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sábado, 16 de outubro de 2021

10 palavras em inglês que não significam exatamente o que parecem

Chocolate, hospital, banana, drama. Esses são apenas alguns exemplos de palavras que você pode usar sem medo, em português ou em inglês, porque significam exatamente o mesmo nos dois idiomas. Basta obedecer às regras de pronúncia em cada língua. Há muitas outras expressões com essa mesma característica, o que facilita para quem está aprendendo inglês. Contudo, é preciso cuidado, porque há outras tantas que parecem ser o que não são - e que podem causar confusão na hora da comunicação.

De acordo com o consultor pedagógico do PES English, Yuri Gaspar Braga, mesmo quem já fala inglês há muito tempo, às vezes se atrapalha ao usar alguns desses falsos cognatos. “Não é à toa que essas palavras são popularmente conhecidas como ‘falsos amigos’. É fácil esquecer que elas têm significados completamente diferentes em inglês. Por isso, é preciso estudar vocabulário e ficar sempre atento”, aconselha. O especialista aponta dez casos comuns dos chamados falsos cognatos.


  1. Resume

Embora parecida com uma das conjugações do verbo “resumir”, “resume” nada tem a ver com a palavra em português. Na verdade, “resume”, em inglês, quer dizer recomeçar.


  1. Sensible

“Essa palavra pode ser confundida com a palavra ‘sensível’, em português. Mas seu real significado é ‘sensato’. Em inglês, para dizer que alguém é sensível, usamos a palavra ‘sensitive’”, explica Braga.


  1. Compromise

Quem não gosta de ceder, quer distância da palavra “compromise”, que nada tem a ver com compromisso. Ao contrário do que parece, “compromise” quer dizer “acordo” ou “concessão”, encontrar um meio-termo que não contemple completamente nenhum dos lados de uma situação. Já compromisso, em inglês, pode ser traduzido como “commitment” ou “appointment”.


  1. Realize

Braga afirma que esse é um dos erros mais comuns. Enquanto a palavra “realize” lembra o verbo “realizar” em português, em inglês o termo significa “perceber” ou “compreender”. Já realizar, no sentido de conquistar algo, pode ser traduzida como “perform” ou “accomplish”.


  1. Journal

Se você quiser se informar, saber quais são as notícias do dia ou da semana, esqueça de procurar por um “journal”. Muito parecida com a portuguesa “jornal”, essa palavra na verdade se refere a uma revista acadêmica - dessas em que são publicados estudos científicos, por exemplo - ou aos famigerados diários. Em inglês, “jornal” se diz “newspaper” - literalmente um papel de notícias.


  1. Pretend

“Um erro muito frequente que falantes nativos de português cometem é formular frases como ‘I pretend to be a doctor’, o que vai colocar em dúvida a honestidade de quem fala. Isso porque a palavra ‘pretend’ significa ‘fingir’. Se você pretende ser médico, o verbo correto a usar é ‘to intend’. A frase correta então seria ‘I intend to be a doctor’, ou seja, ‘é a minha intenção’”, detalha Braga.


  1. Legend

Quando se vai assistir a um filme em outro idioma, é comum que ele esteja legendado em português. No entanto, a palavra “legend” nada tem a ver com as legendas. Ela quer dizer “lenda”. Para falar sobre as legendas, por sua vez, deve-se usar o termo “subtitles”.


  1. Tax

Ninguém gosta de pagar taxa alguma, mas “tax” se refere especificamente àquelas taxas que pagamos ao governo, os impostos. Outros tipos de taxa, como taxas de inscrição, por exemplo, são chamadas de “fee” ou “rate”.


  1. Lunch

“A palavra pode lembrar o termo ‘lanche’, em português, mas significa ‘almoço’. Em inglês, ‘lanche’ é traduzido como ‘snack’”, destaca o consultor pedagógico do PES English. Culturalmente falando, o ‘American lunch’, por ser mais rápido, assemelha-se ao nosso lanche, mas é realizado na nossa hora do almoço.


  1. Balcony

Ao entrar em uma loja ou em um bar, dificilmente será possível encontrar um “balcony”. Parecido com a palavra portuguesa “balcão”, o termo não serve para descrever o móvel sobre o qual se debruçam vendedores e garçons. “Balcony”, na verdade, significa sacada, varanda. O móvel, por sua vez, é ‘counter’.

