Para a entidade, aumento de consumo de eletricidade
com onda de calor reforça necessidade de investimentos em novas soluções
sustentáveis para aliviar a operação do sistema
O aumento no consumo de
energia elétrica causado pela onda de calor nos últimos meses no Brasil acende novamente o debate da transição energética e da
necessidade de o País caminhar para uma economia cada vez mais segura e verde
com o uso das tecnologias de armazenamento de energia elétrica, sobretudo no
complemento das fontes renováveis, como solar e eólica.
A avaliação é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).
Para a entidade, as novas tecnologias de baterias combinadas com a geração
solar, tanto nas grandes usinas centralizadas quanto nos pequenos e médios
sistemas em telhados e terrenos, reforçam a segurança do sistema elétrico e
melhoram a qualidade de atendimento e a autonomia dos consumidores brasileiros.
“Com dimensões continentais e devidamente interconectado por linhas de
transmissão, o sistema elétrico brasileiro é robusto e seguro para as usinas
renováveis em operação e pode avançar ainda mais com as tecnologias de
armazenamento de energia elétrica, que poderão exercer um papel fundamental
para aprofundar ainda mais o avanço das fontes renováveis e a descarbonização
da matriz elétrica nacional”, diz Carlos Dornellas, diretor técnico-regulatório
da ABSOLAR.
“Ao combinar, por exemplo, a fonte solar com as baterias, há um ganho
exponencial de segurança e robustez da matriz elétrica brasileira, com mais
sustentabilidade. Tais tecnologias são essenciais para aliviar o sistema
elétrico nacional, especialmente no atual período de onda de calor, ajudando a
fortalecer o suprimento da demanda nos horários de maior consumo de
eletricidade pela sociedade”, acrescenta.
Segundo o executivo, a fonte solar fotovoltaica tem sido cada vez mais
fundamental no suporte ao Sistema Interligado Nacional (SIN) em momentos de
elevação das temperaturas, um desafio que pode se tornar ainda mais frequente
com o aquecimento global em curso. Por isso, a necessidade de ampliação de
investimentos na combinação com as tecnologias de armazenamento energético.
“Além de proteger o bolso do consumidor, a energia solar evita as emissões de
gases de efeito estufa na geração de eletricidade do País, pois é uma
fonte que não emite nenhum gás, líquido ou sólido durante a sua operação”,
explica Dornellas.
Gargalos a serem superados
A ABSOLAR lembra ainda que há uma lacuna de arcabouços legal e regulatório
robustos e de políticas públicas que estimulem o uso das tecnologias de
armazenamento energético no País. Neste sentido, há a necessidade de avançar
com a construção de uma regulamentação favorável, processo em andamento na
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), por meio da Consulta Pública
ANEEL nº 039/2023.
Outro desafio nesta área é a implementação de medidas para a equalização da
carga tributária (redução de impostos sobre as baterias), justamente para
tornar a tecnologia acessível a todas as camadas da população, para uso pelos
consumidores. Atualmente, a carga tributária sobre baterias chega a somar mais
de 80%, o que inviabiliza diversas aplicações possíveis no mercado.
Equiparar estes impostos aos aplicados às fontes renováveis, uma medida de
isonomia amplamente justificável, solucionaria a questão e abriria imensas
oportunidades ao Brasil na atração de investimentos e geração de empregos
verdes neste novo segmento.
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