Conheça os
diversos benefícios proporcionados pela atividade, entre eles, a melhora da
saúde cardíaca e a diminuição da quantidade de açúcar no organismo
A caminhada é uma atividade muito democrática e
pode ser praticada por qualquer pessoa. Esse momento pode ser aproveitado para
ter tempo exclusivo para espairecer e se distrair, ouvir a playlist preferida,
maratonar aquele podcast que está na lista há muito tempo ou até estudar outra
língua.
Por outro lado, é muito comum ouvir que apenas
caminhar não gera impactos significativos para a saúde, mas a Escola de Saúde
Pública T.H Chan, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, afirma o
contrário: a caminhada é benéfica e conta com uma variedade de melhorias para o
organismo. Os pesquisadores orientam que quanto mais acelerado for o passo
melhor, e ainda pode se tornar a porta de entrada para seguir com outras
atividades. Vale lembrar que a Organização Mundial da Saúde recomenda um mínimo
de 150 a 300 minutos de atividade física por semana para alcançar resultados
positivos.
Estudos específicos mostram que a velocidade e a
frequência da caminhada estão fortemente associadas à expectativa de vida, especialmente
em adultos mais velhos. Uma pesquisa verificou que indivíduos que caminham a
uma velocidade de 1 metro por segundo (aproximadamente 2,25 km/h), ou mais, têm
maior expectativa de vida em comparação com aqueles que caminham mais devagar,
devido à relação da velocidade de caminhada com a saúde cardiovascular,
neuromuscular e funcional. Este ritmo de caminhada é considerado uma espécie de
“sinal vital,” comparável a medições como pressão arterial.
Além disso, em pessoas com 85 anos ou mais, caminhar
pelo menos uma hora por semana está associado a uma redução do risco de doenças
cardiovasculares e de mortalidade por todas as causas, independentemente de
outras atividades de alta intensidade. Esse nível de atividade mínima mostrou
benefícios significativos, indicando que até mesmo caminhadas leves são
suficientes para apoiar a saúde e a longevidade nessa faixa etária.
Sem contar que a caminhada é uma ótima opção de
cardio. “Sem dúvida nenhuma, caminhar é considerado um excelente exercício
cardiovascular, principalmente quando feito de forma mais intensa. Os
principais benefícios são a melhora da saúde cardiovascular, por promover a
melhora da frequência cardíaca, da circulação e da capacidade do coração
bombear sangue de forma mais eficiente, a redução da pressão arterial, melhora
da função cardiovascular e do fluxo sanguíneo, a redução do colesterol ruim e
também a questão do controle do peso corporal e da sensibilidade à insulina, em
uma intensidade que vai variar de 50% a 70% da frequência cardíaca
máxima”, orienta Eduardo Netto, diretor técnico da Bodytech.
Por ser democrática a caminhada pode ser praticada
por pessoas de todas as faixas etárias e o acúmulo de passos ao longo do dia,
por si só já é uma atividade cardioprotetora, tem efeitos positivos para gasto
calórico e para a circulação, pois a pessoa está em um estado mais ativo,
realizando uma atividade de baixa intensidade, que é mais fácil de controlar e
a expõe a menos riscos, sem prejudicar o coração ou o sistema
musculoesquelético.
No caso de pessoas idosas, é importante ter um
profissional de apoio, seja ele, personal ou fisioterapeuta, para evitar quedas
em calçadas desniveladas ou realizar a atividade em uma esteira em um ambiente
controlado. O ato de caminhar é uma atividade que ajuda a fortalecer os
membros, além de ser uma oportunidade para curtir a natureza, apreciar a
paisagem e manter a mente focada naquele instante. Já a caminhada na esteira é
estar em um ambiente controlado com a possibilidade de escolher a velocidade e
aumentar a inclinação”, observa Netto.
Uma pesquisa recente publicada este mês na revista
Proceeding of the Royal Society afirma que pausas de 10 a 30 segundos exigem
60% a mais oxigênio do que fazer a mesma distância sem parar. Para chegar a
essa conclusão, os pesquisadores realizaram o estudo com 10 voluntários que
praticavam caminhada na esteira em três velocidades e em intervalos diferentes,
registraram o nível de oxigênio consumido por cada participante e as demandas
metabólicas de cada intervalo, ou seja, caminhadas por períodos curtos consomem
mais energia e oxigênio para se aquecer no início de cada caminhada e menos
quando já está em movimento.
Já outro estudo publicado na revista Sports
Medicine ressalta que caminhadas leves após as refeições impactam positivamente
no controle dos níveis de açúcar, tal fato ajuda a reduzir problemas como o
diabetes e o sedentarismo. Um dos autores do estudo e membro do departamento de
Educação Física e Ciências do Esporte da Universidade de Limerick, na Irlanda,
reforça que pausas intermitentes em pé ao longo do dia e após as refeições
reduziram a glicose em média 9,51% em comparação a ficar sentado por muito
tempo. Caminhar intermitentemente em baixa intensidade ao longo do dia produziu
maior redução de glicose, em uma média de 17,01%.
Vale lembrar que se manter ativo é uma regra que
vale para todos, jovens e idosos. Praticar exercício físico de intensidade
moderada promove significativas melhoras nas respostas imunológicas
(Mondal,2018), além de ajudar a reduzir marcadores inflamatórios crônicos de
baixo grau (Beaver,2010).
A saúde e a qualidade de vida das pessoas podem ser
preservadas e aprimoradas pela prática regular da atividade física. Inúmeras
evidências científicas têm demonstrado uma forte associação entre estilo de
vida ativo, melhor qualidade de vida e longevidade.
Não importa qual seja a atividade escolhida, o
importante é estar sempre em movimento para garantir qualidade de vida e
bem-estar. Ter o corpo treinado é o segredo para envelhecer melhor, manter a
imunidade alta, manter a saúde e garantir a independência na melhor idade.
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