Médica da Rede Mater Dei Uberlândia fala sobre prevenção, detecção e fatores de risco, entre eles hábitos de vida e alimentação
O câncer colorretal (CCR) afeta
aproximadamente um milhão de pessoas em todo o mundo, com incidências variando
entre países. No Brasil, ele está em ascensão, tornando-se o terceiro câncer
mais comum, depois do câncer de mama e
próstata, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Este mês
é marcado pelo “Março Azul Marinho”, uma campanha dedicada a divulgar
informações sobre a prevenção dessa doença.
De acordo com a médica coloproctologista Daniela Ferreira,
do Hospital Mater Dei Santa Genoveva, em Uberlândia, os fatores de risco para o
câncer de intestino são idade (quanto maior a idade, maior o risco), obesidade
(índice de massa corporal acima de 30), tabagismo, alcoolismo, sedentarismo e
antecedentes de doença inflamatória intestinal, diabetes, história familiar ou
pessoal de câncer colorretal.
Se há história familiar positiva, ou seja, um parente de
primeiro grau que apresentou o câncer colorretal, o risco desse indivíduo é de 15% a 30%, dependendo de alguns fatores. Além disso, há síndromes
genéticas que aumentam esse risco para 70% a 100%.
Sintomas e exames - Os sinais e sintomas do câncer colorretal são sangue nas
fezes, alteração do hábito intestinal, dor abdominal em cólica, emagrecimento e
anemia. As pessoas com esses sintomas devem procurar um especialista para
realizar a avaliação completa do intestino grosso.
Em relação aos exames oferecidos pela Medicina, na melhor
prática médica atual, a colonoscopia é o mais indicado para diagnóstico. Na
colonoscopia, a detecção de um pólipo pode evitar que este sofra uma
degeneração para o câncer, visto que é uma lesão pré-maligna. Conforme explica
a coloproctologista, o exame permite diagnosticar tumores iniciais, com maior
potencial de cura. A aceitação da colonoscopia varia entre os países: na Europa
é de cerca de 30%; nos Estados Unidos, no estado de Nova York, 80% das pessoas
já fizeram algum método para rastreamento do CCR, com a colonoscopia sendo o
principal exame.
“A colonoscopia é um exame muito útil na prevenção do câncer
colorretal, justamente porque ela permite que o pólipo se resseque antes de se
tornar um tumor. Então, quem faz acompanhamento certinho tem esse benefício da
lesão ser detectada de forma precoce, ser ressecada e impedir que, um dia, isso
se torne um tumor propriamente dito”, explica Daniela. “A colonoscopia é feita
com sedação, então o paciente não vai sentir dor. A aceitação é boa, porque
quando explicamos para os pacientes a necessidade e o benefício que ela vai
trazer, eles entendem a importância’, diz.
Tratamento - A Rede Mater Dei de todo o Brasil é capaz de diagnosticar,
estadiar e tratar o câncer colorretal com excelência. “No Mater Dei Santa Genoveva
podemos diagnosticar com colonoscopia, estadiar com tomografia e ressonância,
indicar os melhores tratamentos e realizar cirurgia aberta ou por vídeo”,
afirma a coloproctologista.
Incidência em jovens - Outro dado que merece atenção é o número
relativamente maior de jovens com este tipo de câncer. O câncer colorretal está se tornando mais prevalente
entre os jovens, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, com um aumento
significativo na incidência observado nas últimas décadas. Embora o risco geral
ainda seja baixo para indivíduos com menos de 50 anos, o número de diagnósticos
nessa faixa etária está crescendo, levantando preocupações entre especialistas.
A obesidade (particularmente em idades mais jovens) e o consumo excessivo de
álcool estão entre os fatores identificados como possíveis impulsionadores
desse aumento, destacando a importância da adoção de hábitos saudáveis desde
cedo.
Além disso, a falta de conscientização sobre os riscos do
câncer colorretal entre os jovens pode resultar em diagnósticos mais tardios e,
consequentemente, em tratamentos iniciados em estágios mais avançados da
doença. Portanto, é indispensável educar e conscientizar a população sobre os
sinais e sintomas dessa condição, além de promover hábitos de vida saudáveis
desde a juventude, a fim de mitigar o impacto crescente do câncer colorretal
entre os mais jovens.
A prevenção do câncer colorretal deve ser buscada através de
mudanças de hábitos de vida e através da prevenção com exames médicos. “Hoje, a
idade de início do rastreio com colonoscopia é preconizada aos 45 anos. O
intervalo entre os exames varia de acordo com os achados. A grande vantagem é
que o exame permite, se já for um câncer, a diagnosticá-lo e, se não for um
câncer ainda, se for um pólipo, permite ressecá-lo e impedir que um dia ele se
torne um tumor”, esclarece a médica.
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