A Dra. Carolina Brites, infectologista pediátrica, destaca a importância de novas estratégias de prevenção da doença
O Brasil enfrenta um cenário preocupante com o aumento de casos
de mpox, uma doença zoonótica viral que tem se espalhado pelo país. Com 709
casos notificados e 16 mortes em 2024, o Ministério da Saúde convocou uma
reunião de emergência para atualizar as recomendações e o plano de contingência
nacional. A medida ocorre em meio à circulação de uma nova variante do vírus no
continente africano, o que elevou a necessidade de intensificar a vigilância e
as ações preventivas.
O Ministério da Saúde destacou que, apesar do crescimento no
número de casos, a avaliação atual indica um risco baixo para o país. No
entanto, a situação é monitorada de perto em colaboração com a Organização
Mundial da Saúde (OMS) e outras instituições internacionais, como o Centro de
Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). Além disso, a pasta
ressaltou a importância de estar preparado para possíveis ajustes no
planejamento caso novas evidências justifiquem mudanças nas estratégias
adotadas até o momento.
Diante desse cenário, a Dra. Carolina Brites, infectologista
pediátrica, faz um alerta sobre a gravidade da situação e a necessidade de
repensar as estratégias de prevenção. "Desde junho de 2022, quando o vírus
foi descoberto no Brasil, temos observado um aumento significativo dos casos. A
mpox é uma zoonose, ou seja, uma doença de origem animal transmitida para
humanos, causada por um vírus que provoca lesões muito semelhantes às da
varicela, conhecida como catapora. Essas lesões podem surgir em todo o corpo,
formando pápulas, vesículas, crostas e pústulas."
A especialista ressalta que o crescimento dos casos nos últimos
meses requer uma reavaliação das medidas de prevenção e saúde pública.
"Foram notificados cerca de 700 casos recentemente, o que nos obriga a
considerar novas estratégias de prevenção. A OMS tem reforçado a necessidade de
ampliação da vacinação, que começou a ser aplicada em 2023, mas ainda de forma
limitada a grupos específicos, como pessoas imunossuprimidas."
Sobre as vacinas, Dra. Carolina esclarece que a quantidade
disponível no Brasil ainda não é suficiente para atender à demanda crescente.
"A prevenção mais eficaz, além da vacina, é evitar o contato com pessoas
que apresentem sintomas característicos da mpox, como lesões na pele. A
transmissão do vírus ocorre principalmente pelo contato direto com essas
lesões, por isso, a atenção e o cuidado com a higiene são fundamentais."
A infectologista também destaca a importância da conscientização
e da prontidão dos profissionais de saúde em identificar novos casos.
"Nós, profissionais da saúde, precisamos estar atentos ao surgimento de
novos casos e à importância de notificá-los rapidamente. Isso é crucial para
limitar a disseminação do vírus e garantir uma resposta eficaz às novas
infecções."
Com a reunião marcada para esta semana, a expectativa é que
novas diretrizes sejam estabelecidas para enfrentar o aumento dos casos de mpox
no Brasil. "Acreditamos que, com o avanço das discussões e a possível
ampliação da vacinação, será possível conter a propagação da doença e proteger
a população, especialmente os grupos mais vulneráveis", conclui Dra.
Carolina Brites.
O Ministério da Saúde reforça que, caso surjam novas evidências
científicas que justifiquem mudanças no plano de contingência, as medidas
necessárias serão adotadas de imediato. A participação de especialistas como a
Dra. Carolina Brites é essencial para garantir que as decisões sejam baseadas
em dados atualizados e que a resposta à mpox no Brasil seja a mais eficaz
possível.
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