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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

8 Perguntas e Respostas sobre o Pós-Operatório do Estrabismo

O estrabismo é uma condição que ocorre quando há desalinhamento dos eixos visuais. Na maioria dos casos, o estrabismo se desenvolve na infância e seu principal tratamento é a cirurgia para correção do desvio. Alguns tipos de estrabismo, como o congênito, por exemplo, exigem acompanhamento desde o nascimento, sendo que a cirurgia pode ocorrer ainda no primeiro ano de vida.

 
A cirurgia de correção do estrabismo em bebês ou em crianças muito pequenas costuma gerar muitas dúvidas nos pais. Em alguns casos, a cirurgia acaba sendo adiada pelo medo dos genitores em relação ao procedimento. Mas, esse adiamento pode ter um impacto importante no desenvolvimento visual da criança.
 
Segundo a oftalmopediatra Dra. Marcela Barreira, especialista em estrabismo, muitos pais chegam ao consultório com dúvidas e receios. “Os pais perguntam se dói, incomoda, se há riscos envolvidos, entre outras questões. Isso é normal, já que a criança pequena pode realmente não entender o que está acontecendo ou vai acontecer”.
 
“O ideal é tirar todas as dúvidas antes da cirurgia para tranquilizar a família toda. Pais confiantes irão passar segurança para a criança, o que é essencial no processo de recuperação”, reforça Dra. Marcela.
 
Por isso, com a colaboração da especialista, listamos as principais dúvidas sobre a cirurgia de correção do estrabismo. Confira.


 
1- A criança vai sentir dor?
O pós-operatório do estrabismo não costuma causar dor intensa. A dor costuma ser leve e aparece nos primeiros dois dias. Na maioria dos casos, sem necessidade de medicação analgésica. De modo geral, a criança não costuma se queixar de dor intensa. Pode ocorrer um desconforto ou uma dor leve ao movimentar os olhos, pois isso “força” o músculo operado.


 
2- São dados pontos no local da cirurgia?
A cirurgia de correção de estrabismo é feita com pontos (sutura) nos músculos oculares e na conjuntiva. Em alguns casos, não são necessários os pontos na conjuntiva devido ao tipo de incisão aplicada. Os pontos podem causar a sensação de areia nos olhos. Esse desconforto dura de 5 a 10 dias. Depois disso, os pontos soltam e são absorvidos. Portanto, não é necessário fazer nenhum procedimento para retirar esses pontos.


 
3- A criança vai precisar tomar antibiótico oral?
O uso de antibiótico é importante no pós-operatório para evitar infecção e é aplicado na forma de colírios. Não é necessário uso de medicação via oral.


 
4- A criança vai usar tampão depois da cirurgia?
Não! É muito importante que os olhos fiquem sem nenhum tipo de curativo após a cirurgia.


 
5- A criança pode praticar atividade física?
A visão pode ficar um pouco embaçada nos primeiros dois dias, bem como pode ocorrer um certo desconforto. O ideal é esperar de 2 a 3 dias para retomar os esportes. Entretanto, a prática de esportes aquáticos fica suspensa por 30 dias ou até a liberação do médico.


 
6- A criança vai precisar faltar na escola?
Não é necessário um grande período de afastamento. Novamente, após a melhora do desconforto inicial, o paciente está apto a voltar para suas atividades cotidianas. Em geral, o afastamento não precisa ser maior que 5 a 7 dias.


 
7 – A criança pode lavar a cabeça?
Pode. Não há contraindicação em tomar banho e lavar a cabeça no pós-operatório imediato.


 
8- Devo passar alguma pomada ou fazer compressas no olho operado?
Os pais não devem usar nenhum tipo de pomada ou fazer qualquer tipo de curativo ou procedimento no olho operado. É preciso seguir à risca a orientação do médico que realizou a cirurgia. Em geral, será preciso apenas administrar os colírios prescritos pelo médico.


Crianças na garupa de bicicleta correm risco de graves acidentes

Contato com o aro pode ocasionar perda de pele, fraturas e até amputações, alerta ABTPé


Um momento de lazer, que pode terminar em situação grave: transportar crianças na garupa da bicicleta traz riscos de sérios acidentes, como o ocorrido na cidade de Brusque, em Santa Catarina, neste mês. Uma menina de sete anos ficou ferida ao prender o pé no aro traseiro da bicicleta, enquanto passeava na garupa. Ela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros com suspeita de fratura no tornozelo direito e escoriação no cotovelo esquerdo.

Acidentes deste tipo podem provocar ferimentos graves e até amputações, sobretudo se a criança estiver com os pés descalços, salienta o presidente da ABTPé (Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé), Dr. José Antônio Veiga Sanhudo.

“Os ferimentos causados podem ser de gravidade variável, desde uma escoriação até lesões mais graves com exposição de tecidos profundos, fraturas e amputações”, fala o médico.

Nas chamadas lesões de partes moles (grupo de tecidos localizados entre a epiderme e o osso, ou seja, tendões, ligamentos e músculos), as mais frequentes são as escoriações e lacerações, com perda parcial da cobertura cutânea. Geralmente, elas ocorrem ao nível do tornozelo, calcanhar e dorso do pé. “Já quando o acidente causa fratura, as partes mais acometidas são os ossos da tíbia e fíbula (ossos do tornozelo e perna), os metatarsianos (ossos do “peito” do pé) e as falanges, que são os ossos dos dedos do pé”, explica o especialista.

Para que o passeio possa ser realizado de maneira mais segura, o ideal é que a seja colocada uma proteção plástica no aro da bicicleta e na correia. Além disso, as crianças devem estar sempre calçando sapatos fechados ao realizar esses passeios.  

Outra medida importante, ressalta o médico, é a instalação de uma cadeirinha adequada ao tamanho e peso da criança que será transportada, uma vez que a maioria desses itens já vem com uma área apropriada para proteção das extremidades inferiores.

“Com a bicicleta ganhando cada vez mais adeptos, é importante que sejam feitas campanhas de esclarecimento para conscientização do transporte seguro de crianças na garupa, bem como exigir a obrigatoriedade da colocação de protetores nos aros, pois, como já mencionamos, há riscos de acidentes graves e que podem deixar sequelas definitivas na criança e no condutor”, conclui o Dr. Sanhudo.

