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terça-feira, 6 de junho de 2017

A robótica como auxiliar do ensino nas escolas




 Kits robóticos foram fornecidos aos participantes. Foto: Marcelo de Faria/InSAC

 

 “Quanto mais interessante for o estímulo e mais simples a linguagem do conteúdo transmitido aos alunos, mais fácil eles aprendem”. O depoimento é de Márcio Fessel, durante o curso de robótica para a capacitação de professores do ensino médio, oferecido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Ele é um dos 40 professores da rede pública de ensino que participaram da iniciativa realizada entre os dias 11 de março e 27 de maio no ICMC.

Amante da robótica, Márcio conta que a infinidade de aplicações da área é o que mais lhe encanta. Há muitos anos utiliza a plataforma arduino como ferramenta para o ensino de física, disciplina que ministra para estudantes da Escola Estadual Monsenhor Jeronymo Gallo, em Piracicaba.
Segundo o professor, além de ser a solução para diversos problemas sociais, a robótica pode fazer a diferença em sala de aula: “Na hora de ensinar algo, podemos inovar e pensar na elaboração de problemas que possam ser resolvidos de forma rápida e prática pelos alunos, sempre propondo desafios e, aqui no curso, exercitamos nossa criatividade”.
Dispondo de kits robóticos financiados pelo Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), os participantes conheceram como é a estrutura básica de um robô e todos os sensores que o compõe. Para que pudessem desenvolver aplicações nos pequenos robôs disponibilizados, um curso de programação também foi oferecido aos professores.
“Resolvi participar para me aprimorar nessas duas áreas e com isso poder levar aos meus alunos um conhecimento obtido na USP. Irá agregar muito a eles, pois consigo unir o que aprendi aqui com a parte prática nos equipamentos da escola onde leciono”, afirma Frederico Jurgensen Junior, professor de mecatrônica da Escola Técnica Industrial  Paulino Botelho, de São Carlos.
Os cursos são coordenados pela professora do ICMC Roseli Romero, que também é membro do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Sistemas Autônomos Cooperativos (InSAC), sediado na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP). Para a professora, é gratificante ver o sucesso das iniciativas: “Nós já havíamos oferecido vários cursos para alunos do ensino fundamental e médio, mas percebemos que se preparássemos um material específico para os professores, isso serviria como uma semente em suas escolas”.
A procura pelos cursos que, além do InSAC, recebem o apoio do Centro de Robótica da USP (CRob), foi tão grande que as vagas se esgotaram em poucos dias. “É um tipo de aula cativante, envolvente, nas quais os participantes se empolgam, mesmo que ainda não saibam nada de programação e robótica. Eles não querem ir embora da aula!”, comemora Roseli que pretende repetir os cursos por mais vezes.
A professora de física e matemática Eliane Botta, da Escola Estadual Militão de Lima, de São Carlos, mantém uma relação antiga com a robótica. Ela participa da etapa regional da Olimpíada Brasileira da categoria desde sua primeira edição e sempre fomentou o tema aos seus alunos. A educadora, que também participou dos cursos na USP, conta como essas capacitações influenciam seu trabalho: “Quando um aluno faz uma pergunta, me sinto mais preparada para responder. Consigo dar exemplos diversificados não só com o uso da robótica, mas com os conhecimentos matemáticos e físicos obtidos aqui no curso, explica Eliane.
Com metodologias diferentes, capazes de tornar a aula mais atrativa, o aprendizado pode ultrapassar até mesmo as fronteiras da escola. “Os jovens ficam curiosos para saber como é um robô e percebem que trabalhar com informática demanda observação e tranquilidade. Para isso, eles passam a trabalhar em equipe e a respeitar muito mais os colegas”, finaliza a professora.




Henrique Fontes






Como fica a sua carreira quando a empresa fecha as portas?



Recentemente uma operação da Polícia Federal foi massivamente divulgada pela mídia e redes sociais afetando pequenas, médias e grandes empresas do setor pecuário, a operação Carne Fraca. A operação surtiu efeitos logo que foi deflagrada incluindo diversos frigoríficos anunciando paralisação das suas atividades e até o encerramento em definitivo. A Central de Carnes Paranaense Ltda, por exemplo, fechou as suas unidades na Região Metropolitana de Curitiba resultando em 280 demitidos.

