Um estudo realizado pela Rede Mulher Empreendedora mostrou que em 68% das vezes, quando uma mulher se torna mãe, ela também começa a empreender. Duas tarefas que demandam muito tempo da vida da mulher. Como empreendedora, posso dizer até que é tempo integral nos sete dias da semana.
Esse
alto número de obrigações acaba muitas vezes nos sobrecarregando, pois quase
sempre existe uma divisão desigual das tarefas relacionadas ao lar. O Sebrae
realizou uma pesquisa em 2022 sobre empreendedorismo feminino e concluiu que as
mulheres dedicam menos tempo aos seus negócios, se comparado aos homens. 51%
delas trabalham mais de 40 horas semanais para tocar o empreendimento, ante 71%
dos donos homes de negócios.
E
daí eu te pergunto, as mulheres dedicam menos tempo aos negócios por que
querem? Não, elas precisam cuidar dos filhos e da casa, já que grande parte das
brasileiras não tem a possibilidade de contratar uma pessoa para ajudar nas
tarefas domésticas. Pensando em ajudá-las, já que empreender surge como uma oportunidade
de renda para a família, trago aqui algumas dicas, que eu utilizo no meu dia a
dia, para conseguir dar conta de tudo.
Depois
de passar pelas etapas que todos os empreendedores passam, identificar um
nicho, pesquisa de mercado e traçar metas realistas, a mulher, precisa fazer um
plano de negócios, não só estabelecendo objetivos para o projeto, mas também,
pensando em como ficará a sua rotina, sinalizando quantas horas será possível
trabalhar e como fazer com os horários inadiáveis do dia a dia materno, como
levar e buscar na escola. É nesse momento também, que o parceiro ou familiar
entra, tentando dividir ao máximo as tarefas rotineiras, buscando um meio termo
que fique bom na realidade dos dois.
Em
um primeiro momento parece difícil pensar em tudo isso, mas, com o passar dos
dias, a empresa toma forma e todos se acostumam com as novas atividades. Claro,
nem sempre o que foi decidido no plano de negócios dará certo, por isso, de
tempos em tempos, é necessário sentar e discutir se aquilo está funcionando
para todos na casa. Conversar com outras mães empreendedoras é uma boa ideia,
pois as rotinas nunca serão iguais, mas é inspirador entender como outra casa
funciona neste assunto.
Uma
outra boa dica que eu sempre dou quando me perguntam, é a necessidade de criar
uma rede de apoio ao seu redor. Familiares e amigos, que além de apoiarem o seu
negócio, possam ser as pessoas que você pode correr quando precisa de algo
urgente com as crianças. Para isso, é necessário que você e seus filhos confiem
e gostem muito dessa pessoa.
Para
finalizar, existem inúmeros cursos de empreendedorismo que podem ser
interessantes, eles ajudam a desenvolver o espírito de liderança e abordam
temas como gestão de pessoas, marketing e finanças. Existem também workshops
para mães empreendedoras, onde você terá contato com mais mulheres que passam
pelos mesmos desafios da maternidade.
Ser
mãe e empreender não é fácil, mas é gratificante poder estar próximo de seu
filho, estabelecer uma relação de confiança com ele e passar ensinamentos e
valores sobre a importância da dedicação nesta dupla jornada, ensinando que é
possível sim, ser mãe e empreender. Além de que, à medida que as
crianças vão crescendo, elas adquirem mais autonomia e podem assumir mais
tarefas, de acordo com a idade delas, é claro ficando cada vez mais fácil
conciliar as duas atividades.
Isabela Brisola - advogada fundadora do Brisola Advocacia e empreendedora. É especialista em Direito Previdenciário.
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