 


Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé) 


Vitamina D: quais os seus benefícios para os idosos?

Conheça a importância das pessoas acima de 65 anos manterem os níveis adequados de Vitamina D no organismo

 

Com o passar do tempo, o corpo, ao chegar na melhor idade, necessita de um apoio diário para continuar trava de maneira adequada. Muitas vezes, a perda de vitaminas e nutrientes pode acarretar algumas doenças, que são comuns no processo do envelhecimento, mas que podem ser evitadas.

Como exemplo podemos citar a relevância da vitamina D no organismo dos idosos, que ajuda na absorção correta do cálcio no intestino, sendo importante, pois fortalece os dentes e ossos, prevenindo doenças como osteoporose, câncer, problemas cardíacos, diabetes e hipertensão.

Geralmente, uma pessoa adulta consegue adquiri-la, já que ela está presente em alimentos como a carne, frutos do mar, ovo, leite e derivados, fígado e cogumelos, e o próprio corpo pode produzir essa vitamina na pele, por meio da exposição solar, que é indicado durante 15 minutos por dia.

Contudo, existem grupos que não conseguem manter uma alimentação equilibrada e que se expõe pouco aos raios solares, entre eles trabalhadores de escritórios e fábricas, e pessoas acima de 65 anos, que não saem de casa com frequência ou desacompanhadas. Esse fato faz com que os níveis de vitamina D caiam, surgindo inúmeros sintomas.

Nesses casos, o uso de suplementos para complementar a alimentação é o mais indicado. O laboratório Gross, desenvolveu esse suplemento vitamínico, o Mildê, que tem formato em gotas, de uso oral. Sua embalagem contém 10ml, e a cada gota é equivalente a 1.000 UI de vitamina D.

A empresa reforça a importância de passar por um médico antes de começar a consumi-lo, para saber a quantidade indicada para cada caso e o tempo necessário de uso.


Consumo de drogas e álcool tem efeitos nocivos sobre o aparelho cardiovascular

Em 20 de fevereiro é celebrado o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo e a SBC reforça as consequências geradas pelo uso excessivo dessas substâncias, em especial ao coração

 

O Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, celebrado em 20 de fevereiro, alerta sobre o perigo dessas substâncias no organismo e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) reforça que elas podem ter importante papel negativo sobre o aparelho cardiovascular.

Pesquisas já confirmaram o aumento no consumo de álcool e drogas provocado pelo isolamento social, durante a pandemia do novo coronavírus. Estudo da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), por exemplo, reportou que 35% dos entrevistados com idades entre 30 e 39 anos relataram ter ampliado o número de ocasiões em que consumiram mais de cinco doses de álcool. Como resultado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a recomendar que os países limitassem a venda de bebidas alcoólicas no período.

A OMS considera que a dependência em drogas lícitas ou ilícitas é uma doença. O uso indevido de substâncias como álcool, cigarro, crack e cocaína é um problema de saúde pública de ordem internacional que preocupa nações do mundo inteiro, pois afeta valores culturais, sociais, econômicos e políticos.

“Tanto a cocaína, como outras drogas ilícitas, ou a própria cannabis têm efeitos importantes sobre o aparelho cardiovascular e podem promover descarga de adrenalina, na verdade uma forte atuação das catecolaminas, entre as quais se destaca a noradrenalina, que pode levar à elevação da pressão arterial, aumentar o consumo de oxigênio por parte das células cardíacas, causar arritmias, levar à oclusão das artérias coronárias. Esses medicamentos podem fazer uma forte constrição dos vasos levando ao infarto e, muitas vezes, à parada cardíaca, tanto é que uma das causas de infarto em jovens é a utilização de cocaína”, fala o diretor de Promoção de Saúde da SBC, José Francisco Kerr Saraiva.

O Ministério da Saúde adverte que o consumo da cocaína em grande parte dos usuários aumenta progressivamente, sendo necessário consumir maiores quantidades da substância para atingir o efeito desejado. No Brasil, essa é a substância mais utilizada pelos usuários de drogas injetáveis. Muitas dessas pessoas compartilham agulhas e seringas e expõem-se ao contágio de outras doenças, como hepatite e aids.

Todos os fármacos considerados ilícitos, encabeçados pela cocaína, podem trazer transtornos cardíacos desde simples elevações da pressão arterial até arritmias graves com parada cardíaca, infarto e destruição das células cardíacas. O uso dessa droga é a principal causa de infarto do miocárdio, especialmente nos jovens, que ao não valorizarem os sintomas e não procurarem assistência médica, aumentam ainda mais o risco de desenvolver transtornos cardíacos.

O álcool também tem efeitos tóxicos, diretos e indiretos, sobre o coração. Indiretos, pois pode trazer alterações lipídicas na composição dos lipídios sanguíneos, com aumento principalmente dos triglicérides, o que, a longo prazo, pode levar a uma alteração pró heterogênica, culminando com a degeneração dos vasos. Em doses elevadas também pode causar arritmias e dano cardíaco.

“Concluímos que drogas ilícitas, particularmente a cocaína e seus derivados, possuem profundos efeitos sobre o coração e o próprio álcool em excesso pode trazer uma série de transtornos. A maioria das pessoas acham que álcool só agride o fígado, quando, na verdade, ele pode provocar alterações cardiovasculares diretas ou indiretas, elevando, portanto, o risco cardiovascular. Na realidade não existe prova de que a longo prazo a utilização de álcool, em doses leves ou moderadas, possa trazer dano. Obviamente que não podemos estereotipar essa frase e sabemos que há predisposição genética e outros fatores que podem influenciar”, ressalta Saraiva.

Para o diretor de Promoção de Saúde da SBC, uma lata de cerveja ou um cálice de vinho para uma pessoa pode simplesmente causar um efeito de prazer, mas outras podem ficar alcoolizadas, tudo vai depender do hábito de consumo e de outros fatores.

O que não foi provado, em países que têm consumo de álcool em doses baixas ou moderadas, é que ele possa ser nocivo para o aparelho cardiovascular, pelo contrário, estudos observacionais realizados na França mostram que o consumo de vinho pode ter um efeito protetor, isso foi demonstrado e tem sido proposto.