Não importa o quão sólido seja a empresa em que se trabalha, todos os setores podem sofrer com crises e resultar em demissões do dia para a noite.

O que fazer quando a empresa fecha as portas e você acaba na rua? Para a Master Coach, Bianca Caselato, o desafio é encarar o medo da mudança que não partiu do colaborador, mas que por motivos extremos aconteceu e resultou em uma mudança dramática:

“A pessoa vai ter que buscar dentro dela a automotivação. Muitas vezes esta não sabe o que fazer e vai precisar primeiro decidir o que quer. Pode se recolocar no mercado de trabalho, montar o seu próprio negócio ou  talvez arrumar uma solução intermediária  para sobreviver.”

A necessidade possibilita que a pessoa consiga encontrar um meio de trabalho enquanto está buscando o que fazer a partir da demissão, como dirigir Uber, por exemplo. No entanto, Caselato recomenda que esta decisão seja tomada apenas se na avaliação desta pessoa é isso mesmo que ela queira fazer:

“ É essencial realmente gostar do que vai fazer. Dentro do coaching, a gente parte do princípio que, para o negócio ser um sucesso, a pessoa precisa gostar do que faz. Embora, claro, ela vai precisar trabalhar por uma necessidade financeira e acabar fazendo o que tem pela frente.”

A recomendação de Bianca é analisar até que ponto isso não vai ser uma perda de tempo. A própria pessoa precisa enxergar a demissão como uma possível oportunidade de mudança.

O emergencial pode ser uma chance de mostrar talento
E quando alguém está trabalhando em algo ‘temporário’  para suprir uma necessidade financeira  e se descobre talentosa para este trabalho? Bianca afirma que é possível na necessidade surgir um grande negócio:

“A pessoa encontra uma alternativa diante de um sofrimento, de uma coisa que não escolheu para se recolocar. O que eu recomendo é: não fuja daquilo que você gosta. Aproveite de repente a oportunidade para estabelecer uma mudança, para se questionar o porquê disso ter acontecido.  Às vezes 20 anos de empresa não é por paixão, é por zona de conforto”




Bianca Caselato - Master Coach Trainer
Rua Padre Anchieta, 2540 - Sala 1115, Champagnat - Curitiba, Paraná

O desafio da fiscalização e o mercado irregular de lâmpadas LED no Brasil



  “O barato sai caro”. O ditado popular se aplica perfeitamente ao segmento de iluminação. Ao se deparar numa gôndola com lâmpadas e luminárias LED de especificações similares, o consumidor pode ser tentado a optar por aquela de preço mais acessível – em alguns casos extremos até abaixo do custo –, porém não imagina o que está por trás dessa “oportunidade”.

Diversos produtos, como lâmpadas e luminárias LED, são importados irregularmente e entram no País, na maioria das vezes, como legais, por artifícios e declarações falsas prestadas por alguns importadores, como a subvaloração aduaneira, o subfaturamento (e.g., o produto custa US$ 1, mas é declarado por valor inferior àquele efetivamente pago pelo importador ao seu fornecedor estrangeiro), a aplicação de tratamento tributário / classificação fiscal manifestamente incorreto ao produto, tributariamente mais benéfico.

Essas práticas ilícitas resultam na redução indevida dos tributos incidentes sobre tais produtos e, consequentemente, na redução artificial dos preços praticados pelo importador.

Essas práticas ilegais para reduzir a carga tributária do produto não trazem só prejuízos para o fisco, mas também para toda a sociedade e prejudicam a livre concorrência no mercado de lâmpadas e luminárias LED. Isso porque empresas sérias e idôneas não têm condições de concorrer com preços artificialmente reduzidos pelo não pagamento de tributos. Além do não pagamento de tributos, alguns importadores também não cumprem normas técnicas, de qualidade e segurança dos produtos, o que pode configurar crime contra as relações de consumo.

No caso, para entrarem no País, as lâmpadas LED estão sujeitas à fiscalização aduaneira e tributária pela Receita Federal do Brasil e também à anuência do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Os produtos devem também respeitar outras normas, tais como as normas técnicas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e o Código de Defesa do Consumidor. As exigências podem variar de material para material.