 


PES English - programa de Inglês avançado destinado a escolas particulares. Ele oferece aos professores assessoria pedagógica especializada, portais de conteúdo e uso da língua inglesa, além de materiais didáticos internacionais publicados pela Cambridge University Press.


7 filmes e séries que podem ajudar na preparação para o Enem

 Conteúdos disponíveis em plataformas de streaming são ferramentas para compreender melhor eventos históricos e debates sociais


Com as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) se aproximando, qualquer hora é hora para estudar. Mas isso não precisa ser feito apenas com os livros abertos e durante as aulas. Há formas de se preparar sem, contudo, abrir mão dos momentos de diversão tão importantes para manter a saúde mental.

Para o professor de História e coordenador editorial do Sistema Positivo de Ensino, Norton Nicolazzi Junior, conteúdos de entretenimento são uma boa ferramenta para quem quer compreender melhor o mundo em que vivemos. “O streaming é uma nova dinâmica de divulgação cultural. É interessante buscar as referências completas desses conteúdos para entender o contexto em que eles foram produzidos. Essa é uma etapa a mais na preparação para o Enem e para os principais vestibulares, então é recomendável assistir a esses filmes e séries com um caderno e uma caneta em mãos para anotar o que é mais importante”, aconselha. O especialista aponta sete produções disponíveis em plataformas de streaming que podem contribuir para quem quer se destacar no Enem 2021.

 

AmarElo - É tudo pra ontem

Referências de cultura, história, quadrinhos, geopolítica e tantas outras se misturam em toda a obra musical de Emicida. Mas no disco de estúdio mais recente do artista, AmarElo, de 2019, essa mistura se tornou ainda mais potente. Por isso, o documentário sobre o disco, suas raízes e referências, lançado em 2020, é imperdível. Nele, Emicida traz lições sobre a contribuição dos negros para a sociedade brasileira, mostra trechos da produção do disco e do show e convida, por meio da sensibilidade, a uma reflexão sobre como o Brasil contemporâneo é consequência de escolhas feitas no passado. “Esse documentário fala sobre o histórico de constituição da sociedade brasileira e traz uma visão muito interessante para o estudante perceber como determinados grupos foram excluídos ao longo de mais de 500 anos e passaram a encontrar seu lugar de atuação social e a se destacar como sujeitos históricos com representatividade”, diz Nicolazzi. Ele chama a atenção para uma reflexão sobre quais são as permanências e as rupturas que a produção apresenta para uma reinterpretação da sociedade brasileira. Disponível na Netflix.

 

Explicando

Bitcoins, cirurgia plástica, desastres climáticos, xadrez. Esses e outros assuntos tão variados quanto eles são tema da série “Explicando”. A série original, lançada em 2018, fez tanto sucesso que virou uma coleção. As informações são acompanhadas de imagens, animações e depoimentos de especialistas em drops que giram em torno de 20 minutos de duração. “Como a variedade temática é muito ampla, isso favorece a construção de um repertório cultural igualmente amplo. Isso tem o potencial de auxiliar o estudante a melhor organizar sua argumentação, principalmente quando pensamos na redação do Enem”, afirma o professor. Nicolazzi destaca, ainda, que os episódios são curtos, o que favorece que os estudantes consigam encaixar um episódio por dia, por exemplo, e passear por uma vasta gama de informações que poderão servir de embasamento na hora de elaborar a redação. Disponível na Netflix.

 

Seremos História?

Lançado em 2016, o documentário “Seremos História?” (Before the flood, no original, em inglês) tem Leonardo DiCaprio como apresentador e mostra os efeitos das mudanças climáticas em vários países do mundo. Também há entrevistas com especialistas e líderes globais como Barack Obama, o Papa Francisco, o ex-secretário geral da ONU, Ban Ki-moon e cientistas da Nasa. Recentemente, especialistas têm alertado sobre a necessidade urgente de antecipar medidas para frear essas mudanças antes que elas sejam irreversíveis. O filme está disponível no Disney+ e ajuda a saber por que essas medidas são indispensáveis neste momento.

