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sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Finanças pessoais: como superar problemas de inadimplência e ficar livre de endividamentos

Docente do Senac EAD explica que a educação financeira começa dentro de casa, com pais ensinando os filhos sobre a importância de não ter dívidas

 

De acordo com a pesquisa mensal divulgada pelo Serasa, “Mapa de Inadimplência e Negociações de Dívidas no Brasil”, até o mês de agosto, 72,4 milhões de brasileiros estavam em situação de inadimplência no mercado nacional. Os maiores índices de endividamento foram observados nos seguintes segmentos: bancos e/ou cartão de crédito (12,5%), Telecom (9,4%) e Varejo (5,3%). 

Segundo a tutora do curso Técnico em Contabilidade do Senac EAD, Jaqueline Maciel Zenzen, são vários os motivos que levam o consumidor a contrair dívidas, sem realizar uma análise prévia no orçamento. “A educação financeira não faz parte da rotina do brasileiro. Um dos motivos que mais colaboram para a inadimplência é o fácil acesso ao crédito, financiamento no comércio e o parcelamento dos cartões de crédito”. 

A educadora acrescenta que, muitas vezes, a pessoa adquire um produto ou serviço por impulso, principalmente, se houver facilidade de parcelamento na compra. Essa condição é chamada de descontrole financeiro, ou seja, o consumidor faz aquisição de um bem, sem antes planejar se terá condições de realizar o pagamento. 

Jaqueline concorda que o cartão de crédito é o principal responsável pelas restrições financeiras da população, pois, ao oferecer a facilidade de parcelamento das compras, acaba sendo usado como uma extensão do salário do trabalhador. 

“É preciso estabelecer um limite de gastos por categoria e necessidades, senão a pessoa entra em um círculo vicioso difícil de ser finalizado. Uma recomendação é não aceitar cartões com limites altos, já que incentivam a compra parcelada. Outro ponto de atenção é dar preferência para compras na modalidade rotativa, ou seja, valor total para a data de vencimento. Assim, o individuo assume o compromisso e fica mais cuidadoso em não extrapolar nos gastos”, explica.

 

Educação financeira em família

Importância de começar a educação financeira em família
Freepik

 

A docente do Senac EAD é especialista em educação financeira, e reforça a importância de os pais explicarem aos filhos, o significado do dinheiro, de onde vem e como usá-lo, sem criar dívidas intermináveis. 

“Infelizmente, ainda é um tabu falar com os filhos sobre finanças. Mas, isso pode ser feito por meio de livros e filmes didáticos que falam sobre o assunto. Outra forma importante de estabelecer o planejamento financeiro é incluir toda a família no processo, pois ao mostrar os gastos fixos e extras, as crianças e adolescentes, começam a criar um senso analítico sobre finanças”, argumenta. 

Como exemplo, a docente cita um planejamento de viagem no período de férias. A recomendação é estabelecer uma meta para economizar um valor fixo mensal que será usado para o passeio. “Explique para as crianças e adolescentes o porquê de estar economizando e quando for investir, faça com que todos participem desse objetivo”. 

Além disso, explique que se comprar brinquedos ou outros produtos fora de datas comemorativas, não terá condições de comprar algo especial no aniversário ou no Dia das Crianças, por exemplo. “Ensine a criança e o adolescente a guardarem dinheiro, pois, se fizerem isso, o valor renderá, de modo que possa comprar algo de melhor qualidade ou com preço mais alto”.

 

Reorganizando as finanças pessoais 

As pessoas que enfrentam a situação de endividamento geralmente se sentem preocupadas ou até culpadas por adquirirem restrições financeiras. Nesses casos, a docente do Senac EAD faz algumas orientações para que seja estabelecido um plano de reorganização: 

- Classifique as despesas em: fixas, essenciais e variáveis;

- Estabeleça limite de gastos nas despesas variáveis;

- Despesas fixas essenciais devem incluir despesas com água, energia elétrica, aluguel ou financiamento de imóvel, plano de celular e condomínio;

- Despesas variáveis são realizadas com alimentação fora de casa, lazer, educação e transporte. 

“A partir desse controle, a pessoa terá melhor visualização dos gastos, avaliando as despesas que pode reduzir ou até eliminar. Por exemplo, cancelar um plano pós-pago e ficar um tempo com o pré-pago. Outra opção são os planos controle, com limite e valores mais baixos” sugere. 

Outra opção de diminuição com gastos pode ser feita na ida ao supermercado. A educadora sugere que a pessoa faça uma lista prévia e não compre nada que estiver fora da programação. “Lembrando que guloseimas devem ser lançadas nas despesas variáveis (lazer) e não na categoria alimentação”, recomenda a educadora financeira”. 

Antes de finalizar, Jaqueline compartilha 5 dicas para ajudar as pessoas a criarem o hábito de cuidar da saúde financeira doméstica, confira: 

1ª dica: Antes de comprar determinado produto, veja se realmente precisa mesmo, se não vai se endividar ao fazer a compra, se não tem em casa outro produto parecido; 

2ª dica: Evitar ao máximo fazer compras parceladas, pois assim você acaba comprometendo o salário lá na frente; 

3ª dica: Não tenha conta que precise pagar tarifa bancária, hoje tem inúmeras opções de bancos digitais que oferecem contas sem tarifas e tenha um cartão de crédito que não precise pagar anuidade; 

4ª dica: Faça renda extra, isso ajuda a criar uma reserva de segurança e caso ocorra algum imprevisto, você pode contar com aquela reserva e não precisar recorrer ao banco solicitando empréstimo ou usando o cartão de crédito; 

5ª dica: Invista no mínimo 5% da sua renda líquida, todos os meses, em um programa de aposentadoria e 5% para uma reserva de segurança. Afinal, sabemos que a aposentadoria pode estar longe, mas ela chega, então quanto mais cedo começar a investir nisso melhor.

 

Senac EAD


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