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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Apendicite: cirurgia é o tratamento mais adequado e eficaz

A apendicite aguda, inflamação do apêndice cecal, é uma das emergências cirúrgicas mais frequentes no Brasil e no mundo. De acordo com dados do Ministério da Saúde, são realizadas aproximadamente 250 mil cirurgias de apendicectomia por ano no país, procedimento que consiste na remoção do apêndice inflamado. A condição afeta principalmente indivíduos entre 10 e 30 anos, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária.

Segundo o cirurgião Thiago Miranda Tredicci, do Hospital Mater Dei Goiânia, a apendicite ocorre quando o apêndice é obstruído, geralmente por fezes endurecidas, aumento do tecido linfático ou, em casos raros, por tumores ou parasitas. "Essa obstrução leva à inflamação, ao inchaço e, se não tratada, pode evoluir para ruptura", explica o médico. Os sintomas incluem dor abdominal intensa, inicialmente na região do umbigo e depois migrando para o lado inferior direito do abdômen, além de náuseas, vômitos, febre e perda de apetite. "A dor da apendicite tende a piorar ao se movimentar, tossir ou apertar a região", complementa Tredicci.

O diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas e no exame físico. Exames de sangue podem indicar infecção, e exames de imagem, como ultrassom e tomografia computadorizada, ajudam a confirmar o quadro e descartar outras causas de dor abdominal. "O tratamento padrão é a remoção cirúrgica do apêndice (apendicectomia), que pode ser feita por cirurgia aberta ou laparoscópica", afirma o cirurgião. Em alguns casos, principalmente se houver um abscesso, o tratamento inicial pode incluir antibióticos e drenagem antes da cirurgia.

A cirurgia laparoscópica tem ganhado espaço nos últimos anos devido à recuperação mais rápida, menos dor pós-operatória e menor risco de infecção. "Já a cirurgia aberta pode ser necessária em casos mais graves, como quando há ruptura do apêndice. Ambas são eficazes, mas a escolha depende do quadro clínico do paciente", ressalta Tredicci. 

Complicações pós-cirúrgicas, como infecções e abscessos, são relativamente raras, mas podem ocorrer, especialmente em casos de apendicite perfurada, quando há ruptura do apêndice antes da cirurgia. "Quando o apêndice rompe, o tratamento se torna mais complexo. Além da cirurgia, o paciente precisa de antibióticos intravenosos e, em alguns casos, drenagem de abscessos. A recuperação também é mais longa, com maior risco de complicações", explica o cirurgião.

O tempo médio de recuperação varia conforme o tipo de cirurgia e a gravidade do caso. "Após a cirurgia laparoscópica, a recuperação leva cerca de 1 a 2 semanas. Na cirurgia aberta ou em casos mais graves, pode levar de 3 a 4 semanas. A maioria das pessoas pode retomar atividades leves após poucos dias", detalha Tredicci.

Apesar dos avanços na medicina, a apendicite continua sendo uma condição imprevisível. "A apendicite é uma condição esporádica e de causa multifatorial, o que significa que não há uma forma comprovada de prevenção. O risco individual de desenvolvê-la ao longo da vida gira em torno de 6%, e isso ocorre de maneira relativamente aleatória", afirma o médico. Embora uma alimentação rica em fibras possa ajudar na saúde intestinal, não há evidências sólidas de que isso reduza diretamente o risco de apendicite.

No cenário atual, a apendicectomia continua sendo um procedimento seguro e eficaz, com altas taxas de sucesso e baixa mortalidade. Mesmo com todo o progresso científico na medicina, a cirurgia permanece como a única solução definitiva para a apendicite aguda.  



Hospital Mater Dei Goiânia
Av. T-4, 1445 - St. Bueno - Goiânia/GO
Telefone: (62) 3923-5000


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