“Isso jamais nos angariaria a prescrever álcool no sentido de proteção, porque ainda que em doses baixas pode trazer transtornos para o fígado, desencadeando hepatite, cirrose e isso acaba sendo um problema que muitas vezes é um caminho sem volta”, garante Saraiva.

O álcool também acaba sendo um fator de risco adicional nos indivíduos que são diabéticos. Ele pode, inclusive, alterar os valores glicêmicos, mas, acima de tudo, contribui na alteração de lipídios e, particularmente, de triglicérides.

“Não é que o consumo de álcool seja proibido, mas deve ser feito com cuidado e nunca em excesso e o diabético tem de fazer esse controle para que o prazer não se torne um problema. O mais importante é que as drogas ilícitas, principalmente as que estimulam a produção de catecolaminas ou que simulam as catecolaminas do organismo, podem trazer diversos problemas cardíacos. Está comprovado que o álcool em excesso acaba sendo um fator de risco também para trazer alterações no coração. O consumo pode acontecer desde que seja em doses baixas e esses conceitos não se aplicam ao fígado”, revela Saraiva.

Sobre prevenção, o Ministério da Saúde diz que é muito difícil convencer alguém a não fazer algo que lhe dê prazer; drogas e álcool, antes de qualquer outra coisa, oferecem prazer imediato, e por causarem dependência física, psicológica e síndrome de abstinência são de difícil tratamento. As ações preventivas devem ser planejadas e direcionadas para o desenvolvimento humano, o incentivo à educação, à prática de esportes, à cultura, ao lazer e à socialização do conhecimento sobre drogas, com embasamento científico.

 


SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA


Os estigmas do TDAH: por que ainda existe muito preconceito sobre essa doença?

Comportamentos do ator e cantor Fiuk no BBB 21 colocam no holofote os problemas ocasionados pela falta de informação e tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade


O BBB 21 vem chamando a atenção do público pelo comportamento de alguns de seus confinados desde o início do programa. Um deles é o ator e cantor Fiuk.

Recentemente, sua dificuldade em compreender as informações da Prova do Anjo, entre outras atitudes, virou motivo de meme na internet, além de várias manifestações, tanto dos próprios participantes que estão na casa, quanto da audiência nas redes sociais. Inconformada com a repercussão, sua equipe resolveu se pronunciar, dizendo que parte das dificuldades de relacionamento e até de entendimento se dão justamente porque ele é portador de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) e está sem medicação.

"Fiuk sofre de TDAH, depressão e ansiedade. O principal sintoma é a desatenção extrema, que pode resultar na impercepção de coisas ditas como óbvias por muitos do tribunal da internet que o julgaram ignorantemente após a prova do Anjo", afirma o comunicado. Mas, de fato, o que é o TDAH? Segundo o médico psiquiatra e fundador do canal Saúde da Mente Marco Antonio Abud, existem três esferas que caracterizam o transtorno: a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade. "Esse problema, se não tratado, pode levar a vários prejuízos pessoais, profissionais e a um nível de sofrimento gigantesco para o portador. Dificuldades extremas coma execução de tarefas simples do dia a dia, por exemplo. Se as pessoas que estão em volta não têm ciência do problema, muitas vezes surgem julgamentos como preguiçoso, não comprometido, desinteressado, falta de força de vontade, ou até mesmo caracterizado como uma pessoa incompetente".

O psiquiatra lista 10 características comuns de comportamentos do dia a dia que podem caracterizar a presença do TDAH em um adulto:

1. Ocorrência de atrasos constantes;


2. Direção impulsiva no trânsito (com mais infrações, multas e maior risco de acidentes);


3. Falta de foco ao participar de reuniões longas, distraindo-se com outros pensamentos;


4. Cansaço intenso e distraibilidade ao ter que fazer tarefas não estimulantes;


5. Grande dificuldade com relacionamentos, pela dificuldade de escutar o outro e de se lembrar de compromissos;


6. Excesso de procrastinação para atividades consideradas chatas ou repetitivas;


7. Sensação de não conseguir relaxar, parecendo estar com o motor ligado o tempo todo;


8. Dificuldade para priorizar tarefas;


9. Explosões de raiva intensas e repentinas, que passam em minutos, agindo, depois, como se nada tivesse acontecido;


10. Desorganização extrema de objetos, roupas e outros itens do dia a dia.

Até bem pouco atrás, de acordo com Marco Abud, os especialistas apontavam que o TDAH só existia na infância. Mas hoje estudos já levaram essa teoria por terra. "Existem casos de TDAH que vão se manifestar mais tarde. É necessário que os sintomas estejam presentes desde antes dos 12 anos de idade, mas, em alguns casos, a criança e o adolescente usava a inteligência para superar os problemas de atenção. Mas, quando a pessoa se depara com as diversas tarefas e demandas da vida adulta, o diagnóstico fica mais evidente"

O médico destaca ainda outras atitudes que podem sinalizar a presença do TDAH em um adulto. "Existem vários adultos que só conseguem cumprir , com excelências, tarefas com prazo apertado, "na última hora", o que leva a um gigantesco gasto de energia e sofrimento. Outros, terminam relacionamentos abruptamente, de forma impulsiva. Ou trocam de emprego sem planejamento devido a dificuldade em gerenciar emoções negativas e frustrações. Normalmente são pessoas inteligentes, muito capacitadas, mas sentem que não conseguem conquistar o sucesso e reconhecimento compatíveis com seu nível intelectual."

O TDAH não tratado gera diversos prejuízos para o portador da doença, que são exacerbados com os estigmas e estereótipos presentes na nossa sociedade, como o que está ocorrendo com Fiuk. "A maneira como a sociedade sente prazer em brincar com a dor do próximo é devastadora. Os transtornos psíquicos e seus estigmas jamais devem ser motivos de zombaria", reforça o comunicado da equipe.

Existem várias personalidades mundiais que assumiram publicamente que têm o transtorno e estão em tratamento. Celebridades como os cantores Adam Levine (Maroon 5) e Justin Timberlake e o nadador Michael Phelps mostram que o TDAH nada tem a ver com falta de capacidade. "Eles são exemplos claros de que pessoas com TDAH podem alcançar eficiência, prestígio e reconhecimento caso tenham tratamento", conclui Marco.


