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quarta-feira, 5 de agosto de 2020

HPV: crianças e adolescentes também precisar ser imunizados

A pediatra Isabella Ballalai ressalta a importância de os pais vacinarem os filhos contra o vírus que pode levar ao câncer¹

 

Alguns tipos de câncer são causados por agentes infecciosos como vírus. O mais comum é o papiloma vírus humano (HPV), responsável pelo câncer de colo do útero, ânus e outras localizações¹. A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir. Com exceção do câncer de pele não melanoma, o câncer de colo do útero é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal) e a quarta causa de morte de mulheres por essa enfermidade no Brasil².

Mas por que vacinar crianças e adolescentes? A pediatra e atual vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim), Dr.a Isabella Ballalai, explica que a vacinação contra o HPV poderia impedir que mais de 90% desses cânceres se desenvolvessem³. "Existem dois tipos de vacina contra o HPV. A quadrivalente, por exemplo, é recomendada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14. Todos os indivíduos nessa faixa etária deveriam receber a vacina. Hoje, sabe-se que a resposta imunológica à vacina é melhor quando aplicada até essas faixas etárias, o que não contraindica a sua aplicação para os demais", explica a médica.

A pediatra ainda esclarece por que é importante que os meninos também se imunizem. "Eles devem receber a vacina para sua proteção. O HPV tem sido relacionado a verrugas genitais, câncer de pênis, ânus e garganta. Além disso, por serem os responsáveis pela transmissão do vírus, ao receberem a vacina estão colaborando com a redução da incidência dos cânceres de colo do útero e de vulva nas mulheres. "

Além disso, o ato de vacinar os jovens contra doenças infectocontagiosas não tem influência na decisão de eles terem ou não atividade sexual futuramente, como muitos pais podem imaginar. "A hepatite B, por exemplo, é uma doença transmitida por via sexual e a vacina é aplicada em todos os bebês no momento do seu nascimento, ainda na maternidade4", exemplifica a Dr.a Isabella. Por isso, quando os adolescentes decidem ter uma relação sexual, eles o fazem independentemente de terem ou não recebido as vacinas necessárias e, por isso, é melhor estarem orientados com relação à prevenção de gravidez e DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), além de devidamente vacinados.

A vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS e é indicada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Pessoas que vivem com HIV e pacientes transplantados na faixa etária de 9 a 26 anos também têm indicação da vacina, oferecida gratuitamente nos postos de saúde¹.

 

 

Referências

1 Instituto Nacional de Câncer. HPV e outras infecções. Disponível em: http://www.inca.gov.br/causas-e-prevencao/prevencao-e-fatores-de-risco/hpv-e-outras-infeccoes. Acesso em: 19 de maio de 2020.

2 Instituto Nacional de Câncer. Câncer de colo do útero. Disponível em: http://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero. Acesso em: 19 de maio de 2020.

3 Centers for Disease Control and Prevention - CDC. HPV Vaccine Safety and Effectiveness. Disponível em: http://www.cdc.gov/vaccines/partners/downloads/teens/vaccine-safety.pdf. Acesso em: 19 de maio de 2020.

4 Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) - Calendário de vacinação SBIM Criança. Disponível em: http://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-crianca.pdf. Acesso em: 19 de maio de 2020

 

Você sabia que a dor de cabeça pode estar relacionada a saúde bucal?

Cirurgiã-dentista esclarece como problemas bucais podem influenciar nesse tipo de incômodo

 

A cefaleia, popularmente conhecida como dor de cabeça, é um desconforto que atinge milhões de pessoas em todo o Brasil. Apesar de comum, existem várias causas para o problema, entre elas estão doenças bucais como bruxismo, infecções e problemas com a articulação responsável pelo movimento de abrir e fechar a boca, ou seja, quando há uma disfunção da articulação temporomandibular (DTM).

Segundo a Dra. Brunna Bastos, cirurgiã-dentista da GUM , marca americana de cuidado bucal, dores de cabeça persistentes, principalmente, as que afetam também a região da face podem ser sinal de algumas doenças bucais. Por isso, a especialista responde abaixo as principais dúvidas sobre o assunto:


Quais doenças bucais podem acarretar na dor de cabeça?

Bruxismo, ato de ranger os dentes e Disfunção Temporomandibular (DTM), como explicado acima, podem ser causas para uma dor de cabeça constante . Isso acontece porque a ocorrência de algum problema bucal pode afetar as terminações nervosas que permeiam toda a face, provocando dor na boca e até mesmo na cabeça.

"Para identificar se a dor de cabeça pode estar relacionada a esses problemas bucais, é importante observar alguns incômodos, como, por exemplo, acordar com dor na mandíbula ou na área das orelhas, dificuldade durante a mastigação, dor e/ou zumbidos no ouvido, entre outros sintomas. Sendo assim, vale relatar estes pontos ao dentista durante a consulta, para que ele possa fechar o diagnóstico", explica. Uma vez realizado o correto diagnóstico, ambas as doenças têm tratamento que minimizam muito a dor.


Problemas comuns como cárie e doenças gengivais podem causar dor de cabeça?

Importante lembrar que apesar da cárie e problemas gengivais serem doenças comuns, podem ser prevenidas com escovação e limpeza interdental diária, sendo esta última muito negligenciada e que pode ser realizada com o fio dental comum, ou de forma mais prática, com os flossers (fio dental com haste) e palitos interdentais siliconados, como os Soft-Picks, evitando-se assim o desenvolvimento e progressão destas doenças.

