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quinta-feira, 16 de julho de 2020

Depressão duradoura



Há quatro razões básicas para uma depressão levar mais de 1 ano para ser superada: diagnóstico errado, remédio ou dosagem inadequado, psicólogo ineficiente e/ou indisposição do paciente para lidar com as dores que estão gerando a situação em questão.
Sobre diagnóstico errado, a depressão pode ser efeito de uma fobia, ou seja, seria secundária; precisando ser tratada a causa, como Fobia Social, que pode gerar depressão; ou ainda, poderia ser um diagnóstico de “Síndrome de Esgotamento” e fobia de voltar ao trabalho e os seus pesos.
Em termos de medicação, há a possibilidade de testar outros medicamentos (cada um precisaria mostrar algum efeito benéfico em até três meses) e/ou dosagens. Ademais, há testes farmacogenéticos que orientam, segundo o DNA do indivíduo, quais as medicações mais adequadas para cada pessoa de acordo com a sua doença, seja de base orgânica ou psicológica.
Referente à psicoterapia, há inúmeras abordagens da psicologia que não buscam a mudança, mas sim o autoconhecimento, que muitas vezes é falso e ajuda em nada, podendo piorar o quadro por vezes ao criar problemas que não existiam ou propor ideias que digam que o paciente não mudará e precisará se acostumar com a tristeza que sente. Hoje, há processos de psicoterapia que auxiliam, de fato, na superação e até cura de fobias, depressão, síndrome do pânico, vazios existenciais e outros sofrimentos, inclusive com o auxílio da hipnose, hoje podendo ser utilizada no tratamento das causas e não efeitos dos problemas dos indivíduos.
Além das três causas acima, há a comum indisposição para “pagar os preços” da mudança para sair da depressão, seja um divórcio (que tende a diminuir a condição financeira de um ou dos dois cônjuges, lidar com o medo de ficar sozinho e com o que as outras pessoas poderão dizer); reconhecer que não é tão bom quanto pensava, seja como amigo, esposo, mãe ou profissional, precisando buscar se redimir, dentro do possível e/ou mudar a postura; se esforçar para atingir os próprios sonhos e não apenas reclamar do quão difícil é a vida ou o quanto os pais não foram bons o suficiente ou como a crise atrapalha; e até pagar o preço de não comer o que quiser e fazer exercício físico para perder peso, seja por questões estéticas ou de saúde.
Enfim, a depressão, no geral, é o efeito do acúmulo de pequenos e médios pesos do viver (os grandes costumam ser resolvidos e não protelados, como a dor da morte de um filho, estupro ou descoberta de um câncer agressivo), seja trabalhando no que não gosta, tendo um relacionamento minimamente satisfatório, uma baixa autoestima e/ou pouco orgulho da própria existência.
As medicações para depressão, frequentemente, são anestésicos para a tristeza, necessários para muitas pessoas em diferentes momentos de dor na vida; mas, enquanto as causas destas dores não forem superadas ou curadas, elas poderão durar décadas, dependendo diariamente de analgésicos emocionais para não afundarem num viver melancólico.


Dr. Bayard Galvão - Psicólogo Clínico formado pela PUC-SP, Hipnoterapeuta e Escritor. Especialista em Psicoterapia Breve, Hipnoterapia e Psiconcologia, Bayard é autor de cinco livros, criador do conceito de Hipnoterapia Educativa e Presidente do Instituto Milton H. Erickson de São Paulo. Ministra cursos para profissionais da área da saúde e atendimentos individuais utilizando estes conceitos.  www.hipnoterapia.com.br


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