Pane em refrigerador que levou a perda de 229 doses de vacinas contra Covid-19 é mais frequente do que imaginamos

 Para evitar e prevenir a possibilidade de novas perdas, especialista alerta para a importância dos "elos da Cadeia do Frio" 

 

O problema é recorrente!

O Brasil está se deparando com um problema grave e corriqueiro: a quebra da cadeia do frio!

Hoje, os olhares estão atentos, obviamente, pela luta mundial contra Covid! No entanto, a cada dose de imunizante transportado e armazenado, não apenas pela rede pública, mas pela privada também, passando pelos diferentes elos da cadeia de distribuição, corre-se o risco de perdermos milhões de doses.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, 50% das vacinas em todo o mundo, chegam sem condições de uso aos pacientes. Dado alarmante, sem dúvidas!

Os erros e descuidos para que ocorra a quebra da cadeia do frio, são de muitas naturezas: refrigeradores sem sistema redundante mitigando falhas provenientes da queda de energia, falta de qualificação térmica (estudo que comprova a homogeneidade  e manutenção da faixa de temperatura requerida dentro do equipamento, veículo ou embalagem), verificação incorreta da temperatura do medicamento no sistema térmico durante o recebimento das cargas, normalmente realizado com os termômetros de infravermelho (não recomendados para este fim), falta de treinamento dos envolvidos na cadeia, má acondicionamento das caixas térmicas, como por exemplo, expostos a altas ou baixas temperaturas, causando excursões e por vai.

A esperança é que com a pandemia, haja a consciência de que cada envolvido na cadeia é responsável pelo comprometimento da qualidade do produto farmacêutico e assim, possamos fortalecer os elos e mais do que vacinar a população, imunizá-la!


Apesar da mobilização pública, tratamento para pacientes com Diabetes Tipo 2 não será coberto pelos planos de saúde

Em um momento em que as doenças crônicas são fatores de risco para a COVID-19, o tratamento cirúrgico para pacientes com Diabetes Tipo 2 - que não conseguem o controle da doença por meio de medicamentos - não terá a cobertura dos planos de saúde.

Isso porque durante a 543º reunião da diretoria colegiada da Agência Nacional de Saúde (ANS), realizada no dia 10 de fevereiro, a área técnica manteve a recomendação de não inclusão do procedimento no rol de procedimentos obrigatórios dos planos de saúde. A decisão final, no entanto, será emitida pelos diretores da ANS e deverá ser anunciada definitivamente na próxima reunião, no próximo dia 24.

"A não recomendação da cirurgia metabólica demonstra que a ANS está deixando de ouvir a comunidade científica, entidades médicas e a população que sofre com a doença", declarou o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, uma das entidades que contribuiu cientificamente para a inclusão do tratamento no rol da ANS, Fábio Viegas.

Ele destacou ainda que o último estudo global - publicado recentemente pelo The Lancet e que analisou fatores de risco em 204 países e territórios — revelou que a crise global de doenças crônicas e a falha da saúde pública, em conter o aumento de fatores de risco altamente evitáveis, deixaram as populações vulneráveis a emergências agudas de saúde, como a COVID-19.


Números da consulta pública - Em novembro, a ANS abriu uma Consulta Pública para ouvir a sociedade civil sobre os pareceres técnicos de atualização do rol. A cirurgia metabólica foi o procedimento cirúrgico que mais recebeu contribuições. Das 1552 contribuições, 99% eram favoráveis a incorporação, de acordo com levantamento feito com os dados disponibilizados pela ANS.

Entre as entidades que enviaram contribuições favoráveis estão a ADJ - Diabetes Brasil, Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD), sociedades médicas como Sociedade Brasileira de Diabetes e Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Além disso, contou com a contribuição de profissionais vinculados à Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal e do Paraná, a Hospitais como o Sírio Libanês, Hospital Universitário Santa Terezinha e Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Moinhos de Vento, e a pesquisadores da Universidade de Campinas (UNICAMP), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal do Piauí (UFPI), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) , Faculdades Integradas do Vale do Itajaí (Univale), entre outras.

Apenas 18 contribuições concordaram com a decisão preliminar da ANS em não incorporar o procedimento ao rol. Destas, 14 contribuições foram feitas por planos de saúde.

"Acreditamos que a ANS não pode ser balizada apenas pelo interesse econômico das operadoras de saúde que querem gastar menos a curto prazo, mas sim pelo clamor da população que tem uma alternativa para melhorar a sua qualidade de vida de forma eficaz e comprovada cientificamente", reforça Viegas.

Ele ainda destacou que a cirurgia bariátrica já existe no rol de procedimentos obrigatórios da ANS. "A incorporação visa apenas ampliar o acesso para os portadores de diabetes tipo 2. Sendo assim, não seria um procedimento inédito oferecido pelas operadoras, dispensando a adoção de novas tecnologias e treinamentos para as equipes que atuarão na ponta", reforça Viegas.


Próximos passos - O parecer emitido no dia 10/02, no entanto, não é definitivo, e precisa ser votado pelos diretores da ANS. Isso deve ocorrer, segundo o que foi informado na deliberação desta semana, na próxima reunião de diretoria, após a apresentação detalhada sobre os procedimentos avaliados para cobertura obrigatória como, por exemplo, o impacto financeiro.


Custo do procedimento- Segundo dados do Estudo de Impacto Orçamentário apresentado pela SBCBM para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), incorporar a cirurgia metabólica custaria aos planos de saúde 10 centavos por usuário/mês. Técnicos da agência refizeram os cálculos e encontraram 18 centavos por usuário, apesar de se basearem em estudos dos próprios planos de saúde que têm se posicionado contrários à incorporação.

Para a SBCBM, os cálculos divergem pois a ANS se baseou em pacientes com obesidade mórbida submetidos a cirurgias ultrapassadas feitas através de cortes no abdome, diferentemente do modelo utilizado atualmente que se baseia na cirurgia feita por videolaparoscopia, que é mais segura e mais custo-efetiva.

Em outro estudo apresentado para demonstrar a custo-efetividade da cirurgia, os pesquisadores da SBCBM calcularam o custo para se melhorar e estender a vida dos portadores de diabetes, contabilizando apenas a resolução plena da doença. Isso significa que não foi levada em consideração a economia com a redução de complicações ocasionadas pelo Diabetes como amputações, transplantes de rins, hemodiálise e tratamentos de visão.

