Estudos apontam diminuição de 48% em
pessoas que já passaram pela cirurgia
O câncer colorretal é um dos mais incidentes no mundo. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a cada ano, são diagnosticados mais de 44 mil novos casos no Brasil. Entretanto, quando descoberto em estágios iniciais, o prognóstico é positivo e a chance de reincidência tem caído progressivamente ao longo dos anos, com a melhoria do tratamento.
A afirmação vem de um estudo
dinamarquês que demonstrou uma diminuição no risco de recorrência tardia em
48%, após cinco anos do procedimento cirúrgico. “Já é sabido que, quanto antes
um câncer é diagnosticado, maiores são as chances de um tratamento mais eficaz.
Isso se vê também na possibilidade de reincidência. Esse estudo demonstra que
somente 2,9% das pessoas estudadas, que foram mais de 8 mil, apresentaram o
reaparecimento do câncer colorretal novamente”, explica Dr. Paulo Varella,
oncologista do Hcor.
Segundo o especialista, essa redução mostra como os avanços no tratamento do câncer colorretal são importantes e os dados obtidos de novos estudos podem indicar não estender a vigilância por mais de cinco anos. “É muito difícil termos que estender, afinal, as reincidências se tornaram menores, assim como o câncer colorretal metacrônico (novos tumores que se desenvolvem nos segmentos colorretais remanescentes)”.
A baixa probabilidade de recorrência significa a menor chance de desenvolvimento de uma doença metastática. “É sempre muito importante reforçar a ideia dos exames de rotina recomendados em diretrizes médicas, como a pesquisa de sangue nas fezes e colonoscopias, e específicos como, por exemplo, o de investigação genética. Conhecer a linhagem hereditária do paciente é crucial para conseguirmos a detecção em estágios iniciais e, consequentemente, aplicar abordagens terapêuticas de precisão”, afirma o Dr. Varella.
Atualmente, o principal meio de
detecção do câncer colorretal é a colonoscopia. O rastreamento deve ser
iniciado a partir dos 45 anos, mas em casos de pacientes com histórico familiar
ou outros fatores de risco, a indicação é começar aos 35. Quando os achados da
análise são considerados normais, a recomendação é repetir o exame a cada 5
anos. Já quando são detectados e retirados em pólipos (pequena lesão na
superfície do cólon ou do reto), os especialistas aconselham a retomada em 3
anos.
“A maioria dos pacientes que têm a doença diagnosticada precocemente não apresenta sintomas. Entretanto, quando mais avançada, os sinais podem incluir dores abdominais, anemia, alterações do hábito, calibre e até mesmo sangue nas fezes. Algumas manifestações inespecíficas podem estar associadas ao cansaço e emagrecimento sem motivo aparente”, ressalta o doutor.
Ainda de acordo com o médico, manter
hábitos saudáveis é a melhor maneira de prevenção, além das rotinas de exames
médicos. “Inclua a realização de atividade física regular durante a semana,
evite o consumo ao máximo de carne vermelha, processados, álcool e cigarro.
Essas medidas são fundamentais para evitar o desenvolvimento de diversas
doenças”, finaliza o médico.
Hcor
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