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terça-feira, 5 de março de 2024

O momento ideal para voltar ao sexo após o parto, sexóloga explica


Não são apenas os cuidados e a atenção que o recém-nascido demanda que faz uma mulher deixar a vida sexual de lado após o parto. Além das questões emocionais que envolvem essa fase, há também as fisiológicas que podem atrapalhar. Débora Pádua, fisioterapeuta pélvica especialista em sexualidade e dor na relação, da capital paulista, explica que o canal vaginal fica ressecado após o parto e isso acontece pela chuva de hormônios que ocorrem durante a gravidez já que os níveis hormonais, como o estrogênio, aumentam significativamente e, após o parto, esses níveis diminuem abruptamente. “Essa queda hormonal pode causar alterações na lubrificação vaginal, resultando em ressecamento que pode ainda ser intensificado pela amamentação, que baixa ainda mais os níveis de estrogênio”, fala. 

Débora ainda alerta as mulheres que passaram por episiotomia (um corte feito durante o parto), lacerações ou uso de medicamentos na hora do parto. Ela afirma que esses também são fatores que podem levar a um desconforto adicional e contribuir para o ressecamento. Mas, a especialista diz que tem solução: “O uso de lubrificantes à base de água pode ajudar a aliviar o desconforto durante a atividade sexual e se o ressecamento persistir ou causar desconforto significativo, é importante discutir isso com um profissional de saúde para avaliação e orientação adicionais para acabar com o problema o quanto antes e assim, poder retomar a vida sexual”, diz.
 

O momento ideal para voltar a ter relação 

O momento ideal não pode ser pré definido já que varia de mulher para mulher, mas é importante considerar que qualquer incisão ou pode levar algumas semanas para cicatrizar completamente. “Além disso, se a mulher ainda estiver no processo de sangramento pós-parto é preciso esperar”, diz.

Mas, o grande alerta da especialista é para a dor na hora da relação. “Nenhuma dor na hora do sexo é normal, nem no pós-parto. Se isso acontecer é preciso buscar ajuda já que cada gravidez e parto são únicos e não há um cronograma fixo que se aplique a todos. Respeitar os próprios limites e buscar ajuda é essencial nesta fase pós-parto”, finaliza.
 

Débora Padua - educadora e fisioterapeuta sexual. Graduada pela Universidade de Franca (SP) durante 5 anos fez parte do corpo clínico da Clínica Dr. José Bento de Souza e foi responsável pelo setor de Uroginecológia do Centro Avançado em Urologia de Ribeirão Preto (SP). Pós graduanda em Neurociências. Atualmente atende em sua clínica na capital paulista e no interior de SP, em Campinas, ambas especializadas no tratamento de vaginismo. Autora do livro “Vaginismo - Dor na relação não é normal” Link


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