Importante ressaltar que o Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamentou a cirurgia metabólica para pacientes com IMC entre 30 kg/m² e 34,9 kg/m² em 2017, através da resolução 2.172/2017.

Diferentemente da análise feita pela ANS, o processo no CFM envolveu a análise criteriosa das evidências, e a participação de especialistas de diferentes sociedades médicas. O procedimento foi aprovado tanto pela Câmara Técnica de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, criada com esse objetivo, quanto pelo plenário composto por conselheiros federais de todo o país.

Definiu-se que pessoas com menos de 10 anos de doença, com idade entre 30 e 70 anos, com pelo menos 2 anos de tratamento sem êxito, podem submeter-se ao tratamento cirúrgico. "Sendo dever do estado e do CFM regular o exercício médico, e um direito do cidadão que contribui para os planos de saúde, não incorporar essa tecnologia ao Rol de procedimentos obrigatórios poderá ter efeitos imprevisíveis nas relações entre os usuários e os planos de saúde, com aumento da judicialização e uma série de consequências indesejáveis", afirma o cirurgião e ex-presidente da SBCBM, Marcos Leão Vilas Bôas, - autor da contribuição feita durante a consulta pública da ANS em nome da SBCBM no ano passado.


Repercussão - Para o diretor presidente da ADJ - Diabetes Brasil, Gilberto Soares Casanova, o tratamento cirúrgico do diabetes, para quem não responde ao tratamento clinico, pode ser um ótimo recurso para as pessoas com diabetes. "A cirurgia metabólica tem 13 estudos randomizados e controlados que comprovam as vantagens dos procedimentos cirúrgicos. Negar o acesso, é negligenciar a vida", enfatiza Casanova.

Já o presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), Luiz Carlos Von Bahten, destacou na contribuição da entidade que a cirurgia metabólica reduz a incidência do surgimento de várias complicações do Diabetes Tipo 2. "Entre elas a insuficiência renal, doença vascular periférica, retinopatia diabética, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e outras. Contribui, dessa forma, para melhora da qualidade de vida e reduz a mortalidade à longo prazo desses indivíduos", reforça Bahten.


Comprovação científica - A cirurgia para o diabetes ou metabólica é indicada para pacientes com diabetes tipo 2, diagnosticado há menos de 10 anos, com Índice de Massa Corporal (IMC) entre 30 kg/m² e 34,9 kg/m², entre 30 e 70 anos de idade e que não conseguem controlar a glicemia com o tratamento clínico medicamentoso.

O procedimento é realizado por videolaparoscopia, através de pequenos furos na parede abdominal. Essa alteração promove a passagem mais rápida do alimento do estômago para o intestino e traz mudanças metabólicas como a aceleração da produção de hormônios, que atuam no pâncreas melhorando a produção de insulina, o que normaliza os níveis de glicose no sangue.

Os estudos têm demonstrado benefícios a médio e longo prazo para a qualidade de vida destes pacientes como, por exemplo, que 45% dos pacientes entram em remissão do diabetes (deixam de tomar medicamentos e insulina) já no primeiro ano de cirurgia.

Além disso, a cirurgia metabólica é uma ferramenta eficaz para prevenir complicações graves do diabetes como a insuficiência renal, a retinopatia diabética, acidentes cardiovasculares e os problemas de úlcera e gangrena dos membros inferiores que levam muitos pacientes a ter de amputar parte da perna.

Em 2016 um consenso endossado por 53 associações médicas de todo o mundo, incluindo a American Society for Metabolic and Bariatric Surgery (ASMBS), a American Diabetes Association (ADA), o National Institute for Health and Care Excellence (NICE) da inglaterra, e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), revisou as recomendações de tratamento do diabetes, referendando a cirurgia bariátrica/metabólica como opção para pacientes com IMC entre 30 kg/m² e 34,9 kg/m² com inadequado controle da glicemia. A International Diabetes Federation (IDF) já reconhecia essa possibilidade terapêutica desde 2011.

Segundo Marcos Leão, dezenas de estudos com elevado rigor científico, nível 1 e 2 de evidência, englobando meta-análises, revisões sistemáticas e ensaios prospectivos randomizados, comparando a cirurgia bariátrica com o melhor tratamento clínico farmacológico demonstraram uma enorme superioridade da cirurgia no controle do diabetes, observados a partir da redução da glicemia e da hemoglobina glicada de pessoas com obesidade grau 1 (IMC entre 30 e 34,9).

"Muitos desses estudos englobaram faixas de IMC mais largas (30 a 40), com pacientes portadores de obesidade graus 1 e 2, porque no caso do paciente com diabetes, o peso é apenas um "evento substituto" na análise do tratamento, restando claro que os resultados são totalmente independentes do IMC", reforça Marcos Leão.


Dados sobre Diabetes Tipo 2 - O diabetes é uma doença que afeta 16,5 milhões de brasileiros (Dados da Federação Internacional de Diabetes), provocando mais de 54.877 mortes em 2010 e chegando a 61.398 no ano de 2016, havendo um crescimento de 12%, segundo os dados do Ministério da Saúde de 2018.


De acordo com um estudo da Universidade de São Paulo, 77% das pessoas com diabetes tipo 2 não aderem ao tratamento. Assim sendo, as principais complicações advindas do mau controle do diabetes são: dificuldade visual levando à cegueira, primeira causa de ingresso a programas de diálise no primeiro mundo e entre as 3 causas mais frequentes na América Latina, importante determinante de amputações. É um dos principais fatores de risco cardiovascular, além da incidência de insuficiência cardíaca (IC) é 2 a 5 vezes maior em pacientes com DM2 do que na população geral.


Pré-sal: Tecnologia promete economia milionária na extração de petróleo

 Sistema desenvolvido na EESC irá monitorar com mais precisão o processo de extração de petróleo. Foto: Pixabay

Método desenvolvido na USP também deve reduzir o risco de acidentes ambientais nas plataformas

 

Uma nova técnica computacional, que mescla física e inteligência artificial (IA), desenvolvida por pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, promete gerar uma economia milionária ao processo de extração de petróleo dos poços do pré-sal. Além disso, a tecnologia deve proporcionar maior segurança aos procedimentos realizados nas plataformas, diminuindo o risco de acidentes ambientais nas refinarias e minimizando a emissão de CO2 na atmosfera. Os resultados obtidos no trabalho geraram um artigo que foi publicado em 2021 no Journal of Fluids Engineering, da ASME (The American Society of Mechanical Engineers), revista científica internacional. A expectativa dos cientistas é de que o novo método seja incorporado ainda este ano pela Petrobras.  

