Como
a sexóloga Natali Gutierrez, que está amamentando sua filha íris, enxerga as
mudanças físicas e seus efeitos na percepção corporal e sexualidade da mulher
Agosto é conhecido como o Mês da
Amamentação, uma data que ressalta a importância da amamentação tanto para a
saúde do bebê quanto para o bem-estar da mãe. Durante esse período, o corpo da
mulher passa por significativas mudanças físicas e emocionais, que podem
impactar sua percepção corporal e autoestima.
Natali Gutierrez, sexóloga e CEO da
Dona Coelha, que está amamentando sua filha Iris, de 1 mês, compartilha sua
experiência: "A amamentação traz transformações profundas no corpo da
mulher, que podem influenciar a forma como ela vê a si mesma. O aumento dos
seios, a sensibilidade e as mudanças hormonais são aspectos que muitas mulheres
precisam ajustar." Ela acrescenta que "essas alterações podem gerar
inseguranças e afetar a autoimagem, o que, por sua vez, pode impactar a vida
sexual."
A percepção corporal da mãe é frequentemente
desafiada durante a amamentação. A diferença na aparência dos seios, o ganho de
peso e as mudanças hormonais podem levar a sentimentos de desconforto ou
insegurança. "É crucial que as mulheres recebam apoio para aceitar essas
mudanças e se sintam confortáveis com seus novos corpos", afirma Natali.
"Quando a mãe consegue ver seu corpo com mais aceitação e autoestima, ela
tende a ter uma vida sexual mais satisfatória e equilibrada."
Além disso, a amamentação pode afetar
a sexualidade da mulher de várias formas. A falta de sono, o estresse e as
demandas contínuas do cuidado com o bebê podem reduzir a libido e a energia da
mãe. "As mudanças na autoimagem e a sensação de exaustão podem diminuir o
desejo sexual", explica Natali. "É importante que as mães compreendam
que esses sentimentos são normais e que o apoio contínuo é essencial para
ajudar a manter a intimidade e o vínculo afetivo."
Ao refletir sobre a experiência de
amamentar, muitas mães enfrentam desafios inesperados. O corpo muda e o ato de
amamentar pode trazer fissuras nos seios e outros problemas. "Por muitas
vezes, não reconhecemos mais nosso corpo de antes, e o ato de amamentar pode
trazer fissuras nos seios e estar marcado por desafios. A amamentação não é
intuitiva; não nascemos sabendo. Pelo contrário, algo que mudou muito a minha
forma de amamentar foi a oportunidade de conversar com uma consultora para
entender melhor o processo. Às vezes, a pega errada machuca, e isso pode nos
levar a sentir culpa, como se não fôssemos capazes de amamentar. Existem mães
que não conseguem amamentar, e isso também gera uma grande culpa."
Além das dificuldades iniciais, o
conhecimento sobre amamentação muitas vezes é limitado. "Além disso, o
bico do seio pode não estar adequado, e muitas vezes as mulheres não têm
conhecimento da melhor forma de passar por isso, pois não conversamos
abertamente sobre o assunto. Não sabemos nada sobre amamentação e não somos
ensinadas a discutir sobre isso, então, quando não conseguimos, parece que
somos as únicas culpadas. Aceitar que estamos com dúvidas e procurar ajuda é
fundamental, assim como aceitar que estamos fazendo o nosso melhor. Isso não
muda em absolutamente nada o fato de sermos mães maravilhosas.”
No Mês da Amamentação, é fundamental
celebrar a jornada da maternidade com confiança e amor."
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