Uma vez que a cárie e a doença periodontal (problemas na gengiva) já estão estabelecidas e o tratamento não é realizado, o agravamento envolve os tecidos pulpares, atingindo as terminações nervosas do dente e ocasionando dores intensas localizadas ou abrangendo até mesmo dores de cabeça.


Como aliviar a dor?

Primeiro, é preciso avaliar os sintomas, que ajudam a entender se esta dor pode estar relacionada a um problema bucal ou não, ficando mais fácil determinar qual tipo de profissional deverá ser consultado, como por exemplo, um clínico geral, neurologista ou, no caso de sintomas próximos aos citados acima, um dentista. O profissional adequado conseguirá realizar o correto diagnóstico e atuar na origem da dor e tratamento do problema.

 



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Máscaras

O que (ainda) é preciso saber sobre o acessório

A otorrinolaringologista Milena Costa destaca alguns pontos para ajudar no uso correto desse artigo que entrou na rotina para ficar 

                                                                                     
A principal certeza que se leva da pandemia, pelo menos por enquanto, é que a máscara é o mais ‘recente’ item do cotidiano. Inclusive sem data para ir embora ou deixar de ser usada. Utilizá-la é fundamental, mas fazer isso da maneira correta pode ser ainda mais imprescindível. Pensando nisso, a otorrinolaringologista Milena Costa separou algumas atitudes, pontos e dúvidas que ainda pode ser recorrentes quando o assunto é o uso das máscaras de proteção. 


1.       Qual máscara escolher?

Com a obrigatoriedade do uso das máscara, esse novo item começou a ser muito mais fabricado. Por ser uma ferramenta de segurança, é preciso que a máscara siga alguns critérios para que esta desempenhe sua função adequadamente. Uma das circunstâncias a ser levadas em conta na hora de escolher a máscara é o tecido. “Quanto mais fechada a trama do tecido e mais camadas tiver a máscara melhor,” diz a otorrinolaringologista Milena Costa.


2.       Máscara no lugar certo

Outro ponto que precisa ser reforçado é que não cobrir adequadamente o nariz e a boca ou colocar a máscara no queixo e no pescoço, além de ser ineficiente e não proteger, contamina essas regiões. “O conceito principal é a partir do momento em que se coloca a máscara, ela não deve ser mais manipulada. A não ser na hora de tirá-la, o que deve feito pelas alças que ficam atrás da orelha. Nunca manipular ou ajeitar a máscara, porque se está encostando na parte externa e consequentemente também contaminando a mão.” 


3.       A hora de trocar - e com higiene!

Dar atenção não só para o uso, mas também para a necessidade e a importância da troca da máscara é outro aspecto fundamental. “As pessoas devem ter mais de uma máscara. E é preciso tirar o conceito de que se pode usar a mesma máscara várias vezes ou por vários dias. Ela é individual e não deve ser dividida”. Segundo a especialista, é aconselhado fazer a troca a cada duas horas, em média, ou se a máscara ficar úmida. “O intuito da máscara também é não permitir, em caso de tosse ou espirro, que as gotículas se dispersem no ambiente. Se for espirrar que seja na máscara, mas cuidado ao manipulá-la e depois encostar na face,” diz. E nada de deixá-la jogada pela casa. 

A médica lembra ainda que depois da troca, a máscara de pano deve ser colocada dentro de um saco plástico fechado até o momento da lavagem, e não ficar exposta de forma inadequada no ambiente. “Uma vez chegando em casa se pega as máscaras que foram usadas e as coloca em solução desinfetante. Que pode ser água sanitária”.  Milena explica que se for máscara descartável, é interessante colocar em um saquinho fechado e depois jogar no lixo. “Assim, diminui as chances de uma possível dispersão do vírus. Mesmo as máscaras descartáveis devem ser eliminadas corretamente,” afirma Milena.


4.       Exercício: com ou sem máscara?

“O exercício físico deve ser feito com máscara, principalmente agora que as academias estão abertas”. A médica ainda salienta que mesmo durante o exercício físico na rua o uso da máscara é obrigatório e necessário. “Infelizmente, dá sensação de falta de ar, mas já existem alguns modelos de máscaras voltadas para o esporte, que são bem acopladas. Porém, não tem uma maneira de diminuir a sensação de sufocamento e o exercício deve ser feito de máscara,” afirma.


5.       Criança usa máscara?

No caso dos pequenos é indicado que usem máscaras a partir de dois anos de idade. A otorrinolaringologista explica que essa faixa etária está relacionada com crianças que, teoricamente, já sabem manipular o item de segurança. “Menores de dois anos tendem a ficar manipulando a máscara e isso pode ser até pior, por exemplo, ao colocarem a mão nos olhos. Além disso, crianças menores que essa idade não conseguem usar muito bem a máscara por longos períodos”.






Dra. Milena Costa - Médica otorrinolaringologista formada pela Faculdade de Medicina de Taubaté, com residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e fellowship de pesquisa em Rinologia pela Stanford University, na Califórnia.


No Dia Nacional de Combate ao Colesterol, cardiologista do Seconci-SP alerta sobre a importância de se manter hábitos saudáveis

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 67% da população brasileira não conhece seus níveis de colesterol

 

Atualmente, no Brasil, quatro em cada dez adultos sofrem com o nível de colesterol elevado, o equivalente a cerca de 18,4 milhões de pessoas. Os dados são da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), que registrou que 67% da população brasileira não conhece seus níveis de colesterol e que a maioria das pessoas só realiza os exames diagnósticos a partir dos 45 anos. Com números tão expressivos, o dia 8 de agosto é lembrado anualmente como o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, para reforçar a conscienzação da doença.

O cardiologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção Civil), George Fernandes Maia, explica que o colesterol é um tipo de lipídio no sangue que, em excesso, pode levar a complicações cardiológicas. “As causas dos altos níveis de colesterol podem ser primárias, ou seja, fatores genéticos, ou secundárias, com hábitos alimentares desregrados, excesso de carboidratos, sedentarismo, o uso de determinadas medicações, além de outras patologias como obesidade, diabetes e hipertensão”, explica o médico.

O diagnóstico tardio ou a falta do tratamento necessário para abaixar os níveis da Lipoproteína de Baixa Densidade (LDL), popularmente conhecida como “colesterol ruim”, pode desencadear futuras complicações de saúde. O acúmulo de LDL provoca o entupimento das artérias, predispondo a doenças cardiovasculares, infarto, derrame ou AVC.

O dr. Maia também explica que mesmo pessoas mais velhas com um estilo de vida mais saudável estão propensas a níveis mais altos de colesterol. “Idosos podem ter uma predisposição a dislipidemia, causada por hipertensão, aumento da idade e/ou placas de gordura nas artérias, levando a um endurecimento da parede arterial”, explica o cardiologista.

Por ser uma doença silenciosa, sem sintomas expressivos, realizar check-ups periódicos é de extrema importância. Para aqueles que não possuem taxas consideráveis ou doenças predispostas, o recomendável é a ida ao médico anualmente. Já para os pacientes que apresentaram alterações em exames prévios, o acompanhamento deve ser feito a cada 90 dias.

A partir do diagnóstico e dos valores de gordura indicados pelos exames, será possível definir o tratamento mais adequado. “A rotina de exames regulares e hábitos de vida mais saudáveis seguem sendo a melhor maneira de se prevenir da doença”, alerta o cardiologista.

 

Atividades físicas podem proteger e aprimorar o sistema neurológico

Da prevenção do Alzheimer à elevação do raciocínio lógico, se exercitar traz uma gama de benefícios ao corpo

 

Recentemente, o jogador de futebol Fred pedalou de Belo Horizonte até o Centro de Treinamento do Fluminense, no Rio de Janeiro para sua apresentação no clube. O feito cativou torcedores por causa dos 600km de distância entre as cidades. Segundo especialistas, a atividade física pode promover benefícios para o corpo e a saúde mental e se encaixa bem para o atleta, que abriu o jogo sobre seu quadro depressivo no ano passado. E assim se corrobora o ditado: “Corpo são, mente sã.”.

De acordo com Ana Carolina Andorinho, neurologista do Hospital São Lucas Copacabana, já existem diversas evidências de que a prática de atividades físicas reduz consideravelmente os riscos de desenvolver condições neurológicas, como o Alzheimer. “No entanto, os benefícios do exercício físico vão além da prevenção de doenças. Sabe-se também que o hábito estimula o aprimoramento de pessoas totalmente saudáveis e pode ser prescrito até mesmo como aliado contra doenças crônicas como epilepsia, esclerose múltipla e depressão”, comenta.

“A explicação é simples: da mesma maneira que os músculos se tornam mais potentes ao serem estimulados por atividades físicas, as células nervosas não ficam de fora, sendo possível também o aprimoramento do desempenho neurológico. Esse fenômeno se chama neurogênese – a formação de novos neurônios. Durante o exercício físico, elevamos os níveis de substâncias como o Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (conhecido como BDNF). O BDNF é um exemplo de neurotrofina, importante para a maturação, a conservaçãoo funcionamento das células nervosas e, consequentemente, o processo de neuroplasticidade”.

“Além dessa substância, outra, conhecida como VEGF – fator de crescimento endotelial vascular –, também tem sua produção aumentada quando estamos num pico de atividade física. Esse elemento contribui para a angiogênese – o desenvolvimento de novos vasos sanguíneos. Dessa forma, garante melhor abastecimento das células nervosas.”.

“Exercitar-se também estimula a produção de hormônios, como a endorfina, a dopamina e a serotonina. Tais substâncias estão associadas à sensação de euforia, alegria, prazer e bem-estar. Além disso, a atividade física atenua os efeitos deletérios gerados pelo estresse crônico. Em condições prolongadas de estresse, há maior circulação de cortisol, que fomenta um ambiente de maior inflamação e, gradualmente, danifica neurônios e gera a atrofia de regiões cerebrais como o hipocampo. Por isso, suar a camisa é um ótimo aliado no tratamento da depressão e da ansiedade e na prevenção de possíveis complicações por tais condições”, ressalta a médica.

Estudos também observaram uma relação entre a prática de exercícios físicos e o aumento da capacidade cognitiva ainda na infância. Uma pesquisa conduzida pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) apontou que crianças que se exercitavam regularmente no ambiente escolar obtinham melhor rendimento.

Segundo a especialista, mesmo a rotina de trabalhar em movimento, por exemplo, pode trazer vantagens concretas à saúde em comparação com pessoas que tendem a trabalhar sentadas. Por isso, agregar à rotina pequenos hábitos, como utilizar as escadas e levantar-se a cada 30 minutos, é bastante recomendado.