Atualmente, para projetar, simular e monitorar o comportamento de um novo poço de petróleo e de gás, as empresas do setor petrolífero utilizam alguns códigos computacionais da área de mecânica dos fluidos (ramo da física) a fim de prever e avaliar como o sistema está operando. No entanto, de acordo com o professor responsável pela pesquisa, Oscar Mauricio Hernandez Rodriguez, do Departamento de Engenharia Mecânica (SEM) da EESC, essas ferramentas possuem limitações. “Utilizam-se, na verdade, expressões matemáticas simplificadas, que não são capazes de prever todas as variáveis de produção que existem na prática, como diferentes tipos de petróleo, presença de gás, condições severas de pressão e temperatura e escoamentos multifásicos”, afirma o docente.
 

Com o objetivo de preencher essas lacunas, uma equipe de cientistas comandada pelo professor desenvolveu uma técnica que une as leis da mecânica dos fluídos ao aprendizado de máquinas (área da inteligência artificial). “O uso de aprendizado de máquina na área de produção de petróleo e gás viria para auxiliar os códigos computacionais já existentes permitindo uma resposta mais precisa, abrangente e segura do sistema. Dessa forma, seria possível avaliar com maior exatidão as condições de produção de petróleo e de gás a quilômetros de profundidade e informar a tempo o operador da plataforma caso algo anormal ocorra. Nossa técnica poderia ser utilizada tanto para a elaboração do projeto quanto para o monitoramento e operação da plataforma em funcionamento”, completa.


Eficiência produtiva - De acordo com a Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas (ABCM), o pré-sal contribuirá com 77% da produção de petróleo e aproximadamente 80% da produção de gás natural do país em 2029, com investimentos que podem chegar a R$ 1,8 trilhão até lá. Para que esses valores aportados possam ser revertidos em lucros cada vez maiores, os projetos de novos poços no pré-sal devem ser mais precisos e eficientes. Segundo Rodriguez, com a nova técnica desenvolvida será possível gerar uma economia milionária ao trabalho de extração de petróleo. “Você consegue idealizar melhor um poço, fazer um projeto mais otimizado, reduzindo despesas de capital, o famoso CAPEX (capital expenditure), e custos operacionais, o OPEX (operational expenditure). Nós estamos falando de uma economia de milhões e milhões de dólares”, revela. O cientista explica ainda que, com método desenvolvido, os preços dos produtos derivados do petróleo poderão ter uma variação menor, já que sua produção pelas petrolíferas ficará mais estável, protegendo as empresas de surpresas do mercado, como a que ocorreu recentemente com a pandemia de COVID-19, que derrubou o preço do barril de petróleo.
 

A utilização de um modelo híbrido que alia princípios da inteligência artificial com fundamentos da mecânica dos fluidos é fundamental para o funcionamento mais eficiente do sistema de controle das plataformas. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da EESC, André Mendes Quintino explica que utilizar somente o aprendizado de máquinas nesse processo demandaria um banco de dados enorme, que muitas vezes não está disponível para aplicações na engenharia. Por conta disso, os modelos físicos são importantes para suprir essa demanda por informações: “Você utiliza um banco de dados experimentais, obtido a partir de um trabalho em campo ou de um laboratório, juntamente com equações físicas do seu fenômeno. Isso resulta numa previsão mais precisa e que demanda um número bem menor de dados”, explica o pesquisador.



Menor risco de acidentes - Por possibilitar um monitoramento mais eficiente dos poços de petróleo, a tecnologia desenvolvida na USP também deve reduzir o risco de acidentes ambientais nas plataformas onde são feitas as extrações. “A partir do momento em que há um monitoramento mais adequado do seu processo de produção, você tem mais controle e, consequentemente, mais segurança no processo. Isso é imprescindível para que você evite vazamentos de petróleo e acidentes que podem custar vidas e capital para a companhia. A função desse sistema é garantir que o escoamento do petróleo ocorra de maneira segura e com o menor consumo de energia possível”, afirma Rodriguez.
 

Para produzir a nova tecnologia, a equipe de pesquisadores contou com um espaço especialmente equipado para esse tipo de pesquisa: o Laboratório de Escoamentos Multifásicos Industriais (LEMI) da EESC. No local, existe uma plataforma de testes de grande porte onde é possível simular o escoamento de petróleo e gás do pré-sal, o que foi imprescindível para o sucesso do estudo. O LEMI também conta uma estrutura computacional específica para os cientistas trabalharem questões relacionadas à inteligência artificial. Com a técnica pronta, a ideia é que ela possa ser incorporada até outubro deste ano nos campos de Libra e Júpiter do pré-sal. A pesquisa foi financiada pela PETROBRAS, Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).



 

Assessoria de Comunicação da EESC/USP

Saiba como identificar e se proteger de golpes por SMS

(Crédito: iStock)
Vazamentos de dados e pedidos de pagamento são alguns dos problemas enfrentados pelos usuários 


 

Com o avanço da tecnologia e o uso cada vez mais frequente de ferramentas digitais, os golpes virtuais se tornaram ainda mais comuns e sofisticados, o que pode trazer vários problemas para os usuários. Os aparelhos celulares são particularmente afetados, já que basta ter acesso ao número cadastrado para entrar em contato direto com o dono do eletrônico, o que cria um espaço propício para golpes e tentativas de roubo de dados.

 

Em tempos de home office e afastamento social, os smartphones têm ganhado status de ferramenta de trabalho por garantirem uma comunicação imediata, além de possibilitarem o acesso à internet, a realização de operações bancárias e várias outras funcionalidades. Por conta disso, eles carregam uma quantidade cada vez maior de informações importantes e valiosas, que nem sempre estão armazenadas de maneira segura.

