Com a chegada dos dias mais frios, espirros podem ser causados por rinites alérgicas e não alérgicas. Pexels |
Mesmo quem não tem rinite alérgica, sofre com espirros constantes ao sair do banho ou de casa num dia frio. Médicos explicam os motivos, prevenção e tratamentos
Muita gente não entende porque os espirros aparecem tanto no frio, mesmo sem a pessoa estar resfriada, pois costumam associar alergias apenas à primavera e ao verão. No entanto, o inverno também pode desencadear sintomas desconfortáveis para aqueles que sofrem de alergias, como as rinites alérgicas, não alérgicas e alimentares. Embora o pólen seja menos prevalente, os ácaros, o mofo e os pelos de animais são os principais causadores de alergias.
O otorrinolaringologista Marco Cesar Jorge dos Santos, do Eco Medical Center, explica que existem dois grupos de rinites. O primeiro é o das rinites alérgicas, que fazem o nariz ter mais secreção, coceira e espirros na presença de pólen, poeira, mofo, etc. E há o grupo das rinites não alérgicas, que são aquelas que fazem a pessoa espirrar quando sai do banho ou liga o ar condicionado. Essa é a rinite vasomotora, gerada pela mudança de temperatura.
Mas o médico alerta para que não se confundam os sintomas da rinite com processos virais, muito comuns nessa época pela circulação de mais vírus. Apesar de apresentarem quase os mesmos sintomas, e também causarem obstrução nasal e coriza, os vírus ainda causam mal estar e não geram coceira em nariz, olhos, garganta e ouvido.
Na
rinite, são sintomas clássicos o nariz, olhos e ouvido coçando, o nariz
congestionado, ronco e mal estar durante o dia, devido à dificuldade
respiração. “Isso altera o humor do paciente, leva a uma queda de produtividade
no trabalho e nos estudos”, alerta o otorrinolaringologista.
Rinite x frio
Nessa época de variação climática, a mudança de temperatura acaba entupindo mais o nariz do paciente. Sem contar que a queda de folhas e a sua degradação, juntamente com ácaros e poluição que entram pelo nariz podem gerar muita coceira, coriza e congestão nasal. O otorrinolaringologista alerta que não há forma de tratar, apenas de prevenir. "Vale lembrar que a rinite alérgica, em muitos casos, vem da genética familiar", afirma.
Ele orienta que é importante a realização de um teste de alergia, o Prick Test, para entender quais alérgenos causam reação no paciente. A partir do resultado, a maneira mais eficiente de evitar os espirros e incômodos da rinite é evitar o contato com esses alérgenos. Em segundo lugar, é interessante fazer a lavagem nasal constante, com soro fisiológico, para retirar os alérgenos do nariz.
"Agora,
se mesmo com esses cuidados, a pessoa ainda sofre muito com a coriza e a
coceira, é preciso consultar um otorrinolaringologista, que vai prescrever
medicamentos para aliviar os incômodos", alerta Marco Cesar.
Como prevenir a rinite e demais alergias
A médica alergologista Camilla Pereira, do Eco Medical Center, explica que a circulação de mais vírus de síndromes respiratórias no outono e no inverno intensificam os sintomas de alergias e podem gerar os broncoespasmos (contração repentina da musculatura dos brônquios associada à obstrução do fluxo aéreo, que podem causar falta de ar, dor no peito, tosse e até mesmo tontura e fraqueza).
Já em relação às alergias alimentares, elas também são prevalentes nos dias frios, principalmente pelo consumo de oleaginosas como pinhão, amendoim, nozes, leite e trigo/glúten.
Para
evitar ou minimizar os impactos das alergias, a Dra. Camilla dá as dicas:
- Manter a casa limpa e bem ventilada, para reduzir a umidade e
a presença de mofo
- Lavar roupas de cama regularmente em água quente (pelo menos
a 60°C), para eliminar ácaros
- Se tiver alergia a pêlos, evitar exposição a animais de
estimação. Mantenha-o fora do quarto e dê banhos regulares no pet
- Utilizar filtros de ar de alta eficiência, eles ajudam na
remoção de alérgenos do ar
- Evitar locais com multidões, para evitar exposição a vírus e
bactérias
- Ler sempre o rótulos do alimento
Consultar um especialista em caso de os sintomas persistirem ou se apresentarem de forma mais grave. "É fundamental buscar orientação médica para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado", completa a alergologista.
ECO MEDICAL CENTER
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