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sexta-feira, 8 de março de 2024

Dia Internacional da mulher - A história da mulher com a leitura

Muitos podem pensar por que um dia da mulher? 8 de março, Dia internacional da Mulher.

 

No final século XIX e começo do século XX, nossa luta pela conquista de ter um espaço numa sociedade masculina se intensifica e, mesmo com grandes conquistas - que não foram poucas - ainda seguimos batalhando para termos nossos direitos e igualdade garantidos. 

Em 8 de março de 1917, cerca de 9.0000 mulheres russas percorreram as ruas reivindicando melhores condições de trabalho e de qualidade de vida. Já na data de 8 de março de 1957 - ano inclusive em que eu nasci, 129 operárias estadunidenses de uma fábrica têxtil, morreram carbonizadas, vítimas de um incêndio intencional, em NY.

Em 8 de março de 1977 , portanto, a ONU proclamou o dia internacional da Mulher. 

Mulheres extraordinárias lutaram pelo direito de querer estudar, a leitura e a escrita eram atividades reservadas ao homem e é a partir daí que inicio nosso texto e homenagens a essas mulheres. 

A educação formal da mulher, quando existia, era feita através de professores particulares, tutores que transmitiam os conhecimentos permitidos pelas famílias abastadas que podiam proporcionavam essa prática. Conhecimentos tais que as famílias achavam adequadas às suas filhas. 

Se você assistiu recentemente ao seriado "The Crown", disponível na Netflix, a rainha Elizabeth II, quando jovem tinha seu aprendizado bem limitado e, mesmo tendo um posto tão alto na realeza, chegou sem nenhum preparo e buscou professores que a ajudassem adquirir maior conhecimento para poder conversar com o primeiro ministro de seu país, os assuntos do seu país e do mundo, mesmo sendo desencorajada pela mãe. 

Na literatura posso citar muitos livros que trazem histórias de mulheres com seus direitos de conhecimento tolhidos. Dos anos de 1861 até 1865, durante a guerra civil americana, com o pai ausente lutando na guerra, Loisa May Alcott, nos traz em seu livro, com adaptação para o cinema, "Mulherzinhas”, onde a irmã mais velha de 4, é escritora, e estando a família sem recursos pois o provedor - o pai - está na guerra, vai à editora vender seus escritos e para ter um valor maior precisa vender os direitos para ter um nome masculino como autor. Escritoras mulheres não seriam lidas. 

Mais recentemente, histórias como a de Valeria Cossati personagem principal do livro "O caderno proibido" de Alba Céspedes, na Roma dos anos 50, a protagonista sai para comprar cigarros para o marido, único produto permitido para compra aos domingos, consegue convencer o atendente a vender um caderno e o leva escondido, como se fosse um crime ter seu dia a dia registrado. Através desses registros, resgata sua identidade e tem sua vida transformada até certo ponto. Vale a leitura para ter um panorama como era essa mulher nos anos 50. 

Elena Ferrante, traz no livro que encabeça sua tetralogia, “A amiga genial", onde as amigas Lia e Elena, que crescem juntas no subúrbio de Nápoles, e suas famílias - num cenário pós guerra - com poucos recursos e nenhum incentivo para a escolaridade das meninas, mesmo que elas sejam curiosas e empenhadas pelo conhecimento. Percebemos a ajuda de alguns professores no sentido de mantê-las na sua formação, mas sempre o caminho mais fácil para um futuro seguro as perseguindo. Como se o casamento e a constituição de família impedissem ter diplomas e carreiras. Outra leitura importantíssima. 

Poderia aqui citar mais livros e histórias que registram condições a que fomos submetidas e ainda somos, mas o que quero registrar é a importância da leitura e o que pode trazer para você, como trouxe para esses personagens. 

Você, que comemora comigo hoje esse dia, estabeleça o hábito da leitura como seu aliado para continuar a nossa luta com conhecimento, argumento e conteúdo.

A leitura como companhia, trazendo ideias, opiniões que você ainda não conhece e poder discordar ou concordar, vai levar você à analisar, argumentar e ter um dia só para lembrar com todas as igualdades conquistadas. 



Daisy Gouveia - escritora, influenciadora digital, host do ‘Leiture-se’ e criadora do Clube de Leitura da Daisy. Com 66 anos, usa as redes sociais para incentivar as pessoas, principalmente as mulheres, a adotarem o hábito da leitura. Com 35 anos de experiência na área da moda, escreveu o livro ‘Costurando Minha História’– onde conta sua trajetória e fala sobre sua reinvenção profissional, estimulando as pessoas que também querem mudar.
Instagram: @daisygouveiaoficial
Youtube: @daisygouveia
Blog: historiaselorotas.com.br

 

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