Há quatro
razões básicas para uma depressão levar mais de 1 ano para ser superada:
diagnóstico errado, remédio ou dosagem inadequado, psicólogo ineficiente e/ou indisposição
do paciente para lidar com as dores que estão gerando a situação em questão.
Sobre
diagnóstico errado, a depressão pode ser efeito de uma fobia, ou seja, seria
secundária; precisando ser tratada a causa, como Fobia Social, que pode gerar
depressão; ou ainda, poderia ser um diagnóstico de “Síndrome de Esgotamento” e
fobia de voltar ao trabalho e os seus pesos.
Em termos
de medicação, há a possibilidade de testar outros medicamentos (cada um
precisaria mostrar algum efeito benéfico em até três meses) e/ou dosagens.
Ademais, há testes farmacogenéticos que orientam, segundo o DNA do indivíduo,
quais as medicações mais adequadas para cada pessoa de acordo com a sua doença,
seja de base orgânica ou psicológica.
Referente à
psicoterapia, há inúmeras abordagens da psicologia que não buscam a mudança,
mas sim o autoconhecimento, que muitas vezes é falso e ajuda em nada, podendo
piorar o quadro por vezes ao criar problemas que não existiam ou propor ideias
que digam que o paciente não mudará e precisará se acostumar com a tristeza que
sente. Hoje, há processos de psicoterapia que auxiliam, de fato, na superação e
até cura de fobias, depressão, síndrome do pânico, vazios existenciais e outros
sofrimentos, inclusive com o auxílio da hipnose, hoje podendo ser utilizada no
tratamento das causas e não efeitos dos problemas dos indivíduos.
Além das
três causas acima, há a comum indisposição para “pagar os preços” da mudança
para sair da depressão, seja um divórcio (que tende a diminuir a condição
financeira de um ou dos dois cônjuges, lidar com o medo de ficar sozinho e com
o que as outras pessoas poderão dizer); reconhecer que não é tão bom quanto
pensava, seja como amigo, esposo, mãe ou profissional, precisando buscar se
redimir, dentro do possível e/ou mudar a postura; se esforçar para atingir os
próprios sonhos e não apenas reclamar do quão difícil é a vida ou o quanto os
pais não foram bons o suficiente ou como a crise atrapalha; e até pagar o preço
de não comer o que quiser e fazer exercício físico para perder peso, seja por
questões estéticas ou de saúde.
Enfim, a
depressão, no geral, é o efeito do acúmulo de pequenos e médios pesos do viver
(os grandes costumam ser resolvidos e não protelados, como a dor da morte de um
filho, estupro ou descoberta de um câncer agressivo), seja trabalhando no que
não gosta, tendo um relacionamento minimamente satisfatório, uma baixa
autoestima e/ou pouco orgulho da própria existência.
As
medicações para depressão, frequentemente, são anestésicos para a tristeza,
necessários para muitas pessoas em diferentes momentos de dor na vida; mas,
enquanto as causas destas dores não forem superadas ou curadas, elas poderão
durar décadas, dependendo diariamente de analgésicos emocionais para não
afundarem num viver melancólico.
Dr. Bayard
Galvão - Psicólogo Clínico formado pela PUC-SP, Hipnoterapeuta e Escritor.
Especialista em Psicoterapia Breve, Hipnoterapia e Psiconcologia, Bayard é
autor de cinco livros, criador do conceito de Hipnoterapia Educativa e
Presidente do Instituto Milton H. Erickson de São Paulo. Ministra cursos para
profissionais da área da saúde e atendimentos individuais utilizando estes
conceitos. www.hipnoterapia.com.br