Embora o organismo se beneficie de qualquer forma de atividade física, práticas que envolvem reflexos rápidos e interações com o ambiente estimulam melhor o aprimoramento dos neurônios. “Essas características são bastante comuns em esportes coletivos como futebol, vôlei ou até mesmo dança. Cabe a cada um escolher prática com a qual se identifique mais”.

 

Ficar em casa para quê?

"As pessoas ouvem que devem ficar isoladas mantendo o distanciamento social, mas não entendem os motivos", diz especialista

 

Tossir, espirrar, rir, gritar, falar, cantar... De acordo com estudos mais recentes, todas essas ações podem estimular o contágio por COVID-19, especialmente em lugares fechados e com pouca circulação do ar, como elevadores, ônibus e metrôs. Até o momento, a comunidade científica confirma apenas a transmissão da doença através do contato com gotículas de saliva expelidas pela boca ou coriza nasal, mas nunca pelo ar liberado na expiração. 

As novas evidências, ainda que incompletas, são suficientes para repensar os métodos de precaução adotados mundialmente. Em carta aberta divulgada por 239 cientistas internacionais dirigida a Organização Mundial da Saúde (OMS), os cientistas afirmam que a transmissão aérea poderia explicar o alto nível de contágio da doença. No Brasil, tais resultados estariam ainda diretamente relacionados à população mais afetada pelo Sars-CoV-2. 

De acordo com pesquisa realizada pelo Grupo Fleury, Instituo Semeia, IBOPE Inteligência e Todos pela Saúde, o percentual de pessoas que se infectaram com o novo coronavírus na cidade de São Paulo chega a ser 2,5 vezes maior em bairros pobres (16%) do que em relação aos mais ricos (6,5%), bem como em pessoas negras (19,7%) em comparação com pessoas brancas (7,9%).

"As populações de menor nível de recursos e instrução estão se contaminando em níveis absurdos. Existem várias causas para isso: aglomeração, uso de meios de transportes lotados e inadequados, falta de cuidados, entre outras", explica dr. Álvaro Atallah, epidemiologista clínico e diretor da Cochrane Brasil. Segundo o levantamento, habitações com 5 ou mais pessoas, comuns em regiões mais pobres, apresentam soroprevalência quase duas vezes maior do que aquelas com um ou dois moradores.

Segundo dr. Atallah, é preciso que as pessoas entendam o porquê do isolamento e do distanciamento social. Hoje, grande parte da propagação da doença se dá por infectados assintomáticos, principalmente jovens. Tendo em vista o potencial contágio pela expiração, o risco oferecido por esses indivíduos é ainda maior. "As pessoas não têm noção de que só estar em um mesmo ambiente com alguém contaminado já é uma ameaça. Isso explica porque elas se submetem a ir para festas e entrar em ônibus lotados, por exemplo", afirma dr. Atallah.

 

Como se prevenir?

Ainda de acordo com os cientistas, é fundamental que as entidades de saúde estimulem novas medidas preventivas. Com a gradual reabertura dos comércios, o especialista em Medicina baseada em Evidências ressalta a importância da população se preparar e dá algumas dicas:

  • FaceShield: os itens de plásticos devem ser colocados no rosto para isolar os aerossóis expelidos pela fala. "As FaceShields reduzem a ameaça em mais 10% e, pensando no contexto da pandemia, são um grande auxílio", diz dr. Atallah.
  • Máscaras: "A recomendação é utilizar as máscaras de forma semelhante as dos médicos: uma de plástico sobre uma de pano, protegendo bem a boca e o nariz", explica o especialista. As de pano devem ser colocadas na água oxigenada por dez minutos e esperar secar antes de reutilizar.
  • Roupas protetivas: Se tiver, utilize um jaleco ou casaco que possa ser esterilizado assim que chegar em casa. No caso de funcionários de bares, restaurantes e salões de beleza, gorro e luvas também ajudam.
  • Preparação do ambiente: Busque manter o ar arejado, deixando portas e janelas abertas. "Isso é imprescindível para quem mora com muitas pessoas na mesma casa", acrescenta.
  • Distanciamento e isolamento social: Se puder, fique em casa. Caso seja necessário sair, tome todos os cuidados descritos acima, além de fazer a higienização correta das mãos com água e sabão e utilizar álcool em gel ao entrar e sair dos lugares. Evite contatos próximos com outras pessoas. Esterilize frutas, verduras e utensílios de cozinha em água sanitária – uma colher de sopa de agua sanitária para cada litro de água.

O que é medicina do estilo de vida e como ela pode transformar sua saúde

 


Amplamente aplicada em países da Europa e nos Estados Unidos, e em ascensão no Brasil, a Lifestyle Medicine tem como princípio a prevenção e melhora na qualidade de vida

 

Grande parte da população busca a medicina apenas quando há uma doença que precisa ser tratada. O problema é que, em boa parte dos casos, evitar o desenvolvimento de uma patologia é mais eficaz do que tratá-la. É com essa afirmação que trabalha a medicina do estilo de vida, buscando examinar e adequar hábitos que favorecem a saúde do corpo e da mente.

A medicina de estilo de vida não é uma especialidade médica, mas compreende um conjunto de conhecimentos que visam a promoção da saúde e prevenção de doenças e podem ser aplicadas em diversas especialidades. Nos Estados Unidos a faculdade de Medicina de Harvard promove anualmente um curso de atualização em Life Style Medicine, e na Inglaterra a British Society of Lifestyle Medicine é uma das principais autoridades da área.