 

Por conta de todos esses fatores, os golpes visando o roubo de dados e o acesso ao aparelho estão cada vez mais comuns, e acontecem com o recebimento de um SMS, supostamente inofensivo. Nesses casos, a mensagem de texto recebida pode conter um link, que, de acordo com o remetente, deve ser acessado. As formas de convencer o destinatário da mensagem a acessar o link são muitas – desde o oferecimento de promoções até avisos sobre cobranças, entre outras. O acesso, na realidade, encaminha para uma página maliciosa, com a intenção de roubar informações pessoais, senhas e dados sensíveis. Outra prática comum é quando o remetente, que está tentando aplicar o golpe, se passa por uma empresa ou banco e solicita o recebimento de dados pessoais – informações que podem acabar sendo usadas em tentativas de fraude, por exemplo.

 

Como se proteger

 

Evitar esse tipo de invasão requer alguns cuidados, que, apesar de serem simples, demandam certa atenção dos usuários. Uma das dicas principais é evitar clicar em links recebidos em mensagens de texto, mesmo que o número do remetente pareça pertencer a uma empresa. A maneira mais segura de receber notificações importantes é por e-mail, e, caso ainda surjam dúvidas, vale entrar em contato com a empresa em questão por telefone, para confirmar a autenticidade da mensagem.


Outro cuidado essencial é nunca passar informações pessoais solicitadas por um remetente estranho, especialmente dados bancários, como número de cartão e código de segurança. Bancos não precisam desse tipo de informação, como número da conta e senha, para confirmar movimentações bancárias, e qualquer mensagem do tipo não deve ser respondida.

 

Também é importante desconfiar de mensagens enviadas por números desconhecidos ou incomuns, mesmo que o remetente alegue ser alguém de confiança, um prestador de serviço ou uma empresa. Raramente, canais oficiais utilizam números comuns para entrar em contato com clientes; assim, esse tipo de mensagem deve ser encarada com desconfiança. Pesquisar o número na internet pode ser uma boa maneira de conferir se outras pessoas têm relatos referentes ao remetente em questão. Caso trate-se de um golpe, é possível conferir postagens sobre o que aconteceu em redes sociais e sites de denúncia.

 

5 dicas para vencer a preguiça no trabalho após o carnaval

Universidade do Colorado e de Carleton trazem dados sobre o ato de procrastinar e como vencer esse hábito no home office


O verbo procrastinar significa deixar para depois. Nas quarta-feiras de cinzas, volta do carnaval, tendemos a deixar para depois atividades no trabalho que exigem mais concentração. Mas como vencer a "preguiça" ou\e deixar de procrastinar e nos tornarmos mais produtivos no trabalho após esse feriado ?! Com muitas empresas no home office, fica ainda mais difícil manter a produtividade após um feriado. De acordo com a FIA (Fundação Instituto de Administração) 67%, das empresas brasileiras, tiveram dificuldades na transição presencial para home office. Isso porque a produtividade é difícil de ser mantida em casa, todos os dias.

O ato de deixar para amanhã tarefas difíceis e que tiram a mente da zona de conforto é algo orgânico. Ou seja, todos os seres humanos são programados biologicamente para procrastinar e isso acontece porque o ato de deixar para depois tem a ver com o medo e o medo existe desde o nascimento. Medo da tarefa não ficar boa, medo do cliente não gostar do que vamos entregar, medo dos colaboradores que fazemos a gestão, medo de não ter retorno com a franquia ou com o próprio negócio, e etc.

A Universidade do Colorado divulgou que procrastinação e impulsividade podem ser agravadas por questões genéticas. Outro estudo feito pela Universidade de Carleton, no Canadá, mostra que procrastinar afeta a nossa saúde física e mental, e as pessoas que o realizam com frequência tendem a ter mais dores de cabeça e contraírem gripe mais facilmente. Deixar para o dia seguinte uma atividade que pode ser feita, sem interrupções, hoje, pode ser algo negativo.

Leiza Oliveira, CEO do Centro de Formação de inglês, Minds Idiomas, faz a gestão de mais de 70 escolas. Nesses 13 anos, como qualquer empreendedora, teve os seus dias bons e ruins, e resolveu se aprofundar no tema para reduzir a procrastinação na sua rede de franchising e na sua própria rotina.

Para ajudar você, Leiza Oliveira, CEO da Minds Idiomas , lista 5 dicas para acabar com a procrastinação no seu trabalho após o carnaval e/ou feriado prolongado:


1. Combata a sua insegurança

Anotar os sentimentos, no momento da procrastinação, te ajudará a entender como a sua mente funciona (Foto:Luisa Revery)


Procrastinar tarefas complicadas tem ligação com os nossos medos. Tem pessoas que tem medo do sucesso e não percebem. O primeiro passo para combater o "deixar para amanhã" é se observar. Vale escrever em um papel como se sente no momento em que aparece a preguiça. Dessa forma, você conseguirá racionalmente enxergar os seus sentimentos e fica mais fácil enfrentar as inseguranças. Outra dica é fazer terapia e conversar com amigos.


2. Não abuse da sua força de vontade 

Lembre-se sempre de descansar para ser produtivo: a mente precisa disso para operar bem (Foto: Isadora Heimig)


Desde que somos crianças ouvimos dos nossos pais e professores que com força de vontade é possível conquistar o mundo. É verdade que ela tem um papel fundamental na conquista dos objetivos, mas ela se esgota. Isso porque a força de vontade está ligada a energia cerebral e como sabemos a nossa mente fadiga após algum tempo sendo usada. O que te mantém de pé de manhã, depois da noite mal dormida, produzindo bem e entregando resultados são os seus objetivos pessoais. Por isso, crie os objetivos de curto, médio e longo prazo. E comece devagar com eles. Com objetivos traçados fica mais fácil controlar a ansiedade e não se culpar quando a força de vontade findar.


