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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Época de altas temperaturas exige cuidados com a qualidade da água

A proliferação de bactérias e vírus durante o verão é maior, facilitando a ocorrência de quadros de infecção e intoxicação
 

O verão, época com altas temperaturas, exige mais cuidados com a ingestão de água. Por ser uma temporada que demanda uma boa hidratação, as pessoas precisam ficar atentas à qualidade do líquido que estão usando para consumo. A proliferação de bactérias e vírus nessa época é maior, facilitando a ocorrência de quadros de infecção e intoxicação. 

Segundo Jaqueline Aparecida Miranda Ferreira, técnica em Química do laboratório da Culligan, líder mundial em tratamento de água, o armazenamento correto da água é algo essencial para evitar complicações. “Caso esteja levando água para ingerir ao longo do dia, o mais indicado é optar pelas garrafas térmicas de inox, que conseguem manter a água mais fresca e limpa. Porém, se for escolher o recipiente de plástico, priorize as que são livres de BPA, um composto químico que serve de matéria-prima para a produção de diversos tipos de plásticos, como policarbonatos, por exemplo”, explica. 

O formato da garrafa também é um ponto de atenção. “Escolha aquelas com o mínimo de cantos possível, pois são locais preferenciais para a formação de biofilmes (contaminação microbiológica em superfícies)”, relata Jaqueline. 

A especialista recomenda, ainda, que a água não passe mais de três horas armazenada no recipiente para evitar contaminações. 

“A higienização da garrafa deve ser realizada com uso de água potável corrente e detergente neutro, para garantia da eficiente limpeza interna, externa, do bocal e da tampa do recipiente. Esse processo deve ser feito diariamente, se possível, duas vezes ao dia, dentro do expediente de uso”, complementa.
 

Cuidados com água envasada comprada em mercados 

Em épocas de extremo calor, em que a proliferação de vírus e bactérias é maior, até mesmo a água comprada já envasada precisa de inspeção. 

“No momento da aquisição de água engarrafada, todo cuidado é pouco. Deve-se consultar a fonte onde foi coletada, a marca responsável pelo envase (que deve ser de referência), e a data de envase do fluído”, indica a técnica em Química da Culligan. 

No caso de viagem, Jaqueline recomenda que toda água destinada para consumo durante a viagem seja levada do local de origem do consumidor. “Ou então, sempre prefira a água de marcas de referência que a pessoa já tenha o costume de consumir”, complementa.
 

Verificação de caixas d’água 

No caso de a pessoa ir para uma chácara, por exemplo, que conta com caixa de água, também deve-se tomar cuidado, visto que a mesma pode estar destampada, com a tampa quebrada ou suja. 

“O recomendado é o inquilino utilizar essa água para higiene da residência, nas descargas, banho e não consumir ou mesmo cozinhar com ela, visto que pode estar contaminada”, alerta. 

O cuidado também vale por conta da dengue, pois muitas cidades já estão registrando alta nos casos neste começo de 2025. Devido ao difícil acesso, por estarem localizadas nos telhados, a falta de cuidado pode transformar esses reservatórios em ambiente de proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e outras doenças, como gastroenterites, hepatite A e leptospirose. 

"A caixa d'água é o principal reservatório da casa de uma família e está diretamente relacionada à qualidade do líquido para nosso consumo. A responsabilidade da qualidade da água dentro das casas é do cidadão, que deve garantir um ambiente controlado de acordo com a recomendação dos fabricantes das caixas", alerta a química. 

Segundo Jaqueline, a higienização das caixas deve ser realizada a cada seis meses ou quando o morador perceber a presença de um material ‘gelatinoso’ nas paredes. "A presença deste material indica a formação de biofilme, ou seja, impregnação microbiológica na superfície do reservatório, o que representa um comprometimento da qualidade da água para consumo", ressalta. 

Um dos fatores que levam a proliferação deste material nas paredes da caixa d'água é a diminuição da concentração de cloro na água. O especialista explica que, se a concentração de cloro é inferior a 0,2 mg/L, permite a proliferação de microrganismos que oferecem riscos ao organismo humano. 

A química conta que a concentração de cloro diminui quando a água fica muito tempo parada, sem consumo. Por isso, diz ela, quando a família fica alguns dias fora de casa, é recomendado que o registro de abastecimento da caixa seja desligado para evitar que ela encha. 

"Ao retornar, essa água não deve ser utilizada para hidratação ou para cozinhar, apenas para a higienização. Apenas depois do esvaziamento completo, a caixa d'água deve voltar a encher e o consumo continuar", conclui a especialista.


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