 

O Enigma da Energia Escura

Emicida é um dos maiores fenômenos musicais das últimas décadas e, além da música, uma voz fundamental para debater desigualdade racial e social, eugenia e a importância das tradições africanas para a cultura e a sociedade brasileiras. Em “O Enigma da Energia Escura”, o rapper passa por esses e outros temas em cinco episódios produzidos por diretores e diretoras negros. O objetivo é apresentar uma perspectiva não branca do Brasil e explorar as muitas possibilidades que essa perspectiva pode trazer. Disponível na Globoplay.

 

Radioactive

Marie Curie tinha uma mente brilhante e uma grande resiliência. Foi com essas ferramentas que ela descobriu nada menos que dois elementos químicos que hoje figuram na tabela periódica: o polônio e o rádio, ganhou dois prêmios Nobel (um de física, outro de química) e deu nome ao que conhecemos por radioatividade. Nessa cinebiografia é possível conhecer um pouco mais da história dessa cientista que mudou o mundo e entender como a pesquisa científica é importante para que a humanidade faça avanços nas mais diversas áreas. Disponível na Netflix.

 

Doutor Gama

Se a questão racial é um problema antigo no Brasil, também não é de hoje que o país produz grandes nomes  dispostos a combater a discriminação e o preconceito. Luiz Gama foi um grande líder abolicionista, jornalista, advogado e escritor do século XIX. Recém-lançado, o filme “Doutor Gama” conta a história dessa personalidade e narra os muitos desafios que ele precisou enfrentar enquanto ex-escravizado. Gama conseguiu ser alforriado na adolescência e dedicou sua vida a fazer o mesmo por outras pessoas escravizadas, sempre usando as vias judiciais. Disponível na Globoplay.

 

Ponto de Virada

A retomada do poder pelo Talibã, no Afeganistão, é o capítulo mais recente de uma novela que já dura mais de 20 anos, a Guerra ao Terror. Em 11 de setembro de 2001, atentados coordenados pela Al-Qaeda, liderada por Osama Bin Laden, lançaram aviões contra as duas torres do World Trade Center, em Nova York, e também atingiram o Pentágono, em Washington, deixando mais de três mil mortos. Desde então, ataques terroristas se tornaram uma constante no mundo ocidental. Ao mesmo tempo, vários países do Oriente Médio experimentaram verdadeiras tragédias humanitárias, consequência de ocupações estrangeiras e conflitos entre grupos armados. “Ponto de Virada” conta a história de como tudo isso começou, naquela terça-feira, com o primeiro avião colidindo contra a torre norte de um dos cartões postais dos Estados Unidos. “Embora o retorno do Talibã seja muito recente e, por isso, dificilmente seja cobrado, esse filme ajuda a conhecer mais a respeito do 11 de setembro e a estabelecer relações entre aquele acontecimento e o que vimos ao longo das duas últimas décadas”, explica o professor. Disponível na Netflix.

 


Sistema Positivo de Ensino


O primeiro destino turístico halal do mundo será no Brasil


O Brasil, tradicionalmente, é um destino escolhido por muitos turistas estrangeiros pelas suas belezas naturais, clima agradável, eventos típicos e que, agora, prepara-se para oferecer mais um atrativo. Por meio de um protocolo assinado em Dubai, entre o município de Foz de Iguaçu, a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, por intermédio da Cdial Halal e Grupo Brasilinvest, e apoio do governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, o município será o primeiro destino turístico halal do mundo fora do eixo árabe-mulçumano.

 

A ideia é que o município seja um polo atrativo para os países árabes e a primeira cidade com serviços preparados para esse público. Foz do Iguaçu tem sua população formada por 81 etnias e possui a segunda maior comunidade de origem árabe do Brasil. No mundo, esta população chega a dois bilhões de pessoas.

 

Para o CEO da Cdial Halal, Ali Saifi, o protocolo prevê treinamento de equipes para abordagem e atendimento adequados a este público, com capacitação que envolve a alimentação halal, questões culturais, dentre outros. “Um destino turístico halal possui ambientes preparados de forma integral. Temos a convicção de que Foz do Iguaçu, que já é um destino tão apreciado por brasileiros e estrangeiros, também atraia cada vez mais os turistas de origem árabe e mulçumana, o que beneficiará a economia de toda a região”, explica Ali.

 

"Foz do Iguaçu abriga a segunda maior comunidade árabe do Brasil e essa capacitação dos trabalhadores dos estabelecimentos de turismo vai tornar nosso município um polo atrativo para os países árabes", garante o prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro.

