Médica do Hospital
Paulista explica a doença óssea que prejudica a audição e também pode ser um
fator complicador na fase de gestação
A recente revelação da apresentadora Adriane
Galisteu sobre o diagnóstico que teve de otosclerose chamou a atenção do grande
público em relação a essa doença óssea que afeta o ouvido.
Desde a semana passada, é crescente a procura pelo tema nos sites de buscas da
internet, especialmente no que se refere ao fato de a apresentadora ter
atribuído o problema à decisão de não tentar ser mãe pela segunda vez, o que
despertou ainda mais a curiosidade do público.
Afinal, que doença de ouvido é essa que pode
comprometer uma gravidez? Essa é a pergunta que muita gente começou a se fazer
desde que a questão se tornou pública. Até porque ninguém quer correr esse
risco. E o alerta, sem dúvida, também pode ajudar muita gente que vive condição
semelhante a se precaver.
Hormônios são o problema
De acordo com a Dra. Cristiane Adami, médica
otorrinolaringologista do Hospital Paulista – referência em saúde de ouvido,
nariz e garganta – a relação entre a otosclerose e a gravidez se dá por conta
de uma questão hormonal que pode agravar o quadro clínico de quem já tem o
problema.
"Os hormônios femininos, especialmente os
estrogênios, têm sido associados à progressão da otosclerose. Essa relação foi
observada em estudos clínicos e epidemiológicos que indicam que a doença pode
progredir mais rapidamente em mulheres, particularmente durante períodos de
mudanças hormonais significativas, como a gravidez. Portanto, não afeta a
gestação, mas pode piorar durante a gestação, ou seja, pode piorar a perda
auditiva da grávida", esclarece.
Crescimento ósseo anormal
A médica explica que a otosclerose é uma doença
óssea que afeta o ouvido médio, particularmente o estribo (que é um dos três
ossículos que transmitem o som do tímpano para o ouvido interno). "Nessa
condição, ocorre um crescimento anormal de tecido ósseo ao redor do estribo,
que acaba se tornando menos móvel, dificultando a transmissão das vibrações
sonoras para a cóclea, levando à perda auditiva. Isso porque esse crescimento
anormal dificulta a condução do som do ouvido para o cérebro.”
O principal sintoma, ainda de acordo com a
especialista, é justamente a maior dificuldade em ouvir, mas ela também pode se
manifestar através da sensação de zumbido. Os tratamentos, por sua vez, podem
ser cirúrgicos, com aparelhos auditivos ou medicamentosos, a depender da
gravidade da doença. "Os sintomas podem ser amenizados com o diagnóstico
correto e o tratamento adequado para cada fase em que a otosclerose se encontra.
Algumas medicações ajudam muito a amenizar os sintomas e a estabilizar a
doença. Já a cirurgia consiste em substituir o estribo acometido por uma
prótese para restaurar a audição", explica.
Causas e prevenção
Embora as causas ainda não sejam completamente
compreendidas, a médica explica que fatores genéticos e hormonais desempenham
um papel importante na Otosclerose. Por isso, a prevenção direta é algo
desafiador. Ainda assim, a Dra. Cristiane elenca algumas medidas que podem
ajudar a minimizar o risco de progressão da doença ou a reduzir seus sintomas:
Monitoramento regular da
audição: se houver histórico familiar de otosclerose, é
importante fazer check-ups auditivos regulares para detectar precocemente
quaisquer sinais de perda auditiva.
Evitar exposição a ruídos
altos: proteção contra ruídos altos pode prevenir a perda
auditiva adicional, o que é importante para pessoas com otosclerose, já que a
doença em si já compromete a audição.
Consulta com um
otorrinolaringologista: manter um
acompanhamento regular com um especialista pode garantir que a doença seja
monitorada e tratada adequadamente, evitando complicações.
Estilo de vida saudável: manter uma alimentação equilibrada e evitar fatores que possam
comprometer a saúde auditiva, como o uso excessivo de fones de ouvido, podem
contribuir para a saúde geral dos ouvidos.
Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
Nenhum comentário:
Postar um comentário