O Dr. Lucas Costa Felicíssimo, é um dos mais conceituados no Brasil e explica que há crescimento na procura por esse tipo de atendimento. “O motivo é simples, cada vez mais a sociedade tem se conscientizado da importância de melhorar a qualidade de vida e prevenir doenças. Muitas das principais doenças que afligem a população não tem cura, apenas tratamento, por isso evitar que elas se instalem é a estratégia mais efetiva”, aponta o médico.

Uma prova de como os hábitos são fatores de importante atenção para a saúde é que as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), tais quais diabetes, hipertensão, cânceres e doenças respiratórias crônicas, estão entre as que mais matam no mundo — representando quase metade dos óbitos mundiais segundo a Organização Pan-Americana de Saúde — e na maioria dos casos, são originadas por maus hábitos alimentares e comportamentais.

O paciente que procura esse atendimento passa por uma série de avaliações que buscam analisar predisposições sociais, psicológicas e biológicas e seus impactos, assim como exames para triagem, diagnóstico e monitoração de doenças relacionadas ao estilo de vida. “Para que os resultados sejam os esperados a pessoa precisa estar propensa a fazer as mudanças propostas”, elucida Dr. Lucas.

De acordo com ele, os benefícios de entender bem o corpo e a forma como se está lidando com ele são vários e vão desde a melhora da saúde e composição corporal até a melhora do humor. “Em uma sociedade com expectativa de vida crescente a Medicina do Estilo de Vida é a chave para descobrir a sua forma de ter saúde”, garante.

 

Na abordagem, são utilizadas condutas terapêuticas baseadas em evidências que buscam melhorar aspectos como:

Sono – A restrição ou baixa qualidade de sono causa problemas como falta de concentração, disfunções imunológicas e de memória, por isso, o médico busca trabalhar distúrbios do sono ou quaisquer outros quesitos que impactem na qualidade das noites do paciente.

Alimentação - Todo o comportamento alimentar é analisado e os nutricionistas da equipe atuam na reeducação alimentar, privilegiando alimentos naturais de forma individualizada considerando o que aquele organismo precisa e a rotina do indivíduo.

Exercícios físicos - Uma pessoa sedentária se torna mais inclinada ao desenvolvimento de doenças, por isso, a medicina do estilo de vida busca, por meio de técnicas motivacionais, o incentivo a práticas regulares de algum exercício físico, seja ele esportivo ou não que vise a melhora metabólica daquele organismo.

Controle de tóxicos - Excessos com álcool e consumo de tabaco são, comprovadamente, causa de doenças como câncer. Assim, é trabalhado o vício no tabaco e a moderação na ingestão de alcóolicos e outros hábitos nocivos.

Manejo de estresse – O aspecto psicológico também é trabalhado por meio do reconhecimento das respostas negativas ao estresse, fazendo com que a pessoa tenha maior motivação, produtividade e bem-estar, diminuindo as chances de desenvolver doenças como ansiedade e depressão.

Relacionamento – A resiliência emocional está intimamente ligada com as conexões sociais, sendo assim, isolamento e solidão são analisados para buscar melhorar a qualidade de vida.

 

 

Fabiano de Abreu

 

Dia dos Pais

Ajudar o pai a voltar a ouvir é o melhor presente que ele pode ganhar!

Uma boa audição garante mais interação e comunicação no dia a dia, o que é essencial para o bem-estar do idoso


A população idosa vem crescendo no Brasil. São hoje 28 milhões de pessoas com mais de 60 anos - 13% da população, segundo o IBGE. Os avanços médicos e tecnológicos colaboram para o aumento da longevidade. Mas é preciso lembrar que entre os males que a idade avançada pode acarretar está a perda de audição.

A dificuldade de ouvir gera problemas de comunicação, acarretando situações constrangedoras no dia a dia do idoso. E o pior: com o tempo, a incapacidade auditiva pode levar ao isolamento social e à depressão, principalmente se o indivíduo também tiver outras limitações, como dificuldades para se locomover. Por isso, é tão importante alertar para a necessidade de tratamento.

"A comunicação e os relacionamentos são aspectos primordiais na vida. Aos filhos, cabe conscientizar o idoso sobre a necessidade de ele procurar ajuda especializada. Não é fácil. Muitos resistem em admitir que já não ouvem bem. Uma das soluções possíveis é o uso de aparelhos auditivos, que resulta em melhoras significativas na qualidade de vida", afirma a Fonoaudióloga Marcella Vidal, da Telex Soluções Auditivas.

A hereditariedade e a exposição frequente a ruídos altos ao longo da vida são os principais fatores que contribuem para a perda de audição na velhice. Além da dificuldade de entender uma conversação ou um noticiário na TV, por exemplo, o zumbido no ouvido também pode ser um sinal de danos auditivos. Mas a imensa maioria dos pacientes demora vários anos para procurar ajuda médica. Em parte, devido ao processo lento e gradual de perda auditiva, bem como ao estigma negativo associado ao uso de aparelho.

Com a vida moderna e a comunicação cada vez maior por áudio e vídeo, a quebra do preconceito em relação ao uso de aparelhos de audição é fator primordial para que o idoso aceite sua limitação auditiva, procure ajuda e mantenha-se ativo em sociedade.

"Se a indicação médica for pelo uso de próteses, cabe aos fonoaudiólogos verificar o melhor modelo de aparelhos para cada usuário. Voltar a ouvir os sons da vida por meio de um aparelho auditivo é o melhor presente para os pais, que assim podem resgatar o convívio social saudável junto aos familiares e amigos, tão importante para elevar a sua autoestima e alegria de viver", lembra a fonoaudióloga da Telex.