 

Comunidade Árabe em Foz do Iguaçu - A comunidade árabe-muçulmana de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este (Paraguai) começou a ser formada em 1950 e ganhou força na década de 1980, com a construção da Itaipu Binacional. Em 1983, foi aberta a Mesquita Omar Ibn Khatab, a maior da América Latina. Um dos fatores que estimulou a migração muçulmana para a Tríplice Fronteira (incluindo a Argentina), é o fato das empresas que realizam abate de aves e bovinos seguirem os preceitos halal. Aproximadamente 25 mil cidadãos árabe-muçulmanos, incluindo descendentes, residem atualmente na região.

Encontro em Dubai – A assinatura do protocolo foi realizada durante encontro no qual a Cdial Halal e a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira se reuniram com autoridades políticas e empresários do Estado do Paraná, incluindo o governador Carlos Massa Ratinho Junior, com a proposta de fortalecer e discutir a ampliação do comércio bilateral.

Além de estreitar as relações, durante o encontro a Cdial Halal expôs às autoridades e empresários paranaenses as possibilidades de ampliação de exportação de produtos halal aos mercados muçulmanos, tanto no setor alimentício, no qual o Paraná já é um importante fornecedor para estes mercados, como também em outras categorias.

Exportações Paraná – O Paraná tem uma importante representatividade na produção e exportações do agronegócio, sobretudo no segmento de proteína animal. Segundo dados do Comextat, de janeiro a setembro de 2021, o Paraná gerou receita de exportação de US$ 14.394 bilhões, o que representa uma alta de 6,82% em relação ao mesmo período de 2020. O Estado lidera as exportações de frango no Brasil, sendo responsável por 40%.

De acordo com dados do governo paranaense, o estado tem uma das maiores expertises do Brasil no sistema, com apoio da Cdial. Atualmente, segundo o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), são 31 plantas habilitadas para abate de frango com o método produtivo que respeita as crenças do consumidor muçulmano.

 

Sobre a certificação halal - A certificação Halal atesta a qualidade da produção, da confiabilidade, da rastreabilidade e do cumprimento dos requisitos de segurança em todo o seu processo. Abrange desde a matéria-prima, todo o processo de produção, higienização, rastreabilidade, armazenagem e transporte. Pode ser aplicada a qualquer categoria de empresa, por exemplo, pecuária, agricultura, serviços de alimentação (hotéis e restaurantes), transporte, têxtil, indústria química e bioquímica, embalagens, cosméticos, produtos de origem animal perecível ou de longa vida, transporte e armazenagem, dentre outros. Embora a concentração de muçulmanos seja maior no Oriente Médio, existem quase 1.8 bilhão de muçulmanos em todo o mundo que consomem produtos que são certificados halal.

 

Cdial Halal - É a única certificadora da América Latina acreditada pelos principais órgãos oficiais dos Emirados Árabes (EIAC) e do Golfo (GAC), o que confere seriedade e competência nos segmentos que atua. Também é a primeira da América Latina a conquistar a categoria “N” para cosméticos e fármacos. Esta certificação é aceita em todo o mundo, inclusive nos países de maior população muçulmana como Malásia, Indonésia, Singapura e Golfo Pérsico (ou Golfo Árabe).


Há inflação em tudo que vejo...


A música “Flores”, dos Titãs, fala que “há flores por todos os lados, há flores em tudo que eu vejo”. Bom para os Titãs porque, no mundo dos banqueiros centrais, as únicas coisas vistas são pressões inflacionárias por todos os lados. 

Afora todas as perdas humanas, a doença trouxe uma desorganização nas cadeias produtivas que parece longe de acabar. Na verdade, as coisas parecem que estão se somando em vez de se subtraindo. Um exemplo mais direto é a questão da variante Delta, que pegou de forma mais forte os países do Sudeste Asiático que passaram relativamente imunes à primeira onda, como a Malásia e o Vietnã. Isso poderia ser apenas um problema de saúde pública local, mas o mundo descobriu que boa parte das peças para o setor automobilístico ao redor do mundo vem do primeiro e que um pedaço relevante das confecções de grandes cadeias mundiais do último. Não por coincidência, a Nike solicitou ao governo americano o envio de vacinas para o Vietnã como forma da produção local retomar mais rápido. 