3. Deixe abas de aplicativos fechadas e mantenha o celular longe

Ficar longe do celular, principalmente quando trabalhamos com ele, é mais desafiador. Todavia, necessário. (Foto:Urich Santana)


Essa dica parece óbvia, mas é a mais difícil de conseguir praticar. Isso acontece porque muitas profissões dependem das respostas instantâneas. Todavia, é comprovado que os seres humanos não são multitarefas e quando o fazem acabam não tendo foco e o resultado da entrega é duvidoso. Logo, avise clientes, parceiros, fornecedores e até seu chefe que nem sempre estará de olho nas telas. E caso seja algo urgente deixe a opção de te ligarem. Telefonar está cada vez mais escasso, mas em tarefas como planejar, lidar com números ou mesmo escrever um texto, se manter longe dos eletrônicos é uma lição de ouro para completá-las. Vale estabelecer uma rotina de a cada 2 horas de atividade, um descanso de 20 minutos, que envolve mexer no celular e\ou tomar um café.


4. Coloque deadline\prazo para as suas tarefas

No home office é ainda mais importante que você tenha controle do que está executando no decorrer do dia de trabalho (Foto: @jonathanborba)

Vale colocar em uma planilha e acompanhar as suas tarefas diárias e/ou usar uma agenda com o que é urgente e importante listado. Ao final do dia você enxergará o que executou e poderá até fazer um relatório semanal para usar mostrar ao seu gestor as atividades executadas. Além disso, no final do dia, ao visualizar tudo o que foi feito, você terá a sensação de dever cumprido.


5. Pratique o Mindfulness no trabalho

Nem no passado e nem com na ansiedade do futuro: O Mindfulness nos traz para o momento no agora e nos dá foco para o trabalho (Foto: @lauraadaiphoto)


Não estou falando de meditar todos os dias. Se você conseguir fazer isso, ótimo! Mas essa última dica tem sinergia com o ato de manter os 5 sentidos no presente. A mente é elástica, por mais que no começo pareça difícil colocar a audição, visão, tato, paladar e olfato no presente, a prática torna-se um hábito com a prática. O Mindfulness traz a concentração, a concentração leva ao desenvolvimento da tarefa e concomitantemente a conclusão dela. Ao finalizar as suas atividades, sem procrastinar, elevará a sua satisfação mental e o seu sucesso profissional!

Uma das formas de vencer a procrastinação é aprendendo coisas novas. Para aprender inglês de vez em 2021, acesse o site da Minds AQUI. Matricule-se neste mês de Fevereiro ganhe 6 meses de curso.


O ensino híbrido enfim é realidade

A Educação, uma das áreas mais atingidas em 2020 pela pandemia, inicia um novo ano ciente de que ainda há um longo caminho a ser percorrido até que a Covid-19 esteja controlada, mas educadores e gestores já conseguem olhar para o ano letivo de 2021 confiantes e muito mais preparados do que quando iniciaram 2020. O ensino remoto, que foi sacado da prateleira às pressas para ser aplicado de forma emergencial e provisória - e porque não dizer improvisada, de início? -, permanece em nossos horizontes como alternativa para o que ainda teremos que conciliar em 2021, e nos permite enxergar um universo de novas possibilidades. É seguro afirmar que a Educação pós pandemia nunca mais será a mesma, ela mudou - e para melhor. Não é segredo para ninguém que antes da pandemia se instalar, tínhamos, dentro das próprias escolas, educadores ainda muito resistentes ao uso da tecnologia e às inovações que já se anunciavam há tempos. Agora é justo dizer que não apenas o ensino se modificou em 2020, mas também a mentalidade daqueles que, sem outra alternativa para continuarem ligados e próximos de seus alunos, se conectaram e se uniram ao que tanto temiam e resistiam.

E são as mudanças que nos obrigam a fazer diferente e melhor! Em 2021, a realidade escolar vai mudar novamente. O cenário será outro em relação a 2020: professor em sala de aula, parte dos alunos presentes na escola e outra parte em casa, também precisando da atenção e intervenção do docente. O ensino híbrido - que é diferente do EaD e do semi presencial - coloca os professores novamente diante de uma situação nova, desafiando-os a fazerem diferente mais uma vez, fazendo uso de tudo o que temos de possibilidades (e elas são muitas!). A vantagem,  desta vez, é que esses profissionais já deixaram de lado o hábito da resistência, já descobriram que podem sim se reinventar e todo o sistema educacional já passou os últimos meses debatendo, experimentando, planejando e construindo as condições para que este novo ensino seja concretizado em sua plenitude. 

A pandemia permitiu a nós, educadores, a oportunidade de perceber que pode-se muito mais, que o potencial para reinvenção e inovação é enorme. Com o apoio da tecnologia, professores conseguem analisar dados e terem uma visão muito mais precisa sobre as aprendizagens dos alunos, o que permite um acompanhamento individual de cada estudante que os aproxima. O docente consegue enxergar também o que deve ser priorizado no presencial e o que pode ser aprendido de forma on-line, conectando essas duas aprendizagens. Esse é o ensino híbrido, que oferece muitas chances de personalização. É necessário apenas que o professor tenha um planejamento adequado, que vá de encontro com o que se pretende ensinar, com intencionalidade pedagógica. E para isso, afirmo que as aulas devem então ser preparadas do fim para o começo. O ponto de partida para o preparo de uma aula deve ser sempre a afirmação "ao final dessa aula, meu aluno deverá ser capaz de….". E, a partir do que o aluno já sabe, passar a construir a aula combinando o presencial com o on-line, montando as partes dessa aula como se fosse um mosaico. Inúmeras peças que oferecem um número infinito de possibilidades, para serem montadas com um único horizonte: onde se quer chegar. 

É certo que as escolas estarão diferentes. Todos: professores, colaboradores, pais e alunos também estarão. A pandemia modificou - pouco ou muito - a todos nós, mas isso não é um problema. Ao contrário, mudar é o que diferencia a natureza humana. O que precisamos é trabalhar e nos empenhar para fazer da escola um espaço vivo, colaborativo, que priorize o protagonismo do aluno, esteja ele onde estiver, e que ofereça experiências de valor e de aprendizado. Nossos alunos são nativos digitais e atuarão como protagonistas no ensino híbrido se conseguirmos engajamento. O estudante terá em mãos suas próprias ferramentas e conteúdos. O professor se assume como maestro, garantindo que a partitura planejada seja realizada. E como fazer para que 2021 nos confirme tudo isso? Podemos começar aceitando o fato de que as circunstâncias estão, sim, nos elevando a um patamar muito melhor na Educação. 

 


Acedriana Vicente Vogel - diretora pedagógica do Sistema Positivo de Ensino.

 

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