Se o importador age de má-fé e declara um valor muito abaixo do real para a carga, ele possivelmente pagará tributos sobre o valor declarado (e não sobre o valor real da carga), sonegando tributos. Para evitar isso, é necessário que o controle aduaneiro e tributário seja aprimorado e as autoridades saibam identificar o produto importado e seu respectivo valor.

Nesse sentido, um trabalho importante que fazemos para os clientes (alguns deles associações de classe, como a Abilumi – Associação Brasileira de Fabricantes e/ou Importadores de Produtos de Iluminação) é munir os órgãos fiscalizadores, como a Receita Federal do Brasil, de um material de suporte (laudos e elementos técnicos) para que referidos órgãos possam identificar diferentes tipos de produtos e conseguir adequadamente valorá-los e classifica-los fiscalmente. Alertamos as autoridades e as auxiliamos a identificar os locais de maiores riscos e incidências de tais práticas.

Na lâmpada levantamos os reais valores pagos pelos importadores junto aos fornecedores estrangeiros, bem como levantamos o custo mínimo de tais produtos, identificando o valor dos seus componentes/materiais de fabricação – como alumínio, plástico, vidro, diodo – e calculamos o mínimo que ela pode custar. Com o apoio de diversas organizações, dentre elas a Abilumi, esse trabalho ficou menos difícil, pois criamos um material técnico, de consulta rápida e com uma linguagem acessível para os fiscais entenderem como identificar corretamente produtos, modelos, materiais utilizados, e verificarem se as declarações feitas pelo importador são verdadeiras e a classificação fiscal indicada é correta. Com esses dados, os órgãos envolvidos tornam-se mais eficientes, pois é humanamente impossível conhecer o valor de cada mercadoria que entra no País.

Outro trabalho importante dos advogados foi desenvolvido junto ao Departamento de Operações de Comércio Exterior – DECEX do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), para criação de outros mecanismos de controle aduaneiro para lâmpadas e luminárias LED, como a solicitação de licenciamento não automático e a criação de destaques específicos para tais produtos. Tais destaques obrigam o importador a enquadrar seu produto em uma descrição mais específica, que auxilia a fiscalização a verificar os valores dos produtos importados.

Antes tínhamos um só código (NCM) para identificar a lâmpada LED e hoje o importador é obrigado a também classificar seu produto em um dos 7 destaques criados nesse NCM, o que torna a declaração do importador mais precisa e completa. O mesmo esforço está sendo dispendido em relação às luminárias, para as quais solicitamos 16 novos destaques. Todos esses subsídios visam tornar o trabalho da fiscalização ainda mais eficiente, o que é bom para o consumidor e para o mercado.

Um ponto que visa tornar esse procedimento mais ágil é o treinamento realizado com as equipes de fiscalização da Receita Federal do Brasil, que abrange todos os portos e que auxilia no entendimento a respeito das questões técnicas e parâmetros a serem obedecidos. Com isso, fornecemos elementos para que consigam bloquear muitas importações irregulares.

Desde o início da adoção de práticas de controle mais efetivas já se percebe um aumento no índice de apreensão de cargas, assim como o endurecimento da fiscalização, com o crescimento no número de importações submetidas ao canal cinza, que acarretaram atrasos, perdas e multas a importadores fraudulentos.

Mais que isso, é preciso atentar também para o comércio. É importante atuar também com os grandes varejistas do setor de construção e iluminação, buscando conscientizá-los sobre os prejuízos de ter uma mercadoria que não observou as normas vigentes. Percebemos que muitas lojas deixam de vender produtos irregulares quando sabem de uma denúncia.





Felipe Mastrocola - advogado, sócio do escritório MMR – Mastrocola, Marcondes Rocha Advogados, e possui 15 anos de experiência nas áreas tributária e aduaneira.



Especialista alerta: luz azul violeta dos LEDs pode causar degeneração macular e catarata no longo prazo



 Grande parte dos brasileiros não passa um dia sem acessar celular, computador e outros dispositivos móveis, além de eletroeletrônicos e outras novidades tecnológicas. Mas o que quase todos desconhecem é que esses equipamentos emitem uma luz azul bastante prejudicial à saúde. A luz azul violeta visível tem o potencial de causar danos aos nossos olhos, mesmo tendo menos energia do que a luz ultravioleta. Ela está nos escritórios e escolas (luz espiral), nos aviões, nos dispositivos móveis que acessamos continuamente durante o dia e a noite. Diante desse risco, o oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, faz um alerta: além de se proteger contra os efeitos nocivos dos raios UVA e UVB, as pessoas devem se proteger contra os efeitos deletérios da luz azul violeta dos LEDs.