Muitos familiares, injustamente, descrevem o idoso deficiente auditivo como confuso, irritado, distraído ou zangado. O fato é que a partir dos 40 anos, uma em cada dez pessoas já tem dificuldades para ouvir por causa do envelhecimento natural do corpo. O processo é diferente em cada um. Mas, depois dos 65 anos, esse índice aumenta e a perda auditiva tende a ser mais severa. Por isso, o melhor é procurar um especialista aos primeiros sintomas de perda auditiva. "Infelizmente, muitas vezes, o caso já está grave quando se procura tratamento. A perda acontece de maneira progressiva e com o decorrer dos anos a deficiência atinge um estágio mais avançado", pontua a especialista.

Na área auditiva, a tecnologia cada vez mais avançada surge como uma grande aliada do deficiente auditivo. Já existem modernos aparelhos no mercado, bem discretos, com som digital, que garantem uma audição perfeita e sem constrangimentos, mesmo para aqueles que têm perda auditiva severa.


Inverno pode aumentar casos de alergias respiratórias

Asma e rinite estão entre as mais comuns nesta época do ano

 

Ambiente controlado evita ácaros e fungos – saiba o que fazer

 

Durante o Inverno, algumas alergias e doenças respiratórias surgem com mais frequência por causa do tempo seco. A asma, que atinge entre 10% e 25% da população brasileira, e a rinite, que segundo estudo ISSAAC (Internacional Study of Asthma and Allergies) compromete cerca de 26% crianças e 30% dos adolescentes, são as mais prevalentes.

O ar seco e frio, comum nesta época, age nas vias respiratórias como um irritante, causando sintomas como espirros, coriza, obstrução nasal, coceiras no nariz, ouvido, garganta, tosse e falta de ar.

O isolamento social, necessário para ajudar a conter a pandemia da Covid-19, também pode contribuir para o desencadeamento desses sintomas, já que as pessoas estão ficando mais tempo em casa e nem sempre há o cuidado do controle ambiental, ou seja, manter as orientações para a prevenção de ácaros e fungos. Aqui vão algumas dicas dos especialistas da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) que podem ajudar a evitar alergias respiratórias:

  • Prefira travesseiros de espuma ou fibra e, sempre que possível, use capas impermeáveis aos ácaros.
  • As roupas de cama e cobertores devem ser trocados e lavados regularmente. A secagem deve ser ao sol ou ar quente.
  • Evite tapetes, carpetes, cortinas e almofadas.
  • Bichos de pelúcia e estantes de livros devem ser evitados, principalmente no quarto.
  • Não use vassouras e espanadores. Prefira aspiradores de pó.
  • Passe pano úmido diariamente na casa.

 


ASBAI - Associação Brasileira de Alergia e Imunologia

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Dia Nacional da Saúde: profissionais alertam para cuidados com a audição

A data, comemorada no próximo dia 5, visa mostrar à população a importância de se cuidar, manter exames e consultas em dia


Na próxima quarta-feira, 5 de agosto, é celebrado o Dia Nacional da Saúde. Neste dia, muito se fala sobre a importância da atividade física, de cuidar do coração, da pele, mas pouco se discute sobre os cuidados com a audição, a fala e o olfato. Assim como os outros órgãos, a audição também envelhece e precisa de monitoramento desde a infância até a terceira idade. Alguns hábitos garantem a longevidade de uma boa audição e, em contrapartida, outros agravam os riscos de desenvolver alguma deficiência.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a surdez atinge 28 milhões de brasileiros. Isso representa 14% da população do país. A nível mundial, a entidade aponta que 10% da população têm alguma perda auditiva e boa parte dessas pessoas teve a audição danificada por exposição excessiva a sons. Esses números aumentam cada dia mais e a falta de cuidados é o maior responsável. "Em geral as pessoas não têm o hábito, de pensar na saúde auditiva. Nós, profissionais da área, percebemos que pouquíssimos profissionais colocam avaliação da audição dentro dos exames de rotina, tanto de criança quanto de adultos e idosos", alerta a fonoaudióloga da ParaOuvir Erica Bacchetti.

Outro levantamento da OMS mostra que 900 milhões de pessoas em todo o mundo poderão vir a ter surdez até 2050, quase o dobro da quantidade atual. Por esse motivo, a surdez é uma das cinco prioridades da OMS para este século. "É muito importante cuidar melhor da audição porque ela é responsável por nos conectar com as pessoas. Por meio da audição a gente se comunica, a gente conversa, a gente escuta uma história marcante, ouve uma música que emociona a gente. No caso das crianças, a audição faz a gente aprender", afirma a fonoaudióloga.

Cuidados

Assim como qualquer outra parte do corpo humano, a audição precisa de atenção especial. Para manter a saúde do tecido auditivo em dia, são necessários cuidados básicos como não se expor a barulhos muito altos em fones de ouvido, evitar introduzir objetos e deixar cair água dentro do canal auditivo, pois isso, pode causar infecções.

O cotonete também é um vilão quando o assunto é audição. As hastes flexíveis são para limpar a orelha, como explica a fonoaudióloga. "O hábito de limpar dentro do ouvido com o cotonete pode ser um risco, principalmente porque ele pode machucar o tímpano. Ele serve para a gente passar só na parte externa do ouvido", indica Erica.

