“Vários estudos
têm demonstrado que, aparentemente, as ginastas têm uma estatura mais baixa do
que as outras atletas por conta de uma seleção natural: as pessoas mais baixas
são as que acabam ficando nesse tipo de esporte e não é o treino intensivo na
faixa pediátrica que vai comprometer a estatura. Muitos trabalhos sugerem que,
mais do que o treinamento intensivo em crianças de idades muito jovens, a
restrição alimentar tem um papel mais importante no comprometimento estatural.
Então, é importante fazer uma orientação adequada sobre suplementação alimentar
de acordo com o grau de atividade física”, comenta Dra. Cristiane Kochi,
endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).
A médica
acrescenta que a atividade física para crianças e adolescentes é fundamental
para melhorar a condição física, hormonal, psicossocial e prevenção de doenças
no futuro, como obesidade e osteoporose, por exemplo.
Durante o
treinamento intensivo, várias alterações hormonais podem acontecer em todos os
eixos: a alteração de secreção do hormônio de crescimento, das gonadotrofinas,
dos hormônios tiroidianos e do cortisol. “As variações de concentração do
cortisol acontecem de acordo com o tipo de atividade física, a duração, a
intensidade e se é treino ou se é uma fase já de competição. Portanto é difícil
justificar que um aumento na concentração do cortisol possa estar associado
diretamente com uma restrição de crescimento dessas atletas. Agora, o que é
mais descrito é que essas ginastas podem ter um atraso puberal e um atraso na
menarca, mas que na maioria dos casos acontece de maneira semelhante ao que
vemos no retardo constitucional do crescimento e puberdade. Então, ainda
estaria dentro de uma variação do normal”, comenta a endocrinologista.
O grande problema
é que não existem muitos trabalhos com o número de atletas acompanhadas ao
longo prazo e pelo menos até uma idade maior - entre 21, 22 anos - para avaliar
como acontece o crescimento inteiro até a estatura final, com a descrição
detalhada de intensidade, duração e frequência dos treinos e com relação à
oferta calórica.
“Há necessidade de estudos com uma casuística maior e prospectivos longitudinais para podermos ter uma ideia melhor de qual é o impacto da atividade intensa nas crianças e adolescentes em relação ao crescimento no futuro”, finaliza Dra. Cristiane.
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