Outro impacto relevante que estamos vendo a partir da disseminação da Covid-19 vem da China. Com sua política de tolerância zero com a doença, cada vez que um novo caso é descoberto, temos uma região fechada, onde, além de fábricas, observamos também portos importantes, como o de Ningbo-Zhoushan, o terceiro maior em movimentação de contêineres no mundo, que ficou fechado durante duas semanas em agosto. Dessa forma, mais do que apenas um problema de falta de matéria-prima devido às paralisações na produção, temos um verdadeiro pesadelo logístico, com falta de contêineres para transportar os produtos e filas nos portos para atracar os navios. 

As medidas sanitárias de distanciamento social, para evitar contaminação, agravam ainda mais o problema, uma vez que tornam os procedimentos de embarque e desembarque mais demorados do que o normal. Os resultados disso são atrasos nas entregas e encarecimento, não só das matérias-primas, mas também dos transportes das mercadorias. O frete marítimo entre os portos chineses e a Califórnia triplicou de preço desde o início do ano. Ou seja, se quando pensamos em impactos da variante Delta sobre a economia, pensamos em desaceleração econômica, devemos estender o nosso horizonte para mais inflação também.

Mantendo o foco nos impactos da Covid-19 na inflação, chegamos ao gás natural. Item especialmente importante para a alta de preços na Europa, pode se tornar um problema mundial por ser a matéria-prima básica para a fabricação dos fertilizantes.

As paralisações devido à pandemia, em conjunto com um aumento da demanda, devido tanto à retomada mais rápida da economia do que a esperada, quanto às mudanças climáticas, fizeram o preço do gás natural subir 290% nos últimos seis meses. Pensando na Europa em particular, o grande aumento da demanda costuma ocorrer no inverno, devido ao aumento do consumo de calefação. O problema é que, nos últimos anos, o verão também tem sido inclemente, com as ondas de calor aumentando a utilização do ar-condicionado. Além disso, temos a transição para a economia verde, o que tem elevado mais ainda a demanda estrutural por gás natural, à medida que a matriz energética se afasta das usinas a carvão na produção de energia elétrica e se aproxima daquelas abastecida por essa commodity. 

Pelo lado da oferta, além dos problemas com a Covid-19, temos uma questão geopolítica relacionada à Rússia. Em meio à escassez generalizada do produto, os russos iniciaram a manutenção do principal gasoduto, o Nord Stream 1, que leva o gás dos campos do Mar do Norte para a Europa, como forma de pressionar os países europeus a certificar o Nord Stream 2, a grande aposta econômica de Vladimir Putin. O fato é que o gás natural vem sendo o maior fator de pressão sobre a inflação na Zona do Euro. Entretanto, esse é apenas o impacto direto do aumento do preço desta commodity. Como supracitado, ela também é matéria-prima básica para a produção de fertilizantes, que já subiram mais de 100% entre janeiro e agosto de 2021. Os agricultores ao redor do mundo estão diante do seguinte dilema: usam a quantidade normal de fertilizantes para manter a produtividade constante, mas veem o custo de produção subir, ou reduzem a utilização deste insumo e mantém os gastos contidos, mas ao preço de uma menor produtividade da colheita, reduzindo, portanto, a oferta do produto. Qualquer que seja a decisão tomada, o resultado final será mais pressão sobre os preços dos alimentos. 

Bem, por aqui não temos mais dúvida da perenidade da inflação. Obviamente que o IPCA rodando acima de 10% no acumulado em 12 meses ajuda nessa clarividência. Entretanto, se já reconhecemos o perigo, ainda não temos certeza de que as armas empregadas até agora serão suficientes para afastá-lo. Nesse ponto, a Ata da última reunião do COPOM e o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), se não ajudaram a reduzir essa dúvida, pelo menos indicaram qual a estratégia que o Banco Central do Brasil (BCB) pretende utilizar para resolver o problema. Se vai conseguir ou não, vamos saber depois.

