A IA não é mais algo novo no mercado. Porém, notamos avanços assustadores de sua aplicação no mercado – se tornando um recurso cada vez mais acessível à população e, ao mesmo tempo, algo que ainda será muito mais aprofundado frente à suas possibilidades de aplicação. Hoje, em um cenário fortemente permeado por uma série de ferramentas desenvolvidas através desta tecnologia, vale o questionamento: esse avanço foi, de fato, acompanhado pela maioria dos brasileiros? E, eles estão capacitados para lidar com um mercado de trabalho que introduziu, até que recentemente, esse recurso em seu modus operandi?
Um grande exemplo que podemos notar dessa aplicação
em alta velocidade ao redor do mundo ocorreu em 2022, primeiro ano após o
controle, pelo menos nacional, da Covid e do início da restauração da vida
“comum” dos brasileiros. Nessa época, vimos o destaque do ChatGPT aberto ao
público, o qual, ao mesmo tempo que tenha causado uma verdadeira revolução e
inovação em termos de IA, ainda não foi, em sua maior parte, devidamente
legislada.
Com essa grande realização concretizada pela equipe
da OpenAI, hoje, qualquer um pode usar uma versão gratuita da tecnologia para
tarefas básicas – ou, ao menos, por mera curiosidade. Em um estudo desenvolvido
pela FIA Business School, como prova disso, 57% dos líderes empresariais
reconheceram a alta importância da IA generativa para suas operações, tida como
um instrumento amplamente presente no radar de figuras importantes e influentes
de grandes corporações.
O problema, contudo, está na falta de profissionais
qualificados para compreender, manusear e comandar tamanha sofisticação
tecnológica a favor das operações corporativas. Ainda conforme essa mesma
pesquisa, foi identificado que 42% das empresas estão sofrendo com essa
escassez de talentos qualificados, o que prejudica o bom usufruto da IA perante
uma maior produtividade e destaque competitivo no segmento atuado.
Como se trata de uma inovação que mal possui dois
anos inteiros desde sua propagação geral para a utilização das pessoas, existe
um intervalo de tempo muito curto entre a originação do mecanismo e sua
utilização dentro de corporações que estão por dentro das inovações. E, na
prática, o que isso traz é, justamente, a falta de mão de obra qualificada para
poder trabalhar com essa ferramenta, o que causa tanto um problema quanto uma
oportunidade.
Isso foi comprovado no Panorama de Marketing e
Vendas 2024, realizado pela RD Station. Segundo seus dados, apesar de,
atualmente, cerca de 70% das empresas nacionais já utilizarem a IA
internamente, muitas ainda estão com dificuldade em conseguir uma automatização
de atividades básicas em seus fluxos de processos, a qual precisa ser melhor
otimizada para que os times se dediquem a tarefas mais estratégicas e
complexas.
Por um lado, há uma lacuna de talentos capacitados
para as posições que estão relacionadas à utilização, criação e otimização de
processos manuais através do poder da IA. Por outro, isso faz com que haja uma
oportunidade de abertura de vagas na área. Nesse sentido, a diferença de
experiência entre uma pessoa que está por dentro do assunto desde sua criação,
e de outra que não sabe nada sobre o assunto pode, em cerca de meses, ser
equilibrada.
É possível afirmar, então, que, com o advento da
IA, vários tipos de empregos que possuíam características de trabalho
repetitivo e manual acabaram sendo substituídos por tecnologias, em um
movimento natural do mercado e em sinergia com os avanços tecnológicos. Esse
ciclo de descobertas continuará crescentemente e, como sempre, a falta de
qualificação profissionais deve ser compreendida como um norteamento de onde
podem direcionar suas carreiras, seja permanecendo no segmento atual ou
explorando algo totalmente novo.
Estamos diante de uma série de portas a serem abertas em termos de oportunidades favorecidas pela IA, junto ao surgimento de tecnologias inovadoras que enriquecem, ainda mais, as possibilidades de crescimento no mercado. O que falta, agora, é um maior incentivo para a criação de cursos capacitadores para a sociedade em geral, de forma que tanto os novos profissionais quanto os mais experientes possam emergir e se reintegrar neste ciclo infinito que essa tecnologia proporciona ao mercado de trabalho.
Renan Cardarello - CEO da iOBEE - Assessoria de Marketing Digital e Tecnologia.
iOBEE
https://iobee.com.br/
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