior número absoluto de fumantes, ao lado de China, Índia, Indonésia, Estados Unidos, Rússia, Bangladesh, Japão, Alemanha e Filipinas.

Segundo o diretor técnico do Hospital Dia do Pulmão de Blumenau (SC), Dr. Mauro Sérgio Kreibich, os malefícios do cigarro não atacam somente o pulmão, o tabagismo também pode causar sérios problemas para a saúde cardiovascular.
“As substâncias presentes no cigarro causam lesões na parede interna dos vasos sanguíneos, o chamado endotélio, interferindo assim, na produção de uma substância protetora conhecida como óxido nítrico, fazendo como que as artérias fiquem mais suscetíveis ao acúmulo de gordura”, revela Kreibich. 

A monóxido de Carbono, componente do cigarro, compete com o Oxigênio celular, impondo ao organismo uma carência e potencialização dos danos circulatórios indiscutíveis.

Além disso, o vício pode acelerar o processo de oxidação do colesterol e aumentar a formação da placa de aterosclerose, influenciando no surgimento de outras doenças, como a hipertensão e o diabetes. 

Pesquisas da OMS afirmam que nos últimos anos, a prevalência de fumantes caiu de 15,7%, em 2006, para 10,1% em 2017. Para auxiliar neste processo da abstinência, a prática de exercícios físicos, associados a um hábito de vida mais saudável, pode ser uma distração eficaz contra o desejo de fumar.

O exercício tem a capacidade de liberar endorfinas que podem combater a ansiedade e o mau humor associados a falta do cigarro. Por este motivo, a atividade está ligada a diferentes benefícios para a saúde e bem-estar da pessoa. 

“Um dos benefícios de caminhar ou correr de forma regular para os fumantes, é o de superar os sintomas da síndrome de abstinência, causada pela privação da nicotina no cérebro do indivíduo”, finaliza o diretor do hospital. 

A prática regular auxilia o fumante durante o processo de desintoxicação, pois durante o exercício, o corpo humano libera um hormônio chamado endorfina, causando uma sensação de alivio e conforto, resultando na redução da dependência da nicotina.

O diretor do hospital alerta para os diversos dados ao coração, causados pelo hábito de fumar, entre eles: 

- Causando o espessamento do sangue, o que dificulta o transporte de oxigênio (por meio da circulação) aos pontos mais extremos do corpo;

- Aumentando a pressão e o ritmo cardíaco, o que força o coração a trabalhar mais;

- Reduzindo as taxas de colesterol “bom” (HDL) e aumentando o colesterol "ruim" (LDL) na corrente sanguínea;

- Gerando ritmo cardíaco anormal e aumentando a reação inflamatória do corpo, o que favorece o aparecimento de placas de gordura nas artérias;

- Endurecendo as paredes das artérias, deixando-as mais estreitas e dificultando assim o bombeamento de sangue pelo músculo cardíaco.



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