“A exposição continuada à tela do computador, do tablet, leitor digital, videogame, telefone celular etc. pode impactar a saúde ocular de muitas formas. O primeiro problema para quem passa muitas horas por dia diante desses equipamentos e dispositivos tecnológicos é uma redução significativa na produção de lágrimas. Com o tempo, a visão fica estressada. Ou seja, mesmo que temporariamente, a pessoa percebe imagens com pouca definição, meio sem foco e borradas, resultado da pouca lubrificação ocular. Além disso, episódios de dor de cabeça e enxaqueca podem se tornar mais frequentes”, diz Neves.

De acordo com o especialista, o problema pode se tornar crônico se não for tratado. No longo prazo, a exposição à luz azul violeta pode resultar em risco aumentado para DMRI (degeneração macular relacionada à idade) e catarata. “No centro da retina está a mácula, um tecido sensível à luz situado bem no fundo do olho. As células que compõem a mácula não têm capacidade de regeneração. Sendo assim, passar tanto tempo exposto a ambientes com luz artificial em espiral e equipamentos que emitem luz azul violeta acelera os danos a essas células, levando à perda gradual da visão. Como os efeitos são cumulativos, acelerando o envelhecimento dos olhos, também a catarata ocorre mais frequentemente e mais cedo neste caso”.

Hoje em dia, os telefones celulares mais modernos têm um recurso chamado ‘night shift’. Trata-se de um método que ajusta a temperatura da cor da tela dos aparelhos. Esse recurso foi implementado justamente depois que um estudo demonstrou o quanto o uso de smartphones/tablets pode causar problemas de insônia em usuários. Sendo assim, das 22h às 7h, a tela emite consideravelmente menos luz azul violeta, não comprometendo o sono.

Mas há outro recurso para ser usado durante o dia. As melhores lentes do mercado já contam com tecnologia para filtrar a luz azul violeta. Sendo assim, fazer óculos de grau com esse filtro diminui os riscos da exposição exagerada em ambientes de estudo ou trabalho. “Os pacientes que já fazem uso dessas lentes destacam uma mudança imediata no conforto ocular. Além de melhorar o contraste, as lentes que filtram a luz azul ajudam a relaxar os olhos e impedem que o sono seja prejudicado. Ou seja, garantem que a vida útil dos olhos dure mais que esses acessórios tecnológicos”, afirma o especialista.

Outra medida aparentemente simples para proteger os olhos é piscar mais vezes durante o dia. Desviar os olhos da tela a cada 20 minutos e focar um objeto que esteja longe por pelo menos 20 segundos é outra dica importante. “Esse exercício é ótimo para dar um ‘reset’ nos olhos”. Mas Neves alerta para um problema ainda mais sério, com consequências mais graves para a saúde ocular: a luz azul emitida pelos novos equipamentos é prejudicial à saúde por ser o comprimento de onda mais alto da energia de luz visível. Ela penetra diretamente no fundo do olho, atravessando os filtros naturais, e causa danos permanentes com o tempo.

“As crianças são as mais vulneráveis à emissão de luz azul violeta, porque têm acesso a todos os dispositivos tecnológicos e já os incorporaram à rotina, inclusive durante os estudos. Como seus olhos estão ainda em desenvolvimento, eles não têm pigmentos que ajudam a filtrar uma parte dessa luz. Mas isso não quer dizer que os adultos não estão correndo um grande risco, especialmente aqueles conectados com todas as novidades tecnológicas. O ideal, em todos os casos, seria limitar a exposição diária a essa emissão luminosa, principalmente antes de ir para a cama. Estudos mostram que a exposição à luz azul violeta por algumas horas antes de dormir acaba suprimindo a melatonina, que é um dos hormônios do sono, e dificulta alcançar aquele estágio do sono profundo e reparador. Por isso, quem quer acordar com mais disposição para estudar e trabalhar deveria começar limitando o horário que confere recados no celular, por exemplo”, afirma Neves.





Fonte: Dr. Renato Neves - médico oftalmologista, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em SP – www.eyecare.com.br




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