Especialista do CEJAM explica diagnóstico, que pode levar à fraqueza muscular, formigamento, dormência e redução ou ausência de reflexos
Recentemente, o ator Reynaldo Gianecchini, 51,
anunciou ao público que tem a síndrome de Guillain-Barré. Durante uma
entrevista para um podcast, ele revelou que
recebeu o diagnóstico enquanto se preparava para seu novo musical, “Priscilla,
a Rainha do Deserto”.
Apesar da grande repercussão que o assunto vem ganhando, muitas
pessoas ainda desconhecem os detalhes sobre essa doença. A condição faz com que
o sistema imunológico comece a atacar partes do sistema nervoso periférico,
resultando em sintomas como fraqueza muscular, formigamento, dormência e
redução ou ausência de reflexos.
“A Síndrome de Guillain-Barré, mais precisamente chamada de
polineuropatia inflamatória desmielinizante aguda, é classificada como uma
doença autoimune, em que a resposta imunológica desencadeia inflamação do
sistema nervoso periférico em um ou mais tecidos ou órgãos de um indivíduo”,
explica Dr. Roger Gomes, neurologista do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas
"Dr. João Amorim".
A
síndrome é desencadeada por uma infecção prévia, geralmente de natureza
respiratória ou gastrointestinal, que ocorre entre 2 e 6 semanas antes do seu
diagnóstico. Assim, quadros de diarreia, infecções respiratórias, infecção pelo
DARS-Cov-2, arbovírus, entre outros, podem ser considerados fatores
desencadeantes.
"É importante ressaltar que qualquer músculo do corpo pode
ser afetado, incluindo os músculos respiratórios, como o diafragma, o que pode
levar à insuficiência respiratória em diferentes graus em até um terço dos
pacientes. Além disso, a doença, geralmente, afeta os nervos periféricos
responsáveis pelo controle da atividade cardíaca e da pressão arterial, podendo
causar arritmias cardíacas e hipertensão arterial aguda", complementa o
médico.
Apesar de assustar à primeira vista, a doença é considerada rara e
não contagiosa. No Brasil, a incidência é baixa, atingindo entre 1 e 4 pessoas
a cada 100 mil habitantes anualmente, segundo o Ministério da Saúde. Os jovens
e adultos entre 20 e 40 anos são os mais afetados.
O diagnóstico inicial é clínico e posteriormente confirmado por meio de exames que avaliam os nervos e músculos, como a eletroneuromiografia e a análise do líquido cefalorraquidiano, obtido por meio de uma punção na coluna lombar.
"O reconhecimento precoce da doença é fundamental para iniciar o
tratamento o mais rápido possível, a fim de evitar fraqueza prolongada,
comprometimento dos músculos respiratórios e, nos casos mais graves,
insuficiência respiratória com necessidade de intubação e respirador
mecânico", reforça o neurologista.
Atualmente, as principais abordagens terapêuticas para tratar a
síndrome são o uso de imunoglobulina humana intravenosa em altas doses. E se a
sua utilização não resultar em uma melhora significativa, geralmente,
recorre-se à troca do plasma do paciente por meio de um procedimento chamado
plasmaferese.
Em alguns casos, pode ser necessária uma combinação dos dois
procedimentos. No país, ambos os tratamentos estão disponíveis gratuitamente
pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
cejamoficial
Nenhum comentário:
Postar um comentário