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segunda-feira, 4 de março de 2024

Diabéticos podem comer chocolate na Páscoa?

Endocrinologista ensina truques para satisfazer a vontade sem prejudicar a saúde. Fugir dos rótulos em que o açúcar é o primeiro ingrediente da lista é uma das dicas. Confira mais

 

O ano mal começou e os supermercados já estão envelopados com seus ovos, coelhos, barras e bombons de chocolate, à espera da Páscoa, que acontece no final de março. 

Quem vive com o diagnóstico de diabetes ou com a resistência insulínica tende a ganhar uma nova batalha nesta época: a tentação ao chocolate que está por toda parte. Mas, para a Dra. Paula Pires, endocrinologista e metabologista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), é possível vencer esta luta com facilidade, seguindo algumas recomendações médicas. "Um consumo bem regrado e pontual de chocolate, mesmo para pessoas com diabetes, pode ser sim recomendado, desde que evitem os picos de açúcar no sangue", adverte, ao listar as dicas: 

  • 60% ou + | Consuma as versões mais amargas do chocolate, ou seja, com alto teor de cacau, superior a 60%. As versões ao leite e branco são ricas em açúcar e gorduras adicionadas, além de serem pobres nos benéficos polifenóis, ou seja, podem ser prejudiciais à saúde e devem ser evitadas principalmente por pacientes diabéticos;
     
  • Comece pelo rótulo | Para escolher a melhor opção, leia atentamente os rótulos dos produtos, observando a quantidade de carboidratos e de gorduras. Se o açúcar for o primeiro ingrediente da lista, significa que esse chocolate tem maior quantidade de açúcar e, consequentemente, é menos saudável – tanto para as pessoas com diabetes, quanto para quem não tem;
     
  • Evite o pico glicêmico | Consuma o chocolate como sobremesa, ou seja, após comer uma refeição saudável e balanceada com fibras, proteínas e gorduras boas, pois assim o corpo absorve mais lentamente os carboidratos do chocolate e evita picos de glicemia;
     
  • Atenção ao emocional | Mastigue devagar e deguste lentamente o seu chocolate, evite comer quando estiver sob muito estresse, com ansiedade ou tristeza, pois emoções desreguladas nos fazem comer mais descontroladamente. Coma devagar, aprecie e evite sentimento de culpa;
     
  • Comunique-se com sua equipe médica | Converse com sua equipe de saúde sobre qual seria a quantidade liberada de chocolate para você nesses momentos de celebração. Planeje-se. Privar-se de comer chocolate não é necessário, mas controlar a quantidade e a frequência de consumo faz toda a diferença. Por isso é importante comer com atenção e consciência;
     
  • Rotina de saúde | Esteja sempre em dia com os seus exercícios físicos, pois assim seu corpo irá processar muito melhor o chocolate.

 

O lado bom 

Recomendações de saúde devidamente seguidas, é hora de conhecer os benefícios do chocolate ao corpo humano. "Sua base, o cacau, é rica em flavonoides, compostos fenólicos potentes antioxidantes e anti-inflamatórios naturais", conta a Dra. Paula, ao comentar que o consumo regular dos flavonoides traz benefícios ao cérebro, ao coração, aos vasos e ao metabolismo. 

"Além da melhora da função cognitiva, alguns estudos sugerem que o consumo moderado de chocolate pode ajudar a combater sintomas depressivos, graças à modulação da dopamina e dos opioides no cérebro", explica a médica. 

Por fim, ela cita estudos mostrando que, ao aumentar o consumo de chocolate amargo em 50 gramas por semana, foi possível reduzir o risco de isquemias e hemorragias cerebrais, situações que são mais frequentes nos pacientes com diabetes. 

"Nesta Páscoa, peça ao Coelho chocolates com alto teor de cacau e não abuse! Apesar de bom para saúde, o chocolate amargo ainda é um alimento calórico, ou seja, em excesso pode aumentar o peso", finaliza a médica.



Dra Paula Pires – endocrinologista e clínica geral formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP)
drapaulapires
paulapiresendocrino܂com܂br


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