Há choques de oferta por todos os lados em várias partes do mundo, o que faz com que a inflação seja um fenômeno mundial. Os países emergentes, como o Brasil, que têm menos espaço para ficar em uma discussão filosófica se ela é temporária ou permanente, já estão se movendo para combatê-la. Mas, mesmo entre os países centrais, parece que a “ficha começou a cair” e já vemos movimentações importantes para a retirada dos estímulos monetários dados durante a pandemia. Isso é particularmente verdade no caso dos EUA, que deverão começar a reduzir as compras de ativos até o final do ano. A principal consequência dessa movimentação do BC americano já está sendo vista nos mercados internacionais: o fortalecimento do dólar. Ou seja, um pedaço da perda de valor da moeda brasileira está ligado menos às nossas idiossincrasias e mais a um movimento global. Entretanto, quanto menos estivermos preparados para enfrentar esse vento de proa, maior vai ser a desvalorização do real, maior o trabalho que o BCB terá para trazer a inflação para a meta e, consequentemente, pior o crescimento esperado para o Brasil. Portanto, urge fazer o dever de casa e resolver as pendências fiscais para 2022 o mais rápido possível, sempre lembrando que “bom, bonito e barato” só em propaganda enganosa.

 


Luis Otavio Leal - economista-chefe do Banco Alfa


O Brasil pode congelar os preços como fez a Argentina?

Para economista da ESPM, isso é quase impossível, devido aos traumas vividos pelo país na década de 80


O congelamento de preços na Argentina, anunciado na última quarta-feira, 13, e adotado como um "remédio" contra a escalada da inflação, é uma situação isolada, segundo Cristina Helena Pinto de Mello, economista da ESPM. 

Para a economista, esse tipo de medida encontraria muita resistência no país, sobretudo devido aos traumas gerados por ações parecidas durante a década de 80. “A história mostra que o congelamento de preços, com a interferência nas regras do mercado e na precificação de produtos e serviços, não funciona. Esse tipo de medida até controla os preços, mas por um período muito curto de tempo. Pela experiência passada no Brasil, isso deve ser fortemente evitado”, diz. 

Apesar de acreditar que o Brasil não corre o risco de um congelamento, Cristina alerta que, pela proximidade e importância da Argentina como parceira comercial, as medidas tomadas pelo governo de Alberto Fernández podem afetar a economia brasileira. “Um exemplo, seria um possível aceleramento da precificação por conta do receio de congelamento”, afirma. 

Mais do que selecionar profissionais rapidamente, as empresas querem acertar na escolha

Uma pesquisa da Thomas International revelou que, por conta da pandemia, os processos de recrutamento de profissionais diminuíram em 67% das empresas e foram interrompidos completamente em 8% delas durante 2020. Agora, com o avanço da vacinação em todo o país, 66% das organizações planejam aumentar a atividade de recrutamento.

Esse é só mais um dado que comprova que a área de Recursos Humanos das empresas foi uma das mais impactadas durante a pandemia. Por reconhecer a importância estratégica dessa área nas organizações, é correto dizer que, a partir de agora, além de aumentar o número dos processos seletivos, as empresas também precisam recrutar com mais agilidade e efetividade.

A grande mudança que tivemos nesse período – que entendo como um ótimo aprendizado para quem atua na área – foi justamente a necessidade de otimizar o nosso tempo. Com isso, tivemos que adaptar formas de trabalho e adotar novas, buscando recursos que possibilitam gerir nosso tempo a partir da redução de processos, o que traz como resultado um atendimento com ainda mais qualidade e rapidez às áreas e clientes para os quais nos reportamos.

Para conferir essa agilidade e eficiência aos processos seletivos, como o momento exige, é preciso que as empresas estejam atentas ao que o mercado tem oferecido em termos de tecnologia. E quando se trata de otimizar o recrutamento de profissionais, ter acesso às informações sobre o perfil de indivíduo pode fazer toda a diferença.

Daí a importância do profissional de RH estar sempre atento às mudanças, conhecendo novas ferramentas disponíveis para extrair o melhor de cada uma delas em benefício próprio. Às vezes, é necessário até mesmo usar mais de uma ferramenta ou plataforma para fazer entrevistas, inclusive diversificando-as de acordo com o perfil profissional que a empresa está buscando – por exemplo, quando se trata de recrutar para vagas operacionais, percebemos que a melhor ferramenta é o WhatsApp, pois funciona bem e é fácil de ser usada, sendo um recurso interessante para a entrevista. Precisamos nos lembrar de que nossa função como RH é facilitar e não complicar o contato com o profissional, afinal o ser humano continua sendo o centro de toda e qualquer iniciativa das empresas, e faz parte do nosso trabalho fortalecer essa interação.

