Não são apenas os cuidados e a atenção que o recém-nascido demanda
que faz uma mulher deixar a vida sexual de lado após o parto. Além das questões
emocionais que envolvem essa fase, há também as fisiológicas que podem
atrapalhar. Débora Pádua, fisioterapeuta pélvica especialista em sexualidade e
dor na relação, da capital paulista, explica que o canal vaginal fica ressecado
após o parto e isso acontece pela chuva de hormônios que ocorrem durante a
gravidez já que os níveis hormonais, como o estrogênio, aumentam significativamente
e, após o parto, esses níveis diminuem abruptamente. “Essa queda hormonal pode
causar alterações na lubrificação vaginal, resultando em ressecamento que pode
ainda ser intensificado pela amamentação, que baixa ainda mais os níveis de
estrogênio”, fala.
Débora ainda alerta as mulheres que passaram por episiotomia (um
corte feito durante o parto), lacerações ou uso de medicamentos na hora do
parto. Ela afirma que esses também são fatores que podem levar a um desconforto
adicional e contribuir para o ressecamento. Mas, a especialista diz que tem
solução: “O uso de lubrificantes à base de água pode ajudar a aliviar o
desconforto durante a atividade sexual e se o ressecamento persistir ou causar
desconforto significativo, é importante discutir isso com um profissional de
saúde para avaliação e orientação adicionais para acabar com o problema o
quanto antes e assim, poder retomar a vida sexual”, diz.
O
momento ideal para voltar a ter relação
O momento ideal não pode ser pré definido já que varia de mulher
para mulher, mas é importante considerar que qualquer incisão ou pode levar
algumas semanas para cicatrizar completamente. “Além disso, se a mulher ainda
estiver no processo de sangramento pós-parto é preciso esperar”, diz.
Mas, o grande alerta da especialista é para a dor na hora da
relação. “Nenhuma dor na hora do sexo é normal, nem no pós-parto. Se isso
acontecer é preciso buscar ajuda já que cada gravidez e parto são únicos e não
há um cronograma fixo que se aplique a todos. Respeitar os próprios limites e
buscar ajuda é essencial nesta fase pós-parto”, finaliza.
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