A médica otorrinolaringologista Larissa Vilela, do Hospital Anchieta de Brasília complementa que a limpeza deve se restringir à parte mais externa do ouvido, região conhecida como pavilhão auditivo, utilizando-se apenas uma toalha fina ou lenço de papel envolvendo o dedo. "A manipulação das regiões mais internas do conduto auditivo com as conhecidas hastes flexíveis ou com qualquer outro instrumento pode causar impactação de cerume formando as rolhas de cerume ou, até mesmo, machucar as delicadas estruturas do ouvido", pontua.

Ela alerta que o uso incorreto das hastes flexíveis pode levar a problemas sérios, e até a surdez. "Essa limpeza de forma errada pode levar à formação de rolhas de cerume que obstruem os condutos auditivos causando perda da audição que se resolvem, somente, após a limpeza adequada com o Otorrinolaringologista", afirma Dra Larissa.

Fala, especialista

De quanto em quanto tempo deve-se realizar a limpeza e retirada da cera com um profissional?

Larissa Vilela aponta que a necessidade de limpeza dos ouvidos é extremamente individual, variando desde pacientes com necessidade de limpeza regular a cada 3-6 meses até pacientes que não precisam fazer a limpeza dos ouvidos em consultório. "Nosso corpo já possui um mecanismo de retirada do excesso de cerume. Se não atrapalharmos com uso das hastes flexíveis, esse processo acontece de forma natural, sem necessidade intervenção do Otorrinolaringologista", acrescenta. "Mas alguns pacientes apresentam maior produção de cerume ou possuem condutos auditivos mais estreitos que dificultam esse processo e, assim, precisam de limpeza em consultório", detalha.

Quando procurar um especialista?

Segundo a médica, em caso de quaisquer alterações auditivas como perda auditiva, sensação de ouvido tampado, zumbido, tontura, dores de ouvido, dentre outras, a pessoa deve procurar um Otorrinolaringologista. Após a avaliação médica, será analisada a necessidade da solicitação de exames específicos e encaminhamento para o Fonoaudiólogo.

 

A saúde bucal das crianças em tempos de pandemia

As mudanças de hábitos sofridas pelos "pequenos" nos últimos meses devido às medidas protetivas contra o avanço do novo coronavírus podem trazer prejuízos não só para a saúde delas como também para o bolso dos pais

 

 

Já vamos para o quinto mês após a implantação das medidas protetivas contra o avanço da covid-19 e isso quer dizer mais tempo em casa. E com a agenda tão livre, haja cuidados com as crianças! O período de isolamento social trouxe alterações na rotina familiar e mudanças de hábitos que podem ser prejudiciais, inclusive, para a saúde bucal dos pequenos.

Acordar tarde, pular refeições, ficar mais tempo à frente das telas, exagerar nos carboidratos, doces, chocolates, refrigerantes e não escovar os dentes estão se tornando rotina dentro dos lares.

Segundo o dentista Gustavo Féres, esses “novos hábitos” pode ser extremamente prejudiciais para os dentes dos adultos e mais ainda o das crianças que estão em plena formação. Ele explica ainda que, sem a escovação diária, há um aumento na acidez da boca que contribui para a formação de cáries. “Não é novidade que a saúde da nossa boca está diretamente relacionada com o nosso bem-estar geral. Por isso, é com a higienização correta e diária que podemos reduzir o volume de microrganismos, como vírus, bactérias e fungos na boca. Se isso não acontece, doenças como gengivite e cáries podem evoluir para problemas mais graves, como infecções, bactérias no fluxo sanguíneo ou mesmo algum quadro infeccioso generalizado. Isso implica, inclusive, em gastos extras com tratamentos”.


Saúde bucal x covid-19

Estudos mostram que uma pessoa que testou positivo para a covid-19, tem alto nível de contaminação na saliva. Portanto, a higiene oral, diária, é extremamente importante no combate a covid-19, pois pode reduzir a quantidade de vírus e, consequentemente, o risco de contágio. “A indicação é que, quem testou positivo, deve trocar de escova de dentes semanalmente até testar negativo. Orientamos ainda para não deixar a escova no mesmo recipiente ou próxima para não haver  contaminação”, indica Gustavo.  Medidas simples, como escovação e uso do fio dental, podem contribuir para manter a imunidade do corpo e a saúde de um modo geral, o que se torna fundamental em tempos de pandemia.


Cólica em bebês não é doença, mas pode ser tratada com fórmulas especiais, na falta de aleitamento materno

A cólica dos bebês causa arrepios na maioria dos pais, pois embora não seja algo grave, clinicamente falando, interfere de maneira importante na qualidade de vida dos recém-nascidos e de toda a família.

“Como a cólica não é uma doença, não tem tratamento. Porém, é possível melhorar a condição dos bebês por meio da utilização de fórmulas nutricionais quando eles não recebem mais o leite materno. Existem várias opções no mercado. O recomendável é buscar uma fórmula específica, pois dessa forma é possível obter eficácia da ação e garantir a nutrição adequada desse pequeno paciente”, explica o Prof. Dr. Fábio Ancona, pediatra especialista em nutrição infantil.

A cólica é um distúrbio funcional do sistema digestivo, comum na primeira infância, pois logo depois de nascer, o bebê não tem o organismo totalmente desenvolvido. Uma das consequências é ter o excesso de gases ou o movimento não sincronizado do intestino, causas da dor abdominal.

