crédito Nadja Kouchi
Apresentações
vão de 15 a 31 de março no Teatro Alfredo Mesquita.
Elenco conta com Luciana Schwinden, Sílvio Restiffe e Julia Terron.
Com texto inédito do premiado autor Samir Yazbek, Corpo Intruso estreia em 15 de março no Teatro Alfredo Mesquita para discutir, com um olhar contemporâneo, vida e morte. A montagem tem direção de Pedro Granato e elenco composto por Luciana Schwinden, Sílvio Restiffe e Julia Terron.
A trama acompanha a trajetória de uma professora de língua portuguesa do ensino médio que, distante da sua vocação literária, encontra-se no leito de um quarto de hospital, acometida por uma doença desconhecida. Sua relação com o marido mantém padrões de afetos desgastados pelo tempo, com arquétipos e símbolos do casamento convencional, força motriz de uma vida comprometida com as aparências e os ganhos materiais.
Ao receber no hospital a visita de uma aluna apaixonada pelo universo da literatura, a professora, questionada em sua visão de mundo, passa a rever a sua relação com o seu marido e a forma de tocar a sua própria existência.
O espetáculo traz discussões sobre vida e morte, e mais precisamente, sobre o que nos mantém vivos, o que nos impulsiona a ter sonhos e querer realizá-los. O universo da educação e da literatura também estão presentes no trabalho, tanto na relação entre professora e aluna, quanto no âmbito familiar e no embate geracional. “A busca da vocação e da paixão está no centro da peça”, conta Granato.
A atmosfera é de suspense intimista.
Mesclar o mistério e o drama em um ambiente hospitalar de maneira a criar uma
história equilibrada e “temperada” foi o maior desafio da construção, conta o
diretor. O minimalismo está presente em toda a concepção do espetáculo, da
cenografia que quer colocar o espectador dentro de um quarto de hospital à trilha
sonora original, fortemente inspirada na banda britânica Portishead.
O absurdo como representação da
realidade
O texto de Corpo Intruso flerta com o absurdo e está ancorado em uma história contemporânea. De acordo com o autor, a percepção da realidade como “absurda” surgiu a partir da análise de um contexto social em que as pessoas passaram a se fechar cada vez mais em suas próprias certezas.
“Há um elemento de classes nessa análise, representado pelas elites brasileiras, que cristalizaram uma postura avessa ao contato com o outro ou com o diferente. Mas esses abismos, na peça, também são explorados por meio das relações interpessoais e intrapessoais: ver o macro da sociedade por meio do micro das relações humanas”, explica Yazbek.
A dramaturgia se pautou na investigação da linguagem, na troca com artistas de gerações distintas e na escrita debatida em mesa com direção e elenco em todo o processo. Mas a peça também se inspira na dimensão psíquica das personagens de Ingmar Bergman, para falar sobre o sofrimento da protagonista, e em autoras como Virginia Woolf e Rosa Montero, sobretudo na perspectiva crítica que apresenta sobre a dinâmica das relações humanas e o papel da mulher na sociedade.
Para o autor, a renovação da
dramaturgia está ligada ao seu estudo e à sua prática, mas também à sua relação
com o público. E a peça busca essa relação por meio das perguntas que oferta à
sua plateia: “como saber se e quando devo deixar que o outro se aproxime de
mim? Devo me aproximar dele? Ele me oferece riscos? Que riscos ele me oferece?
Vale a pena correr esses riscos? Vale a pena me expor para o outro? Afinal,
quem é o outro?”, elenca. Parodiando “Quem Tem Medo de Virginia Woolf”,
importante peça de Edward Albee, cujo universo temático e formal também foi
referência para Corpo Intruso, indaga-se: “quem tem medo do
outro?”.
Ficha técnica:
Texto:
Samir Yazbek. Direção: Pedro Granato. Atores: Julia
Terron, Luciana Schwinden e Silvio Restiffe. Participação Especial:
Carolina Romano. Cenário e adereços: Diego Dac. Iluminação:
Beto de Faria. Trilha sonora original: Décio 7. Figurino:
Iara Wisnik. Produção executiva: Carolina Henriques e Rommaní
Carvalho. Técnico de palco: Victor Moretti. Técnico de Luz: Carol
Soares. Técnico de Som: Diego Leo. Acompanhamento
técnico: Édson Reis. Assistente de direção e
Contrarregragem: Carolina Romano. Assistente de cenário e Adereços:
Luana Miyamoto. Assistente de Figurino: Amrita. Tintura
Cabelo: Cida Grecco. Assessoria de imprensa: Adriana
Balsanelli. Fotos: Nadja Kouchi. Design gráfico: Carolina
Romano. Produção: Jessica Rodrigues Produções e Pequeno Ato. Direção
de produção: Jessica Rodrigues.
O espetáculo foi contemplado EDITAL
PROAC Nº 01/2023 – TEATRO / PRODUÇÃO DE ESPETÁCULO INÉDITO.
Serviço:
Corpo Intruso
Estreia 15 de março no Teatro
Alfredo Mesquita.
Temporada: De
15 a 31 de março - Sextas e Sábados às 21h, Domingos às 19h.
Ingressos:
R$20 (https://www.sympla.com.br/produtor/jessicarodrigues)
Classificação etária:
14 anos
Duração:
90 minutos
Teatro Alfredo Mesquita
Endereço: Av. Santos Dumont, 1770
Capacidade: 40 lugares.
Estacionamento gratuito
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