Muito confundido com a menopausa, o climatério é o período em que a mulher está na transição da fase reprodutiva para a fase não reprodutiva, após a menopausa. Já a menopausa representa a data em que a mulher teve a sua última menstruação.
De acordo com a ginecologista e especialista em reprodução humana
da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, Dra. Bianca Bernardo, o diagnóstico é
feito de forma retrospectiva, já que só é possível datar o início da menopausa
quando a mulher completar um ano sem menstruar.
“Neste período do climatério, existe uma diminuição no nível de
estrogênio circulando no sangue da mulher e, consequentemente, haverá sintomas
associados a essa baixa”, afirma a especialista.
De acordo com dados de pesquisa da revista científica Climacteric,
87,9% das mulheres afirmam ter sintomas associados ao período do climatério.
“Os principais sintomas são as ondas de calor ou fogachos, que são aqueles calores súbitos acompanhados de sudorese, rubor e vermelhidão. Geralmente mais localizado no tronco e na face e possuem um período de duração que cessam de forma espontânea”, explica a médica.
Segundo a especialista, outro sintoma é a secura vaginal,
associado à atrofia urogenital e diminuição de lubrificação.
“Isso pode levar as mulheres a terem dificuldade para ter relações
sexuais, como ardência e dores. Existem também outros sintomas inespecíficos
como dor articular, insônia, e a diminuição da massa óssea, que pode levar a
osteopenia e osteoporose”, afirma.
Fertilidade
A especialista explica que durante o período menopausal, ou seja,
antes da menopausa, em que a mulher ainda tem ciclos ovulatórios, é possível
sim. Porém existe uma dificuldade maior, já que a reserva ovariana estará
baixa, tanto em questão de quantidade como em qualidade.
“No climatério apesar da baixa reserva ovariana, pode ser possível
a mulher apresentar alguns ciclos ovulatórios. Porém, caso isso aconteça é
importante que a mulher tenha um acompanhamento médico ainda mais rigoroso,
levando em conta que neste período existe um risco mais de doenças cromossômicas,
abortamento e de doenças metabólicas, que podem causar pré eclâmpsia e diabetes
gestacional”, afirma.
Caso a mulher que tenha entrado no climatério queira optar pela
maternidade por meio de tratamentos de reprodução humana utilizando seus próprios
óvulos, a fertilização in vitro é uma opção, porém, a taxa de sucesso é de
apenas 4,5% para mulheres de 42 anos, de acordo com dados da Society for
Assisted Reproductive Technology.
“O adequado, para possuir uma maior taxa de sucesso seria optar
pela ovodoação. Dessa forma, a taxa de gravidez sobe chegando a 52,5%. Levando
em conta que na ovodoação são utilizados óvulos doados por mulheres de até 35
anos”, explica a médica.
Já na menopausa, não há a possibilidade de uma gravidez natural,
já que terá se esgotado a reserva ovariana feminina e a mulher não terá mais
ovulação. Porém para a mulher que ainda sonha em realizar o sonho da
maternidade, a fertilização in vitro e os óvulos doados, são as escolhas mais
assertivas para seguir com o objetivo.
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