Para a utilização de fórmulas nutricionais específicas, é sempre preciso recorrer à avaliação médica, pois a criança não pode ter nenhum problema decorrente da sua utilização. O ideal são produtos com baixo teor de lactose, para não ultrapassar a capacidade digestiva do bebê, impedindo a fermentação do cólon, que gera gases e inchaço. Como esse paciente não é mais alimentado pela mãe, é preciso oferecer proporção de proteínas semelhantes à do leite materno.

“Estudos com mais de 600 lactentes comprovam a redução de sintomas de cólica em pequenos pacientes que utilizaram fórmula específica. Nada menos que 87% das crianças avaliadas tiveram redução do quadro no primeiro mês de utilização”, ressalta o Prof. Dr. Fábio Ancona.

Os sintomas mais frequentes da cólica são choro ininterrupto, acompanhado de movimentos de pernas e braços indicando que a criança está sentindo dor. Nessas situações, a família tende a ficar estressada e usa simpatias, receitas e indicações sem comprovação científica. O mais importante é pedir ao pediatra a indicação mais adequada para resolver o problema e os suplementos com baixo teor de lactose representam uma excelente opção.

 

Queixa de dor lombar aumenta na pandemia: neuroestimulação é um dos tratamentos possíveis

 Terapia pode diminuir ou inibir 80% dos estímulos dolorosos; o tratamento deve ser indicado por um médico especialista em dor

 

Mais de 60 milhões de brasileiros já sofriam de dor crônica, mas o isolamento social parece ter piorado esse cenário. Durante a quarentena, metade das pessoas que já se queixavam desse tipo de dor na região lombar revelaram piora do quadro, segundo levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A nova vida em home office e mudança na rotina das pessoas ajudam a esclarecer o que vem acontecendo.

Muitas horas na frente do computador sem pensar na postura, cadeiras inadequadas, o sedentarismo, o trabalho doméstico ou mesmo a interrupção do tratamento que estava sendo realizado podem estar por trás do aumento da dor nas costas dos brasileiros.

A dor crônica é caracterizada pela prevalência por mais de três meses seguidos e persiste mesmo depois de tratada a sua causa. Segundo Dr. Marcelo Valadares, médico neurocirurgião do Departamento de Neurologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Hospital Albert Einstein, as dores crônicas mais comuns são na região lombar, dores de cabeça, articulares e membros, mas também podem estar relacionadas a outras doenças, como por exemplo, câncer, doenças osteoarticulares e até podem apresentar causas neuropáticas pós-cirurgia (quando uma cicatriz causa dor).

A dor pode afeta a qualidade de vida e o convívio social dos pacientes, levando-os a depressão e limitações profissionais. Estudos mostram que 46% das pessoas experimentam dor constante, 59% delas já conviveram com a dor durante 2 a 15 anos e 19% das pessoas deixam de trabalhar por consequência da dor[1]. "Vale ressaltar que sentir dor não é algo normal, é importante procurar ajuda médica para que a causa deste sintoma seja identificada e a condição devidamente tratada", alerta, Dr. Marcelo.

Além do uso de medicação, fisioterapia ou até cirurgias, uma maneira de contornar a dor ainda pouca conhecida envolve a neuroestimulação. Através de estimulação elétrica na medula espinhal enviados ao cérebro, o sistema Intellis DTM ajuda a aliviar significativamente a dor, trazendo redução de 80% ou mais dos estímulos dolorosos que o paciente sente a partir da doença base dele. Para a dor lombar o dispositivo pode aliviar até 74%, enquanto para dores nas pernas o alívio chega a ser de 72%, proporcionando maior bem-estar para os pacientes.

Para os pacientes elegíveis à esta terapia é importante que ele siga duas etapas A primeira consiste em um teste de estimulação medular, um procedimento cirúrgico onde é inserido um eletrodo que iniciará os estímulos elétricos. Esse procedimento é temporário e ajudará a medir a eficácia do tratamento, para que o médico se certifique de que trata de um caso que seja beneficiado pela estimulação medular.

Na segunda fase, é realizado o implante definitivo do dispositivo. A cirurgia implica em posicionar o eletrodo na coluna vertebral, através da pele, sem que o paciente perceba qualquer tipo de fio, que é conectado a um pequeno gerador, com funcionamento semelhante a um marcapasso. Apesar de invasivo, o procedimento é, relativamente, simples e rápido. O paciente pode ter alta no mesmo dia ou no dia seguinte, de acordo com o seu caso.

Posteriormente, nas próximas semanas e meses, são realizados ajustes de programação que consistem em uma combinação de corrente, frequência e localização da energia que será enviada ao sistema nervoso, na tentativa de diminuir ou inibir a percepção dolorosa do paciente. A partir dessa programação, pré-definida com o médico, com o tempo, o dispositivo permite ainda que o paciente controle a intensidade dos estímulos que irá receber.

Dr. Marcelo ressalta a importante de consultar um médico, só é especialista em dor pode diagnosticar e determinar a melhor forma de tratamento. Além disso, é importante que o indivíduo passe por todas as etapas, desde um diagnóstico bem definido da origem do problema até os tratamentos medicamentosos e outras intervenções que devem preceder à terapia de estimulação medular. "Essa é a única forma de garantir que o paciente terá um ótimo resultado com a neuroestimulação", afirma.

 

 

[1] Breivik H, Collett B, Ventafridda V, et al. (2006). Eur J Pain; 10: 287-333


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