Também deve ser nossa preocupação manter ou aperfeiçoar ainda mais a qualidade desse contato, sempre visando o que é melhor para os indivíduos, para que se sintam acolhidos e confortáveis no momento das entrevistas de emprego. Não podemos jamais perder de vista o contato olho no olho, e, mesmo que seja através das telas, os RHs devem estar dispostos a seguir com essa parte do processo de recrutamento.

O contrário também é verdade. Se nós, como recrutadores/selecionadores, adotamos diversos cuidados, quem está sendo entrevistado também tem que se preparar para fazer uma excelente entrevista. Por isso, quero compartilhar dicas importantes para quem vai participar de processos seletivos, já que continuamos com as mesmas técnicas de avaliação.  

O preparo para o momento da conversa demanda bastante atenção. Não é porque a entrevista será virtual que o candidato pode participar de qualquer jeito. É preciso cuidar do ambiente ao redor. Se ele mora com outras pessoas, deve avisar que vai participar de uma entrevista e pedir para que o ajudem nesse momento, permitindo que ele tenha uma boa estrutura e que se sinta confiante. Colocar o celular no silencioso também é fundamental, evitando distrações durante a conversa. Também é preciso testar os equipamentos antes, utilizar fone de ouvido nas entrevistas para reduzir os ruídos, principalmente por telefone, e estar disponível na sala virtual com antecedência de pelo menos 10 minutos do horário marcado, para que seja possível realizar ajustes caso ocorra qualquer problema técnico.

Após os cuidados com o ambiente, é preciso focar em si próprio e no preparo para a conversa, ter uma organização sobre o que será falado é importante, embora as entrevistas sejam diferentes, o intuito é conhecer o candidato, suas vivências e trajetória. Uma dica importante é reservar um local com boa iluminação, pois assim o entrevistador consegue ver nitidamente o rosto do candidato. Mesmo a distância, o selecionador está avaliando, por isso demonstrar calma e tranquilidade pode ajudar bastante. Outra recomendação é manter o foco na conversa, porque a forma como o candidato se comunica também é observada. Além disso, é necessário ter segurança e clareza nas falas, estruturando bem o discurso. Mesmo que as empresas estejam mais informais atualmente, seguir essas dicas pode impactar positivamente no resultado da seleção. Essas são só algumas dicas que podem ajudar o candidato no momento das entrevistas virtuais.

Enfim, nesse cenário de tantas mudanças, o que proporciona mais tranquilidade tanto para recrutadores quanto para candidatos é saber que podem contar com o apoio de ferramentas práticas e funcionais que, além de agilidade, garantem mais eficiência e segurança aos processos seletivos. As avaliações psicométricas são uma excelente maneira de ver além das habilidades e experiências de um indivíduo. Com elas, os recrutadores poderão realmente mergulhar em suas motivações, pontos fortes e preferências de trabalho, e assim optar pela escolha do melhor perfil para as empresas, com agilidade e assertividade.

 


Nadjane Oliveira – Psicóloga, Administradora e Gerente de RH do Grupo Soulan


81% DAS MULHERES JÁ SOFRERAM VIOLÊNCIA EM SEUS DESLOCAMENTOS PELA CIDADE

 Do momento em que saem de casa até retornarem, as mulheres brasileiras são percebidas como o grupo mais vulnerável a sofrer uma violência durante esse percurso e também são as que declaram sentir muito medo. E a experiência confirma a razão da insegurança: 69% das mulheres já foram alvo de olhares insistentes e cantadas inconvenientes ao se deslocarem pela cidade, 35% já sofreram importunação/assédio sexual e 67% das mulheres negras relataram ter passado por situações de racismo quando estavam a péE a pandemia de Covid-19 trouxe outros impactos: além do medo de contrair o vírus, 77% das mulheres disseram sentir mais medo de sair de casa.

Acesse na íntegra o relatório da pesquisa Percepções sobre segurança das mulheres nos deslocamentos pela cidade (Locomotiva / Instituto Patrícia Galvão, outubro/2021)


O gênero como fator de vulnerabilidade nos deslocamentos urbanos

As pessoas que circulam pela cidade sentem-se seguras? A pesquisa Percepções sobre segurança das mulheres nos deslocamentos pela cidade*, realizada pelos institutos Locomotiva e Patrícia Galvão, com apoio da ONU Mulheres e Uber, revela uma sensação geral de insegurança durante os deslocamentos urbanos. Apenas 16% das mulheres e homens que circulam pela cidade utilizando as mais diversas modalidades de transporte sentem-se plenamente seguros.

