Documento
digital passa a certificar oficialmente a vontade da pessoa em ser um doador de
órgãos e ficará disponível em plataforma nacional para os profissionais de
Saúde. Mais de 42 mil pessoas esperam na fila de transplantes em todo o Brasil.
As mais de 42 mil pessoas que atualmente aguardam na fila por um transplante de órgãos no Brasil contam, a partir desta terça-feira (02.04), com um importante aliado na batalha pela vida. A partir de agora, quem deseja ser um doador de órgãos poderá manifestar e formalizar a sua vontade por meio de um documento oficial, feito digitalmente em qualquer um dos 8.344 Cartórios de Notas do Brasil: a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO).
Desenvolvida pelo Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF), entidade que reúne os Cartórios de Notas de todo o país, e regulamentada pelo Provimento nº 164/2024 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a autorização eletrônica estará disponível gratuitamente pelo site www.aedo.org.br, e por meio da Central Nacional de Doadores de Órgãos ficará disponível para consulta via CPF do falecido pelos responsáveis do Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde.
“A AEDO soluciona uma importante demanda social que envolve a formalização da vontade de uma pessoa em ser doadora. Por meio de um documento oficial com plena validade jurídica, feito por um tabelião de notas, ela comprovará o desejo expressado em vida desta pessoa em salvar a vida de outra”, destaca a presidente do CNB/CF, Giselle Oliveira de Barros. “Todo o procedimento agora fica simplificado, claro e seguro e, em poucos cliques, a pessoa certifica sua vontade em ser doadora”, completa.
Pela legislação vigente, quem autoriza a doação em caso de morte encefálica é a família do cidadão, que precisava estar ciente da intenção da pessoa em doar seus órgãos e/ou tecidos. Com a AEDO esta manifestação de vontade fica registrada dentro de uma base de dados acessada pelos profissionais da Saúde, que terão em mãos a comprovação do desejo do falecido para apresentar a família no momento do óbito.
Para
realizar a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos, o interessado preenche
um formulário diretamente no site www.aedo.org.br,
que é recepcionado pelo Cartório de Notas selecionado. Em seguida, o tabelião agenda
uma sessão de videoconferência para identificar o interessado e coletar a sua
manifestação de vontade. Por fim, o solicitante e o notário assinam
digitalmente a AEDO, que fica disponível para consulta pelos responsáveis do
Sistema Nacional de Transplantes. A plataforma está acessível 24 horas por dia,
7 dias por semana, de qualquer dispositivo com acesso à internet.
Na plataforma, o cidadão poderá escolher qual órgão deseja doar - medula, intestino, rim, pulmão, fígado, córnea, coração ou todos -. No Brasil, a maioria das pessoas na fila única nacional de transplantes aguarda a doação de um rim, seguido por fígado, coração, pulmão e pâncreas (11). Somente no ano passado, três mil pessoas faleceram pela falta de doação de um órgão. Atualmente, mais de 500 crianças aguardam por um novo órgão.
“O lançamento da AEDO é resultado de um esforço conjunto entre o
Poder Judiciário, instituições de saúde, organizações da sociedade civil e a
população brasileira, que trabalharam em colaboração para tornar este projeto
uma realidade”, afirmou o ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente do
CNJ.
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