2017 está chegando e, com ele, a expectativa de uma
recuperação da economia brasileira. Por mais tímidas que sejam, as projeções já
apontam uma retomada neste ano que se inicia. Confiança, pero no mucho. A
força desta retomada e o momento em que ela acontecerá de fato está longe de
ser um consenso entre os especialistas. Nesta hora de recuperação financeira do
país, as empresas precisam voltar a investir, mas com inteligência e precisão.
Para
Paulo Aziz Nader, consultor em desenvolvimento organizacional da Leverage
Coaching (www.leveragecoaching.com.br),
o pós-crise deixa diversas oportunidades para quem sobreviveu. “A história nos
mostra sempre: os que mais aproveitam tais oportunidades aceleram o seu
desenvolvimento individual e corporativo mais rápida e efetivamente, trazendo
resultados duradouros e fortalecendo-se para o próximo momento de
instabilidade. Ser um destes casos de sucesso é mais fácil do que parece”, diz.
Por isso, o consultor listou quatro ações efetivas,
baratas e comprovadamente eficazes para as empresas que querem sair na frente
em 2017.
1.
Olhe para ineficiências organizacionais mais
latentes
Uma pesquisa conduzida pela Workfront que analisou
o mercado de trabalho americano mostrou que o tempo médio utilizado pelos
funcionários para realizar tarefas diretamente ligadas às suas funções foi de
apenas 39% em 2016. O que significa que 61% do tempo foi desperdiçado em
tarefas não produtivas. E nem pense em culpar o cafezinho e as mídias sociais,
pois esse tipo de pausa somou apenas 13% do tempo de cada colaborador. O grande
problema se mostrou, de fato, nas ineficiências corporativas, como comunicação
falha, excesso de reuniões e burocracias internas, só para citar alguns exemplos.
Aparar
algumas arestas simples na organização e na maneira como os colaboradores se
relacionam trará ótimos resultados se comparados com o investimento necessário
para isto. Imagine o seguinte cenário: uma empresa tem 100 funcionários. Se
conseguir aumentar a produtividade destes mesmos funcionários de 39% para 43%,
mesmo que o número pareça ainda muito baixo, isso pode representar um ganho de
10% - o mesmo de se ter contratado 10 funcionários adicionais, por uma fração
do custo.
2.
Invista nos executivos
Os executivos serão os responsáveis por liderar
esta retomada. São eles que fomentarão a eficiência das suas respectivas
equipes e que tomarão as decisões mais importantes do ano. Investir nestas
pessoas é fundamental, não só em momentos como o nosso, mas continuamente. Além
disso, é importante sempre revisitar a maneira que a empresa investe nos seus
principais executivos. Por isso, é importante deixar de lado treinamentos
clichês e palestras motivacionais para focar no desenvolvimento mais adaptado à
nossa realidade, o que pode trazer retornos maiores. Estudos mostram que o
retorno sobre o investimento de um programa de desenvolvimento executivo chega
a 5,7 vezes o investimento inicial feito pela corporação.
3.
Deixe algum espaço para o desconhecido
Ao invés de assumir que o jeito com que a sua
empresa aborda seus desafios é o único correto, abra espaço para uma reflexão
mais exploratória. Muito se fala hoje sobre liderança adaptativa por um motivo:
ela funciona. Liderança adaptativa significa, em poucas palavras, não assumir
que já se tem todas as respostas. Ao invés disso, procure fazer as perguntas
corretas e explorar diferentes possíveis respostas. Este processo pode até dar
uma sensação de vulnerabilidade (principalmente para aqueles que têm mais medo
de errar), mas trará mais dinamismo e a adaptabilidade, tão necessários neste
momento de retomada incerta e complexa.
4.
Aproveite as sinergias que a sua empresa conquistou
Um dos lados positivos da crise é que ela
praticamente nos obriga a ganhar eficiência onde achávamos que não era
possível. Agora que as perspectivas são um pouco melhores, não há motivos para
que todas as sinergias e consolidações conquistadas desabem por água abaixo.
Isto não significa que a sua empresa deve continuar operando com capacidade reduzida,
mas é uma oportunidade de ouro de planejar um crescimento mais eficiente,
partindo de um patamar diferente e mais conciso. Quais áreas, produtos ou
serviços se mostraram mais eficientes durante a crise? Quais, ao contrário, não
farão mais parte desta nova fase? Quais maneira de agir, suas e dos seus
colaboradores, foram mais efetivas e trouxeram bons resultados? Quais talentos
surgiram no seu radar e como você garante que eles serão melhores aproveitados
daqui para frente?
Paulo
Aziz Nader -
atua como consultor no setor de desenvolvimento organizacional com a
Leverage Coaching criando programas de desenvolvimento
executivo, de liderança e de gestão de
talentos para empresas de diversos portes e segmentos. É também Coach
profissional, certificado pelo Integral Coaching Canada™, pelo Behavioral
Coaching Institute (BCI) e pela International Coach Federation (ICF) da qual é
membro afiliado. Bacharel em Administração de Empresas e gestão
internacional de negócios pela ESPM e mestrando em desenvolvimento organizacional
pelo INSEAD (Fontainebleau), tem em seu currículo passagens por empresas de
grande porte como Microsoft e Facebook. Possui extensões em Leadership &
Management pela Harvard University e em Change Management pelo MIT Sloan;
é membro afiliado do Institute Of Professional Coaching (IOC), órgão
afiliado à Harvard Medical School. Pode contribuir em pautas sobre liderança,
governança, cultura organizacional, gestão de pessoas, inteligência emocional,
desenvolvimento de liderança, gestão de mudança organizacional e planejamento
de negócios familiares. www.leveragecoaching.com.br