A insegurança na mobilidade reduz a liberdade de mulheres e meninas, negando-lhes as mesmas oportunidades que homens e meninos de desfrutarem de seus bairros e cidades. Além de reduzir a participação na vida pública, seja na escola, no trabalho ou em atividades de lazer, também impacta negativamente sua saúde e bem-estar.

Ao analisar alguns grupos sociais, a pesquisa aponta que a sensação de insegurança não é a mesma para todas e todos. Mulheres, as populações negra, de baixa renda e LGBTQIA+ e as pessoas com deficiência declaram maior sensação de insegurança e vulnerabilidade quando se deslocam pela cidade.



77% das mulheres acham os espaços públicos mais perigosos para elas do que para os homens

Entre os grupos avaliados na pesquisa, as mulheres são percebidas como mais vulneráveis a sofrer violência quando estão se deslocando: na avaliação de 72% dos entrevistados (sendo 77% das mulheres e 66% dos homens), “os espaços públicos são mais perigosos para mulheres do que para homens”. E, de fato, as mulheres também declaram sentirem mais insegurança em seus deslocamentos pela cidade em comparação com os homens.



Meios e locais mais inseguros para as mulheres

Elas sentem medo ao se deslocarem, sobretudo quando usam meios de transporte públicos, e quando estão nas ruas e pontos de ônibus.




Mulheres sentem medo mesmo quando estão perto de casa



68% das mulheres têm muito medo de sair sozinha à noite no bairro onde mora





O medo das mulheres reflete suas experiências: 7 em cada 10 já receberam olhares insistentes e cantadas inconvenientes em seus deslocamentos, 35% já sofreram importunação/assédio sexual e o mesmo percentual enfrentou furtos/assaltos.

Do total de mulheres entrevistadas, 25% já viveram alguma situação de preconceito e discriminação (exceto por raça/cor, ou seja, em razão de deficiência ou orientação sexual/identidade de gênero) e 21% das mulheres negras declaram ter sofrido racismo.

69% das mulheres já receberam olhares insistentes e cantadas inconvenientes em seus deslocamentos; 35% sofreram importunação sexual



54% das mulheres já sofreram importunação sexual no ônibus e 67% das mulheres negras sofreram racismo quando estavam a pé





Por insegurança, mulheres mudaram comportamentos ou rotina

Após vivenciar essas situações, a maioria das mulheres mudou hábitos e comportamentos e pouco mais da metade declara ter sofrido abalo psicológico.



Para driblar a insegurança, as mulheres adotam medidas que comprometem sua autonomia, como mudar trajetos ou pedir para que alguém as esperem na porta de casa.



Por medo, mulheres mudam hábitos e rotinas ao se deslocarem pela cidade durante a pandemia

O cenário de pandemia também impacta os deslocamentos e faz com que muitas mulheres sintam-se ainda mais inseguras para sair de casa.



Quais fatores contribuem para a insegurança e como mudar esse cenário?




Para 66% das mulheres, melhora no policiamento é importante para aumentar sensação de segurança no espaço público
 


Sobre a pesquisa

A pesquisa Percepções sobre segurança das mulheres nos deslocamentos pela cidade foi realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e Instituto Locomotiva, com apoio da Uber e apoio técnico e institucional da ONU Mulheres. Participaram do estudo online 2.017 pessoas (1.194 mulheres e 823 homens), com 18 anos de idade ou mais, entre 30 de julho e 10 de agosto de 2021. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

Acesse na íntegra o relatório da pesquisa Percepções sobre segurança das mulheres nos deslocamentos pela cidade (Locomotiva / Instituto Patrícia Galvão, outubro/2021)

 

 

Fonte: https://agenciapatriciagalvao.org.br/violencia/81-das-mulheres-ja-sofreram-violencia-em-seus-deslocamentos/?utm_term=Aviso+de+Pauta++Pesquisa+revela%3A+81+das+mulheres+ja+sofreram+violencia+em+seus+deslocamentos+pela+cidade&utm_campaign=Jornalistas&utm_source=e-goi&utm_medium=email

 

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